Tempo Real

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Rivaldo reabre a discussão da ética no futebol

Se tocarmos na ferida, e penso que seja necessário mesmo, Rivaldo não deve ser o único obrigado a adotar o símbolo da ética no futebol.

Na pele de jogador do São Paulo e presidente do Mogi Mirim, o pentacampeão fere o princípio básico das condutas profissionais regidas por algumas regras de moral e de direito. As ligações perigosas na área em que atua, nos leva a analisar o conflito de interesses.

Um olhar crítico em outra direções, no entanto, é obrigatório, na minha visão: jogadores donos de clubes ou empresas que agenciam outros atletas, dirigentes donos de direitos federativos de jogadores, empresas que atuam ao mesmo tempo nas áreas de comunicação, marketing e venda de publicidade estática, jornalistas que fazem assessorias públicas ou veladas nas áreas de atuação ou jornalistas que financiam outros colegas (blogueiros) na surdina para ataques pessoais.

Para pensar com a cabeça no travesseiro e não atirar a primeira pedra em Rivaldo…

Acredite: o Corinthians não venceu o Tolima.

E poderia ter sido pior: aos 25 minutos do primeiro tempo, o veloz colombiano Murillo, lançado nas costas da zaga corintiana- que, em futebol, fazia a chamada linha burra, sem ninguém na sobra-, invadiu a área, driblou o goleiro Júlio César e empurrou a bola para as redes.

Gol do Tolima. Gol? Não, pois foi marcado impedimento. Impedimento que a tevê mostrou que não existia (o tira-teima da Globo apontou posição legal do atacante, 25 centímetros), embora a jogada não fosse tão fácil de ser detectada. Mas foi gol do Tolima, gol legal. Anulado.

É verdade que, no segundo tempo, Ronaldo teve boa chance e o lance também foi anulado por impedimento que não existiu. Mas a oportunidade não era tão clara quanto a de Murillo.

Esse começo foi para confirmar que o Corinthians nem deve lamentar esse empate de 0 a 0 diante do Tolima, num Pacaembu onde predominavam rostos tensos, aflitos e, depois, atônitos. O Corinthians deve é lamentar o seu mau futebol, sem criatividade, sem brilho, por vezes estático. Como jogou mal o Timão! Qual foi a grande defesa do goleiro colombiano?

E o Tolima nada tem de brilhante. É uma equipe que congestiona o meio- campo, que toca razoavelmente bem a bola e tem esse Murillo à frente. Nada que assuste. E não foi violento, nem manhoso e nem catimbeiro. Nada: futebolzinho feijão com arroz.

Péssimo foi o Corinthians, sem elemento surpresa (tipo Elias), sem velocidade pelas laterais, com Ronaldo na função do pivô que jamais foi (seu estilo é outro), sem ligação do meio-campo com o ataque, sem firmeza na defesa.

Nem tudo está perdido. “Não pode é desesperar”, como disse Roberto Carlos, pois apesar de tudo, um empate com gols na Colômbia classificaria o Corinthians. Ou então, como deveria rezar a lógica, uma vitória simples, com um golzinho apenas.

Mas não com o futebol que se viu nesta noite de quarta-feira.



GRÊMIO: UM EMPATE MELHOR

E por quê? Elementar: o Grêmio também empatou, sim, mas por 2 a 2 com o Liverpool, no Uruguai. E fora de casa. Agora para ultrapassar essa fase de Pré- Libertadores, basta empatar por zero a zero ou 1 a 1, em Porto Alegre. Uma situação, na teoria, bem mais cômoda do que do Corinthians.

Os gols foram se sucedendo, dando a impressão de um placar super-elástico no primeiro tempo. André Lima abriu a contagem, Franco empatou para o Liverpool, Douglas colocou o Grêmio na frente, Guevara empatou para os uruguaios.

E parou por aí.

Bom para o Grêmio, que não precisa de muito para seguir em frente.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Gol é com o Santos. E o tropeço do Corinthians.

Qual é o mistério desse Santos que, mesmo desfalcado, está a fazer muitos gols em todos os jogos? Elementar, meu caro amigo: joga no ataque, a descobrir espaços e em função do gol, como se tivesse uma forma, um estilo bem definido, aliás, de acordo com sua histórica vocação de atuar.

Pois foi assim neste domingo, sob o forte calor de Presidente Prudente, desta vez sem Zé Eduardo (que está indo para o futebol italiano), mas com Elano já quase à vontade no reencontro com o antigo clube e Maikon Leite infernizando a defesa inimiga, caindo pela direita e pela esquerda, aos dribles.

E o Santos, pois que gol é com ele mesmo, foi indo 1, 2, 3, 4 (gols de Elano- dois- Keirrison e Maikon Leite), deixando sua marca, permitindo, no entanto que o Grêmio diminuísse com os gols de Rômulo e Douglas. Santos, 4 a 2, com 11 gols em três jogos, muito boa para um começo de temporada.

Fico a pensar como será com Neymar, Diogo e, mais à frente, Paulo Henrique Ganso...



O TROPEÇO DO CORINTHIANS

Ainda outro dia elogiei, neste espaço, a atuação de Roberto Carlos. Neste domingo, porém, no empate diante do Noroeste, no Pacaembu, no empate de 1 a 1, o veterano lateral não esteve bem: foi o maior responsável pelo c ontra-ataque- ao matar a bola de canela, embora longe do gol- que propiciou ao adversário o gol de empate. Gol de Thiago Marin.

Antes, no primeiro tempo, Dentinho abrira a contagem, insinuando que o Corinthians não teria muitas dificuldades para sair vencedor. No entanto, sem determinação ofensiva, não fez por merecer.

Agora, uma pergunta: será que a proximidade do jogo diante do Tolima (25 mil ingressos já vendidos), ainda que inconscientemente não mexeu com a cabeça e os nervos dos jogadores, que poderiam estar preocupados com uma eventual contusão? Afinal, agora é Pré- Libertadores, a obrigação da classificação, coisa e tal. Creio que isso nem os jogadores talvez possam responder.

Um palpitezinho: não creio que o Tolima seja capaz de assustar o Corinthians. Ah, não creio mesmo.

(OBSERVAÇÃO: ainda neste espaço, depois, o jogo do Palmeiras e uma reflexão da Seleção Sub-20, que empatou com a Bolívia em 1 a 1).

Rivaldo e a falta de planejamento do São Paulo

A contratação de Rivaldo pelo São Paulo foi no susto. Certamente enquanto estourava o champanhe na virada do ano, Juvenal Juvêncio nem sonhava que ele seria o camisa dez renomado desejado pelo clube.

Aconteceu a visita do craque ao vestiário tricolor, começaram os comentários, a torcida gostou, a diretoria se empolgou e negócio vingou. Foi como uma bola de neve.

Rivaldo pode dar certo no Morumbi, e boas oportunidades têm que ser aproveitadas, mas sua chegada mostra que o São Paulo começa 2011 agindo por reflexo, dependendo mais dos impulsos de seu presidente do que de um planejamento. Foi assim por exemplo com a mal resolvida efetivação de Sérgio Baresi como treinador, depois abortada.

O episódio do pré-contrato de Miranda com o Atlético de Madrid foi outra demonstração de como às vezes o clube deixa de se programar em questões básicas. Poderia ter negociado antes com o beque e feito um novo contrato com ele. Na pior das hipóteses, ganharia um dinheiro com a sua saída.

Curiosamente, sobra planejamento em temas mais distantes do time principal, como a reforma do CT de Cotia, custeada com dinheiro da Lei de Incentivo ao Esporte.

Com Rivaldo, Carpegiani ganha um jogador de qualidade para ajudar na armação e no ataque. Mas é um veterano. Será necessário alguém habilidoso e com mais gás para se revezar com ele, principalmente no Brasileirão.

Contudo, antes mesmo de chegar, Rivaldo já desempenhou um papel importante no Morumbi. Ofuscou o pré-lançamento da candidatura de Juvenal, apoiada numa brecha estatutária. Um prato cheio para os críticos do presidente, mas que esfriou graças à negociação com Rivaldo. Mas nem isso parece ter sido planejado. Tem mais jeito de coincidência.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Com folga, Tirone é o novo presidente do Palmeiras. E a rodada.

Quem esperava uma eleição apertada, estava enganado: Arnaldo Tirone não só confirmou o seu favoritismo como venceu por larga margem de votos, além da imaginada. O novo presidente do Palmeiras teve 158 votos contra 96 de Paulo Nobre e 21 de Salvador Hugo Palaia- uma vitória, convenhamos, indiscutível.

Na verdade, foi uma goleada da Oposição que além do presidente, elegeu os quatro vices- Roberto Frizzo, Edvaldo Frasson Teixeira, Mário Gianini e Walter José Munhoz. Frizzo, provavelmente, estará mais voltado para o futebol. Pelo menos é o que se comentava antes das eleições.

Por falar em futebol, Arnaldo Tirone, o pai do novo presidente foi um competente diretor de futebol, chegando até a fazer dobradinha com o famoso Ferrúcio Sandoli, na época da primeira Academia, em meados dos anos 60. Só para relembrar a equipe: Valdir, Djalma Santos, Djalma Dias, Carabina e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; Gildo, Servílio, Tupãzinho e Rinaldo, entrando no segundo tempo Ademar Pantera e, mesmo assim, sendo o artilheiro do time.

Se o filho tiver a mesma vocação e a mesma sorte...

O palmeirense espera pela pacificação. Quem sabe?

Em tempo: não estive presente no local das eleições, mas valho-me da reportagem do UOL para lamentar o incidente com um fotógrafo, Thiago Vieira, que foi indelicado em suas brincadeiras, via Twitter, durante o pleito. Mas também não posso compactuar com reações exacerbadas.



A RODADA

Um breve resumo da rodada:

1- O líder Santos (por saldo de gols) voltou a ganhar- e bem- desta vez do Mirassol, por 3 a 0. Mesmo desfalcado. Curioso é que dois jogadores balançaram de novo as redes: Zé Eduardo, que se especula ainda possa ira para a Itália, por duas vezes, e Maikon Leite, que há pouco tempo assinou um pré-contrato com Palmeiras, a partir de junho, por 5 anos. Como é que vai ficar a situação de Maikon? Há uma multa rescisória...



2- O São Paulo ganhou fácil do São Bernardo, 3 a 0, com um gol sem- querer de Dagoberto, um normal de Marlos e um belíssimo gol de Fernandinho- este, depois de driblar o zagueiro e enfiar a bola entre as pernas do goleiro. O tricolor também já tem seis pontos ganhos.





3- Ao sair de campo, Roberto Carlos considerou justo o empate do Corinthians diante do Bragantino, 1 a 1, em Bragança: “É duro jogar neste campo e o time do Bragantino está correndo bem”- disse o lateral. O gol contra de Chicão deixou o Bragantino sair na frente, vindo o empate ainda no primeiro tempo, num gol de cabeça de Jorge Henrique. Gol de centroavante.



Mas o Corinthians precisa mesmo de um camisa 9, de ofício, quando o Fenômeno não puder jogar.

Marco Aurélio Cunha: “Não era mais ouvido no São Paulo, por isso saí”

Marco Aurélio Cunha assinou nesta quarta-feira sua rescisão contratual (sem multa) com o São Paulo. Confira a entrevista com o ex-superintendente de futebol do clube, que alterna declarações escancaradas e sutilezas escondidas nas entrelinhas.

O senhor vai formalizar sua demissão hoje?

Não. O pedido informal foi feito em dezembro. Assinei a rescisão ontem. É bom deixar claro que não recebi nenhuma multa, indenização. Saio sem receber nenhum valor do São Paulo. E não existe possibilidade de eu vir a cobrar o clube no futuro. Não fiz isso há 20 anos quando fui demitido porque o grupo do Juvenal Juvêncio perdeu a eleição, não farei agora.

Quais motivos o levaram a pedir demissão?

Senti que meu grau de influência estava sendo pequeno. A minha influência diminuiu a ponto de eu não ser mais ouvido. Na rua eu sou cobrado como se eu fosse o São Paulo, tenho a cara do clube, mas lá dentro eu não tinha mais aquele poder de persuasão, minhas opiniões não eram levadas mais em conta. Então, não era justo eu continuar a ser cobrado assim.

Quais opiniões não foram levadas em conta?

São assuntos internos, não vou expor as feridas. Mas as vitórias levam a alguns abusos, fazem as pessoas saírem da realidade, eu tentava corrigir isso. Aí eu era a pessoa desagradável.

Tem a ver com as saídas do Muricy Ramalho e do Ricardo Gomes?

Eu achava que o Muricy poderia ter saído de outra forma, com uma porta aberta para ele voltar no futuro. Mas isso é difícil no futebol, não entenderam assim. Ficou claro que eu não era mais ouvido na saída do Ricardo. Argumentei que ele tinha bons números, mas resolveram mudar tudo sem planejamento, apostar na base sem nenhum cuidado. Não me consultaram, não me ouviram quando falei dos riscos.

Como conselheiro, se o Juvenal for candidato, vai votar nele?

Como amigo, gostaria que ele não fosse candidato, porque sua administração foi brilhante e ele só vai ter desgaste. Não sou jurista para saber se é legal ou não a candidatura dele. Vou ouvir as pessoas. Não posso dizer se votaria nele ou na oposição, pois não pensei no meu voto ainda.

Pode ser candidato à presidência?

Agora não.

A demissão tem a ver com a carta distribuída pelo conselheiro Edson Lapolla afirmando não ser ético um conselheiro ser remunerado como funcionário ainda mais para quem é da Comissão de Ética da Câmara Municipal, como o senhor?

Zero. Você acha que vou ligar para o que o Lapolla fala? Saí porque achava injusto ser cobrado nas ruas como se eu fosse o São Paulo sem ter poder para mudar o que eu achava errado. Se não me ouviam, eu não era mais útil, não fazia mais sentido ficar lá. Abri mão da visibilidade e de um salário que era economicamente importante. Poderia enrolar o São Paulo, ficar lá mais uns três anos recebendo salário, depois ser demitido e pegar uma indenização. Saí e mostrei que quando sinalizei no ano passado que pediria demissão não estava fazendo ameaçazinhas, como alguns no clube disseram. Mais gente deveria fazer o que eu fiz: ir embora.

Quem?

Tá cheio de gente que vive lá no São Paulo apenas por conta do cargo, só para ter o cargo, cargo não remunerado. Deveriam sair também. Ao me recusar a continuar ganhando sem ser ouvido, mostrei que não sou um são-paulino que quer tirar proveito do clube. Outros deveriam mostrar isso também.

O senhor continuará trabalhando no futebol?

De alguma forma vou. Tenho muitos amigos que me pedem ajuda, tem o pessoal de Santa Catarina que sempre me procura. Vou continuar porque não sou como uns que estão aí, que são da iniciativa privada e caíram no futebol. Eu sempre fui do futebol.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Muita calma com o Fenômeno. E Moreno é o 9 ideal?

Ronaldo Fenômeno será poupado do próximo jogo do Corinthians. E pelo que vi diante da Portuguesa, embora ele tenha dado duas “canetas” geniais e honrado o cargo de capitão, é uma precaução correta: ele ainda não está em forma, tem um histórico de lesões musculares e não valeria a pena arriscar sua participação na Pré- Libertadores. Ronaldo é fundamental.

Aliás, apesar de todas as tentativas por um grande centroavante, por enquanto Ronaldo Fenômeno é o único, de ofício, no Corinthians. Um amigo corintiano, bem- informado quanto aos bastidores do clube, me diz que ainda há uma ponta de esperança sobrea vinda de Luís Fabiano. Acho difícil, no momento. O nome da vez, ao que parece, é o de Marcelo Moreno, jogador que, em seus tempos de Cruzeiro, fez muitos gols.

E agora? Bem, para começar, se o preço for mesmo o de 9 milhões de euro s(mais de 20 milhões de reais), nem pensar. Trata-se de um goleador, é verdade, mas está longe de ser craque e, na Ucrânia, desde 2008,vinculado ao Shakhtar Donetsk- já foi emprestado duas vezes- uma para o futebol alemão e a outra para o futebol inglês. Ao que consta, sem sucesso.

De qualquer maneira, já o vi atuar bem pelo Cruzeiro e pela Seleção da Bolívia. Pode ser uma questão de estilo de jogo. Quem sabe?

No entanto, não ouso afirmar que Moreno seria o centroavante ideal na ausência de Ronaldo.

O esporte pelo social

No vôlei, a Unilever fará três partidas com renda destinada às vítimas das enchentes no Rio de Janeiro e com arrecadação de alimentos e demais materiais necessários para ajudar os desabrigados. No futebol, o Clube dos 13 fechou parceria com a Cruz Vermelha para tentar ajudar de alguma forma. No tênis, o Instituto Gustavo Kuerten recebe doações das mais diversas para colaborar. Na mídia, a TV Esporte Interativo abre espaço para que as pessoas também colaborem.

O esporte entendeu que tem uma função social importante. Infelizmente, como em quase tudo que acontece em nossa vida, percebemos a necessidade de mobilização quando a tragédia já está posta.

Nunca é tarde para poder ajudar. Só que seria interessante se houvesse uma preocupação constante do esporte com o lado social. Na Europa e nos Estados Unidos, já está enraizada na cultura esportiva a necessidade de usar sua força de mobilização social.

É só uma questão de responsabilidade de quem consegue, como poucos, mobilizar tanto as pessoas. Não é só o esporte quem agradece.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ronaldinho vale a pena?

Você já conhece minha tese: “Contratação boa é aquela que dá certo”. Aliás, a tese não é minha, emprestei do Wanderley Nogueira. Comentarista esportivo deve apontar tendência, avaliar prós e contras, mas garantir o futuro é impossível. O mundo é assim também para os médicos, economistas, técnicos, jogadores…

Nas ciências exatas o acerto é comum. Não é o caso do futebol.

Saindo do muro e respondendo a questão, acredito que contratar Ronaldinho só vale a pena se não custar nada para o clube. Caso contrário sou contra. Ronaldo Fenômeno valeu a pena porque “paga” para jogar no Corinthians. Sua receita é maior que sua despesa. Hoje, Ronaldo é mais imagem que futebol. Tecnicamente jogou pouco. No ano passado foi uma decepção. Em 2009 foi bem. mas ganhou dois torneios de segundo nível: Paulista e Copa do Brasil. Faça as contas. É óbvio que não vale a pena pagar milhões para ganhar um regional e uma vaga para a Libertadores. O Sport Recife conseguiu isso pagando bem menos. Até o São Caetano chegou lá, sem quebrar o clube.

Hoje, futebol virou imagem, principalmente no Brasil.

Alguns jogadores que não têm mais espaço na Europa, tecnicamente falando, voltam para o Brasil. Aqui, ganham fortunas, mesmo sem jogar bem. Ganham porque tem alguém que paga, é óbvio. Estão corretos. Aproveitam a inversão de valores. Hoje, o garoto além de jogar bem precisa chamar atenção, como os nerds esfomeados do “Big Brother”. Vale tudo pela fama e dinheiro. Se o cara tem talento, não importa muito. O importante é que ele consiga vender camisas, patrocínios e criar escândalos. Se for pelo Twitter então, melhor ainda. O importante é aparecer.

Tecnicamente, Ronaldinho está devendo há anos. O craque leva uma vantagem: nunca teve lesões graves. Isso abre uma perspectiva boa para o futuro, pois ainda é jovem. Tem tudo para jogar na Copa de 2014. Porém, vai ter que provar que ainda pode voltar a ser um atleta profissional. Nos últimos anos, virou pipoqueiro. Não decidiu nada. Perdeu até para o Gabiru.

Não existe bola de crsital, mas neste momento vejo Ronaldinho como um jogador do passado.

Esta tendência pode mudar, é claro. Ronaldinho só depende dele. O desafio é com ele mesmo.

Kaká cai na real

“Passei momentos muito ruins nestes meses, sem saber sequer se voltaria a jogar”, afirmou Kaká, em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo jornal espanhol “As”.

“Quando ele saiu da mesa de operações, não sabíamos realmente quando ele iria voltar. “, disse o médico Marc Martens que operou Kaká.

Martens criou polêmica na ocasião da cirurgia, ao dizer que o meia disputou a Copa do Mundo com sérios problemas físicos, correndo risco de comprometer a carreira. “Ele não deveria ter atuado”, reiterou o médico na época.

Não é tudo muito estranho?

No dia 21 de junho do ano passado, durante a Copa do Mundo, dei a nota abaixo em minha coluna na “Folha de S.Paulo”.

“KAKÁ DESMENTIRÁ, assim como o médico da seleção brasileira. Mas o fato é que ele está sofrendo para jogar esta Copa do Mundo e pode, como Guga, até encerrar sua bela trajetória no futebol muito mais rapidamente do que gostaria”.

Kaká foi à loucura a tal ponto que atribuiu a notícia a perseguição religiosa…