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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ronaldinho, Mais um Sonho desfeito? E o Santos mais forte...

A quem pudesse interessar, só faltava essa exigência do Milan para liberar Ronaldinho Gaúcho: uma quantia em torno dos 17 milhões de reais pelos seis meses que ainda restam de seu contrato. Quem paga? Nem os investidores do Grêmio, creio, e nem outro clube brasileiro, pois essa quantia e mais os salários do jogador, ah, isso seria- caso o Milan insista em sua pretensão-, verdadeira bola de neve, praticamente sem chance de retorno.

Assim como no caso de Adriano, cuja novela terminou sem um final feliz para quem sonhava com seus gols, o sonho da volta de Ronaldinho (que o Grêmio já dava como quase certa) terá o mesmo desfecho. É uma história que, acredito, vá ficar para outra vez. Quem sabe no meio do ano que está chegando?

E o curioso é que nenhum dos dois navegam em maré boa em seus clubes. Adriano até agora, na Roma, não fez um gol sequer; por sua vez, embora idolatrado pelo dono do clube, Sílvio Berlusconi, Ronaldinho amarga um nada agradável banco de reservas.

O SANTOS, AINDA MAIS FORTE.

O porteiro aqui do prédio, seu Souza, santista de fé, anda esperançoso com o seu Santos. E não é para menos. A contratação de Jonathan, que já foi comentada neste espaço, insisto que foi excelente: trata-se de um lateral-direito ousado, driblador e ofensivo, capaz de alimentar bem o meio-campo e o ataque pelo seu lado.

Além disso, o Santos repatriou Elano, bom jogador, que atua mais para o time do que para a torcida e sempre faz seus golzinhos. Com volta do craque Ganso, mais a manutenção de Neymar e os outros bons jogadores que já tinha, eis o Santos com cara e jeito de bela equipe. Ah, claro, falta Keirrisson voltar a ser o que já foi no Coritiba e em seu começo de Palmeiras- o goleador que até agora, na Vila, não recuperou a arte de estufar as redes.

São boas as perspectivas desse Santos. O amigo há de concordar.

O penta, o fim da virada de mesa e o promissor 2002

Se 2001 representou um ano turbulento para o esporte em todo o mundo, o ano seguinte foi de muito mais esperança, especialmente na gestão do futebol brasileiro. Foi o ano do pentacampeonato mundial, do fim das viradas de mesa na bola brasileira e, mais do que isso, do início de uma mudança de comportamento do dirigente esportivo com o torcedor.

A queda das Torres Gêmeas em setembro de 2001 deixou uma marca em toda a estrutura de vida do americano, que com isso fechou-se ainda mais na gestão de seus esportes. Nascar, NFL e as demais ligas do país viraram meios de o americano exercer seu patriotismo e relembrar o golpe sofrido com os atentados terroristas.

Na Europa, ainda sob efeito da quebra dos grandes grupos de marketing e mídia, os direitos de transmissão despencaram, as fontes de receita dos clubes diminuíram sensivelmente e, por fim, a importação de atletas sofreu uma queda significativa. Com isso, o mercado do futebol, especialmente, teve de se reajustar e reordenar a uma realidade financeira mais “pobre”, por assim dizer. Levando em conta o valor superdimensionado em que se encontrava o futebol europeu, a readequação foi mais do que necessária.

No Brasil, porém, 2002 marcou um ano de profundas mudanças que têm seus reflexos nos dias atuais. Por mais que as CPIs não tenham gerado uma punição direta aos grandes envolvidos nos escândalos levantados, os trabalhos sobre a elite dos dirigentes esportivos do país serviram para provocarem significativas alterações na estrutura do futebol o que, consequentemente, levou os outros esportes a reboque.

A conquista do pentacampeonato mundial pela seleção brasileira é emblemática nesse sentido. Afinal, a vitória no Japão e na Coreia devolveu a confiança no futebol nacional. Se, antes da Copa, nem mesmo a TV Globo tinha conseguido vender todas as cotas de publicidade para o evento, depois dela ficou claro para as empresas que investir no futebol nacional era uma necessidade.

O penta deu à CBF, também, a calma que a entidade precisava para tirar a pressão da opinião pública sobre seus dirigentes, especialmente Ricardo Teixeira. Numa manobra política, logo após o Mundial o chefão do futebol no Brasil fortaleceu-se ao colocar fim aos campeonatos regionais e devolver aos Estaduais sua importância. Isso freou a ordenação dos clubes, que gerenciavam as ligas regionais ao passo que abriu caminho para que a CBF fizesse o Campeonato Brasileiro por pontos corridos, o que significou um “cala-boca” para a mídia que tanto criticava a entidade (e Teixeira, principalmente) de abandonar o futebol no país.

Ao mesmo tempo, fora do futebol, o vôlei nacional retomava o caminho de vitórias com Bernardinho no comando da seleção masculina. O título mundial de 2002, o primeiro da história do país, abriu espaço para a retomada da soberania do Brasil na modalidade, ao passo que serviu para “substituir” o efeito Guga, que começava a cair em aproveitamento devido às lesões no quadril.

O segundo semestre do ano, porém, foi o mais significativo, especialmente para o futebol. A queda de Palmeiras e Botafogo para a Série B do Campeonato Brasileiro, sem a possibilidade de uma “virada de mesa” mudar o regulamento da competição, foi importante para dar mais credibilidade à competição.

No campo da política, o fim do ano representou o alicerce para a criação do Estatuto do Torcedor e da responsabilização de dirigentes por maus tratos na gestão dos clubes.

No apagar das luzes do governo Fernando Henrique Cardoso, o Grupo de Trabalho Especial (GTE) do Ministério do Esporte e Turismo conseguiu terminar o projeto de criação do Estatuto do Torcedor, que viria a ser sancionado no governo Lula. Ao mesmo tempo, FHC conseguiu aprovar Medida Provisória que responsabilizava os maus dirigentes com seus próprios bens em gestões temerárias dos clubes e entidades esportivas. A chamada Lei de Moralização foi fundamental para que os cartolas começassem a deixar de achar que eram “mágicos” e passasem a gerenciar os clubes de forma mais responsável.

O Estatuto do Torcedor foi fundamental para que o torcedor passasse a ser colocado em plano de destaque dentro dos projetos dos clubes. Algo que ainda engatinhava no Brasil, mas que já era óbvio para os gestores esportivos nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Quem paga a maior parte da conta do esporte é o seu torcedor. Se ele não for alçado à condição de estrela, não tem como sustentar uma entidade esportiva.

No final das contas, todas essas mudanças deram um sopro de esperança para o ano de 2003, o primeiro em que o Brasil teria a principal competição do futebol jogada em pontos corridos, possibilitando que o planejamento da temporada fosse facilitado. Tanto para os clubes quanto para as empresas.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Os craques voltaram ou deixaram de ser craques?

Primeiro foi Fred, depois Adriano, Ronaldo, Robinho e por aí vai. Nos dois últimos anos, tivemos uma sensação boa de que o futebol brasileiro passou a se organizar para fazer com que grandes jogadores voltassem a atuar pelo país, equilibrando um pouco a balança tão desigual em favor da Europa (principalmente) e de outros centros mais ricos da bola.

Mas será que são os craques que estão voltando ou então o futebol brasileiro deixou de ter tanto craque tipo exportação assim?

A situação econômica mundial e a própria qualidade técnica dos nossos jogadores ajudam a explicar um pouco esse fenômeno. Sim, o faturamento dos clubes de futebol do Brasil se aproxima, e muito, de diversos clubes europeus. Já começamos a colocar clubes entre os top 50 do mundo em faturamento, mesmo com uma moeda que, no mínimo, tem metade do valor da de lá. Isso já foi suficiente para acabar com o primeiro problema que tínhamos, que era a saída de muito jogador para locais mais distantes, que davam melhores condições para o atleta viver.

O Leste Europeu ou o Oriente Médio turbinado por bilionários do petróleo já não são destino certo de nossos jogadores mais jovens (com 17, 18 anos) ou um pouco mais velhos (acima de 25) como foi há meia década. Agora, o jogador pensa muito bem antes de sair do país e ir para qualquer lugar no exterior.

Mas, da mesma forma, a volta de atletas para o Brasil tem muito a ver com o interesse pelo jogador brasileiro lá fora. O atleta que se segura firme na Europa e não cogita voltar ao país está no auge das formas física e técnica. São casos, numa lembrança rápida, de Júlio César, Maicon, Lúcio, Luisão, David Luiz, Alex (Chelsea), Thiago Silva, Breno, Ramires, Lucas, Alexandre Pato, Kaká... A lista é vasta. O Brasil continua como o principal produtor de pé-de-obra para os gramados europeus, mesmo com os clubes europeus também se preocupando mais pela formação de atletas, como reflexo do sucesso do Barcelona e da seleção espanhola, formados, praticamentes, nas categorias de base do clube catalão.

A volta de grandes nomes como os citados no início do post tem, portanto, muito a ver com o desinteresse do mercado europeu em bancar altos salários para baixo rendimento dentro de campo. Há quanto tempo Adriano não joga bem na Europa? Ronaldinho Gaúcho não é mais aquele melhor do mundo desde quando? Como Robinho voltou ao país depois de ser encostado na reserva do Manchester City? O craque já não é tão craque assim.

A diferença é que, agora, o futebol brasileiro tem dinheiro para contratar esse atleta antes de ele encerrar a carreira. Antes, era improvável achar que um Ronaldo ou um Ronaldinho poderiam atuar no país com tantos milhões ganhos no exterior. Só que, aqui, há hoje chance de que esses milhões apareçam com algum patrocinador disposto a bancar a contratação desse jogador. Mesmo assim, alguns clubes ainda fazem loucuras financeiras para que o atleta regresse, mesmo sem ter a garantia técnica de que ele vá ter uma boa performance dentro de campo, algo que a Europa com menos dinheiro deixa de fazer.

Se conseguirmos, nos próximos anos, usar essa melhoria na vida econômica, turbinar ainda mais os ganhos do futebol (as receitas oriundas do torcedor ainda estão adormecidas na maioria dos clubes) e souber gerenciar melhor os campeonatos daqui, sem dúvida que poderemos reduzir sensivelmente a exportação de nosso pé-de-obra.

Os dois melhores termômetros para isso são Ganso e Neymar. Até quando vamos conseguir mantê-los em atividade no país? A volta de craques que inspiraram esses atletas é um bom motivo para eles quererem continuar por aqui. Pode ser o início de um ciclo virtuoso do futebol brasileiro. Mas, hoje, são os pseudo-craques, mas nomes de grande história em nosso futebol, que estão de volta ao Brasil.

A Volta Por Cima

Às vésperas do Ano Novo, sempre com aquela pitadinha de mais otimismo- até comum à época-que tal refletirmos sobre notícias recentes e que podem significar a volta por cima? Por exemplo:

1- O Corinthians no ataque! É o que pretende o técnico Tite ao revelar que vai reviver na próxima temporada o trio atacante que deu certo em 2009: Jorge Henrique, Ronaldo Fenômeno e Dentinho. Como sabe que não terá o futebol de Ronaldo em todos os jogos, Tite, entre outros reforços, não descarta totalmente Adriano, embora reconheça que o negócio ficou mais difícil. Aliás, o Imperador voltou a afirmar no Rio, nesta segunda-feira, que continuará na Roma. Acredito. Mas em futebol, a História ensina, nunca se sabe...



2- Kaká de volta! Sem jogar desde a partida em que o Brasil foi eliminado pela Holanda na Copa do Mundo da África, Kaká tem sua volta aos campos marcada para o dia 6 de janeiro. A imprensa espanhola noticia que ele frequenta o clube, em busca da recuperação, até nos dias das festas. Trata-se de um grande jogador e um belo exemplo.



3- Ronaldinho Gaúcho, o Resgate? A chuva adiou o encontro entre Assis, irmão e procurador de Ronaldinho, e Galliani, homem forte do futebol do Milan- que está no Rio. Como já disse, a não ser por uma divergência financeira entre o procurador e o clube de Milão, creio que Renato Gaúcho está certo ao considerar em “90 por cento ou mais” a volta do craque ao time que o revelou. E de onde saiu tão cedo.

Seria uma volta por cima para ambos, clube e jogador.



4- Valdívia, xodó da torcida do Palmeiras: não sei se ainda é tanto quanto já foi depois desses meses de estiagem. Mas que continua xodó e esperança, ah, isso continua. Por estes dias, tenho ouvido de torcedores do Palmeiras palavras de preocupação quanto ao seu futuro e à harmonia com a Comissão Técnica. E a grande maioria dos torcedores, é claro, torcendo para que tudo acabe bem e o chileno reviva o futebol que lhe rendeu o apelido de “El Mago”.



Seria outra volta por cima.



5- Jobson e o futebol de menino-craque: dele já falei recentemente. Mas insisto: se conseguir driblar o comportamento fora de campo, que foi problemático no Botafogo, será atacante de raras virtudes, ousado e driblador, para sorte do Atlético Mineiro. E para sorte dele, Jobson, também.

Não custa repetir: outra volta por cima, pois não?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel

Querido Papai Noel, mais um ano vem chegando ao fim e, com ele, meus sinceros votos de que nós possamos ter um 2011 ainda melhor. Acredito que eu tenha sido um bom menino e, por isso mesmo, segue a minha listinha de presentes para este Natal. O senhor, como bom velhinho que é, verá que não peço nada material, apenas algumas melhorias para que o nosso futebol brasileiro seja ainda melhor, mais forte e, claro, traga mais alegrias para as pessoas.

Afinal, já que esse é o espírito que devemos preservar no Natal, porque não procurarmos ganhar de presente um montão de coisa que pode ajudar a termos um 2011 melhor?

Então, querido Papai Noel, segue aqui a minha listinha. Escolhi 11 presentes, já que um time de futebol que se preze precisa ter 11 jogadores em campo, e também o ano que vem é 2011. Ah, sei lá por que. Só veja se o senhor pode me ajudar, por favor.

1 – O senhor pode fazer com que a imprensa decida realmente só dar a notícia de que um jogador fechou com um clube quando de fato a negociação estiver concretizada? Não aguento mais o dever de informar ser suprimido pelo dever de vender jornal, de aumentar a audiência, etc. E o compromisso com o leitor, onde é que foi parar?

2 – Dê, para cada clube da Série A do Campeonato Brasileiro, uma mala de cada uma das cores existentes, por favor! Assim, quando chegarmos lá em novembro de 2011, todos colocam suas malas coloridas à venda. Quem sabe, desse jeito, vamos voltar a falar do que de fato interessa, que é o resultado dentro de campo, e não da maracutaia que pode, talvez, quem sabe, existir.

3 – O senhor tem alguma espécie de calculadora-punidora? Queria que o senhor presenteasse os clubes com ela. E não precisa ser só do Brasil, não! Funcionaria mais ou menos assim. Quando o dirigente fizer a conta e descobrir que ela vai ficar negativa, ele toma um choque. Acho que isso ajudaria a fazer com que os clubes voltassem a pagar os jogadores em dia, parassem de contrair mais dívidas e, finalmente, buscassem novas fontes de receita para ajudar a fechar o ano no azul. Não é assim que a gente tenta fazer lá em casa?

4 – É possível instituir uma regra que faça com que a Conmebol e a CBF resolvam não meter o bedelho em nenhuma competição do futebol na América do Sul e no Brasil? Veja só, querido Papai Noel, sei que esse presente deve ser o mais difícil de conseguir. Mas imagine só como seria mais legal se, em vez do interesse político, a gente buscasse deixar o campeonato o mais interessante possível equiparando todas as equipes e dando o maior senso de justiça para um torneio. Imagine só? O campeonato começaria e terminaria com a mesma regra, sem mudar o número de times classificados para este ou outro torneio, sem nenhuma bagunça...

5 – Papai Noel, esse pedido aqui, se o senhor conseguir entregar esse anterior, pode riscar da lista. É o seguinte: tem como a gente reduzir de vez os Estaduais? Não quero acabar com eles, acho que eles têm a sua graça. Mas não com tanta gente! É mais ou menos como festa muito lotada. Perde aquele charme, não é mesmo? Não dá para deixar em 10 datas o Estadual?

6 – Por favor, Papai Noel, arrume um jeito de entregar, na casa de alguns treinadores e de alguns jornalistas, um pó mágico, que faça com que eles sejam menos rancorosos neste 2011 que vem chegando. Quem sabe assim até as modorrentas entrevistas coletivas após os jogos sejam legais! Eu sei que é difícil, mas já que o senhor pode dar qualquer presente...

7 – O senhor pode entregar aos clubes uma camisa de futebol menos poluída? É como se o sonho do torcedor fosse realizado, entende? O que ele gosta é da camisa do time apenas com o escudo, nada além disso. Aí o pessoal, em busca de dinheiro, vende o manto sagrado para um monte de marca. E, o pior, é que as empresas acham que isso tá dando “retorno”. Poxa, Papai Noel, eu nem me lembro quem é que está na camisa do Real Madrid, que só tem um patrocinador, como é que vou lembrar qual é uma das sete marcas que estão estampada no uniforme do Timão? Sei lá como o senhor vai fazer, Bom Velhinho, talvez valha invadir a casa dos patrocinadores para resolver essa...

8 – O senhor pode dar um calendário de presente para o Ricardo Teixeira, para a presidente Dilma, para o ministro do Esporte (seja lá quem ele ou ela for), para o presidente da Infraero e para os governantes das 12 cidades-sedes da Copa de 2014? É que sabe como é? Já foram três anos da escolha do Brasil e, até agora, parece que só os estádios começaram a ser arrumados para o torneio. E olha que estádio nem é tão problemático assim. Quero ver como fazer para deixar os aeroportos bons para a população, as ruas, o transporte público... Ok, vou parar por aqui! Só um calendário eu lhe peço, Papai Noel. Só isso!

9 – Por acaso o senhor tem um controle remoto poderoso, que faça com que a gente possa escolher para ver apenas os melhores momentos das mesas-redondas no domingo à noite? Sem aquela discussão vazia, que não leva a nada. Só o que de fato realmente interessa! Esse é um presente que faria feliz praticamente todas as famílias do Brasil! É sério, Papai Noel, o senhor seria recebido em carro de bombeiros toda vez que passasse por aqui depois dessa!

10 – Sei que já estou pedindo muito, mas sua fama é de quem torna os sonhos possíveis. Será que dá para ensinarmos um pouco mais de gestão para quem está no comando do futebol? Nem é muita coisa. Só mostrar para eles que não adianta ser torcedor quando você senta na cadeira da presidência. Lugar do torcedor é na arquibancada, no choro, na emoção. Quando o cara vai comandar o clube, ele tem de ser frio, especializado, pronto para cuidar com muito carinho da sua empresa. Esse pedido é interessante, Papai Noel, porque aí não preciso pedir um montão de outras coisas, como a mudança do horário dos jogos, o fim da dependência de uma só fonte de dinheiro dos clubes, a manutenção dos melhores atletas por aqui, etc. Viu só como eu sou legal?

11 – Por último, Papai Noel, gostaria de saber se tem como o senhor entrar em contato com o “pessoal lá de cima” para fazer uma mudança no Brasil. Tem como a gente instituir que o ano começa em agosto e termina em julho? É porque aí todas as competições de futebol começariam e terminariam juntas. Esse pedido é só em caso de máxima urgência. Se por acaso o senhor percorreu os outros dez presentes e se desesperou, talvez realizando esse daqui já tenhamos uma melhoria para o futebol no Brasil. Não é a solução, mas ajuda a melhorar.

Bom, é isso aí, Papai Noel. Espero que o senhor consiga me entregar alguns desses presentes. Sei lá, do jeito que estão as coisas, um deles já ajudaria bastante. Pode escolher qualquer um. Sabe como é, tem algumas coisas que acontecem hoje com o nosso futebol que dá dó de ver. Quem sabe o senhor, do jeito que é bondoso, abra os olhos dessa turma...

As Tendência no Mercado. E a Final dos meninos

E segue o Mercado da Bola com suas especulações e indefinições, esperando-se que nesta semana surja algo mais conclusivo quando aos grandes nomes. Adriano, por exemplo, já chegou ao Brasil para as festas de Natal e enquanto muitos corintianos ainda sonham com ele, a tendência é a de que o Imperador continue na Roma. Mas quem ousa descartar outro desfecho, mesmo com os elogios do técnico romano, Claudio Ranieri, a Adriano?

Outro caso a ser resolvido é o de Thiago Neves, meia bom de bola, com o Fluminense. Liberação difícil dos árabes, não impossível. E aí, já que Conca é intocável, o que aconteceria com o outro meia famoso do Flu, o ex-jogador da Seleção de Portugal e do Chelsea, Deco?

E nas esteiras das indefinições, já que o São Paulo prioriza Alex (segundo o blog do Perrone) e aceita esperar por ele até maio, pode ter sido resolvido o problema para quem espera por meia, de preferência canhoto, como jogador do Fenerbace e que já foi ídolo no Palmeiras e no Cruzeiro.

Ah, para encurtar a lista, uma notícia que me vem de uma fonte- também a ser conferida: se Adriano ficar mesmo na Roma, o que é o mais provável, Liedson, do Sporting, seria o atacante mais cotado para ser contratado pelo Corinthians. Na verdade, ele voltaria ao Timão.

Ronaldinho Gaúcho? Muito bla-bla- bla e até agora nenhuma solução. É melhor dar um tempo nesta novela. Pelo menos até surgir um fato verdadeiramente novo.



A FINAL DOS MENINOS

E chegam à final do Campeonato Brasileiro sub- 20 o Palmeiras e o Cruzeiro. O jogo será disputado menos de 48 horas depois de o Palmeiras vencer o Vitória (3 a 1) e o Cruzeiro ganhar do Vasco (também por 3 a 1) neste domingo.

O Cruzeiro vem de duas vitórias arrasadoras, diante do rival Atlético Mineiro e do bom time do Vasco. Por sua vez, o Palmeiras perdeu a primeira partida (0 a 2) para o Atlético Mineiro, mas, depois, só fez ganhar- do Flamengo (1 a 0), do Guarani (1 a 0), do Atlético Goianiense (5 a 3), do Ceará (2 a 1) e do Vitória.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O futuro de Ronaldinho Gaúcho. E a Inter de Milão na final.

Embora a imprensa italiana tenha noticiado que Ronaldinho Gaúcho deve ser negociado com o Galaxy, dos Estados Unidos, creio que a tendência maior é a de que ele volte mesmo para o Brasil (Palmeiras?), se existirem patrocinadores que banquem esse investimento. Para acentuar essa tendência surgiu a notícia de que o técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, teria desaconselhado Ronaldinho a jogar em campos norte-americanos.

E sabe como é, Seleção Brasileira, a esta altura do Campeonato, deve valer mais para Ronaldinho do que um punhado de dólares, pois que destes, acredito, seus bolsos já andam cheios. O desafio é recuperar a autoestima e o futebol perdidos nestes últimos tempos num time que o coloca no banco de reservas. E que, sem ele, lidera o Campeonato Italiano, com um futebol que há tempos não se via na equipe “rossonera”.

Outro dia, aliás, acompanhei a vitória do Milan sobre o Bologna, fora de casa, local onde o adversário estava invicto até então. E sem ter Ronaldinho por um minuto sequer (ele ficou no banco de reservas o tempo todo), o Milan ganhou por 3 a 0, numa exibição impecável (Robinho fez o segundo gol), com grande exibição de Pirlo e com a presença sempre marcante e decisiva desse extraordinário Ibraimovic.

Neste momento, não há mesmo lugar para Ronaldinho neste time. Resta saber quando o Milan vai liberá-lo: já em janeiro ou daqui a seis meses, quando terminará o seu contrato?

A INTER NA FINAL

E por falar em Milão, foi fácil a tarefa da Inter: ao contrário de seu xará de Porto Alegre, espantou a zebra e venceu Seougnam por 3 a 0, gols de Stankovic, Zanetti e Milito. E nem se perturbou quando perdeu seu jogador mais precioso, o holandês Sneidjer, vítima de lesão muscular, logo no primeiro minuto de partida.

E agora, estamos diante de uma final inesperada, mas de certa maneira atraente: serão capazes os africanos do Mazembe de revelar a mesma velocidade e a mesma disposição que liquidaram o mexicano Pachuca e o nosso Inter (de Porto Alegre)?

Ah, ia dizer que os italianos são os favoritos, Mas é melhor não...

Allez, Guga!

O que tem mais para se falar de Guga? Estava pensando exatamente isso na noite de sábado, enquanto tentava conter as lágrimas dentro da garganta vendo o choro do maior fenômeno que o tênis brasileiro produziu e, muito provavelmente, produzirá na sua história.

Nessa hora que pensei no “Allez, Guga”, que os torcedores franceses souberam entoar durante os cinco maravilhosos anos em que ele foi o Rei de Roland Garros. Guga era o cara que, entre 97 e 2002, queríamos ver, saber o que ele fazia, consumir o que ele consumia, seguir seu estilo de vida.

Guga foi o que falta, e muito, para o esporte brasileiro. Um ídolo carismático, simpático, alegre, vencedor. Um cara que nos dá orgulho de ter nascido no mesmo país dele, que nos motiva a sonhar mais alto, a querer ser melhor, a ser tão competente quanto ele.

Ídolo que hoje é uma palavra tão ausente do cotidiano do nosso esporte. De jogadores que se deixam levar rapidamente pelo grande dinheiro que circula em outros países, que não tentam entender a importância de se criar um vínculo com suas origens, que são massacrados pela vontade de lucrar de clubes, empresários, família, dirigentes, etc.

Não só no futebol, mas também em outros esportes com menor volume de dinheiro gerado, vemos uma crescente fuga de potenciais ídolos. E isso é extremamente prejudicial para que a gente consiga desenvolver ainda mais o esporte no país.

Guga consegue, ainda hoje, deixar o torcedor próximo do tênis. Para um esporte carente de ídolos, seu trabalho é fundamental para ajudar no crescimento da modalidade. A mesma lógica vale para outros esportes, que só conseguem atrair a força da mídia quando há um vencedor como foi Guga.

Mas até mesmo o tão massacrado futebol brasileiro precisa abrir o olho. Sim, ele não precisa do ídolo para manter a chama do torcedor acesa, a força da paixão pelo clube garante que tenhamos uma conexão imediata da pessoa com o time. Mas a ausência do ídolo, no longo prazo, é extremamente prejudicial para o interesse do torcedor pelo clube. Sem ter para quem torcer ou, pior, tendo para quem torcer apenas fora do país, ele se distancia daquela que deveria ser a sua grande paixão.

Que tenhamos mais Gugas no esporte de hoje. Não será só o tênis quem vai agradecer.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A última do Adriano. E a Moleza de Abu Dhabi

Com esta atitude do técnico da Roma, Claudio Ranieri, confirma-se ainda mais a certeza de quase todos os corintianos em ver Adriano com a camisa do clube, já em janeiro: o Imperador não foi sequer relacionado para o jogo deste domingo, diante do Bari, pelo Campeonato Italiano. Não estará nem mesmo no banco de reservas e nem concentrado. Divórcio explícito?

Enquanto isso, achei muito boa a aposta no zagueiro já contratado, Wallace, ex- Vitória, levando ainda em consideração a opinião de meu amigo português, Armindo, que me garante estar em boa forma o outro zagueiro pretendido, Anderson Polga. Apesar da má campanha do Sporting, time do coração do velho Armindo...

É, o Corinthians também não está dormindo para essa Libertadores. Torneio que promete ser empolgante.



A MOLEZA DE ABU DHABI

Com todo o respeito aos participantes- e sempre dando espaço a eventuais zebras-. Que moleza chegar à final do Mundial de Clubes. Meu Deus! Pelos melhores momentos que vi, os velozes africanos do Mazembe não vão além disso, com claras deficiências defensivas. Dá Inter, de Porto Alegre!

E o time do Seongnam, que tem como maestro o nosso conhecido Molina (ex- Santos), apesar de sua goleada sobre o Al Wahda, por 4 a 1 (neste sábado), pouca resistência deverá ter para enfrentar a Inter de Milão.

Seria mais fácil, cruzando os dedos para qualquer zebra, já programar a final: o nosso Inter contra a Inter dos italianos.

Bem, aí, como dizem os torcedores, o bicho pode pegar...

Mais que um clube?

E o Barcelona finalmente quebrou a tradição secular. Após 111 anos, aceitou negociar um contrato de patrocínio. Apesar de tentar, de todas as formas, rechaçar a ideia de que tenha "vendido" a camisa, argumentando que o Qatar Foundation é uma entidade que não visa o lucro, é óbvio que finalmente o clube decidiu engordar a conta bancária com um patrocinador.

O acordo, com seus 33 milhões de euros, mostra o quanto é vantajoso você proteger o símbolo mais valioso do clube, que é a sua camisa.

Vale lembrar que a estratégia de "abrir" a camisa com o patrocínio à Unicef, que reforçou a ideia de o Barça ser "mais que um clube", tinha por trás um outro projeto, que era convencer o tradicional torcedor catalão de ver uma marca na camisa do time.

Deu certo. Os quase 8 milhões de euros investidos nesse acordo com a Unicef, além de dar um bom retorno de imagem, fez a tradição cair. E o clube faturar o maior contrato de patrocínio da história do futebol.

Nike, agora, quer dominar mercado de surfe

A Nike vai anunciar, em breve, seu novo diretor geral para o Brasil: o grego naturalizado brasileiro Chris Kypriotis será a partir do dia 1° de janeiro o novo diretor geral da empresa no Brasil (leia detalhes aqui). Por trás da escolha de Kypriotis, ex-presidente da marca de surfe Billabong e com a carreira formada no mercado de surfwear, está a estratégia da Nike de dominar um dos mercados mais rentáveis do esporte.

O mercado de roupas de surfe é um dos mais concorridos que há atualmente. Mais do que roupa para a prática esportiva, o surfe representa um estilo de vida, em que especialmente os jovens se vestem com bermudões e camisas regatas não por praticar o esporte, mas por querer se vestir dessa forma.

Há dois anos que a Nike já tem, no Brasil, a linha 6.0, voltada exatamente para o mercado de surfwear. Agora, a empresa pretende ampliar sua atuação e passar a incomodar as líderes, entre elas a Billabong, antiga casa de Kypriotis.

A investida se faz num momento bom para a marca, que conseguiu recuperar sua imagem no mercado de corrida de rua com a realização e consolidação do desafio de 600k entre São Paulo e Rio de Janeiro.

A partir de agora, futebol, corrida de rua e surfe vão compor a trinca de sustentação da Nike no mercado de material esportivo do Brasil.