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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ronaldinho, Mais um Sonho desfeito? E o Santos mais forte...

A quem pudesse interessar, só faltava essa exigência do Milan para liberar Ronaldinho Gaúcho: uma quantia em torno dos 17 milhões de reais pelos seis meses que ainda restam de seu contrato. Quem paga? Nem os investidores do Grêmio, creio, e nem outro clube brasileiro, pois essa quantia e mais os salários do jogador, ah, isso seria- caso o Milan insista em sua pretensão-, verdadeira bola de neve, praticamente sem chance de retorno.

Assim como no caso de Adriano, cuja novela terminou sem um final feliz para quem sonhava com seus gols, o sonho da volta de Ronaldinho (que o Grêmio já dava como quase certa) terá o mesmo desfecho. É uma história que, acredito, vá ficar para outra vez. Quem sabe no meio do ano que está chegando?

E o curioso é que nenhum dos dois navegam em maré boa em seus clubes. Adriano até agora, na Roma, não fez um gol sequer; por sua vez, embora idolatrado pelo dono do clube, Sílvio Berlusconi, Ronaldinho amarga um nada agradável banco de reservas.

O SANTOS, AINDA MAIS FORTE.

O porteiro aqui do prédio, seu Souza, santista de fé, anda esperançoso com o seu Santos. E não é para menos. A contratação de Jonathan, que já foi comentada neste espaço, insisto que foi excelente: trata-se de um lateral-direito ousado, driblador e ofensivo, capaz de alimentar bem o meio-campo e o ataque pelo seu lado.

Além disso, o Santos repatriou Elano, bom jogador, que atua mais para o time do que para a torcida e sempre faz seus golzinhos. Com volta do craque Ganso, mais a manutenção de Neymar e os outros bons jogadores que já tinha, eis o Santos com cara e jeito de bela equipe. Ah, claro, falta Keirrisson voltar a ser o que já foi no Coritiba e em seu começo de Palmeiras- o goleador que até agora, na Vila, não recuperou a arte de estufar as redes.

São boas as perspectivas desse Santos. O amigo há de concordar.

O penta, o fim da virada de mesa e o promissor 2002

Se 2001 representou um ano turbulento para o esporte em todo o mundo, o ano seguinte foi de muito mais esperança, especialmente na gestão do futebol brasileiro. Foi o ano do pentacampeonato mundial, do fim das viradas de mesa na bola brasileira e, mais do que isso, do início de uma mudança de comportamento do dirigente esportivo com o torcedor.

A queda das Torres Gêmeas em setembro de 2001 deixou uma marca em toda a estrutura de vida do americano, que com isso fechou-se ainda mais na gestão de seus esportes. Nascar, NFL e as demais ligas do país viraram meios de o americano exercer seu patriotismo e relembrar o golpe sofrido com os atentados terroristas.

Na Europa, ainda sob efeito da quebra dos grandes grupos de marketing e mídia, os direitos de transmissão despencaram, as fontes de receita dos clubes diminuíram sensivelmente e, por fim, a importação de atletas sofreu uma queda significativa. Com isso, o mercado do futebol, especialmente, teve de se reajustar e reordenar a uma realidade financeira mais “pobre”, por assim dizer. Levando em conta o valor superdimensionado em que se encontrava o futebol europeu, a readequação foi mais do que necessária.

No Brasil, porém, 2002 marcou um ano de profundas mudanças que têm seus reflexos nos dias atuais. Por mais que as CPIs não tenham gerado uma punição direta aos grandes envolvidos nos escândalos levantados, os trabalhos sobre a elite dos dirigentes esportivos do país serviram para provocarem significativas alterações na estrutura do futebol o que, consequentemente, levou os outros esportes a reboque.

A conquista do pentacampeonato mundial pela seleção brasileira é emblemática nesse sentido. Afinal, a vitória no Japão e na Coreia devolveu a confiança no futebol nacional. Se, antes da Copa, nem mesmo a TV Globo tinha conseguido vender todas as cotas de publicidade para o evento, depois dela ficou claro para as empresas que investir no futebol nacional era uma necessidade.

O penta deu à CBF, também, a calma que a entidade precisava para tirar a pressão da opinião pública sobre seus dirigentes, especialmente Ricardo Teixeira. Numa manobra política, logo após o Mundial o chefão do futebol no Brasil fortaleceu-se ao colocar fim aos campeonatos regionais e devolver aos Estaduais sua importância. Isso freou a ordenação dos clubes, que gerenciavam as ligas regionais ao passo que abriu caminho para que a CBF fizesse o Campeonato Brasileiro por pontos corridos, o que significou um “cala-boca” para a mídia que tanto criticava a entidade (e Teixeira, principalmente) de abandonar o futebol no país.

Ao mesmo tempo, fora do futebol, o vôlei nacional retomava o caminho de vitórias com Bernardinho no comando da seleção masculina. O título mundial de 2002, o primeiro da história do país, abriu espaço para a retomada da soberania do Brasil na modalidade, ao passo que serviu para “substituir” o efeito Guga, que começava a cair em aproveitamento devido às lesões no quadril.

O segundo semestre do ano, porém, foi o mais significativo, especialmente para o futebol. A queda de Palmeiras e Botafogo para a Série B do Campeonato Brasileiro, sem a possibilidade de uma “virada de mesa” mudar o regulamento da competição, foi importante para dar mais credibilidade à competição.

No campo da política, o fim do ano representou o alicerce para a criação do Estatuto do Torcedor e da responsabilização de dirigentes por maus tratos na gestão dos clubes.

No apagar das luzes do governo Fernando Henrique Cardoso, o Grupo de Trabalho Especial (GTE) do Ministério do Esporte e Turismo conseguiu terminar o projeto de criação do Estatuto do Torcedor, que viria a ser sancionado no governo Lula. Ao mesmo tempo, FHC conseguiu aprovar Medida Provisória que responsabilizava os maus dirigentes com seus próprios bens em gestões temerárias dos clubes e entidades esportivas. A chamada Lei de Moralização foi fundamental para que os cartolas começassem a deixar de achar que eram “mágicos” e passasem a gerenciar os clubes de forma mais responsável.

O Estatuto do Torcedor foi fundamental para que o torcedor passasse a ser colocado em plano de destaque dentro dos projetos dos clubes. Algo que ainda engatinhava no Brasil, mas que já era óbvio para os gestores esportivos nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Quem paga a maior parte da conta do esporte é o seu torcedor. Se ele não for alçado à condição de estrela, não tem como sustentar uma entidade esportiva.

No final das contas, todas essas mudanças deram um sopro de esperança para o ano de 2003, o primeiro em que o Brasil teria a principal competição do futebol jogada em pontos corridos, possibilitando que o planejamento da temporada fosse facilitado. Tanto para os clubes quanto para as empresas.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Os craques voltaram ou deixaram de ser craques?

Primeiro foi Fred, depois Adriano, Ronaldo, Robinho e por aí vai. Nos dois últimos anos, tivemos uma sensação boa de que o futebol brasileiro passou a se organizar para fazer com que grandes jogadores voltassem a atuar pelo país, equilibrando um pouco a balança tão desigual em favor da Europa (principalmente) e de outros centros mais ricos da bola.

Mas será que são os craques que estão voltando ou então o futebol brasileiro deixou de ter tanto craque tipo exportação assim?

A situação econômica mundial e a própria qualidade técnica dos nossos jogadores ajudam a explicar um pouco esse fenômeno. Sim, o faturamento dos clubes de futebol do Brasil se aproxima, e muito, de diversos clubes europeus. Já começamos a colocar clubes entre os top 50 do mundo em faturamento, mesmo com uma moeda que, no mínimo, tem metade do valor da de lá. Isso já foi suficiente para acabar com o primeiro problema que tínhamos, que era a saída de muito jogador para locais mais distantes, que davam melhores condições para o atleta viver.

O Leste Europeu ou o Oriente Médio turbinado por bilionários do petróleo já não são destino certo de nossos jogadores mais jovens (com 17, 18 anos) ou um pouco mais velhos (acima de 25) como foi há meia década. Agora, o jogador pensa muito bem antes de sair do país e ir para qualquer lugar no exterior.

Mas, da mesma forma, a volta de atletas para o Brasil tem muito a ver com o interesse pelo jogador brasileiro lá fora. O atleta que se segura firme na Europa e não cogita voltar ao país está no auge das formas física e técnica. São casos, numa lembrança rápida, de Júlio César, Maicon, Lúcio, Luisão, David Luiz, Alex (Chelsea), Thiago Silva, Breno, Ramires, Lucas, Alexandre Pato, Kaká... A lista é vasta. O Brasil continua como o principal produtor de pé-de-obra para os gramados europeus, mesmo com os clubes europeus também se preocupando mais pela formação de atletas, como reflexo do sucesso do Barcelona e da seleção espanhola, formados, praticamentes, nas categorias de base do clube catalão.

A volta de grandes nomes como os citados no início do post tem, portanto, muito a ver com o desinteresse do mercado europeu em bancar altos salários para baixo rendimento dentro de campo. Há quanto tempo Adriano não joga bem na Europa? Ronaldinho Gaúcho não é mais aquele melhor do mundo desde quando? Como Robinho voltou ao país depois de ser encostado na reserva do Manchester City? O craque já não é tão craque assim.

A diferença é que, agora, o futebol brasileiro tem dinheiro para contratar esse atleta antes de ele encerrar a carreira. Antes, era improvável achar que um Ronaldo ou um Ronaldinho poderiam atuar no país com tantos milhões ganhos no exterior. Só que, aqui, há hoje chance de que esses milhões apareçam com algum patrocinador disposto a bancar a contratação desse jogador. Mesmo assim, alguns clubes ainda fazem loucuras financeiras para que o atleta regresse, mesmo sem ter a garantia técnica de que ele vá ter uma boa performance dentro de campo, algo que a Europa com menos dinheiro deixa de fazer.

Se conseguirmos, nos próximos anos, usar essa melhoria na vida econômica, turbinar ainda mais os ganhos do futebol (as receitas oriundas do torcedor ainda estão adormecidas na maioria dos clubes) e souber gerenciar melhor os campeonatos daqui, sem dúvida que poderemos reduzir sensivelmente a exportação de nosso pé-de-obra.

Os dois melhores termômetros para isso são Ganso e Neymar. Até quando vamos conseguir mantê-los em atividade no país? A volta de craques que inspiraram esses atletas é um bom motivo para eles quererem continuar por aqui. Pode ser o início de um ciclo virtuoso do futebol brasileiro. Mas, hoje, são os pseudo-craques, mas nomes de grande história em nosso futebol, que estão de volta ao Brasil.

A Volta Por Cima

Às vésperas do Ano Novo, sempre com aquela pitadinha de mais otimismo- até comum à época-que tal refletirmos sobre notícias recentes e que podem significar a volta por cima? Por exemplo:

1- O Corinthians no ataque! É o que pretende o técnico Tite ao revelar que vai reviver na próxima temporada o trio atacante que deu certo em 2009: Jorge Henrique, Ronaldo Fenômeno e Dentinho. Como sabe que não terá o futebol de Ronaldo em todos os jogos, Tite, entre outros reforços, não descarta totalmente Adriano, embora reconheça que o negócio ficou mais difícil. Aliás, o Imperador voltou a afirmar no Rio, nesta segunda-feira, que continuará na Roma. Acredito. Mas em futebol, a História ensina, nunca se sabe...



2- Kaká de volta! Sem jogar desde a partida em que o Brasil foi eliminado pela Holanda na Copa do Mundo da África, Kaká tem sua volta aos campos marcada para o dia 6 de janeiro. A imprensa espanhola noticia que ele frequenta o clube, em busca da recuperação, até nos dias das festas. Trata-se de um grande jogador e um belo exemplo.



3- Ronaldinho Gaúcho, o Resgate? A chuva adiou o encontro entre Assis, irmão e procurador de Ronaldinho, e Galliani, homem forte do futebol do Milan- que está no Rio. Como já disse, a não ser por uma divergência financeira entre o procurador e o clube de Milão, creio que Renato Gaúcho está certo ao considerar em “90 por cento ou mais” a volta do craque ao time que o revelou. E de onde saiu tão cedo.

Seria uma volta por cima para ambos, clube e jogador.



4- Valdívia, xodó da torcida do Palmeiras: não sei se ainda é tanto quanto já foi depois desses meses de estiagem. Mas que continua xodó e esperança, ah, isso continua. Por estes dias, tenho ouvido de torcedores do Palmeiras palavras de preocupação quanto ao seu futuro e à harmonia com a Comissão Técnica. E a grande maioria dos torcedores, é claro, torcendo para que tudo acabe bem e o chileno reviva o futebol que lhe rendeu o apelido de “El Mago”.



Seria outra volta por cima.



5- Jobson e o futebol de menino-craque: dele já falei recentemente. Mas insisto: se conseguir driblar o comportamento fora de campo, que foi problemático no Botafogo, será atacante de raras virtudes, ousado e driblador, para sorte do Atlético Mineiro. E para sorte dele, Jobson, também.

Não custa repetir: outra volta por cima, pois não?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel

Querido Papai Noel, mais um ano vem chegando ao fim e, com ele, meus sinceros votos de que nós possamos ter um 2011 ainda melhor. Acredito que eu tenha sido um bom menino e, por isso mesmo, segue a minha listinha de presentes para este Natal. O senhor, como bom velhinho que é, verá que não peço nada material, apenas algumas melhorias para que o nosso futebol brasileiro seja ainda melhor, mais forte e, claro, traga mais alegrias para as pessoas.

Afinal, já que esse é o espírito que devemos preservar no Natal, porque não procurarmos ganhar de presente um montão de coisa que pode ajudar a termos um 2011 melhor?

Então, querido Papai Noel, segue aqui a minha listinha. Escolhi 11 presentes, já que um time de futebol que se preze precisa ter 11 jogadores em campo, e também o ano que vem é 2011. Ah, sei lá por que. Só veja se o senhor pode me ajudar, por favor.

1 – O senhor pode fazer com que a imprensa decida realmente só dar a notícia de que um jogador fechou com um clube quando de fato a negociação estiver concretizada? Não aguento mais o dever de informar ser suprimido pelo dever de vender jornal, de aumentar a audiência, etc. E o compromisso com o leitor, onde é que foi parar?

2 – Dê, para cada clube da Série A do Campeonato Brasileiro, uma mala de cada uma das cores existentes, por favor! Assim, quando chegarmos lá em novembro de 2011, todos colocam suas malas coloridas à venda. Quem sabe, desse jeito, vamos voltar a falar do que de fato interessa, que é o resultado dentro de campo, e não da maracutaia que pode, talvez, quem sabe, existir.

3 – O senhor tem alguma espécie de calculadora-punidora? Queria que o senhor presenteasse os clubes com ela. E não precisa ser só do Brasil, não! Funcionaria mais ou menos assim. Quando o dirigente fizer a conta e descobrir que ela vai ficar negativa, ele toma um choque. Acho que isso ajudaria a fazer com que os clubes voltassem a pagar os jogadores em dia, parassem de contrair mais dívidas e, finalmente, buscassem novas fontes de receita para ajudar a fechar o ano no azul. Não é assim que a gente tenta fazer lá em casa?

4 – É possível instituir uma regra que faça com que a Conmebol e a CBF resolvam não meter o bedelho em nenhuma competição do futebol na América do Sul e no Brasil? Veja só, querido Papai Noel, sei que esse presente deve ser o mais difícil de conseguir. Mas imagine só como seria mais legal se, em vez do interesse político, a gente buscasse deixar o campeonato o mais interessante possível equiparando todas as equipes e dando o maior senso de justiça para um torneio. Imagine só? O campeonato começaria e terminaria com a mesma regra, sem mudar o número de times classificados para este ou outro torneio, sem nenhuma bagunça...

5 – Papai Noel, esse pedido aqui, se o senhor conseguir entregar esse anterior, pode riscar da lista. É o seguinte: tem como a gente reduzir de vez os Estaduais? Não quero acabar com eles, acho que eles têm a sua graça. Mas não com tanta gente! É mais ou menos como festa muito lotada. Perde aquele charme, não é mesmo? Não dá para deixar em 10 datas o Estadual?

6 – Por favor, Papai Noel, arrume um jeito de entregar, na casa de alguns treinadores e de alguns jornalistas, um pó mágico, que faça com que eles sejam menos rancorosos neste 2011 que vem chegando. Quem sabe assim até as modorrentas entrevistas coletivas após os jogos sejam legais! Eu sei que é difícil, mas já que o senhor pode dar qualquer presente...

7 – O senhor pode entregar aos clubes uma camisa de futebol menos poluída? É como se o sonho do torcedor fosse realizado, entende? O que ele gosta é da camisa do time apenas com o escudo, nada além disso. Aí o pessoal, em busca de dinheiro, vende o manto sagrado para um monte de marca. E, o pior, é que as empresas acham que isso tá dando “retorno”. Poxa, Papai Noel, eu nem me lembro quem é que está na camisa do Real Madrid, que só tem um patrocinador, como é que vou lembrar qual é uma das sete marcas que estão estampada no uniforme do Timão? Sei lá como o senhor vai fazer, Bom Velhinho, talvez valha invadir a casa dos patrocinadores para resolver essa...

8 – O senhor pode dar um calendário de presente para o Ricardo Teixeira, para a presidente Dilma, para o ministro do Esporte (seja lá quem ele ou ela for), para o presidente da Infraero e para os governantes das 12 cidades-sedes da Copa de 2014? É que sabe como é? Já foram três anos da escolha do Brasil e, até agora, parece que só os estádios começaram a ser arrumados para o torneio. E olha que estádio nem é tão problemático assim. Quero ver como fazer para deixar os aeroportos bons para a população, as ruas, o transporte público... Ok, vou parar por aqui! Só um calendário eu lhe peço, Papai Noel. Só isso!

9 – Por acaso o senhor tem um controle remoto poderoso, que faça com que a gente possa escolher para ver apenas os melhores momentos das mesas-redondas no domingo à noite? Sem aquela discussão vazia, que não leva a nada. Só o que de fato realmente interessa! Esse é um presente que faria feliz praticamente todas as famílias do Brasil! É sério, Papai Noel, o senhor seria recebido em carro de bombeiros toda vez que passasse por aqui depois dessa!

10 – Sei que já estou pedindo muito, mas sua fama é de quem torna os sonhos possíveis. Será que dá para ensinarmos um pouco mais de gestão para quem está no comando do futebol? Nem é muita coisa. Só mostrar para eles que não adianta ser torcedor quando você senta na cadeira da presidência. Lugar do torcedor é na arquibancada, no choro, na emoção. Quando o cara vai comandar o clube, ele tem de ser frio, especializado, pronto para cuidar com muito carinho da sua empresa. Esse pedido é interessante, Papai Noel, porque aí não preciso pedir um montão de outras coisas, como a mudança do horário dos jogos, o fim da dependência de uma só fonte de dinheiro dos clubes, a manutenção dos melhores atletas por aqui, etc. Viu só como eu sou legal?

11 – Por último, Papai Noel, gostaria de saber se tem como o senhor entrar em contato com o “pessoal lá de cima” para fazer uma mudança no Brasil. Tem como a gente instituir que o ano começa em agosto e termina em julho? É porque aí todas as competições de futebol começariam e terminariam juntas. Esse pedido é só em caso de máxima urgência. Se por acaso o senhor percorreu os outros dez presentes e se desesperou, talvez realizando esse daqui já tenhamos uma melhoria para o futebol no Brasil. Não é a solução, mas ajuda a melhorar.

Bom, é isso aí, Papai Noel. Espero que o senhor consiga me entregar alguns desses presentes. Sei lá, do jeito que estão as coisas, um deles já ajudaria bastante. Pode escolher qualquer um. Sabe como é, tem algumas coisas que acontecem hoje com o nosso futebol que dá dó de ver. Quem sabe o senhor, do jeito que é bondoso, abra os olhos dessa turma...

As Tendência no Mercado. E a Final dos meninos

E segue o Mercado da Bola com suas especulações e indefinições, esperando-se que nesta semana surja algo mais conclusivo quando aos grandes nomes. Adriano, por exemplo, já chegou ao Brasil para as festas de Natal e enquanto muitos corintianos ainda sonham com ele, a tendência é a de que o Imperador continue na Roma. Mas quem ousa descartar outro desfecho, mesmo com os elogios do técnico romano, Claudio Ranieri, a Adriano?

Outro caso a ser resolvido é o de Thiago Neves, meia bom de bola, com o Fluminense. Liberação difícil dos árabes, não impossível. E aí, já que Conca é intocável, o que aconteceria com o outro meia famoso do Flu, o ex-jogador da Seleção de Portugal e do Chelsea, Deco?

E nas esteiras das indefinições, já que o São Paulo prioriza Alex (segundo o blog do Perrone) e aceita esperar por ele até maio, pode ter sido resolvido o problema para quem espera por meia, de preferência canhoto, como jogador do Fenerbace e que já foi ídolo no Palmeiras e no Cruzeiro.

Ah, para encurtar a lista, uma notícia que me vem de uma fonte- também a ser conferida: se Adriano ficar mesmo na Roma, o que é o mais provável, Liedson, do Sporting, seria o atacante mais cotado para ser contratado pelo Corinthians. Na verdade, ele voltaria ao Timão.

Ronaldinho Gaúcho? Muito bla-bla- bla e até agora nenhuma solução. É melhor dar um tempo nesta novela. Pelo menos até surgir um fato verdadeiramente novo.



A FINAL DOS MENINOS

E chegam à final do Campeonato Brasileiro sub- 20 o Palmeiras e o Cruzeiro. O jogo será disputado menos de 48 horas depois de o Palmeiras vencer o Vitória (3 a 1) e o Cruzeiro ganhar do Vasco (também por 3 a 1) neste domingo.

O Cruzeiro vem de duas vitórias arrasadoras, diante do rival Atlético Mineiro e do bom time do Vasco. Por sua vez, o Palmeiras perdeu a primeira partida (0 a 2) para o Atlético Mineiro, mas, depois, só fez ganhar- do Flamengo (1 a 0), do Guarani (1 a 0), do Atlético Goianiense (5 a 3), do Ceará (2 a 1) e do Vitória.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O futuro de Ronaldinho Gaúcho. E a Inter de Milão na final.

Embora a imprensa italiana tenha noticiado que Ronaldinho Gaúcho deve ser negociado com o Galaxy, dos Estados Unidos, creio que a tendência maior é a de que ele volte mesmo para o Brasil (Palmeiras?), se existirem patrocinadores que banquem esse investimento. Para acentuar essa tendência surgiu a notícia de que o técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, teria desaconselhado Ronaldinho a jogar em campos norte-americanos.

E sabe como é, Seleção Brasileira, a esta altura do Campeonato, deve valer mais para Ronaldinho do que um punhado de dólares, pois que destes, acredito, seus bolsos já andam cheios. O desafio é recuperar a autoestima e o futebol perdidos nestes últimos tempos num time que o coloca no banco de reservas. E que, sem ele, lidera o Campeonato Italiano, com um futebol que há tempos não se via na equipe “rossonera”.

Outro dia, aliás, acompanhei a vitória do Milan sobre o Bologna, fora de casa, local onde o adversário estava invicto até então. E sem ter Ronaldinho por um minuto sequer (ele ficou no banco de reservas o tempo todo), o Milan ganhou por 3 a 0, numa exibição impecável (Robinho fez o segundo gol), com grande exibição de Pirlo e com a presença sempre marcante e decisiva desse extraordinário Ibraimovic.

Neste momento, não há mesmo lugar para Ronaldinho neste time. Resta saber quando o Milan vai liberá-lo: já em janeiro ou daqui a seis meses, quando terminará o seu contrato?

A INTER NA FINAL

E por falar em Milão, foi fácil a tarefa da Inter: ao contrário de seu xará de Porto Alegre, espantou a zebra e venceu Seougnam por 3 a 0, gols de Stankovic, Zanetti e Milito. E nem se perturbou quando perdeu seu jogador mais precioso, o holandês Sneidjer, vítima de lesão muscular, logo no primeiro minuto de partida.

E agora, estamos diante de uma final inesperada, mas de certa maneira atraente: serão capazes os africanos do Mazembe de revelar a mesma velocidade e a mesma disposição que liquidaram o mexicano Pachuca e o nosso Inter (de Porto Alegre)?

Ah, ia dizer que os italianos são os favoritos, Mas é melhor não...

Allez, Guga!

O que tem mais para se falar de Guga? Estava pensando exatamente isso na noite de sábado, enquanto tentava conter as lágrimas dentro da garganta vendo o choro do maior fenômeno que o tênis brasileiro produziu e, muito provavelmente, produzirá na sua história.

Nessa hora que pensei no “Allez, Guga”, que os torcedores franceses souberam entoar durante os cinco maravilhosos anos em que ele foi o Rei de Roland Garros. Guga era o cara que, entre 97 e 2002, queríamos ver, saber o que ele fazia, consumir o que ele consumia, seguir seu estilo de vida.

Guga foi o que falta, e muito, para o esporte brasileiro. Um ídolo carismático, simpático, alegre, vencedor. Um cara que nos dá orgulho de ter nascido no mesmo país dele, que nos motiva a sonhar mais alto, a querer ser melhor, a ser tão competente quanto ele.

Ídolo que hoje é uma palavra tão ausente do cotidiano do nosso esporte. De jogadores que se deixam levar rapidamente pelo grande dinheiro que circula em outros países, que não tentam entender a importância de se criar um vínculo com suas origens, que são massacrados pela vontade de lucrar de clubes, empresários, família, dirigentes, etc.

Não só no futebol, mas também em outros esportes com menor volume de dinheiro gerado, vemos uma crescente fuga de potenciais ídolos. E isso é extremamente prejudicial para que a gente consiga desenvolver ainda mais o esporte no país.

Guga consegue, ainda hoje, deixar o torcedor próximo do tênis. Para um esporte carente de ídolos, seu trabalho é fundamental para ajudar no crescimento da modalidade. A mesma lógica vale para outros esportes, que só conseguem atrair a força da mídia quando há um vencedor como foi Guga.

Mas até mesmo o tão massacrado futebol brasileiro precisa abrir o olho. Sim, ele não precisa do ídolo para manter a chama do torcedor acesa, a força da paixão pelo clube garante que tenhamos uma conexão imediata da pessoa com o time. Mas a ausência do ídolo, no longo prazo, é extremamente prejudicial para o interesse do torcedor pelo clube. Sem ter para quem torcer ou, pior, tendo para quem torcer apenas fora do país, ele se distancia daquela que deveria ser a sua grande paixão.

Que tenhamos mais Gugas no esporte de hoje. Não será só o tênis quem vai agradecer.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A última do Adriano. E a Moleza de Abu Dhabi

Com esta atitude do técnico da Roma, Claudio Ranieri, confirma-se ainda mais a certeza de quase todos os corintianos em ver Adriano com a camisa do clube, já em janeiro: o Imperador não foi sequer relacionado para o jogo deste domingo, diante do Bari, pelo Campeonato Italiano. Não estará nem mesmo no banco de reservas e nem concentrado. Divórcio explícito?

Enquanto isso, achei muito boa a aposta no zagueiro já contratado, Wallace, ex- Vitória, levando ainda em consideração a opinião de meu amigo português, Armindo, que me garante estar em boa forma o outro zagueiro pretendido, Anderson Polga. Apesar da má campanha do Sporting, time do coração do velho Armindo...

É, o Corinthians também não está dormindo para essa Libertadores. Torneio que promete ser empolgante.



A MOLEZA DE ABU DHABI

Com todo o respeito aos participantes- e sempre dando espaço a eventuais zebras-. Que moleza chegar à final do Mundial de Clubes. Meu Deus! Pelos melhores momentos que vi, os velozes africanos do Mazembe não vão além disso, com claras deficiências defensivas. Dá Inter, de Porto Alegre!

E o time do Seongnam, que tem como maestro o nosso conhecido Molina (ex- Santos), apesar de sua goleada sobre o Al Wahda, por 4 a 1 (neste sábado), pouca resistência deverá ter para enfrentar a Inter de Milão.

Seria mais fácil, cruzando os dedos para qualquer zebra, já programar a final: o nosso Inter contra a Inter dos italianos.

Bem, aí, como dizem os torcedores, o bicho pode pegar...

Mais que um clube?

E o Barcelona finalmente quebrou a tradição secular. Após 111 anos, aceitou negociar um contrato de patrocínio. Apesar de tentar, de todas as formas, rechaçar a ideia de que tenha "vendido" a camisa, argumentando que o Qatar Foundation é uma entidade que não visa o lucro, é óbvio que finalmente o clube decidiu engordar a conta bancária com um patrocinador.

O acordo, com seus 33 milhões de euros, mostra o quanto é vantajoso você proteger o símbolo mais valioso do clube, que é a sua camisa.

Vale lembrar que a estratégia de "abrir" a camisa com o patrocínio à Unicef, que reforçou a ideia de o Barça ser "mais que um clube", tinha por trás um outro projeto, que era convencer o tradicional torcedor catalão de ver uma marca na camisa do time.

Deu certo. Os quase 8 milhões de euros investidos nesse acordo com a Unicef, além de dar um bom retorno de imagem, fez a tradição cair. E o clube faturar o maior contrato de patrocínio da história do futebol.

Nike, agora, quer dominar mercado de surfe

A Nike vai anunciar, em breve, seu novo diretor geral para o Brasil: o grego naturalizado brasileiro Chris Kypriotis será a partir do dia 1° de janeiro o novo diretor geral da empresa no Brasil (leia detalhes aqui). Por trás da escolha de Kypriotis, ex-presidente da marca de surfe Billabong e com a carreira formada no mercado de surfwear, está a estratégia da Nike de dominar um dos mercados mais rentáveis do esporte.

O mercado de roupas de surfe é um dos mais concorridos que há atualmente. Mais do que roupa para a prática esportiva, o surfe representa um estilo de vida, em que especialmente os jovens se vestem com bermudões e camisas regatas não por praticar o esporte, mas por querer se vestir dessa forma.

Há dois anos que a Nike já tem, no Brasil, a linha 6.0, voltada exatamente para o mercado de surfwear. Agora, a empresa pretende ampliar sua atuação e passar a incomodar as líderes, entre elas a Billabong, antiga casa de Kypriotis.

A investida se faz num momento bom para a marca, que conseguiu recuperar sua imagem no mercado de corrida de rua com a realização e consolidação do desafio de 600k entre São Paulo e Rio de Janeiro.

A partir de agora, futebol, corrida de rua e surfe vão compor a trinca de sustentação da Nike no mercado de material esportivo do Brasil.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Fórmula Indy cada vez mais próxima do Brasil

O presidente Lula convidado para as festividades dos 100 anos da corrida de Indianápolis em 2011 e uma outra prova no Brasil, provavelmente em 2012 na cidade de Porto Alegre. Essas são duas das novidades da Fórmula Indy na última semana. O avanço da categoria para o mercado brasileiro mostra o quanto esporte e patrocínio podem formar uma combinação muito eficiente, desde que exista estratégia para explorar comercialmente um evento esportivo.

A Apex, órgão que cuida da participação de empresas brasileiras nas exportações, é o principal patrocinador da Indy. Com isso, usa essa propriedade para aproximar as empresas brasileiras do mercado americano, principal parceiro comercial do Brasil. Dentro desse intercâmbio, além de o etanol ser o combustível da categoria, diversas marcas do país aportaram na competição, tanto no patrocínio aos pilotos brasileiros (há quase uma dezena deles) quanto em aportes a algumas provas (a etapa de encerramento da temporada 2010 em Miami, por exemplo, foi batizada de "Cafés do Brasil Indy 300).

Agora, o movimento é também de expansão para dentro do mercado brasileiro, fazendo com que os americanos venham para cá em busca também da geração de negócios. Nas palavras de Terry Angstadt, presidente comercial da Indy: "Pela facilidade geográfica, Porto Alegre é um local-chave para a realização de uma prova por ser o Mercosul estratégico para a expansão dos negócios promovidos pela Apex".

Americano sabe muito bem como fazer do esporte uma plataforma para a geração de negócios. Não é vender espaço em camisa, na mídia ou apenas produto licenciado. É entregar ao parceiro comercial muito mais do que isso.

O Brasil deveria olhar muito mais para lá e menos para a Europa, que ainda é considerada a base de comparação, especialmente quando o assunto é futebol.

O Corinthians fez o dever de casa. Mas o Flu está a um Passo do Título.

Como se esperava, o Corinthians venceu o Vasco sem passar sustos. Pelos momentos que vi- chamado de os melhores momentos, embora, às vezes nem existam tanto- 2 a 0 (gols Bruno César, com o desvio de Dedé, e Danilo), mesmo sem nenhum grande brilho em seu futebol, foi até modesto para a equipe corintiana. Afinal, quais foram as chances criadas pelo Vasco? No primeiro tempo, nenhuma.

E para justificar a falta de brilho maior no Corinthians, convém lembrar que a equipe esteve sem Elias, um dínamo no meio do campo, e sem Ronaldo, ainda diferenciado, com quilos a mais ou não. Em termos de título, porém, acredito que as últimas esperanças corintianas ficaram mesmo naquele empate com o Vitória, em Salvador. Pela lógica, agora só mesmo uma zebra histórica- ou, então, um milagre- pode lhe dar o título que esperava em seu Centenário.

Aliás, as zebras andam desfilando como nunca neste ano. O rebaixado Goiás não venceu o Palmeiras, no Pacaembu, e empatou com o Flu, no Engenhão?

Pois é.



DEOLA EVITOU UMA GOLEADA DO FLU

Embora tenha feito um gol logo aos 4 minutos de jogo, aliás, num chute incrível de Dinei (que, creio), ele nunca mais vá acertar um igual ao longo da carreira, o Palmeiras foi totalmente dominado pelo Fluminense. E perdeu só de 2 a 1(através dos gols de Carlinhos e Tartá) porque seu goleiro, Deola, foi autor de magníficas intervenções, mesmo com os xingamentos de alguns torcedores palmeirenses, postados atrás do gol, irritados com seus milagres.

O Palmeiras entrou em campo com seu time quase todo titular. E, em minha opinião, fez o que pode (o que geralmente é pouco), pelo menos marcando com disposição, já que atacar não é mesmo seu forte. A partir do segundo gol do Flu, porém, já totalmente dominado tecnicamente pelo adversário (o que não é novidade), o Palmeiras limitou-se a defender e a tocar a bola. Em monotonia de dar sono.

Ficou claro? Não houve entrega de jogo- tipo gol contra, furada, displicência na marcação, falha do goleiro, etc-, mas ficou evidente a falta de ambição ofensiva. Ou, pior, de competência ofensiva.

O que não aconteceu apenas neste jogo. Foi o tom melancólico desse time ao longo do ano e dos torneios que disputou.

Ao Flu, por sua vez, basta agora apenas vencer o Guarani para levantar a Taça. Tudo indica que o fará.

domingo, 21 de novembro de 2010

Correios faz ação no sub-23 que "ninguém" vê

A ideia foi sensacional. O Correios foi um dos patrocinadores do Campeonato Brasileiro sub-23 que aconteceu como preliminar de diversos jogos do Brasileirão da Série A deste ano. A propriedade a que a empresa tinha direito era muito bacana. O jogo só começava quando um carteiro entregava uma encomenda ao trio de arbitragem. A caixa continha a bola que seria usada para dar início à partida.

É a típica ação que une perfeitamente o que faz o patrocinador com uma das coisas mais essenciais do futebol, a bola do jogo. Algo bem similar àquilo que a Fifa fez na última Copa do Mundo, quando o árbitro retirava a bola da partida de um pedestal, em que você, no caso, podia ver claramente a marca da Adidas aparecendo na bola.

Mas, diferentemente da Copa, quando essa ação era exclusiva para atender ao público que acompanhava os jogos pela TV no mundo todo, aqui no Brasil essa ação dos Correios ficou restrita a quem estava presente no estádio.

O Sportv, que foi o canal que exibiu com exclusividade os jogos do torneio, simplesmente ignorou a ação e só mostrava a imagem do centro do gramado quando a bola já estava lá no chão, pronta para a partida começar, e o "carteiro" tinha deixado o gramado.

Nesse caso, não dá para culpar a emissora. Bola fora de quem pensou a ação, que deveria ter um acerto comercial também com quem transmitia o evento. Afinal, um carteiro não faz parte de um jogo de futebol, está ali exclusivamente para gerar mídia e exposição para a empresa. Daí a necessidade desse acordo. No caso da Copa do Mundo, a Fifa obrigava a exibição da imagem da bola pelas TVs, e era apenas ela quem recebia o dinheiro da Adidas pelo patrocínio. Obviamente que isso só é viável por se tratar de uma Copa do Mundo.

No caso do Sub-23, a ação só seria completa se tivesse esse acordo comercial que espalhasse o conceito para o torcedor em casa, que sem dúvida foi a maioria. Mas ações inovadoras como essa são absolutamente necessárias para manter viva a criatividade dentro do marketing esportivo. É só conferir como a cena é inusitada e divertida na foto abaixo.

Três gols de Messi para cá, três de Cristiano Ronaldo para lá. E por aqui...

Já de há muito suspeito que o mar virou sertão, o sertão virou mar. Como? No caso, é o seguinte: toda a nossa volúpia ofensiva, a nossa vocação goleadora, eu vejo em outros lugares. Mas não no futebol brasileiro.

O mesmo tempo em que estamos encerrando o Campeonato Brasileiro com a pior média de gols da era de pontos corridos (até agora, média de 2, 73 por jogo) e dificilmente atingiremos mil gols na competição, as goleadas se sucedem na Europa. Neste final de semana, por exemplo, tivemos marcas impressionantes na Espanha: enquanto o Barcelona esmagava o Almeria por 8 a 0, com três gols de Messi, o Real Madrid goleava o Atlhetic Bilbao por 5 a 1, com três gols de Cristiano Ronaldo.

Não apenas na Espanha, mas na Inglaterra, na Alemanha e em vários países da Europa tomou-se o gosto pelo futebol ofensivo, do jogo pelas pontas, pelo gol. E nós, que éramos os reis da ofensividade, do insinuante jogo pelas extremas e da reverência aos goleadores, ficamos apenas nessa de marcação, de retranca, de não dar a menor importância para o espetáculo.

É pena.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O marketing do não-jogo de equipe da Red Bull

"Prevejo um final de campeonato igual a um filme de Hollywood. No pior dos cenários, nós ficamos sem o título, mas tudo bem, ganharemos no ano que vem. Nossa filosofia permanece a mesma porque isso é um esporte e deve permanecer como esporte". A frase é de Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull.

Além de ser uma crítica mais do que direta ao jogo de equipe feito pela Ferrari e que mantém Fernando Alonso muito bem na disputa pelo título mundial de pilotos, a declaração do fundador da empresa é também uma lição para qualquer empresa que pensa em investir no esporte.

Por mais dinheiro envolvido, por maior retorno financeiro que você tenha com um título, nenhum marketing é melhor do que manter a condição de disputa em pé de igualdade, vencendo, no final das contas, aquele que foi mais bem preparado para isso.

Essa é a essência do esporte.

Ao defender isso, Mateschitz acerta em cheio uma discussão importante para o mundo do esporte. Dinheiro não é tudo. Curiosamente, o ensinamento vem de uma das empresas que investe mais dinheiro em esporte, mesmo não sendo uma companhia que dependa do esporte para viver. Talvez até por isso a Red Bull seja um caso de estudo para qualquer um que pense em marketing esportivo nos dias de hoje.

O Líder Corinthians Agradece o Inesperado Presente do Goiás

Polêmicas à parte, não poderia ter sido melhor o final de semama para o Corinthians em seus sonhos de título de Campeão Brasileiro. Não bastasse ter vencido o Cruzeiro, talvez nem imaginasse o que estaria por acontecer no domingo: com quem então o vice-lanterna Goiás, praticamente rebaixado, seria capaz de sair do Rio sem perder para o Fluminense?

Pois foi o que aconteceu, neste domingo, para surpresa geral. Empate de 1 a 1- e olhem lá,com o Goiás saindo até na frente (gol de Rafael Moura, o He-Man, que anda iluminado) e demorando um tempo enorme, que parecia mais de dez noites, para o Fluminense chegar ao empate(gol de Conca, de pênalti), sem tempo para alcançar a virada.

Pode parecer falta de sorte do Flu, que criou várias chances. Em minha opinião, não foi: o que aconteceu é que além de voltar com Deco e Fred longe da forma ideal, o Fluminense mostrou-se afobado, nervoso, errando bolas fáceis, a insinuar que poderia jogar três partidas seguidas que não encontraria o caminho das redes.

Com todo o respeito, o Flu não mostrou a segurança de um campeão. O Campeão, parece mesmo ser o Corinthians.

Mais ou menos como diria Nélson Rodrigues, "Estava escrito. Desde o começo dos tempos".

LOGO AGORA, PALMEIRAS...

A goleada sofrida pea o Atletico Goiainiense, por 3 a 0, não ficou nada bem para o Palmeiras. É claro!

Aliás, foi o mesmo placar do primeiro turno. Desta vez, existe a desculpa que a equpe de Felipão jogou com os reservas. O que é verdade. Mas é verdade também que o futebol tem muito de emocional. E nesse mesmo estádio em que foi vencido pelo Atlético por 3 a 0, o Palmeiras enfrentará nesta quarta o Goiás, fortalecido por ter arrancado dois pontos do Fluminense e de ter eliminado o Avaí, fora de casa, na Sul-Americana.

Trata-se de outro confronto imprevisível.

Entre as Especulações, Adriano no Corinthians é Mesmo uma Delas

Já há um Campeonato à parte, correndo em paralelo a este que se aproxima do final: o da busca de reforços e patrocínios para 2011, em especial para os clubes que irão disputar a Taça Libertadores da América.

No Corinthians, que irá lutar pelo título inédito- que lhe escapou no ano do Centenário, Ronaldo não está sozinho no desejo de ter Adriano como companheiro de ataque: o fervoroso corintiano José Gonçalves, muitas vezes informado dos bastidores corintianos, disse no domingo passado, durante o programa "No Pique" que um grande atacante será contratado. Cauteloso, Gonçalves disse que "me garantiram o nome do Adriano. Mas não estou cravando o nome dele. Depende de patrocínio".

O nome de Adriano já fora cogitado, depois desmentido, mas volta a ser falado, enquanto outra surpresa, segundo Gonçalves estaria sendo preparada: "É para a a zaga e vai dar polêmica: é o Alex Silva, o Pirulito, que está no São Paulo".

Será?

Enquanto isso, no Palmeiras- se for mesmo disputar a Libertadores, ganhando a Sul- Americana- volta-se a falar no nome de Alex. de inesquecíveis atuações em outros tempos e que está na Turquia. Em minha opinião, é sonho difícil de ser concretizado. Muito difícil, até pelo dinheiro que não anda farto no Parque Antarctica.

E, apesar dos problemas que vem criando no Botafogo, há quem garanta que interessa- e muito- o futebol de Jobson, atacante veloz e atrevido, 22 anos,dono de um estilo que Scolori diz vir sentindo falta há algum tempo.

Mas não sei a dimensão dos problemas de Jobson. Outros nomes são falados, entre eles o de Cristian, volante que arrebentou no Corinthians, mas a grande jogada é a tentativa que- me contaram- está sendo feita por dois intermediários do Palmeiras em viagem pelo mundo árabe e também pela Inglaterra: o patrocínio de uma companhia aérea para o futebol palestrino.

Seria o mais valioso reforço, diante da grana que anda curta.

Palmeiras quer Palestra na Copa

Se a Fifa quiser, o Palmeiras cede o novo estádio para os jogos da Copa no Brasil em 2014. ¨Enviamos nosso projeto ao comitê local da Copa. O nosso estádio está disponível para o mundial no Brasil. A abertura é difícil pela capacidade menor mas receber outros jogos é possível¨, aposta José Cyrillo Jr.,diretor administrativo do clube.

A seleção brasileira atuará pelo menos na estreia do torneio, no estádio do Corinthians, então, o Palestra poderia ser a casa da squadra azurra: ¨Para ser o palco dos jogos da Itália¨, vibra o dirigente.

O novo Palestra ficará pronto em março ou abril de 2013.

sábado, 6 de novembro de 2010

São Paulo e Corinthians, Pitadinha Histórica

Sabemos muito bem que o que vale hoje, é o momento. O que importa é que neste domingo, no Morumbi, São Paulo e Corinthians vão disputar um Majestoso em clima de decisão. O Corinthians briga pelo titulo, o tricolor pelo menos por uma vaga na Libertadores, os ingredientes são os mais atraentes possíveis: ambos voltaram a jogar bem, com Ronaldo Fenômeno se reencontrando com o gol e Ricardo Oliveira fazendo as pazes com a boa forma.

Ah, tem também o futebol que cresce a cada jogo de Lucas (que já foi Marcelinho no Corinthians) ou o chute forte de Bruno César, sem contar o eterno Rogério Ceni ou esse craque de nome Jucilei. Depois conversamos mais sobre esse clássico, lembrando, apenas, que o público já está dando a sua resposta: mais de 20 mil ingressos vendidos até a noite de sexta-feira, mesmo com a limitação de compra imposta aos corintianos, que serão visitantes no domingo.

Sinto que teremos mesmo um Majestoso. E peço licença, então, para dar passagem à nostalgia, aos tempos em que não se costumava perder um clássico assim até para quem não torcia por nenhuma das duas equipes. Foi no final dos anos 50, em 1959, quando sei lá qual a razão, o Majestoso foi marcado para uma quarta-feira a tarde, no Pacaembu.

Fiz o que talvez não devesse: saí do colégio antes das duas últimas aulas e, ao lado de um amigo tricolor, fui ao Pacaembu. Não estava lotado, o horário era inadequado. E na ponta-direita do tricolor, quem estava? Simplesmente o maior artilheiro da História do Corinthians, Claudio Cristóvao Pinho, que tantas vezes derrotara o São Paulo com seus chutes venenosos.

Claudio tinha se aposentado como jogador, treinou o seu Corinthians por um ano e, como quase todo técnico, deve ter se aborrecido com alguma coisa. E assim, aos 39 anos, voltou a jogar - e logo no São Paulo. E voltou a fazer gol - e logo no Corinthians, cujo goleiro era o seu grande amigo, Gilmar dos Santos Neves. Foi o primeiro gol do tricolor, vencedor por 4 a 0 (os outros foram de Canhoteiro, Gino e Roberto), nenhum momento que superasse, porém, a curiosidade de um gol de Claudio pelo Corinthians.

Uma pitadinha histórica do Majestoso.

A Fórmula 1 é a Meca do marketing esportivo

A semana do GP Brasil de Fórmula 1 poderia ser usada pelas escolas de marketing esportivo e até mesmo por quem é entusiasta do tema como uma espécie de exemplo de como trabalhar um evento do ponto de vista da promoção. Diversas empresas usam a passagem da F1 pelo Brasil para realizar promoções e fazer aquilo que é o básico no patrocínio esportivo: a ativação da propriedade que detém.

Nesta sexta-feira, uma das ações mais legais foi feita pela Shell, que contratou atores para fazerem pitstops em carros que paravam nos semáforos da avenida Paulista, em São Paulo. É o quarto ano que essa iniciativa é realizada.

Além dela, na terça-feira, em meio ao feriado de 2 de novembro, Emerson Fittipaldi andou com sua Lotus-72 pelas ruas da cidade. Além de celebrar os 40 anos da primeira vitória num Mundial de F1, a Petrobras apoiou o evento fornecendo a gasolina para o carro andar e, também, reforçando seu patrocínio ao GP do Brasil.

Outra campanha interessante foi criada pela Lenovo em parceria com a McLaren. A empresa usou o GP brasileiro como gancho para criar uma promoção e levar torcedores para conhecerem o autódromo de Silverstone. Para concorrer, o participante deve responder a uma frase em 15 segundos, uma tentativa de associar a velocidade da F1 à do laptop da marca (veja mais aqui).

Os exemplos citados acima são alguns de diversos que acontecem na semana do evento. Em busca da justificativa de um investimento de milhões no patrocínio esportivo, as empresas fazem uso das propriedades que têm (patrocínio de equipes, pilotos, etc.) para tentar se diferenciar dos concorrentes e gravar uma mensagem na cabeça do consumidor.

Com Copa do Mundo e Jogos Olímpicos por aqui, a expectativa é a de que o Brasil consiga começar a debater e usar muito mais a ativação do patrocínio. Afinal, expor a marca no uniforme de uma equipe ou de um atleta é muito pouco perto do que pode ser feito. A empresa tem de entender que não adianta ficar limitada à verba do patrocínio. É preciso gastar um pouco mais para fazer com que ele cause efeito na mente do consumidor, que é o alvo final de uma ação dessas.

Um ótimo exemplo de como isso pode funcionar, e que não faz parte da Fórmula 1, foi dado pelo Grêmio hoje. O clube gaúcho iniciou uma parceria com a Hyundai para dar uma linha de consórcio especial a seu torcedor (leia aqui). No final, ganham todos. Que a F1 sirva de inspiração para aprendemos a pensar fora da básica exposição de marca.

domingo, 31 de outubro de 2010

O Campeonato pega Fogo. E Felipão e A Bola de Neve

O Cruzeiro igualou-se ao Fluminense em pontos ganhos com sua vitória do Grêmio, em Prudente, por 2 a 0. Perde, ainda, no saldo de gols, mas distancia-se três pontos do Corinthians o que, no entanto, faltando ainda seis rodadas e diante dos próximos jogos, não determina coisa nenhuma.



Ainda está tudo em aberto. Basta verificar os próximos jogos, por exemplo, se é que neste Campeonato daqui para a frente teremos algum jogo fácil: o Corinthians vai receber o Avaí, no Pacaembu, o que lhe dá teóricamente, a condição de favorito.



Enquanto isso, o líder Fluminense jogará contra o Inter, no Beira- Rio, o que é sempre um grande perigo, enquanto o Cruzeiro, em Minas, enfrentará o tradicionalmente difícil São Paulo.



Quer dizer: não é nada difícil que tudo se embole novamente. Assim, como no ano passado, creio, o Campeonato vai ser definido mesmo é bem perto de seu final. Talvez na última rodada.





PALMEIRAS: VITÓRIA E BOLA DE NEVE



Até que o Palmeiras venceu bem o Goiás, apesar do susto no final. O placar foi 3 a 2, mas o domínio do jogo esteve nos pés dos palmeirenses- um belíssimo gol de Tinga, o segundo de Márcio Araújo e o terceiro de Dinei contra um de Jones e outro de Everton Santos-, ah, tudo isso deu a impressão de um jogo de muitas alternativas, com muita gente se esquecendo do detalhe que quatro desses gols saíram nos últimos dez minutos.



O que não vem pegando bem e que me pareceu totalmente desnecessária é essa briga que Felipão criou com os repórteres desde a entrevista coletiva em Minas Gerais, depois do empate diante do Atlético. Como se sabe, sem ser ofendido, ao ser perguntado sobre a situação de Valdívia (e suai fibrose), pergunta mais do que natural, Felipão falou que estava sendo vítima de palhaçada dos repórteres, disse que um era “o mais palhaço de todos”, coisa e tal.



Neste sábado, em Barueri, os repórteres, que suam o dia inteiro para arrancar informações, foram ao estádio com nariz de palhaço, bem vermelho. Resultado: não houve entrevista do técnico e, pior, parte da torcida, se insurge contra a imprensa. Por quê? Não sei.



Tudo isso me parece perigoso Como uma bola de neve.

Patrocínio não é caridade

Daniele Hypólito colocou em pauta, via Twitter, uma interessante discussão para o esporte. Um dos principais nomes recentes da ginástica artística brasileira, Daniele desabafou que não consegue um patrocínio, mesmo tendo bons resultados esportivos. Tamanha desilusão fez com que a ginasta também questionasse o futuro dos atletas no país e, mais do que isso, qual o legado que os Jogos Olímpicos de 2016 deixarão ao país.

É absolutamente justo Daniele colocar o dedo na ferida e expor uma situação delicada que ela passa, mas desde que tenha sentido fazer esse desabafo. Sim, ela é uma dos maiores nomes da ginástica brasileira, tem em seu currículo muitas vitórias, excelentes resultados no passado e bom desempenho na atualidade. Mas será que ela é um bom produto para uma empresa investir?

Essa é a grande questão que tem de ficar na cabeça de quem busca o patrocínio. Por que uma empresa deve se associar a um atleta ou a um clube?

Patrocínio não pode ser encarado como caridade. Nem de um lado, nem de outro. Com a evolução do esporte como ferramenta de comunicação para as empresas, naturalmente não será mais uma ajuda que uma marca dará ao seu patrocinado, mas sim a busca de resultados que ele possa alcançar. Nesse sentido, nem sempre é o desempenho esportivo o que mais conta. Uma empresa pode buscar no esporte algum atributo que aquele atleta ou aquela modalidade traz. E isso não está atrelado necessariamente ao desempenho.

Um bom exemplo disso é a ex-tenista Anna Kournikova, uma das mais ricas do circuito sem ao menos ter vencido um torneio individual. Para as marcas, a imagem que ela representava era mais importante do que o desempenho em quadra. Da mesma forma, as gêmeas do nado sincronizado Bia e Branca Feres conseguem muito dinheiro explorando o lado sensual e a comunicação com o público jovem do que pelo que fazem nas piscinas.

Daniele Hypólito tem todo o direito de reclamar. Mas será que não falta aos atletas brasileiros ter um elaborado trabalho de valorização de sua marca, mostrando que não é só o desempenho esportivo que eles possuem um garantidor de retorno para o patrocínio?

Um dos bons reflexos de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos no Brasil é que as empresas passarão a entender melhor como investir no esporte. Falta o atleta compreender que a fase do "paitrocínio" está próxima da extinção.

O negocião da escolha de uma sede de megaevento

O escândalo que abala a escolha das candidaturas das Copas do Mundo de 2018 e 2022 nada mais é do que um reflexo do grande negócio que se tornou, desde a década de 2000, receber grandes eventos esportivos. Sob o discurso do legado que esses eventos proporcionam, esconde-se uma grandiosa cadeia de investimentos que recebe o país que abriga um megaevento.

A Fifa vive, agora, o mesmo momento mais do que delicado pelo qual passou o Comitê Olímpico Internacional com a escolha de Salt Lake City como sede dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2002. Um processo longo de escolha da sede, marcado pela participação de um bom número de candidatos que por sua vez tinham livre acesso aos avaliadores do COI. Uma década depois, o escândalo passa a ser da Fifa, que tentava manter sempre a aura de "lisura" em suas escolhas para sede de Copa do Mundo.

A Fifa que, é importante lembrar, havia feito um estardalhaço pelo acordão político que fez do Brasil único candidato à Copa de 2014. Joseph Blatter criticou a falta de outra alternativa para a América do Sul e apontou esse fato como motivo para, já em 2007, os países lançarem suas candidaturas para as Copas de 2018 E 2022. Com isso, o argumento do dirigente era de que os países teriam mais tempo para se preparar e, mais importante, o rodízio de continentes acabaria.

Na prática, a Copa de 2018 voltará para a Europa, enquanto que o torneio de 2022 poderá ocorrer na Ásia, América do Norte ou Oriente Médio. E essas definições foram abrindo espaço para muita bajulação e algo a mais sobre os delegados da Fifa que escolhem onde será o grande evento de futebol do planeta.

A grandiosidade desses eventos deu espaço para a falta de ética. Hoje, um país recebe bilhões de dólares em investimento para organizar um evento desses. A economia local fica aquecida por cerca de uma década por conta da competição. Diversos políticos se elegem por conta disso, vários empregos são criados, setores econômicos estagnados voltam a ver crescimento, etc. Além disso,o evento gera mídia espontânea do país organizador para todo o mundo, abrindo espaço para realização de novos negócios.

Sendo assim, abre-se caminho, infelizmente, para a manipulação de votos. Vale qualquer preço para que um país seja escolhido como sede de um evento monstruoso como uma Copa ou Olimpíada. Soma-se a isso uma estrutura corrompida como a do esporte e o que era para ser um grande negócio vira um "negocião" para poucos.

A Fifa poderia dar o exemplo e simplesmente cancelar o processo de escolha de sedes para 2018 e 2022, mudando todos os delegados e escolhendo uma comissão técnica, apartidária, para decidir onde serão os próximos Mundiais. Mas como quem escolhe está muito ligado a quem está no poder...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Estádios para a Copa ou para o país?

É sempre importante lembrar essa questão para um país que abrigará a Copa do Mundo. O maior risco que o Mundial pode representar é de que as exigências da Fifa tornem-se obrigação para que as cidades-sedes planejem megaestádios que depois do Mundial deixarão de ser usados, tornando-se enormes prejuízos para os seus administradores.

As edições desta quinta-feira de "Folha de São Paulo" e "O Estado de São Paulo" trazem matérias alarmantes sobre o futuro do Brasil pós-2014. No "Estadão", a promessa da Fifa de que, após o dia 31, quando se define quem serão o presidente e os governadores até 2014, começará a intensificar a cobrança para que os estádios fiquem prontos. Na "Folha", uma reportagem mostra que, até o final do ano, os dez estádios da Copa da África só serão usados 20 vezes nas quase 100 partidas da liga local. Ou seja, os estádios não atraem o interesse dos clubes. Mais preocupante ainda é a constatação de que o Soccer City, construído com financiamento público dentro de todos os padrões da Fifa, já abrigou uma partida do Orlando Pirates para apenas 5 mil pessoas (cabem 84 mil no local).

A realidade do pós-Copa é o que deveria ter balizado os projetos de estádios brasileiros. Não temos de fazer o Mundial pensando exclusivamente nas exigências da Fifa. Elas devem existir para aquele mês em que acontecem os jogos, mas depois disso quem tem de mandar em capacidade de assentos, número de camarotes e afins é a realidade local. Com quase todas as arenas da Copa-14 sendo públicas, o problema é ainda maior. Dinheiro da população para receber algo para o qual ela não foi previamente consultada se deseja ter, além de um enorme ponto de interrogação sobre o futuro dessas arenas após o furacão do torneio.

Os estádios, para a Copa, terão de receber, no máximo, sete jogos durante o período de um mês. Será que é preciso tanto investimento para isso? A demanda, depois do evento, continuará sendo parecida com a do período da Copa?

No mesmo dia 31 de outubro, o Brasil completará três anos de escolha da sede do Mundial. Faltam menos de três anos para o início da Copa das Confederações. Do jeito que está, seria melhor o país abdicar do direito de abrigar o evento. Porque é cada vez mais preocupante a imagem que vamos deixar para quem estiver por aqui em 2014 e o tamanho da conta que vai ficar para nós por conta dos estádios construídos para a Copa do Mundo.

Assunção e Deola salvam o Palmeiras. E Ronaldo vira Esperança.

O futebol é curioso, pois o Palmeiras poderia ter saído de Sucre já praticamente classificado, vencendo o Universitário de Sucre e a temível altitude por dois gols de diferença. Isso porque o gol de Lincoln, aproveitando o rebote do goleiro Lampe depois do chute de Kleber, foi legítimo. Absolutamente normal. E o juiz peruano, Vitor Carrilo anulou. Sem nenhuma explicação.



Mas como gol não valeu, o que valeu mesmo foi a vitória suada, sofrida e chorada por 1 a 0. O gol? Ah, para variar o autor foi Marcos Assunção, de falta, especialidade na qual é mestre, sendo hoje, sem dúvida, um dos melhores do futebol brasileiro nesse quesito. Diria até que, guardadas as devidas proporções, que seu estilo de bater na bola, em cobranças de falta, lembra o do mito Didi, apelidado “Folha Seca”. Um espetáculo.



Além de Assunção, o Palmeiras deve muito de sua vitória a Deola, com belíssimas defesas, façanhas que não são fáceis em especial na altitude- e Sucre fica a 2. 800 metros do nível do mar-, onde a bola toma velocidade e efeito às vezes incontroláveis.



No resto, o Palmeiras foi aquele que não chega a agradar, apesar da boa fase em termos de resultado: muito recuado, recheado de volantes, Valdívia (que se lesionou) em posição intermediária e Kleber sozinho, isolado, lá na frente.



Tanto que levou sufoco do Universitário no segundo tempo. Uma emoção que diria dispensável.



Em todo o caso, ganhou. E está quase classificado para a próxima fase.





RONALDO, UM SOPRO DE ESPERANÇA



A primeira impressão que tive ao tomar conhecimento da entrevista de Ronaldo Fenômeno não foi boa: logo agora? Mas, pensando bem, era preciso criar um fato novo, pois o Corinthians está resignado e cabisbaixo demais para seguir em frente.



Assim, foi oportuna a entrevista de Ronaldo, mostrando entusiasmo com sua volta já no domingo (contra o Guarani), revelando a intenção de jogar todas as partidas que faltam no Campeonato Brasileiro e até mesmo a intenção de convencer o técnico Carlos Alberto Parreira a dirigir o Corinthians.



Resumo da ópera: foi um sopro de esperança.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Hypermarcas deixa de ser tão "hyper" no Corinthians

A Hypermarcas decidiu tirar a marca do sabão em pó Assim da camisa do Corinthians (leia a matéria completa aqui). No lugar, vai colocar o logotipo da Avanço, sua marca de desodorantes, que já está estampada na axila dos jogadores. A decisão representa, literalmente, um avanço no conceito de aproveitamento das propriedades existentes na camisa de um clube de futebol.

Na prática, a camisa do Timão continua bastante poluída. Mas agora é uma marca a menos para confundir a cabeça de quem olha para o uniforme. A Hypermarcas passa a ter "apenas" três marcas suas estampadas: Avanço, Bozzano e Neo Química. Fica, agora, mais fácil para o torcedor identificar as três e relacioná-las ao patrocinador.

Obviamente continua a ser uma salada de logotipos o uniforme alvinegro. Além das três marcas do principal patrocinador, ocupam o espaço o banco Pan-Americano, a fabricante Nike, o próprio escudo do Corinthians e, por fim, nas costas da camisa, a marca da TIM dentro do número. Tudo isso gera astronômicos R$ 70 milhões ao clube (contando o aporte da Nike também).

Só que essa mudança da Hypermarcas mostra que o processo de fazer da camisa de um clube um painel de anúncios e ofertas está começando a acabar. A tendência é começar a haver uma queda nesse tipo de ação de patrocínio no esporte. Uma marca com muita exposição é mais eficiente do que várias com baixa exposição.

O "recuo" da Hypermarcas é extremamente saudável para o futuro do marketing esportivo no país. O Corinthians lançou a moda de poluir os uniformes. Agora, tem a chance de começar a fazer o movimento contrário. O primeiro indício foi dado com essa mudança estratégica do patrocinador. A preocupação de que, com isso, diminui o valor a ser pago pela empresa não é 100% verdade. Resta ao clube conseguir provar que sua camisa é extremamente valiosa. O caminho para isso começou a ser traçado. E é o primeiro passo para mostrar que há pesos diferentes para clubes de tamanho e entrega comercial diferentes no país.

Zé Eduardo Tornou Menos Infeliz a Noite do Corinthians

Normalmente, não poderia estar contente nem um pouquinho que perde- e de virada- de um dos lanternas do Campeonato Brasileiro. E muito menos sabendo que, dos últimos 12 pontos disputados, ganhou apenas dois, conta que seria quase fatal para um pretendente ao título de Campeão Brasileiro.



Pois tudo isso aconteceu ao Corinthians e, na verdade, ainda saiu no lucro: tanto a derrota para o Atlético Mineiro, por 2 a 1, como aquela continha dos dois pontinhos conquistados nos últimos 12, tudo isso fica menor diante do desastre do maior concorrente, o Fluminense, que foi derrotado pelo Santos, por 3 a 0.



Como? Não fica tudo igual? Nem tanto. O Corinthians perdeu jogando fora de casa e o Flu, no Engenhão- quer dizer, no Rio, dentro de seus domínios. Além disso, em um dos critérios de desempate, o de saldo de gols, a vantagem do Fluminense que era de quatro gols caiu para dois, lembrando que o Corinthians tem um jogo a menos- que será contra o Vasco, na próxima semana.



Assim, em relação ao Flu, a situação até melhorou. Poderia ter sido melhor caso Corinthians traduzisse em gols a sua superioridade no primeiro tempo, quando criou chances para ir bem mais além do gol marcado por Paulinho. No segundo tempo, mesmo desorganizado, o Atlético foi para o tudo ou nada, equilibrou as ações, teve coração e cabeçadas certeiras- Werley e Zé Luís viraram o placar e a emoção da torcida.



Mas, duas horas antes, quem jogou por todos foi um quase menino ruivo, camisa número 9 às costas, longe de ter a fama de um Neymar ou de um Ganso. Leva o nome de Zé Eduardo, já foi conhecido por Zé Love e fez gol de todo o jeito. Na verdade, três: um de “puxeta”, aproveitando rebote de chute de Neymar na trave: outro, de canhota, depois de chutão para a frente do zagueiro Durval: e o terceiro, de pé direito, escorando cruzamento.



Foram os três gols do Santos que liquidaram o Fluminense e animaram o Corinthians. Mesmo em noite de derrota.

Jonas, o Artilheiro. E os Outros?

Sempre gostei do futebol desse Jonas. Artilheiro do Campeonato Brasileiro, 17 gols. O atacante do Grêmio está bem à frente dos outros concorrentes na missão de balançar as redes. Aliás, o que faz com sucesso desde que começou no Guarani, tido como fenômeno, e nas fases de altos e baixos no Santos, na Portuguesa, no próprio Grêmio.



Jonas à parte, pergunto: por onde andam os outros artilheiros? São escassos em nosso futebol, hoje em dia, por vários motivos. Um deles é pelo êxodo, pois logo que aparece um goleador por aqui, logo ele vai ganhar seus milhões em outras praças.



Outro motivo- e este me parece ainda bem mais grave- é a mudança de estilo do nosso futebol que, fugindo de suas características, eliminou os pontas, exatamente aqueles tipicamente tupiniquins e que iam até a linha de fundo para cruzar a bola para os então goleadores. Pois os pontas sumiram.



Assim como praticamente sumiu a figura do meia - armador, o que se chamava de cerebral, o que colocava o artilheiro na boca do gol. Como num passe de mágica, o armador sumiu. Em seu lugar entrou um desses brucutus da vida.



E então, concluo, que a marca de Jonas- modesta até, se comparada a goleadores até recentes- passa a ser mais do significativa, transforma-se em desempenho heróico.



A que ponto chegamos!

domingo, 19 de setembro de 2010

A Topper ataca novamente o rúgbi

As peças publicitárias da Topper com o rúgbi vão virar, muito provavelmente, case de publicidade nos próximos anos. A empresa lançou agora três novas peças publicitárias em que fala dos progressos do esporte no Brasil. Sempre com a sacada de "destruir" a realidade atual da modalidade no país, a marca brinca com a seriedade do tratamento que o brasileiro dá ao esporte.

O projeto do rúgbi é sério e embasado em profissionais do mercado criando um programa de melhora de desempenho progressivo para o time brasileiro. Como toda modalidade pouco praticada no Brasil, o rúgbi carece de maior divulgação e, também, da quebra de alguns preconceitos.

Aí é que fica a grande dúvida da brincadeira da Topper com o rúgbi. E se um dia o esporte for, de fato, grande? Hoje é legal fazer a brincadeira de que somos pequenos e motivo de chacota entre as grandes potências do esporte. É, mais ou menos, como se o futebol do Bahrein quisesse se colocar no patamar de um Brasil, Argentina, Alemanha ou Itália da vida.

Mas qual a impressão que fica na cabeça das pessoas ao ver o único patrocinador de peso do rúgbi detonar o próprio esporte? Esse é o lado arriscado do humor. Ele passa a impressão de que não é sério. Sim, a mensagem final é sempre de que "isso ainda vai ser grande". Mas qual a credibilidade para o público leigo a respeito do rúgbi?

Geralmente o crescimento das grandes fabricantes de material esportivo se deu exatamente pela associação de seus produtos com equipes e atletas vencedores. Isso não significa mascarar a realidade, mas também não precisa atacar totalmente o seu patrocinado, mesmo que seja a real imagem que se tem dele atualmente. Não fosse a Topper uma marca que dependesse da venda de artigos esportivos, essa brincadeira com o rúgbi seria bem mais eficiente. A impressão que pode se dar para o consumidor é de que, assim como o rúgbi, a marca associada a ele ainda vai ser grande um dia. E, claramente, não é esse o posicionamento que uma marca deseja ter no mercado...

De qualquer forma, preocupações à parte, segue abaixo uma das três novas peças publicitárias. Todas geniais, diga-se de passagem.

Na Queda-de- Braço, Dorival Venceu apenas o Primeiro Round. E Depois?

Quando eu digo queda de braço- ou quem sabe uma imaginária luta de boxe- falo sobre um contexto em geral, mais precisamente do que vem daqui para a frente. Com justiça, por ser sério e generoso (já me referi no post anterior ao caso Paulo Henrique Ganso), o técnico Dorival Jr saiu vitorioso nesse embate contra Neymar: o menino-craque foi afastado, está fora do jogo diante do Guarani e vai treinar sozinho, no CT, durante o final da semana.



Combate encerrado? Não c reio, pois que a bem intencionada declaração do presidente Luís Álvaro Ribeiro, presidente do Santos, além de outras coisas, o caso será reavaliado na segunda-feira. Por sua vez, o agente e Neymar, Vagner Ribeiro, desafia o técnico a deixar o talentoso atacante ”de fora contra o Corinthians”.



Tudo vai depender dos resultados. Não me iludo. E quando falo que a corda vai arrebentar para o lado mais fraco, falo menos da direção do Santos- que fez todo o esforço para manter no Brasil um craque assediado por Chelsea e outros poderosos- do que da torcida que, na primeira derrota (e ah, se for contra o Corinthians) ficará quase que em peso a favor do jogador.



Já vi esse filme, muitas vezes. E o tal poder de comando é importante, sim, mas invisível. Já os gols, os dribles, a vitória... Tudo é detectado a olho nu, como interessa ao torcedor.





E cá entre nós, pelo menos segundo o relato dos que viram o acontecimento: a multa que doeu no bolso, o afastamento que doeu no ego, a opinião (em especial dos torcedores dos outros clubes), creio que tudo isso já é suficiente. Não é caso de condenação ao fogo do inferno e nem mesmo à decapitação: ou Neymar aprendeu a lição ou nunca mais!



Quem sai perdendo nessa história toda é o Santos, pagando pelo pecado que não cometeu. Há muitos clubes esperando por Dorival, há muitos milhões de euros esperando por Neymar.



E o Santos, bem o Santos que se vire e arque pela proeza da resistência.



Boa sorte, Santos! Pois que os outros, seus ricos funcionários, já a têm.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Tititi na Rodada. E mais: A Dança dos Técnicos, Intrigas...

Foi uma noite longe de ser calma. Será assim, de agora em diante, com o returno iniciado e os sonhos (da Libertadores, do título) e os medos (do rebaixamento) aflorando e tendo contornos mais claros?



Foi assim, nesta quinta-feira, no Pacaembu e em São Januário. No Pacaembu, o sempre comedido técnico Dorival Júnior. Lamentou que a “arbitragem não foi feliz”, além, é claro, de reafirmar a falta que Ganso faz e de defender, mais uma vez, o inoperante Keirrison, artilheiro que esqueceu o caminho das redes.



Gosto de Dorival. Mas ele não teve razão: o Botafogo ganhou por 1 a 0, em conclusão genial de “El Loco” Abreu, no finzinho da partida. Com isso, embora não tenha sido superior ao Santos (melhorou quando entrou o veloz Caio no ataque), o Bota deu um salto enorme na tabela, igualando-se ao poderoso Cruzeiro por pontos ganhos, vencendo, ainda, no critério de desempate. É, pois, o terceiro colocado no Campeonato.



Em São Januário, houve uma cena digna de ópera-bufa: o técnico do Vasco, Paulo César Gusmão, por sinal o único técnico invicto no Campeonato, deu a impressão de que iria entrar em campo e ser o protagonista de truculência inédita. Seus gestos eram frenéticos, sua fisionomia impressionava.



Ainda bem que foi só uma cena. Gusmão acabou expulso e, já de cabeça fria, na entrevista coletiva, amenizava tudo, dizendo que “não vou comentar arbitragem. Estou é pensando, já, no jogo contra o Palmeiras”.



Na verdade, o invicto Gusmão não teve nenhuma razão em sua revolta. Em campo, em partida na qual foi superior no primeiro tempo e retranqueiro no segundo, o seu Vasco empatara com o Atlético Mineiro em 1 a 1. Foi belo o gol de Éder Luís para o Vasco, legítimo o gol de Ricardinho para o Atlético, ao converter o pênalti (que existiu) de Nilton em Daniel Carvalho.



Reclamar do quê. Bem, nada comparável à cena de crise no líder Flu, onde o médico, Michel Simoni, pediu demissão do cargo, sentindo-se traído pelo artilheiro Fred- que o acusou, em entrevista, de o ter liberado para os treinos antes de estar totalmente recuperado.



Nada disso é inédito no futebol. E como se diz, vida-que-segue...



A INCRÍVEL DANÇA DOS TÉCNICOS E INTRIGAS DO FUTEBOL

Pode parecer uma brincadeira. Mas não é: indignada com o empate diante do Palmeiras (a que ponto chegou o velho Palestra!), a direção do Vitória decidiu-se pela demissão do técnico Toninho Cecílio. Em outros tempos, o empate seria motivo de festa.

Enquanto isso, na bela Fortaleza, quem perdia o emprego no Ceará era Mário Sérgio. O Ceará tinha sido vencido pelo líder do Campeonato, o Fluminense, no Rio.



E os casos de Toninho Cecílio e Mário Sérgio não são isolados no Campeonato Brasileiro. Pelo contrário, fazem parte da rotina do ano. Leio aqui mesmo, no UOL, que 20 técnicos já saíram de seus clubes durante a competição, média de um por rodada. O que me parece sem sentido.





Nem dá tempo de o técnico conhecer o elenco, saber com que esquema uma equipe pode render mais, típica coisa de imediatismo absurdo.

Motivado talvez pelo fantasma do rebaixamento num torneio equilibrado, onde quatro cairão. O exagero vem acontecendo e, embora eu não concorde que técnico é só algo a mais e quem ganha as partidas são os jogadores, sempre me lembro do amigo Dino Sani, jogador de classe e treinador de respeito que me disse: “Ao técnico cabe escalar bem o time. E pronto.”

Não é bem assim. Mas talvez a gente dê importância demais a esses senhores do comando. E quem perde é sempre o clube, pois, muitos deles, demitidos, injustamente ou não, passam o ano recebendo pelo contrato que assinaram. E, ao sentirem a instabilidade no emprego dos comandantes, os jogadores não perdem o respeito e passam a ignorar os gritos que vêm da beira do campo?







Pode parecer bobagem, coisa pouca. Mas essa dança dos técnicos, de tão frenética, deve fazer pensar. Ou repensar. É uma dança incomum e perigosa.




INTRIGAS DO FUTEBOL



1- Por que Marcelinho não foi lançado antes no São Paulo? Esse menino já foi craque na Copa São Paulo de juniores, sobrava na competição. Difícil responder. No caso, porém, ponto para Sérgio Baresi, jovem técnico tricolor, que teve coragem de suportar o nervosismo do garoto em seus primeiros jogos e agora o vê despontar como futura estrela do futebol brasileiro.


2- O Caso Lincoln: não sei o quanto ainda Lincoln está machucado ou em recuperação, mas pessoa próxima ao círculo de amigos (ou subordinados) de Felipão me contou que houve áspera conversa entre o técnico e o jogador. A razão teria sido uma reportagem publicada num diário especializado em esportes - nada a ver com a carta de cobrança, extra-judicial, de Lincoln para o clube. Essa pessoa próxima a Felipão - não o técnico - disse para minha fonte: "Esqueça o Lincoln”.

Não disse, no entanto, se é para esquecer por enquanto. Ou definitivamente.

R. Ceni: goleiro dos mil jogos e dos 100 gols

No início da década eu brincava com as marcas históricas para Rogério Ceni alcançar. O camisa 1 do tricolor à época achava difícil mas o tempo respondeu que era possível.

Hoje, a realidade é outra. Em breve, Ceni será dono de números mais impressionantes ainda. Além da fidelidade ao clube com vinte anos de estrada, o ídolo são-paulino completará 1000 partidas pelo tricolor e estufará as redes cem vezes. Simplesmente, histórico e incomparável.

Rogério Ceni – goleiro, artilheiro, roqueiro - entrou para o seleto grupo de grandes nomes que vestiram apenas uma camisa de clube ao longo da carreira. Algo cada vez mais raro na relação entre jogador e time nos dias de hoje.

Ele chegou sem pompas e transformou-se em líder no Morumbi, onde criou respeito e também despertou muita inveja.

RC sorriu nas conquistas do tri brasileiro, vibrou com a Libertadores e o mundial de 2005 mas também chorou e sofreu com as eliminações seguidas no torneio sul-americano.

Rogério Ceni, o goleiro-artilheiro dos mil jogos e dos 100 gols.

Seleção Portuguesa: Zico é um nome

Partiu da comunidade portuguesa no Brasil, dentro da Casa de Portugal em São Paulo, a sugestão para o galinho de quintino assumir a vaga de treinador da seleção portuguesa de futebol.

O técnico do time lusitano Carlos Queiroz foi demitido pela Federação Portuguesa e a contratação de um novo profissional é prioridade para a entidade. Já nos dias 8 e 12 de outubro, Portugal enfrenta Dinamarca e Islândia pelas eliminatória da Euro 2012.

Portugueses aqui do Brasil dão um pitaco e sugerem o nome do dirigente do Flamengo. Apesar de não ter sido convidado oficialmente, Zico em uma conversa por telefone antes do jogo São Paulo e Fla me disse estar lisonjeado com a indicação. Também lembrou ter o passaporte português e que o pai, Antunes, era português.

O histórico de técnicos brasileiros dirigindo a seleção portuguesa pode ter um peso na escolha. Otto Glória fez sucesso na Copa da Inglaterra em 66 e Felipão levou o time ao vice na Euro 2004 e ainda tocou a boa campanha na Copa da Alemanha dois anos depois.

domingo, 5 de setembro de 2010

Corinthians: uma Goleada de Quem Busca o Título!

E quando falo Corinthians, falo de uma singular cumplicidade entre o time e a torcida.



Contra o Goiás rabeira, é verdade, ainda mais dirigido por Jorginho o auxiliar de Dunga na defensiva Seleção Brasileira, o Timão até sofreu o primeiro gol, marcado pelo veterano Júnior.



É aí é que surge a cumplicidade, a energia que vem das arquibancadas a empurrar o time. Mesmo antes de ser expulso o volante goiano Amaral. O Corinthians já massacrava, chutara duas bolas no travessão. E como dizia minha santa avó “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. No caso, quem furou a retranca do time dirigido por Jorginho, o auxiliar de Dunga na defensiva Seleção Brasileira de Dunga na Copa, foi Bruno César. De cabeça, aproveitando-se do melhor jogador do Corinthians neste sábado, Iarley.



E a torcida, que lotava o Pacaembu, gritando, cúmplice na derrota parcial, no empate e depois na feliz goleada. 5 a 1!



A goleada, que surgiu no segundo tempo, foi mera conseqüência do total domínio corintiano. E os gols foram surgindo: Iarley, Jorge Henrique, novamente Iarley (de pênalti), Boquita. Poderia ter sido mais.



Mas também não era preciso. Time e torcida continuaram com sua cumplicidade até depois do apito final,, com os gritos que “aqui tem um bando de loucos, loucos por ti Corinthians”.



Torcida não ganha jogo. Mas que ajuda, ah, ajuda.!

Palmeiras, o Calvário do Crescimento.

São muitos os internautas que me perguntam, cobrando a posição sobre a Arena, que está difícil sair do papel. E também sobre o que penso de Beluzzo, presidente palestrino, ou se sou ou não parente de um voraz oposiconista a ele ou à situação do clube,.



Aproveito este sábado, em meio a um verdadeiro feriadão, para saciar a curiosidade.



1- Aprecio muito o trabalho de Luís Gonzaga de Mello Belluzzo, reverencio também a sua paixão pelo Palmeiras. Tem procurado fazer o melhor, pensar grande. É do tempo das grandes contratações- neste ano, por exemplo, só para citar alguns nomes, repatriou Felipão, Valdívia e trouxe de volta Kleber, o Gladiador. Sonha um Palestra Gigante.



Como nada é perfeito, claro que ele não conseguiu tudo o que queria, como colocar os pagamentos totalmente em dia e também não fez os gols necessários, pois embora centroavante amador em outras épocas, não tem jogado e nem feito os gols que diz que fazia.



Encontra séria resistência, principalmente da Oposição, que é saudável existir em todos os segmentos da sociedade, embora talvez não com tanta avidez pelo poder. Não deveria ser o bem do clube colocado em primeiro lugar? É sabido que o refinanciamento -ou coisa assim- conseguido junto ao BMG, que tinha como maior objetivo colocar tudo em dia, foi menor em função de um alerta que teria partido do próprio clube. E o calvário da Arena, cuja idéia até partiu de antigas gestões, vem se arrastando, corroendo os nervos de quem tenta erguê-la e sonhar com um futuro mais próspero.



Enfim, o Palmeiras ao Palmeiras pertence. E que se entendam, como deveriam em certo momento, situação e oposição.



2- De uma vez por todas, caro internautas, respondo: não sou parente e nem amigo desse senhor, Gilton Avallone.



3- Sobre a Arena, como perguntar não ofende, apenas um item: terá de ser interditado o Parque Antártica? Pois se um dos itens que atrapalham a construção da Arena é o barulho que podem causar na região os jogos e os shows, ora, esse barulho já não existe há muito tempo com as partidas e os eventos promovidos? Como leigo, creio que o incômodo seria menor em lugar fechado (como na Arena) do que agora...



E então, como leigo, considero a exigência um total contra-senso.



Diria mais: segue o Palmeiras vivendo o calvário em busca do crescimento. Como se fosse um pecador.Quem sabe, muitos ficariam satisfeitos se a opção fosse por modéstia franciscana, apequenando-se pelo resto dos tempos.

A Corrida do Milhão e o poder da novela da Globo

Novela das 21h na TV Globo, média de quase 40 pontos de audiência. Um dos produtos de maior penetração na sociedade brasileira hoje abriu espaço enorme nesta sexta-feira para promover a Stock Car.

O personagem de Marcelo Anthony, piloto da Stock, afirma numa reunião com um executivo da categoria que quer voltar a correr, mas avisa:

"Olha, eu não vou poder correr na Corrida do Milhão neste domingo, mas para a próxima prova eu estarei pronto".

A Globo promove, com isso, o próprio produto da casa, já que ela é uma das sócias da Stock Car. Se, no post anterior, falávamos da dificuldade de o basquete ter espaço na TV aberta, horas depois a emissora mostrou o quão pode ser parceira de uma modalidade.

Mas, nos dois casos, é essencial que haja um produto que possa ser promovido pela emissora. Por incrível que pareça, a Corrida do Milhão é, para o mercado brasileiro, um produto mais interessante do que um Mundial masculino de basquete. Nem mesmo os astros do bola ao cesto americanos são capazes de mover o torcedor para a frente da telinha.

O esporte precisa, sempre, encontrar o melhor produto que existe para promoção. Do contrário, estará caminhando lentamente para o ostracismo. O basquete é um desses exemplos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A importância da TV aberta para o esporte

O Brasil faz, na Turquia, uma de suas melhores apresentações num Mundial de basquete nos últimos anos. Mas quem está tendo acesso a esse desempenho do time brasileiro? O mau momento dentro de quadra faz com que o basquete deixe de ser um produto atraente para a TV aberta. Resultado: o esporte só é exibido nos canais a cabo, que não chegam nem a 10 milhões de lares no país.

Numa conta rápida, não chega a nem cerca de 1/6 da população brasileira as imagens ao vivo do desempenho de Leandrinho, Varejão e cia. Isso se considerarmos que todos os lares que possuem TV a cabo estarão ligados nos jogos do Mundial.

A ausência do esporte na TV aberta acaba impedindo a sua popularização. Em vez de mais pessoas acompanhando o basquete e, com isso, sentindo-se engajadas a consumir mais produtos e, quem sabe, ser um atleta profissional, temos uma situação de estrangulamento do esporte.

O vôlei cresceu no Brasil graças à popularização trazida pela TV aberta. Ajudou, é claro, o esporte ter tido melhor desempenho dentro de quadra, algo que falta há muitos anos para o basquete.

Resta saber, porém, se para a TV aberta também não é prejuízo mostrar o interesse pelo esporte apenas quando ele é vitorioso. Afinal, se uma modalidade esportiva não for forte o suficiente, é um produto a menos para ser inserido na grade de uma emissora.

O que a festa do centenário ensina aos clubes

Vale do Anhangabaú com mais de 100 mil pessoas numa terça-feira de madrugada. Só o futebol, no Brasil, é capaz de mobilizar um contingente assim de pessoas. Tal qual já havíamos visto com o Atlético-MG, em 2008, quando mais de 30 mil acompanharam as festas nas ruas de Belo Horizonte, ou em 2009, quando o Inter alcançou a marca de 100 mil sócios no ano do primeiro centenário do clube.

Foram precisos quase 15 anos desde o primeiro centenário de estardalhaço no país (com o Flamengo, em 95), para que o clube de futebol brasileiro começasse a entender o real significado de se completar 100 anos. Se, lá em 95, o Mengão quis construir o time dos sonhos e ser campeão de tudo (terminou sem ter nada) para celebrar seus 100 anos, agora a realidade é outra.

A prova melhor disso quem deu foi o Internacional, em 2009, quando montou toda uma estratégia de marketing para comemorar o aniversário. Ser campeão é bom a qualquer ano de vida do clube. Mas festejar 100 anos é motivo para muito envolvimento do torcedor com o clube.

E foi isso que acompanhamos nos últimos três centenários de grandes clubes. O Galo, mesmo com um time mal dentro de campo, depenado por goleada do Cruzeiro no Mineiro, fez o torcedor ir às ruas mostrar seu amor pelo time, consumiu produtos, rememorou a felicidade de ser atleticano. Da mesma forma, o Inter movimentou milhões em receita por conta do ano do primeiro centenário.

Agora, é a vez de o Corinthians mostrar que ser campeão é menos importante do que ter motivos para torcer por um clube. A festa de ontem, em São Paulo, será a típica história contada de pai para filho, daquelas que fazem uma nova geração se apaixonar por algo que é mágico, que não está ligado a vencer ou perder.

Quanto mais resgatar a fidelidade do torcedor, mais sucesso comercial um clube vai ter. Com mais dinheiro no caixa, mais investimentos no time podem ser feitos. E, logicamente, mais fácil será para um clube se sagrar campeão. É uma lógica aparentemente simples, e que não precisa de cem anos para ser colocada em prática...

Quem é o Bicho Papão do Campeonato?

Por enquanto, pelos números, é o Fluminense. Mas nem tanto. Sua diferença para o Corinthians (de 38 pontos ganhos do Flu para 34 do Timão) é enganosa, pois, como se sabe, o Flu já disputou um jogo a mais. E pelo futebol, em suas últimas três partidas no Maracanã, o time de Muricy Ramalho mostrou queda acentuada, pois não foi além do empate diante do Vasco, do São Paulo e do Palmeiras.

Na verdade, às vésperas das últimas rodadas do turno, é grande a indefinição para o futuro, já que ainda faltam 20 rodadas. E aí está o Santos, já em terceiro lugar no Campeonato, 30 pontos ganhos, ao lado do surpreendente Botafogo que, nas mãos de Joel Santana, tornou-se um time ofensivo, rápido e perigoso, assustando as defesas inimigas como Maicosuel e Jobson, por exemplo. Quanto ao time santista, do qual falei acima, está superando as ausências dos que foram embora e também do lesionado Ganso. Ah, o Santos tem Neymar...

E ao contrário de outros Campeonatos pelo mundo, onde os mesmos dois ou três são os favoritos, eis que, por aqui, também despontam o Inter e o Cruzeiro. Pode ser que o foco do Colorado esteja mais para o Mundial entre clubes, pode ser, mas ele surge forte, cheio de autoconfiança e já tem 28 pontos ganhos.

E com o mesmo número de pontos, surge uma equipe da melhor qualidade, o Cruzeiro. Outro dia estava contando e os dedos da mão quase não foram suficientes para enumerar a quantidade de atacantes que tem esse time: Thiago Ribeiro, Wellington Paulista, Robert, Wallison (que será uma sensação, quando estiver em forma) e o argentino Ernesto Farias. Fora o ótimo goleiro Fábio, a defesa segura e um meio-campo criativo, onde despontam o argentino Montillo e o volante-artilheiro Henrique.

Até o momento, todos esses clubes são candidatos. E sem descartar o que aconteceu no ano passado, por exemplo, quando vindo lá de baixo da tabela, o Flamengo arrancou de maneira espetacular e sagrou-se campeão.

Podemos ter também outros times emergentes, mas, dada a distância para os seis maiores candidatos, é difícil. Palmeiras e Atlético Mineiro, creio, vão mesmo é disputar a vaga na Libertadores através da Copa Sul-Americana que, a partir desta edição, oferece um lugarzinho na competição mais importante.

E você, amigo, tem o seu candidato - ou a sua zebra - ao título?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Revelações de Andrés Sanchez. E sua Bronca com o São Paulo.

Conversei mais de uma hora com o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, durante o programa "No Pique", que vai ao ar todos os domingos pela CNT. Sanchez não se negou a responder a nenhuma pergunta -as minhas e as dos companheiros de bancada - e pinço aqui, neste espaço algumas de suas declarações (além das que envolvem assuntos já sabidos como o novo estádio corintiano, a abertura da Copa do Mundo, o festejo pelo Centenário).

"Só posso garantir o Ronaldo até o fim do ano. Até agora, cumprimos tudo que prometemos a ele, ele cumpriu tudo que prometeu para a gente"

"O Ronaldinho Gaúcho não nos interessa. Não tem o perfil do clube. E nem seria o substituto em termos de marketing, para o Ronaldo"

"Terminando a minha gestão como presidente do Corinthians, vou para casa. Vou aproveitar a vida."

"Não tem essa de pretender assumir a presidência da CBF falando, mesmo se o Ricardo Teixeira for para comandar a Fifa. Eu sou Corinthians."

"Se eu prefiro ver o Corinthians ganhar do time do Jardim Leonor (São Paulo) ou do Palmeiras? Ah, prefiro ganhar do Palmeiras. É uma história antiga."

Quando fala em time do Jardim Leonor, o São Paulo, aí Andres Sanchez revela a bronca, a mágoa, com o tricolor. E sempre me intrigou saber o estopim desse sentimento pessoal - que, neste caso, não é tão pessoal mas de muitos corintianos, tanto, que nesta terça-feira, os muros do CT tricolor amanheceram pichados com frases tipo “A Copa é nossa. Freguês”. Desta vez, embora reconhecendo a mágoa com alguns diretores do São Paulo, Andrés não foi tão explícito quanto a questão, embora rememorasse um fato:

"Não se trata torcedor do Corinthiasns como eles trataram. Pareciam estar lidando com gado, não com o povo."

"O Corithians sempre foi o maior locatário do Morumbi, no entanto não éramos tratados com respeito."

É pode estar aí o principal motivo, o sentir-se humilhado num jogo do Cortinthians diante do São Paulo, no Morumbi, quando a torcida corintiana reclamou da quantidade de ingressos recebidos e muitos dos que estavam no estádio queixaram-se do confinamento a um pequeno espaço, separado do resto do estádio por uma grade de ferro.

Deve ter sido isso. Depois, bem depois, o Corinthians se recusou a jogar no Morumbi e Andrés Sanchez prometeu: "Enquanto eu for presidente, o Corinthians não joga mais aqui. A não ser quando eles forem os mandantes”.

E assim foi feito. Teve também o episódio da eleição do clube dos 13, quando o candidato de Ricardo Teixeira, Kleber Leite (que teve o voto de Sanchez) perdeu para Fabio Koff (que tever o voto de Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo), mais divergências, enquanto ainda relembrou no programa , ao vivo "Quem mais reclamava do Koff, em quem votou, era o Juvenal”.

Bem, que se saiba, então. A grande rivalidade do momento, ao contrário de outrtas épocas em São Paulo, não é mais entre Corinthians e Palmeiras. Elementar: a grande briga agora é entre São Paulo e Corinthians. Até pelo estádio da Copa.

Estranhas Situações do Futebol

1- Robinho no Milan. E Ronaldinho Gaúcho? Robinho não quis ir para a Turquia, isso já se sabe. Mas a sua chegada a Milão, segundo o site Milannews.it, está prevista para as 8h30 desta terça-feira. Ótimo. O Milan volta a ser ele mesmo, coma chegada do goleador Ibraimovic, tendo Pato como segundo atacante, o que leva a crer que começa a se confirmara notícia do jornal italiano La Reppublica que o plano de Berlusconi era o seguinte: Ibraimovic já, Robinho em janeiro (só que sua contratação está sendo antecipada) e Ronaldinho Gaúcho no Galaxi, dos Estados Unidos.



Será? Até aqui tudo se encaixa, porém... Há sempre um, porém, neste caso a belíssima atuação de Ronaldinho na rodada de abertura do Campeonato Italiano, depois da pálida exibição no amistoso contra o Barcelona.



O que me parece, à distancia, é que se trata de uma preparação para um futuro próximo, pois duvido que o Milan vá jogar com quatro jogadores ofensivos. E nenhum deles, dos craques acima citados. Gostaria de ficar na reserva.



Recebi um telefonema que me levantava a hipótese de o Palmeiras entrar na jogada, acreditando até em sua fantasia o ilustre amigo, que teria sido feita uma inédita reserva no BID- o que não acredito e nem me foi confirmada juridicamente. Creio que, para o ano vem, é possível: no momento me parece mais coerente a inda de Ronaldinho para o Galaxi- talvez agora, talvez para o começo do ano.



Em todo o caso...



2- Queixou- se, com razão, o herói tricolor do último domingo, Rogério Ceni, da falta de opções ofensivas do São Paulo contra o Fluminense. Na verdade, com Ricardo Oliveira e Fernandão com lesões, o São Paulo, pelas minhas contas, deu apenas um chute contra o gol de Flu no segundo tempo- aquele gol desperdiçado por Marcelinho, depois de cruzamento de Jorge Wagner.



E então, eu pergunto: o que de tão grave teria feito Dagoberto?Já o vi jogar bem pelo tricolor, veloz e raçudo, embora não tenha sido jamais, o super-atacante que se insinuava no Atlético Paranaense.



Não vivo o dia-dia do clube e nem sei o que Dagoberto possa ter feito ou deixado de fazer. Mas nesta fase, em que o São Paulo está há 5 jogos sem ganhar, que Dagol é um desperdício, ah, isso é.



3- Outro belo gol de Kleber, o Gladiador: nesta segunda-feira, depois de ter sido herói da vitória contra o Atlético Mineiro, ele concedeu entrevista coletiva e disse não aceitar a irregularidade do time e pediu, do jeito dele, ”mais vergonha na cara” do time- que entraria contra adversários mais frágeis, sem o necessário empenho, acreditando que a vitória virá a qualquer momento. O diabo é que não se dá nomes aos bois, ficando, então, no vazio,as advertências.

Os riscos de uma arena para a Copa do Mundo

A decisão foi política, como já tinha ficado claro desde o momento em que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, levantou o papel com o nome do Brasil escolhido para sede da Copa de 2014. Desde aquele já longínquo 30 de outubro de 2007, o Mundial brasileiro passou a ser um jogo político, em que o negócio e a racionalidade na gestão de recursos deram lugar a interesses pessoais e conjunturas para favorecimento e/ou prejuízo de outros.

O episódio mais recente disso é a escolha de um possível estádio corintiano para ser a sede paulistana durante a competição. Não, nada contra o Corinthians, ou a favor do São Paulo, do Morumbi, da Arena Palestra Itália ou do que quer que valha.

Esqueça a paixão clubística. Torça pela sua cidade, pelo seu dinheiro, pelo seu país.

São Paulo havia se preparado, desde sempre, para fazer a Copa no Morumbi. Recursos públicos seriam alocados para a melhoria da infraestrutura de transporte local (o que é dever do Estado, não há qualquer discussão sobre isso). Uma mudança de planos foi causada pela disputa política entre os presidentes da CBF e do São Paulo. E a cidade nessa?

Orgulhosa de ser o “motor do país”, a cidade de São Paulo é a que pior exemplo tem dado na gestão da Copa do Mundo. A arrogância paulistana mais uma vez falou mais alto. “Só nós somos capazes” é um lema que nós, paulistanos, adoramos usar. Mas a certeza de realização poderá ser cruel na questão do Mundial. Já se foram quase três anos desde que o Brasil foi escolhido como sede. Restam menos de três anos para o evento-teste da Fifa, que será a Copa das Confederações em 2013.

Dá para construir um novo estádio até lá? Sem dúvida. Mas e as questões urbanas, numa cidade tão complexa como São Paulo, são possíveis de serem resolvidas? Esse talvez seja o grande problema.

Ainda não há detalhes sobre o novo estádio corintiano. O que se sabe é que ele estará em Itaquera, região que, tal qual o Morumbi, carece de melhores investimentos em infraestrutura de transportes. Até aí, nada de novo. Mas será que em três anos é possível sanar essas deficiências? Capacidade de realização pode até ser que se tenha, mas com qual nível de qualidade? Qual é o exemplo que a cidade “motor” do país quer deixar?

Mais além disso, a questão seguinte é especificamente para o Corinthians. Um estádio em Itaquera é o melhor para o clube? Sem dúvida que é melhor do que se pagar a conta de aluguel do Pacaembu. Mas e o torcedor que já está acostumado, desde sempre, a ter o estádio municipal como “casa” do Timão? Ele vai concordar em ter de se deslocar para outro lugar? O hábito de consumo está intimamente ligado à região em que o estádio se localiza.

O estudo de viabilidade de uma arena é fundamental antes de sua construção. Se o Engenhão, por exemplo, tivesse feito o seu, perceberia que seria impossível manter um estádio daquele tamanho numa região distante do centro da cidade.

Em 1990, os italianos de Turim, uma espécie de São Paulo italiana, celebrou a construção do Delle Alpi para a Copa do Mundo. Afastado do centro, moderno (para a época), para ser usado pela maior torcida da cidade (e da Itália), não tinha como dar errado! A Juventus, 20 anos depois, já aprovou a construção de um estádio numa região mais central, para diminuir o prejuízo que tinha com a instalação “distante e fria”, como o próprio clube a classificou.

Em 1996, os holandeses de Amsterdã viram com certo receio a construção da Amsterdam Arena, numa região afastada do centro. Hoje, 15 anos depois, o local onde está o estádio é um dos mais valorizados centros de negócios da Europa. A arena tem casa cheia a maior parte do tempo e os imóveis da região passaram a valer muito dinheiro.

O que diferencia um caso do outro?

O primeiro estádio foi feito pensando-se na Copa do Mundo, sem preocupação com o conforto do torcedor e, também, com a facilidade de acesso ao local. O segundo, foi criado pensando-se em revitalizar uma área degradada de Amsterdã e oferecer uma arena adequada às exigências cada vez maiores do consumidor. O futebol é o motivo de tudo, mas o estádio e seu entorno foram construídos pensando-se em 24 horas de utilização, durante 365 dias do ano. Além disso, o Delle Alpi é gerenciado pela Juventus, enquanto que a arena de Amsterdã é controlada por uma empresa cuja função é fazer o local ser lucrativo e movimentado o tempo inteiro.

Quem vai gerenciar a nova arena do Corinthians? Como será o acesso do torcedor a ela?

Essas são questões que ainda estão de pé. E são fundamentais para que, de novo, a política não fale mais alto do que o negócio. Do contrário, a cidade de São Paulo terá um lindo e novo estádio para a abertura da Copa do Mundo. E, depois disso, ele será uma tremenda dor de cabeça para o dono dessa arena.

O estádio não pode ser pensado para a Copa do Mundo, mas sim para o dia-a-dia. Felizmente, a arena corintiana não será pública. É uma conta a menos para a população pagar.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A História do Palmeiras Não Merecia Esse Vexame. E o Drama do Craque Ganso.

Não, não poderia ser este o presente ao Palmeiras logo na noite de seu aniversário, O quê? Festejar seus 96 anos de vida perdendo para o rabeira (agora ex- lanterna), por 3 a 0, em pleno Pacaembu. E ainda levar um baile do Atlético Goianense? Ah, com todo o respeito, é demais.



Que fique bem claro: o Atlético jogou melhor, Elias- autor dos três gols-, foi o melhor em campo e o Palmeiras só incomodou o adversário superior em duas oportunidades, ou melhor, em duas pérolas do centroavante Tadeu. Na primeira, em lance grotesco, Tadeu furou, na cara do gol; na segunda, fez ainda pior, deu a impressão de chutar a própria perna direita com a outra, a canhota, que não encontrou a bola. Meu Deus!



Não se credite apenas a Tadeu a derrota. Na verdade, à exceção de Tinga e de alguns lampejos de Valdívia- este, ainda fora de forma e de ritmo, longe do El Mago conhecido- o time inteiro foi envolvido pelo Atlético, inclusive o goleiro Marcos, que seguramente falhou no segundo gol. E no terceiro, talvez, pois não foi sequer na bola.



Ao Atlético Goianiense, os méritos. Ao Palmeiras, a vergonha.



E o que fazer, então? Bem, em primeiro lugar, os jogadores de hoje do Palmeiras deveriam pedir desculpas aos ídolos do passado, os que vieram desde os tempos de Palestra, passando por aqueles que formaram a Academia (acredite!) entre outros tantos títulos e façanhas.



Depois, passado esquecido, por que não sugerir duas soluções práticas?



1- Se possível, dentro da lei, como se fazia antigamente, multar a todos por deficiência técnica. Uma punição que, desta ou outra forma, aconteceria com um trabalhador normal.



2- A diretoria de futebol apurar, em reunião oficial, se anda correto o preparo físico, dada a lentidão demonstrada. Ah, é claro,saber também da incidência das contusões musculares.



O resto, creio, é saber que a luta neste Campeonato Brasileiro é para não cair. E Copa Sul- Americana, quem sabe, quando Valdívia, Kleber e Lincoln estiverem em forma...



Contratar agora? Do jeito que está, com o que sobrou no mercado, acho que nem adianta mais.





O DRAMA DO CRAQUE GANSO



Foi difícil de acreditar: o menino Paulo Henrique Ganso, um dos mais preciosos talentos do nosso futebol, será operado do joelho, ligamento cruzado, inclusive, e estará fora dos campos por até seis meses. O que mais revolta é que foi num lance bobo, quando Neymar sofreu o pênalti diante do Grêmio, não parecia que a situação era tão grave.



Logo ele, Ganso, que acaba de chegar à Seleção, o parceiro de Neymar nas glórias do Santos, dono de estilo que faz lembrar- lembrar, eu disse!- o estilo de Zidane. Bem, aqui, é só um capítulo do drama, o do lamento.



Só que, creio essas contusões da atualidade não devem ser creditadas apenas à falta de sorte ou ao Destino. Cabem algumas reflexões, desde os treinamentos modernos são os mais adequados ao futebol, pois não me lembro serem tão comuns em outras épocas tantas lesões musculares, no púbis, nos ligamentos dos joelhos.



Enfim, perguntar não ofende, ofende? É muito cômodo apenas lamentar casos- como, por exemplo, este drama de Ganso. Melhor é discutir o assunto para evitar outros acontecimentos tão tristes quanto este.



Força menino!