Tempo Real

domingo, 19 de setembro de 2010

A Topper ataca novamente o rúgbi

As peças publicitárias da Topper com o rúgbi vão virar, muito provavelmente, case de publicidade nos próximos anos. A empresa lançou agora três novas peças publicitárias em que fala dos progressos do esporte no Brasil. Sempre com a sacada de "destruir" a realidade atual da modalidade no país, a marca brinca com a seriedade do tratamento que o brasileiro dá ao esporte.

O projeto do rúgbi é sério e embasado em profissionais do mercado criando um programa de melhora de desempenho progressivo para o time brasileiro. Como toda modalidade pouco praticada no Brasil, o rúgbi carece de maior divulgação e, também, da quebra de alguns preconceitos.

Aí é que fica a grande dúvida da brincadeira da Topper com o rúgbi. E se um dia o esporte for, de fato, grande? Hoje é legal fazer a brincadeira de que somos pequenos e motivo de chacota entre as grandes potências do esporte. É, mais ou menos, como se o futebol do Bahrein quisesse se colocar no patamar de um Brasil, Argentina, Alemanha ou Itália da vida.

Mas qual a impressão que fica na cabeça das pessoas ao ver o único patrocinador de peso do rúgbi detonar o próprio esporte? Esse é o lado arriscado do humor. Ele passa a impressão de que não é sério. Sim, a mensagem final é sempre de que "isso ainda vai ser grande". Mas qual a credibilidade para o público leigo a respeito do rúgbi?

Geralmente o crescimento das grandes fabricantes de material esportivo se deu exatamente pela associação de seus produtos com equipes e atletas vencedores. Isso não significa mascarar a realidade, mas também não precisa atacar totalmente o seu patrocinado, mesmo que seja a real imagem que se tem dele atualmente. Não fosse a Topper uma marca que dependesse da venda de artigos esportivos, essa brincadeira com o rúgbi seria bem mais eficiente. A impressão que pode se dar para o consumidor é de que, assim como o rúgbi, a marca associada a ele ainda vai ser grande um dia. E, claramente, não é esse o posicionamento que uma marca deseja ter no mercado...

De qualquer forma, preocupações à parte, segue abaixo uma das três novas peças publicitárias. Todas geniais, diga-se de passagem.

Na Queda-de- Braço, Dorival Venceu apenas o Primeiro Round. E Depois?

Quando eu digo queda de braço- ou quem sabe uma imaginária luta de boxe- falo sobre um contexto em geral, mais precisamente do que vem daqui para a frente. Com justiça, por ser sério e generoso (já me referi no post anterior ao caso Paulo Henrique Ganso), o técnico Dorival Jr saiu vitorioso nesse embate contra Neymar: o menino-craque foi afastado, está fora do jogo diante do Guarani e vai treinar sozinho, no CT, durante o final da semana.



Combate encerrado? Não c reio, pois que a bem intencionada declaração do presidente Luís Álvaro Ribeiro, presidente do Santos, além de outras coisas, o caso será reavaliado na segunda-feira. Por sua vez, o agente e Neymar, Vagner Ribeiro, desafia o técnico a deixar o talentoso atacante ”de fora contra o Corinthians”.



Tudo vai depender dos resultados. Não me iludo. E quando falo que a corda vai arrebentar para o lado mais fraco, falo menos da direção do Santos- que fez todo o esforço para manter no Brasil um craque assediado por Chelsea e outros poderosos- do que da torcida que, na primeira derrota (e ah, se for contra o Corinthians) ficará quase que em peso a favor do jogador.



Já vi esse filme, muitas vezes. E o tal poder de comando é importante, sim, mas invisível. Já os gols, os dribles, a vitória... Tudo é detectado a olho nu, como interessa ao torcedor.





E cá entre nós, pelo menos segundo o relato dos que viram o acontecimento: a multa que doeu no bolso, o afastamento que doeu no ego, a opinião (em especial dos torcedores dos outros clubes), creio que tudo isso já é suficiente. Não é caso de condenação ao fogo do inferno e nem mesmo à decapitação: ou Neymar aprendeu a lição ou nunca mais!



Quem sai perdendo nessa história toda é o Santos, pagando pelo pecado que não cometeu. Há muitos clubes esperando por Dorival, há muitos milhões de euros esperando por Neymar.



E o Santos, bem o Santos que se vire e arque pela proeza da resistência.



Boa sorte, Santos! Pois que os outros, seus ricos funcionários, já a têm.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Tititi na Rodada. E mais: A Dança dos Técnicos, Intrigas...

Foi uma noite longe de ser calma. Será assim, de agora em diante, com o returno iniciado e os sonhos (da Libertadores, do título) e os medos (do rebaixamento) aflorando e tendo contornos mais claros?



Foi assim, nesta quinta-feira, no Pacaembu e em São Januário. No Pacaembu, o sempre comedido técnico Dorival Júnior. Lamentou que a “arbitragem não foi feliz”, além, é claro, de reafirmar a falta que Ganso faz e de defender, mais uma vez, o inoperante Keirrison, artilheiro que esqueceu o caminho das redes.



Gosto de Dorival. Mas ele não teve razão: o Botafogo ganhou por 1 a 0, em conclusão genial de “El Loco” Abreu, no finzinho da partida. Com isso, embora não tenha sido superior ao Santos (melhorou quando entrou o veloz Caio no ataque), o Bota deu um salto enorme na tabela, igualando-se ao poderoso Cruzeiro por pontos ganhos, vencendo, ainda, no critério de desempate. É, pois, o terceiro colocado no Campeonato.



Em São Januário, houve uma cena digna de ópera-bufa: o técnico do Vasco, Paulo César Gusmão, por sinal o único técnico invicto no Campeonato, deu a impressão de que iria entrar em campo e ser o protagonista de truculência inédita. Seus gestos eram frenéticos, sua fisionomia impressionava.



Ainda bem que foi só uma cena. Gusmão acabou expulso e, já de cabeça fria, na entrevista coletiva, amenizava tudo, dizendo que “não vou comentar arbitragem. Estou é pensando, já, no jogo contra o Palmeiras”.



Na verdade, o invicto Gusmão não teve nenhuma razão em sua revolta. Em campo, em partida na qual foi superior no primeiro tempo e retranqueiro no segundo, o seu Vasco empatara com o Atlético Mineiro em 1 a 1. Foi belo o gol de Éder Luís para o Vasco, legítimo o gol de Ricardinho para o Atlético, ao converter o pênalti (que existiu) de Nilton em Daniel Carvalho.



Reclamar do quê. Bem, nada comparável à cena de crise no líder Flu, onde o médico, Michel Simoni, pediu demissão do cargo, sentindo-se traído pelo artilheiro Fred- que o acusou, em entrevista, de o ter liberado para os treinos antes de estar totalmente recuperado.



Nada disso é inédito no futebol. E como se diz, vida-que-segue...



A INCRÍVEL DANÇA DOS TÉCNICOS E INTRIGAS DO FUTEBOL

Pode parecer uma brincadeira. Mas não é: indignada com o empate diante do Palmeiras (a que ponto chegou o velho Palestra!), a direção do Vitória decidiu-se pela demissão do técnico Toninho Cecílio. Em outros tempos, o empate seria motivo de festa.

Enquanto isso, na bela Fortaleza, quem perdia o emprego no Ceará era Mário Sérgio. O Ceará tinha sido vencido pelo líder do Campeonato, o Fluminense, no Rio.



E os casos de Toninho Cecílio e Mário Sérgio não são isolados no Campeonato Brasileiro. Pelo contrário, fazem parte da rotina do ano. Leio aqui mesmo, no UOL, que 20 técnicos já saíram de seus clubes durante a competição, média de um por rodada. O que me parece sem sentido.





Nem dá tempo de o técnico conhecer o elenco, saber com que esquema uma equipe pode render mais, típica coisa de imediatismo absurdo.

Motivado talvez pelo fantasma do rebaixamento num torneio equilibrado, onde quatro cairão. O exagero vem acontecendo e, embora eu não concorde que técnico é só algo a mais e quem ganha as partidas são os jogadores, sempre me lembro do amigo Dino Sani, jogador de classe e treinador de respeito que me disse: “Ao técnico cabe escalar bem o time. E pronto.”

Não é bem assim. Mas talvez a gente dê importância demais a esses senhores do comando. E quem perde é sempre o clube, pois, muitos deles, demitidos, injustamente ou não, passam o ano recebendo pelo contrato que assinaram. E, ao sentirem a instabilidade no emprego dos comandantes, os jogadores não perdem o respeito e passam a ignorar os gritos que vêm da beira do campo?







Pode parecer bobagem, coisa pouca. Mas essa dança dos técnicos, de tão frenética, deve fazer pensar. Ou repensar. É uma dança incomum e perigosa.




INTRIGAS DO FUTEBOL



1- Por que Marcelinho não foi lançado antes no São Paulo? Esse menino já foi craque na Copa São Paulo de juniores, sobrava na competição. Difícil responder. No caso, porém, ponto para Sérgio Baresi, jovem técnico tricolor, que teve coragem de suportar o nervosismo do garoto em seus primeiros jogos e agora o vê despontar como futura estrela do futebol brasileiro.


2- O Caso Lincoln: não sei o quanto ainda Lincoln está machucado ou em recuperação, mas pessoa próxima ao círculo de amigos (ou subordinados) de Felipão me contou que houve áspera conversa entre o técnico e o jogador. A razão teria sido uma reportagem publicada num diário especializado em esportes - nada a ver com a carta de cobrança, extra-judicial, de Lincoln para o clube. Essa pessoa próxima a Felipão - não o técnico - disse para minha fonte: "Esqueça o Lincoln”.

Não disse, no entanto, se é para esquecer por enquanto. Ou definitivamente.

R. Ceni: goleiro dos mil jogos e dos 100 gols

No início da década eu brincava com as marcas históricas para Rogério Ceni alcançar. O camisa 1 do tricolor à época achava difícil mas o tempo respondeu que era possível.

Hoje, a realidade é outra. Em breve, Ceni será dono de números mais impressionantes ainda. Além da fidelidade ao clube com vinte anos de estrada, o ídolo são-paulino completará 1000 partidas pelo tricolor e estufará as redes cem vezes. Simplesmente, histórico e incomparável.

Rogério Ceni – goleiro, artilheiro, roqueiro - entrou para o seleto grupo de grandes nomes que vestiram apenas uma camisa de clube ao longo da carreira. Algo cada vez mais raro na relação entre jogador e time nos dias de hoje.

Ele chegou sem pompas e transformou-se em líder no Morumbi, onde criou respeito e também despertou muita inveja.

RC sorriu nas conquistas do tri brasileiro, vibrou com a Libertadores e o mundial de 2005 mas também chorou e sofreu com as eliminações seguidas no torneio sul-americano.

Rogério Ceni, o goleiro-artilheiro dos mil jogos e dos 100 gols.

Seleção Portuguesa: Zico é um nome

Partiu da comunidade portuguesa no Brasil, dentro da Casa de Portugal em São Paulo, a sugestão para o galinho de quintino assumir a vaga de treinador da seleção portuguesa de futebol.

O técnico do time lusitano Carlos Queiroz foi demitido pela Federação Portuguesa e a contratação de um novo profissional é prioridade para a entidade. Já nos dias 8 e 12 de outubro, Portugal enfrenta Dinamarca e Islândia pelas eliminatória da Euro 2012.

Portugueses aqui do Brasil dão um pitaco e sugerem o nome do dirigente do Flamengo. Apesar de não ter sido convidado oficialmente, Zico em uma conversa por telefone antes do jogo São Paulo e Fla me disse estar lisonjeado com a indicação. Também lembrou ter o passaporte português e que o pai, Antunes, era português.

O histórico de técnicos brasileiros dirigindo a seleção portuguesa pode ter um peso na escolha. Otto Glória fez sucesso na Copa da Inglaterra em 66 e Felipão levou o time ao vice na Euro 2004 e ainda tocou a boa campanha na Copa da Alemanha dois anos depois.

domingo, 5 de setembro de 2010

Corinthians: uma Goleada de Quem Busca o Título!

E quando falo Corinthians, falo de uma singular cumplicidade entre o time e a torcida.



Contra o Goiás rabeira, é verdade, ainda mais dirigido por Jorginho o auxiliar de Dunga na defensiva Seleção Brasileira, o Timão até sofreu o primeiro gol, marcado pelo veterano Júnior.



É aí é que surge a cumplicidade, a energia que vem das arquibancadas a empurrar o time. Mesmo antes de ser expulso o volante goiano Amaral. O Corinthians já massacrava, chutara duas bolas no travessão. E como dizia minha santa avó “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. No caso, quem furou a retranca do time dirigido por Jorginho, o auxiliar de Dunga na defensiva Seleção Brasileira de Dunga na Copa, foi Bruno César. De cabeça, aproveitando-se do melhor jogador do Corinthians neste sábado, Iarley.



E a torcida, que lotava o Pacaembu, gritando, cúmplice na derrota parcial, no empate e depois na feliz goleada. 5 a 1!



A goleada, que surgiu no segundo tempo, foi mera conseqüência do total domínio corintiano. E os gols foram surgindo: Iarley, Jorge Henrique, novamente Iarley (de pênalti), Boquita. Poderia ter sido mais.



Mas também não era preciso. Time e torcida continuaram com sua cumplicidade até depois do apito final,, com os gritos que “aqui tem um bando de loucos, loucos por ti Corinthians”.



Torcida não ganha jogo. Mas que ajuda, ah, ajuda.!

Palmeiras, o Calvário do Crescimento.

São muitos os internautas que me perguntam, cobrando a posição sobre a Arena, que está difícil sair do papel. E também sobre o que penso de Beluzzo, presidente palestrino, ou se sou ou não parente de um voraz oposiconista a ele ou à situação do clube,.



Aproveito este sábado, em meio a um verdadeiro feriadão, para saciar a curiosidade.



1- Aprecio muito o trabalho de Luís Gonzaga de Mello Belluzzo, reverencio também a sua paixão pelo Palmeiras. Tem procurado fazer o melhor, pensar grande. É do tempo das grandes contratações- neste ano, por exemplo, só para citar alguns nomes, repatriou Felipão, Valdívia e trouxe de volta Kleber, o Gladiador. Sonha um Palestra Gigante.



Como nada é perfeito, claro que ele não conseguiu tudo o que queria, como colocar os pagamentos totalmente em dia e também não fez os gols necessários, pois embora centroavante amador em outras épocas, não tem jogado e nem feito os gols que diz que fazia.



Encontra séria resistência, principalmente da Oposição, que é saudável existir em todos os segmentos da sociedade, embora talvez não com tanta avidez pelo poder. Não deveria ser o bem do clube colocado em primeiro lugar? É sabido que o refinanciamento -ou coisa assim- conseguido junto ao BMG, que tinha como maior objetivo colocar tudo em dia, foi menor em função de um alerta que teria partido do próprio clube. E o calvário da Arena, cuja idéia até partiu de antigas gestões, vem se arrastando, corroendo os nervos de quem tenta erguê-la e sonhar com um futuro mais próspero.



Enfim, o Palmeiras ao Palmeiras pertence. E que se entendam, como deveriam em certo momento, situação e oposição.



2- De uma vez por todas, caro internautas, respondo: não sou parente e nem amigo desse senhor, Gilton Avallone.



3- Sobre a Arena, como perguntar não ofende, apenas um item: terá de ser interditado o Parque Antártica? Pois se um dos itens que atrapalham a construção da Arena é o barulho que podem causar na região os jogos e os shows, ora, esse barulho já não existe há muito tempo com as partidas e os eventos promovidos? Como leigo, creio que o incômodo seria menor em lugar fechado (como na Arena) do que agora...



E então, como leigo, considero a exigência um total contra-senso.



Diria mais: segue o Palmeiras vivendo o calvário em busca do crescimento. Como se fosse um pecador.Quem sabe, muitos ficariam satisfeitos se a opção fosse por modéstia franciscana, apequenando-se pelo resto dos tempos.

A Corrida do Milhão e o poder da novela da Globo

Novela das 21h na TV Globo, média de quase 40 pontos de audiência. Um dos produtos de maior penetração na sociedade brasileira hoje abriu espaço enorme nesta sexta-feira para promover a Stock Car.

O personagem de Marcelo Anthony, piloto da Stock, afirma numa reunião com um executivo da categoria que quer voltar a correr, mas avisa:

"Olha, eu não vou poder correr na Corrida do Milhão neste domingo, mas para a próxima prova eu estarei pronto".

A Globo promove, com isso, o próprio produto da casa, já que ela é uma das sócias da Stock Car. Se, no post anterior, falávamos da dificuldade de o basquete ter espaço na TV aberta, horas depois a emissora mostrou o quão pode ser parceira de uma modalidade.

Mas, nos dois casos, é essencial que haja um produto que possa ser promovido pela emissora. Por incrível que pareça, a Corrida do Milhão é, para o mercado brasileiro, um produto mais interessante do que um Mundial masculino de basquete. Nem mesmo os astros do bola ao cesto americanos são capazes de mover o torcedor para a frente da telinha.

O esporte precisa, sempre, encontrar o melhor produto que existe para promoção. Do contrário, estará caminhando lentamente para o ostracismo. O basquete é um desses exemplos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A importância da TV aberta para o esporte

O Brasil faz, na Turquia, uma de suas melhores apresentações num Mundial de basquete nos últimos anos. Mas quem está tendo acesso a esse desempenho do time brasileiro? O mau momento dentro de quadra faz com que o basquete deixe de ser um produto atraente para a TV aberta. Resultado: o esporte só é exibido nos canais a cabo, que não chegam nem a 10 milhões de lares no país.

Numa conta rápida, não chega a nem cerca de 1/6 da população brasileira as imagens ao vivo do desempenho de Leandrinho, Varejão e cia. Isso se considerarmos que todos os lares que possuem TV a cabo estarão ligados nos jogos do Mundial.

A ausência do esporte na TV aberta acaba impedindo a sua popularização. Em vez de mais pessoas acompanhando o basquete e, com isso, sentindo-se engajadas a consumir mais produtos e, quem sabe, ser um atleta profissional, temos uma situação de estrangulamento do esporte.

O vôlei cresceu no Brasil graças à popularização trazida pela TV aberta. Ajudou, é claro, o esporte ter tido melhor desempenho dentro de quadra, algo que falta há muitos anos para o basquete.

Resta saber, porém, se para a TV aberta também não é prejuízo mostrar o interesse pelo esporte apenas quando ele é vitorioso. Afinal, se uma modalidade esportiva não for forte o suficiente, é um produto a menos para ser inserido na grade de uma emissora.

O que a festa do centenário ensina aos clubes

Vale do Anhangabaú com mais de 100 mil pessoas numa terça-feira de madrugada. Só o futebol, no Brasil, é capaz de mobilizar um contingente assim de pessoas. Tal qual já havíamos visto com o Atlético-MG, em 2008, quando mais de 30 mil acompanharam as festas nas ruas de Belo Horizonte, ou em 2009, quando o Inter alcançou a marca de 100 mil sócios no ano do primeiro centenário do clube.

Foram precisos quase 15 anos desde o primeiro centenário de estardalhaço no país (com o Flamengo, em 95), para que o clube de futebol brasileiro começasse a entender o real significado de se completar 100 anos. Se, lá em 95, o Mengão quis construir o time dos sonhos e ser campeão de tudo (terminou sem ter nada) para celebrar seus 100 anos, agora a realidade é outra.

A prova melhor disso quem deu foi o Internacional, em 2009, quando montou toda uma estratégia de marketing para comemorar o aniversário. Ser campeão é bom a qualquer ano de vida do clube. Mas festejar 100 anos é motivo para muito envolvimento do torcedor com o clube.

E foi isso que acompanhamos nos últimos três centenários de grandes clubes. O Galo, mesmo com um time mal dentro de campo, depenado por goleada do Cruzeiro no Mineiro, fez o torcedor ir às ruas mostrar seu amor pelo time, consumiu produtos, rememorou a felicidade de ser atleticano. Da mesma forma, o Inter movimentou milhões em receita por conta do ano do primeiro centenário.

Agora, é a vez de o Corinthians mostrar que ser campeão é menos importante do que ter motivos para torcer por um clube. A festa de ontem, em São Paulo, será a típica história contada de pai para filho, daquelas que fazem uma nova geração se apaixonar por algo que é mágico, que não está ligado a vencer ou perder.

Quanto mais resgatar a fidelidade do torcedor, mais sucesso comercial um clube vai ter. Com mais dinheiro no caixa, mais investimentos no time podem ser feitos. E, logicamente, mais fácil será para um clube se sagrar campeão. É uma lógica aparentemente simples, e que não precisa de cem anos para ser colocada em prática...

Quem é o Bicho Papão do Campeonato?

Por enquanto, pelos números, é o Fluminense. Mas nem tanto. Sua diferença para o Corinthians (de 38 pontos ganhos do Flu para 34 do Timão) é enganosa, pois, como se sabe, o Flu já disputou um jogo a mais. E pelo futebol, em suas últimas três partidas no Maracanã, o time de Muricy Ramalho mostrou queda acentuada, pois não foi além do empate diante do Vasco, do São Paulo e do Palmeiras.

Na verdade, às vésperas das últimas rodadas do turno, é grande a indefinição para o futuro, já que ainda faltam 20 rodadas. E aí está o Santos, já em terceiro lugar no Campeonato, 30 pontos ganhos, ao lado do surpreendente Botafogo que, nas mãos de Joel Santana, tornou-se um time ofensivo, rápido e perigoso, assustando as defesas inimigas como Maicosuel e Jobson, por exemplo. Quanto ao time santista, do qual falei acima, está superando as ausências dos que foram embora e também do lesionado Ganso. Ah, o Santos tem Neymar...

E ao contrário de outros Campeonatos pelo mundo, onde os mesmos dois ou três são os favoritos, eis que, por aqui, também despontam o Inter e o Cruzeiro. Pode ser que o foco do Colorado esteja mais para o Mundial entre clubes, pode ser, mas ele surge forte, cheio de autoconfiança e já tem 28 pontos ganhos.

E com o mesmo número de pontos, surge uma equipe da melhor qualidade, o Cruzeiro. Outro dia estava contando e os dedos da mão quase não foram suficientes para enumerar a quantidade de atacantes que tem esse time: Thiago Ribeiro, Wellington Paulista, Robert, Wallison (que será uma sensação, quando estiver em forma) e o argentino Ernesto Farias. Fora o ótimo goleiro Fábio, a defesa segura e um meio-campo criativo, onde despontam o argentino Montillo e o volante-artilheiro Henrique.

Até o momento, todos esses clubes são candidatos. E sem descartar o que aconteceu no ano passado, por exemplo, quando vindo lá de baixo da tabela, o Flamengo arrancou de maneira espetacular e sagrou-se campeão.

Podemos ter também outros times emergentes, mas, dada a distância para os seis maiores candidatos, é difícil. Palmeiras e Atlético Mineiro, creio, vão mesmo é disputar a vaga na Libertadores através da Copa Sul-Americana que, a partir desta edição, oferece um lugarzinho na competição mais importante.

E você, amigo, tem o seu candidato - ou a sua zebra - ao título?