Tempo Real

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Muito fácil: o Barça brincou de ganhar. E o triste alerta de Felipão.

Que o Barcelona iria vencer o Al Sadd, ninguém duvidava. E nem mesmo essa brincadeira de toureiro contra touro manso ou de fazer do jogo (?) uma alegre diversão, mesmo poupando alguns titulares, não chega a surpreender. Nem um pouquinho.

Barça, 4 a 0. E foi pouco, de quebra, com três gols brasileiros- dois de Adriano e um de Maxwell- um de Keita, sem ao menos precisar de um brilho maior de Messi ou de Iniesta.

Assim, aí está a final anunciada: Santos e Barcelona na decisão do Campeonato Mundial de Clubes de 2011. Alguém tinha dúvida? Uma certa dúvida, tenho quanto ao desfecho do torneio, pois se o Barcelona, como um todo, é indiscutivelmente mais time do que o Santos, terá pela frente um astro , Neymar, que pode estar endiabrado. E por mais numeroso que seja o elenco do Barça, a ausência já certa de David Villa (que fraturou a tíbia) e a preocupante saída de Alexis Sanchez podem tirar da equipe muito de seu poder de fogo.

São detalhes, eu sei. Mas detalhes que podem pesar numa partida decisiva.

O TRISTE ALERTA DE FELIPÃO

Com seu pessimismo em relação aos reforços que o Palmeiras não vem conseguindo contratar, revelado em sugestiva entrevista ao Estadão, Felipão confirma o que já vinha se comentando nos bastidores palestrinos: desse jeito, o ano que vem tem tudo para ser tão- ou mais- sofrido para a torcida palmeirense que, no íntimo, esperava por um time mais forte.

Sem parceria forte, sem os recursos necessários e também sem o arrojo de dirigentes de outros clubes (mais ambiciosos), o Palmeiras parece destinado a viver do passado. Afinal, não é o primeiro no ranking do futebol brasileiro?

A torcida agradece, se orgulha de outras épocas, mas tira férias da ilusão de que o presente corresponda ao passado de tantas glórias.

É como se estivesse viva, já envelhecida, a grande Greta Garbo se olhasse no espelho e dissesse: “Eu já fui muito bela”.

Só que, coerente, a lenda Greta sumiu por aí. E o Palmeiras, ao contrário, ainda pensa que é Palmeiras.

Não haveria espaço para novos nomes e para novas ideias?

E TITE FICOU NO CORINTHIANS

Como era de esperar, o caso nem virou novela: depois do susto, Tite e Corinthians usaram o bom senso e continuam juntos por mais um ano. Bom negócio para o clube, que mantém o técnico campeão brasileiro, bom também para o treinador que contará com elenco forte para tentar ganhar a taça da Libertadores que o Corinthians ainda não tem.

A Olimpíada pode salvar a infraestrutura esportiva no Rio

O Flamengo assinou nesta quinta-feira um acordo para receber a delegação americana durante a realização dos Jogos Olímpicos de 2016. O acordo prevê o investimento de US$ 400 mil em melhorias de infraestrutura que tornem a Gávea apta a receber os atletas dos Estados Unidos em 2016 (leia os detalhes aqui).

O negócio representa um reflexo interessante que a presença dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro pode provocar para o esporte na cidade. São a partir de iniciativas como essa que o Rio pode vir a ganhar uma vantagem competitiva em relação aos demais municípios. A necessidade de melhoria de infraestrutura esportiva pode ser percebida na simples decisão de o Comitê Olímpico dos EUA encontrar um lugar para treinamento no período em que estiver na cidade.

Quando se fala em legado olímpico, geralmente pensamos exclusivamente no evento em si e o que ele vai deixar para o país. Mas a melhoria de infraestrutura no esporte é a primeira benfeitoria de fato tangível daquilo que pode representar a presença das Olimpíadas no país.

Assim como o Fla se beneficiou no negócio com os americanos, outros clubes em todo o país podem melhorar suas estruturas para abrigar outros atletas. E, sem dúvida, o Rio de Janeiro terá uma melhoria sensível na qualidade dos equipamentos esportivos. O duro é saber que a iniciativa parte sempre do outro lado. Claramente não há um plano estruturado por parte de confederações e clubes para que a infraestrutura seja melhorada. E esse é o maior problema se formos pensar além das Olimpíadas.

Planejar a estrutura que ficará depois de 2016 é o passo mais importante para que o evento não represente apenas uma festa bacana durante 20 dias.