Tempo Real

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Outro golaço de Liedson! E a volta de Valdívia...

Liedson fez mais um gol com a camisa do Corinthians. Desta vez, um golaço: lançado por Ralf, entrou em grande velocidade e, com um totozinho, encobriu o goleiro do Santos. Agora, já cinco gols em quatro jogos, média superior a um gol por jogo, o que chega a ser notável para um atacante que ficou tanto tempo no futebol português.

Se perguntarem quem, longo dos tempos, foi o melhor centroavante brasileiro, eu responderia Ronaldo. E Liedson, nem constaria da lista dos dez mais. Mas como o futebol é momento e cheio de ironias, eu diria que agora (favor não confundir), o ataque do Corinthians está mais perigoso e veloz do que vinha senso nos últimos tempos com Ronaldo Fenômeno.

Nesta tarde de domingo em que houve homenagem a Ronaldo e na qual o Corinthians venceu o clássico com o Santos por 3 a 1 (dois gols de Fábio Santos- um de falta e outro de pênalti- mais o de Liedson para o Corinthians; gol de Elano para o Santos, aliás, um belo gol), o astro Neymar foi pouco notado em campo. Deve estar precisando de um descanso, pois como diz o técnico Adílson Batista “ele é homem, não é máquina”.

E, no fim das contas, para o Corinthians que foi mais ofensivo, restou, mais uma vez, a curiosidade: quantos gols fará esse Liedson, que dificilmente passa um jogo sem estufar as redes?

VALDÍVIA VOLTOU. E COMO?

Creio que voltou só para ganhar ritmo de jogo, seguindo o script de sua recuperação total: nos lances em que o vi em ação, mostrou empenho, força de vontade e, o que é o principal, não colocou a mão na coxa esquerda, naquele gesto que sinalizava contusão. Jogadas brilhantes? Não aconteceram. Só uma tentativa aqui, um passe de calcanhar ali, mas acho que é só uma questão de tempo. Por enquanto, Valdívia jogou apenas 62 minutos contra o Mogi.

Quanto ao resultado do jogo, esse zero a zero com o Mogi Mirim, não é façanha para se comemorar nem para lamentar, O Palmeiras continua líder, mas também seu jogo ainda não convenceu. E revelou mais uma vez- e isso o próprio Gladiador reconheceu ao final do jogo- que necessita urgentemente de um centroavante, até para Kleber poder voltar à sua posição verdadeira.

Debate sobre a TV do Brasileiro se resume ao preço?

"Não importa se vem do Jardim Botânico ou da igreja. Leva quem der o maior cheque". A pérola é de Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG e revela um pouco do pensamento tacanho que toma conta dos dirigentes do futebol brasileiro na discussão sobre os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de futebol para o triênio 2012-2014.

Na visão apequenada do presidente do Galo, o que determina quem é o melhor parceiro comercial dos clubes é o dinheiro, nada além disso.

Nada que surpreenda, vindo de um dirigente que prega que o marketing representa apenas custo para um clube, não tendo qualquer utilidade além disso. Mas a frase de Kalil preocupa, principalmente, porque a ganância dos dirigentes tem feito com que o futebol brasileiro deixe de pensar no longo prazo para agir apenas no curto espaço de tempo, o que enfraquece a própria instituição.

Ao se balizar apenas pelo preço que é pago, os clubes colocam em segundo plano alguns detalhes importantes para o fortalecimento de seu produto no longo prazo. Não é só quem paga mais que vale mais. Não é o cheque que determina o valor de uma oferta. Ou pelo menos não deveria ser.

Nos anos 80, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu mudar radicalmente a imagem que as pessoas tinham dos Jogos Olímpicos. Para isso, apostou numa estratégia interessante de negociação do seu principal evento. Não era o preço que determinava qual emissora exibiria a competição, mas sim o engajamento dela com o evento e, principalmente, o alcance que ela teria no seu país. A lógica do comitê com essa decisão era fazer com que, com mais gente assistindo a seu evento, mais importante ele passaria a ser no longo prazo. E, aí, mais dinheiro o COI ganharia com a negociação não apenas da transmissão do torneio, mas também de patrocinadores e consumidores.

No futebol, a Fifa também buscou na Copa do Mundo de 2010 uma parceria comercial com a Sony que não foi baseada meramente no dinheiro. Com a fabricante japonesa, ficou estabelecido que além de pagar para ser patrocinadora da entidade, ela investiria na tecnologia necessária para transmitir 25 dos 64 jogos da competição em 3D. O retorno de imagem da Fifa com isso foi gigantesco, tanto que ela ganhou prêmio pela inovação no evento esportivo.

A concorrência que busca apenas o melhor preço domina, hoje, a gestão pública brasileira. Não se pensa na melhor entrega de produto, mas apenas naquilo que aparentemente gere mais dinheiro ou reduza mais custo para o cofre público. Não se faz nada pensando em melhor produto, em entrega mais eficiente e em melhor promoção daquilo que é feito.

É essa mentalidade que domina agora não apenas Alexandre Kalil, mas a maioria dos dirigentes dos clubes de futebol.

Recentemente, o Campeonato Catarinense de futebol optou por trocar de emissora, baseando-se na oferta financeiramente mais vantajosa e na promessa de que o jogo disputado nas noites de meio de semana começariam às 20h. Oferta aceita, começou o torneio e percebeu-se que a Record, que havia vencido a concorrência, não tinha retransmissora no interior do estado, limitando as transmissões à cidade de Florianópolis...

Nada contra a Record ou a favor da Globo. Mas, se quiserem pensar no longo prazo, os clubes têm de olhar muito mais do que o preço. Independentemente de qual é o cheque, o importante é saber quem é o parceiro e o que ele tem a oferecer. Essa é a melhor oferta possível para os clubes, que precisam ao mesmo tempo exigir isso de seu parceiro.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O melhor Ataque brasileiro de todos os tempos. Escale o seu.

A despedida de Ronaldo trouxe à tona o histórico de sua carreira e uma série de comparações sobre quem foi melhor, este ou aquele. Futebol é matéria opinativa e de época. E então, vamos escalar o melhor ataque brasileiro de todos os tempos? Não custa opinar um pouco sobre preferências.

É claro que leva vantagem os que foram vistos jogar. Mas vamos lá. Dos que vi jogar, meu ataque seria: Mané Garrincha, Ronaldo Fenômeno, Pelé e Romário. E já explico o porque de Romário mais para a esquerda, dando-me ao direito de escalar quatro atacantes, fórmula marcante de golear.

Bem, pela direita, o Anjo das Pernas Tortas, Mané Garrincha, o Charlie Chaplin de nosso futebol, pois brincava de driblar e, com isso, ganhou praticamente sozinho a Copa de 1962, no Chile quando já vinha o desânimo pela contusão de Pelé.

Mais para o meio, embora jamais tenha sido um centroavante fixo na área, escalo Ronaldo Fenômeno, impressionante em suas arrancadas, com dribles em velocidade.

Pelé nem precisa de explicação. Era perfeito em todos os fundamentos.

E Romário, nem tanto por gostar de usar a camisa 11 e mais pela velocidade que espantava os inimigos, bem que poderia ser deslocado mais pela esquerda.

Esse é o meu ataque brasileiro de todos os tempos.

E o seu, amigo, qual é?

A TV virou a desculpa para o C13 rachar de vez

Vai rachar. Pelo menos é isso que aparentemente se mostra no cenário de discussão dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para o triênio 2012-2014. Hoje, porém, esse racha parece mesmo ser para valer, diferentemente daqueles movimentos que desde 2004 acontecem dentro do C13.

Mas, por trás da questão da TV, está mesmo a questão política da entidade que, teoricamente, representa o interesse dos clubes do futebol brasileiro. Como já falei aqui no blog no ano passado, quando as eleições para a presidência do C13 quase terminaram com o fim da Era Fábio Koff, o problema todo é que não há um projeto para a gestão do futebol por parte dos clubes. O C13 não é independente, não atua apenas pensando na melhoria da situação dos clubes, não funciona como uma liga de fato.

Nos EUA, as ligas são empresas que têm os clubes como sócios e que, por causa disso, precisam dar lucro. A divisão do bolo de dinheiro arrecadado é feita de forma a todos terem o melhor nível de igualdade financeira para, então, aquele que for mais competente na esfera esportiva se sobressair. A lógica da meritocracia americana dita o funcionamento do esporte, tanto que o draft, que escolhe os melhores jogadores jovens para os times profissionais, ocorre de maneira inversa. Quem tem pior desempenho tem direito a ficar com o melhor jogador em seu time.

No futebol, em todo o mundo, a constituição do esporte é baseada, meramente, na força política das instituições. Ganha mais quem manda mais é a lógica que permeia a maioria das decisões do futebol.

O que acontece agora no Clube dos 13 é a essência dessa maneira de existir do futebol. A TV virou a desculpa para uma queda de braço política. Os dirigentes dos clubes não estão pensando com a cabeça no negócio. Não se debate o que vai gerar maior receita para os clubes no longo prazo. No discurso, porém, usa-se isso como argumento para um clube pender para um lado ou para o outro, mas não é a cabeça no negócio que determina o caminho a ser tomado.

Não tem como a comissão do C13 que discute as propostas das TVs ficar à parte da disputa política. Por mais que se tente chegar a uma definição tecnicamente melhor, a assinatura que vale é a do presidente do clube. E, como o dirigente tem de seguir a lógica do "pode mais quem manda mais", o impasse está criado.

Parece que agora o C13 racha de vez. E fica cada vez mais claro que o grande prejudicado, nisso tudo, será o futebol. A queda de braço política muito provavelmente vai culminar numa decisão inicial de intransigência de alguns clubes em assinar o acordo de TV. E isso deverá fazer com que, a princípio, nenhuma emissora esteja credenciada legalmente para transmitir a competição.

Enquanto os dirigentes acham maravilhoso elevar para quase R$ 700 milhões o valor recebido por todos os direitos de transmissão do Brasileirão, a NFL, liga mais profissionalizada do mundo, entra em 2012 com cerca de metade das transmissões na TV de um Brasileirão mas com receita de US$ 4 bilhões. Sim, é isso mesmo. Quase dez vezes mais do que o futebol brasileiro arrecada, mas tendo vendido apenas os direitos de transmissão para a televisão, sem contar internet, celular, pay-per-view, que geram alguns outros milhões para os cofres da liga...

A política contamina o negócio. Enquanto o modelo de gestão do futebol não for repensado, discussões vazias continuarão a imperar. E o produto futebol, sem valorização, continuará a achar que o que vale mesmo é ter alguns milhões no bolso sem se preocupar com a qualidade daquilo que se oferece para o público.

Quando certos jogos pelos Estaduais viram uma briga contra o bêbado

Momentos após o vexame do Fluminense, eliminado da Taça Guanabara pelo Boavista, e quatro dias antes do jogo em casa com o Nacional do Uruguai, Fred, ídolo tricolor, concedeu entrevista e disse: "Pelo menos temos um consolo na quarta-feira que é a Libertadores".

Como assim? Quer dizer que o principal torneio do continente, para o qual apenas se classificar já não é nada fácil, vira um mero prêmio de consolação diante do Campeonato Estadual, disputado anualmente pelos clubes? É isso mesmo?

Uma enorme inversão de valores. A realidade é deturpada por conta da supervalorização dos inchados e superestimados torneios domésticos, que já tiveram seus grandes dias. E o mais absurdo é que isso parte de um importante jogador do campeão nacional.

No mesmo dia o Internacional, que assumiu priorizar a Libertadores, da qual é o atual campeão, foi novamente eliminado antes da decisão do turno gaúcho, desta vez pelo Cruzeiro. O resultado? A implosão do chamado "time B", que vinha atuando no certame.

Será que os colorados imaginavam que, ao colocarem reservas e jovens promessas nos lugares dos seus principais e mais caros jogadores, venceriam seus adversários assim mesmo, de forma incontestável? Ora, havia um risco mais do que conhecido.

A decisão do Inter de mandar para o espaço a equipe secundária, que disputava o torneio menos importante, deverá sobrecarregar alguns atletas em determinados momentos. E aí aumenta o perigo na sonhada Libertadores. Qual é o plano, afinal?

É preciso coragem. Qual o dirigente capaz de, após eliminação em uma fase do Estadual, bancar a sua própria estratégia? Vejam o exemplo do Santos, outro que disputa a Libertadores e tem time para vencê-la. Perdeu no Pacaembu para o Corinthians, e...

Fica parecendo que os corintianos é que estão numa boa. Sim, os mesmos que protagonizaram o grande papelão do começo de temporada, sendo eliminados ainda na fase preliminar da Libertadores. Será que os santistas saberão lidar com isso?

Voltemos ao Rio de Janeiro. Depois da eliminação do Fluminense, foi a vez de o Flamengo superar o Botafogo, também nos pênaltis. O time rubro-negro tem grandes estrelas, mas ainda não se acertou. Falta muita coisa, ainda. Mas e se vencer a Taça Guanabara?

Bem, caso Ronaldinho e seus companheiros façam valer o óbvio favoritismo diante do minúsculo Boavista, muitos acreditarão que o Flamengo está em ótimo momento por garantir a vaga na decisão carioca. E aí virá a ilusão. Um risco. E o time tem a luta pela Copa do Brasil.

Campeonato Estadual é assim mesmo, especialmente quando se enfrenta um rival em crise ou um time pequeno. Quem está em competições mais importantes só tem a perder. É como brigar com bêbado. E neste fim de semana três times que estão na Libertadores apanharam.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cenas do Mercado da Bola

1- Alecsandro será o novo centroavante do Palmeiras? É o que me disseram. Embora a informação não tenha vindo de fonte oficial e do conhecido interesse do Vasco pelo jogador, acredito que isso possa mesmo acabar acontecendo.

Seria uma boa? Bem, melhor do que os centroavantes que o Palmeiras tem- Dinei, machucado, e Tadeu, por exemplo- Alecsandro é. Aliás, viveu bons momentos no Inter e vivia em paz com a torcida. Depois do Mundial de Clubes, na incrível eliminação para o Mazembe, tudo mudou.

Não acho que seja um craque ou jogador de explosão. Mas chuta razoavelmente bem, cabeceia com precisão, tem um certo porte físico para enfrentar os zagueiros dentro da área.

Pelo menos, com ele, Kleber poderá ser o segundo atacante. Como quase sempre foi.

2- Roberto Carlos dará seu adeus ao Corinthians? Tudo indica que sim. Leio que Roberto se diz ameaçado até por telefone e que para viver sob o clima de insegurança, prefere retornar ao Exterior.

Acho estranho tudo isso, pois Roberto Carlos nem jogou a segunda partida diante do Tolima- a que de fato eliminou o Corinthians. De qualquer maneira, já não o vejo como indispensável ao time, pois raras são hoje as arrancadas que ele apresenta- necessárias depois do fim dos pontas-, o que seria pedir muito para um jogador que já não é nenhum menino.

Enfim, seja como for, que esse caso tenha um desfecho feliz.

A ineficácia dos pontuais e da poluição das camisas

Fiz agora há pouco uma brincadeira pelo Twitter. Perguntei quem se lembrava, hoje, quinta-feira, de quantas marcas estiveram presentes nas camisas de Palmeiras e Corinthians no clássico do último domingo. Estipulei um prazo de um minuto para as respostas.

Simplesmente ninguém conseguiu acertar o número de marcas e logotipos envolvidos no clássico. E, claramente, todos estavam “chutando” seus resultados. Ampliei a enquete para quais eram as marcas que apareciam nas camisas. Em cerca de meia hora, foram mais de 20 palpites de pessoas diferentes. Mais uma vez, nenhum acerto.

O resultado não tem qualquer valor científico e está longe de ser encarado como definitivo, mas dá uma boa medida de quão ineficientes são os patrocínios pontuais e a poluição dos uniformes dos clubes.

O dérbi paulistano contou com 12 diferentes logomarcas estampadas nos uniformes dos dois times. Média de seis marcas para cada clube, mas que na proporção ficou com “vitória” do Palmeiras. Foram oito diferentes logotipos na camisa verde e seis na alvinegra. De todas elas, apenas duas eram iguais: a Tim, dentro do número dos times, e a logomarca do dérbi, criada em 2009 pelos dois times para simbolizar o clássico.

A pergunta que fica é simples. Será que as empresas sabem o retorno que estão tendo com esses patrocínios? No clássico, o Palmeiras teve ainda duas marcas que fizeram aportes pontuais (Seara, nas mangas, e Microlins, na parte da frente do calção). São, portanto, símbolos que não continuarão na camisa pelos próximos jogos.

Desde que o Corinthians loteou sua camisa para viabilizar a presença de Ronaldo no time, em 2009, o futebol tem achado que esse é o caminho para os clubes fazerem receita.

Até agora, a estratégia tem dado relativamente bom resultado. Para isso, os clubes usam números fabulosos de exposição em mídia das marcas que dão a entender que é mais barato pagar para patrocinar um time durante um jogo do que criar uma campanha publicitária e veiculá-la na mídia.

Mas qual é o impacto que o patrocínio pontual consegue ter? Ou, ainda, qual o impacto de patrocinar, por exemplo, o número da camisa do jogador?

O retorno de exposição da marca é um dos coeficientes que uma empresa deve levar em conta na hora em que vai patrocinar o esporte. Mas ela também tem de saber que não é só mídia que conta na hora de investir. É preciso ir além, buscar relacionamento com o torcedor, engajamento da marca com o clube e o público, ativar o patrocínio, ter boa exposição da marca, etc.

Enquanto o patrocínio no futebol for encarado só como exposição de marca, continuaremos a ter lindos relatórios de retorno de exposição da marca, mas quase nenhum retorno de lembrança de quem fez parte daquele jogo.

Ou o patrocinador abre os olhos para isso ou terá, em breve, problemas para defender dentro da empresa a manutenção de um patrocínio no esporte.

Roberto Carlos: ¨não quero sair mas¨

Um proposta tentadora do exterior, se confirmada oficialmente ao Corinthians, poderá levar o pentacampeão do mundo.

Eu conversei com Roberto Carlos por telefone e ele me garantiu que não deseja deixar o pq. São Jorge, embora tenha ficado preocupado com a reação da torcida após a eliminação do time na Libertadores. ¨Tenho família, quero tranquilidade¨, reclamou.

¨Já ando com muitos seguranças, não dá para ter mais¨, concluiu o lateral esquerdo.

Na conversa, Roberto Carlos me revelou que amanhã terá uma reunião com o presidente Andrés Sanchez e o procurador para definir o futuro.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

No clássico, Júlio César foi o herói do alívio do Corinthians.

Autor de belas defesas, o goleiro Júlio César, do Corinthians, reconhece que essa atuação diante do Palmeiras (vitória corintiana por 1 a 0, gol de Alessandro) talvez tenha sido a melhor de sua carreira.

E digamos, providencial.

Pois não se sabe a extensão da crise do Corinthians em caso de derrota para o velho rival. Com méritos para Alessandro, é claro, pelo gol marcado aos 38 minutos do segundo tempo ao entrar pelo meio da defesa do Palmeiras, a atuação de Júlio César foi de impressionar: ele defendeu nem sei quantos chutes de Kleber e, no último minuto, ao rebater o arremate do Gladiador cara a cara, Júlio ainda foi acompanhado pela sorte. No rebote, a cabeçada na trave, desvio de um zagueiro e a bola voltando para as mãos do goleiro.

Era a sorte acompanhando a competência.

Não sei se essa vitória diante do Palmeiras servirá para acabar de vez com a dor corintiana pela desclassificação na Libertadores pela Tolima. Servirá, porém, acalmar muito os ânimos e mostrar que há vida além do sonho da Libertadores.

O resultado foi justo? Em termos. Foi um jogo corrido, brigado, suado, mas sem requinte técnico. E no segundo tempo, quando o Palmeiras parecia melhor e atacava mais (daí as defesas de Júlio César), o Corinthians apostou no contra- ataque- e aí surgiu o gol de Alessandro, entrando na área como um meia, de surpresa, fatal.

E o Palmeiras? Permanece líder do Campeonato Paulista, os números dizem, mas não superou o primeiro grande teste. Sente, ainda a falta de um grande centroavante para atuar ao lado de Kleber. E sente também a ausência de um jogador como Valdívia, driblador e criativo.

Aliás, quando é que Valdívia voltará a jogar?

O rúgbi caminha para ser grande

O trocadilho com a campanha da Topper (que continuo achando genial, mas sem concordar com o posicionamento da marca em relação ao esporte que ela patrocina) é inevitável. Afinal, o rúgbi brasileiro parece que, aos poucos, realmente caminha para ser grande. Ou, pelo menos, para colocar o Brasil no mapa de um dos esportes mais populares do planeta e que movimenta muita grana em sua Copa do Mundo.

No final de semana esportivo balofo que acabamos de ter, o rúgbi brasileiro conseguiu a maior proeza da história do continente. Bateu a seleção da Argentina pela primeira vez num jogo de Sul-Americano (até então os Pumas nunca haviam sido derrotados por ninguém na América do Sul) e conseguiu o terceiro lugar inédito na competição.

O bronze no Sul-Americano assegurou a vaga do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no segundo semestre. Foi um feito e tanto de um país que, até pouco tempo atrás, era eterno freguês de Chile, Uruguai e Argentina. E qual a chave para o sucesso? Sem dúvida que a motivação não vem da campanha da Topper. Muito longe disso, apesar de que a presença de um patrocinador de peso é um sintoma de que a coisa vai bem.

Aqui mesmo nesse blog já tinha, há quase um ano e meio, cantado a bola de que o rúgbi parecia querer caminhar para o rumo da boa gestão, algo tão essencial para o desenvolvimento do esporte. Segue o link com a entrevista que fizemos, na Máquina do Esporte, com Eduardo Silveira Mufarrej.

Lá no cada vez mais distante 31 de julho de 2009 ele parecia um apaixonado falando do que esperava para o rúgbi brasileiro. Hoje, além de dar os parabéns a todos os envolvidos nesse feito do rúgbi brasileiro, já dá para falar que dá para acreditar que o rúgbi pode, sim, ainda ser grande no Brasil. Ou, pelo menos, mais respeitado. Clique aqui para ler a entrevista.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O Fiasco do Corinthians, no Adeus à Libertadores.

Não há desculpa que resista à eliminação do Corinthians ainda na fase Pré- Libertadores. Nem o fato de o Tolima, que entrou na disputa como o número 3 da Colômbia, dificilmente perder em casa nesses últimos tempos. Nem as declarações de Ronaldo, depois da derrota por 2 a 0 (gols de Santoya e Medina), citando o campo ruim como razão importantíssima para a derrota que acabou com o sonho da Fiel torcida nesta competição que tanto deseja.

Não foi o campo que eliminou o Corinthians, pois já tinha jogado mal em casa, no Pacaembu, naquele empate sem gols. Foram muitos os erros:

1- O lado esquerdo, com Castán e Fábio Santos, foi um desastre: no primeiro tempo, durante pelo menos 20 minutos, era um verdadeiro convite às investidas do Tolima por aquele setor da defesa corintiana. Um sufoco. Culpa também do técnico Tite, a quem caberia organizar a cobertura necessária.



2- Nenhum poder de armação: Ronaldo, longe de sua melhor forma, servia como pivô. Mas pivô para quem se Dentinho caía para um lado, Jorge Henrique para o outro e ninguém do meio-campo chegava como homem- surpresa? Assim, mais ou menos como fazia Elias. Paulinho não tem esse estilo.





3- No segundo tempo, o Corinthians melhorou um pouquinho porque adiantou a marcação. Se ninguém criava, pelo menos eram cortadas as jogadas colombianas. Mas isso durou pouco. Faltava ao Corinthians aquela personalidade guerreira, que existiu até na Libertadores do ano passado, quando a equipe foi eliminada pelo Flamengo, mas saiu de campo aplaudida.



Agora, sei lá qual será a reação diante da eliminação precoce. Lá se foi o sonho da Libertadores. E com mau futebol. Sei que a dor das derrotas dura menos tempo do que pensa e que, de repente, uma série de vitórias ou um título, coisa assim, é bem capaz de fazer a Fiel vibrar como de costume.

Tudo bem. Mas que o Corinthians é uma incógnita neste ano, ah, isso é. E também o atualmente prestigiado técnico Tite, que teve só essa derrota- mas que derrota! - pode ter o comando ameaçado num insucesso importante.

E logo agora, o Corinthians já enfrenta o Palmeiras- que virou líder do Campeonato Paulista- já no domingo, em seguida à sua eliminação da Libertadores. É claro que a Libertadores era muito mais importante, mas a tradição de um clássico, com a ferida ainda aberta, pode significar muita coisa.



O GRÊMIO FEZ A LIÇÃO DE CASA

Como registro, mais do que justo: apesar do incrível gol perdido por André Lima, com o gol aberto e sem goleiro, o Grêmio fez mais do que o necessário para safar-se desta Pré-Libertadores, ao vencer o uruguaio Liverpool, por 3 a 1. Um empate de zero a zero ou 1 a 1 já lhe bastava, mas, de virada, o Grêmio teve a v vitória como credencial. Ah, para ser justo: André Lima com um belo gol de cabeça- o do empate gremista- redimiu- se da falha incrível de antes.

Melhor para ele.

Planejar é preciso

Acredito que, nesses quase dois anos de blog, esse título já tenha sido usado mais de uma vez. E, agora, é ele que me vem à cabeça no que se refere a mais uma queda corintiana na Copa Santander Libertadores.

A derrota alvinegra está relacionada, diretamente, à falta de planejamento. O Corinthians da Libertadores de 2010 era, nitidamente, mais bem preparado que aquele derrotado na noite desta quarta-feira.

Em qualquer ramo de atividade profissional, planejamento e execução são muitas vezes a chave para o sucesso de uma empresa ou de um trabalho. No futebol, ainda mais atualmente, raras são as vezes em que um time consegue ter sucesso sem planejar a disputa de uma grande competição.

O ano ainda não está perdido para o Corinthians, mas o clube também precisa entender que 2011 já começou. E o que era mais valioso neste ano já virou história.

O problema, agora, será juntar os cacos da eliminação precoce na Libertadores. E, ao mesmo tempo, equilibrar as finanças. O Corinthians já perde em receita de bilheteria e por não jogar mais nenhuma competição internacional no ano. Precisa, também, encontrar um patrocinador para o lugar do Banco Pan-Americano, agora sem o apelo de disputar a Libertadores. Para piorar, é preciso esperar a poeira baixar e ver o que resta de relacionamento do torcedor com os jogadores. Do contrário, nem um bom planejamento salvará o ano alvinegro.

Fiasco inédito

ANDRES SANCHEZ faz história.
Depois de ter levado o Corinthians à segunda divisão nacional, eis que pela primeira vez, em seis participações brasileiras em pré-Libertadores, um time do país, exatamente o que ele comanda, é eliminado do torneio.
Que não se fale, aliás, amanhã, quando o Corinthians voltar a disputar uma Libertadores, que o clube participará pela décima vez da Taça.
Porque, de fato, a nona participação não se materializou, foi abortada, digamos assim, nas eliminatórias, do mesmo modo que na Copa do Mundo a participação que conta mesmo é a de quem chega à fase de grupos.
Palmeiras e Cruzeiro duas vezes; Goiás, Paraná Clube, Santos e Grêmio não passaram pelo vexame que o Corinthians passa neste momento, depois do desastre de Ibagué, que nem sequer tem a sonoridade do Maracanazo, ou do Sarriá e talvez só se compare à de Abu Dhabi, do Mazembe, quando o Inter também obteve o feito inédito de ser o primeiro clube sul-americano a ficar fora de uma final de Mundial de Clubes.
O Corinthians de Sanchez é um sucesso de marketing e um fracasso futebolístico, além de ter virado um clube de patricinhos mais chegados à cafajestagem do que aquele que se orgulhava, com motivos, de suas raízes populares.
Para não ser injusto, a grande marca da gestão Sanchez será um estatuto que proíbe a sua reeleição, o que denota, ao menos, uma certa autocrítica.
O pior é que o ambiente estelar contaminou até jogadores como Jucilei e Dentinho, que enfiaram uma máscara de embrulhar o estômago.
É óbvio que o Corinthians não tem obrigação de ganhar Libertadores e que até sua obsessão é meio sem sentido porque a vida não começa nem acaba na competição continental, embora até o peruano Ramírez já esteja contaminado.
Mas é mais óbvio ainda que o Tolima não poderia entrar para a história centenária do Corinthians como entrou ontem à noite na Colômbia.
E entrou porque mandou em quase todo o primeiro tempo, quando já fez por merecer os 2 a 0 do segundo tempo.
Verdade que o Corinthians começou os 45 minutos finais jogando bem melhor, quando perdeu três boas chances de marcar até tomar, aos 21min, o gol de Santoya.
Que de santo não tem nada, é apenas mais um diabo na descontrolada vida corintiana.