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quinta-feira, 28 de abril de 2011

O futebol atingiu o seu limite de valor?

Pelo Twitter, recebi algumas sugestões de pessoas interessadas em alguns temas para tratar no blog. E o único assunto que teve mais de um leitor interessado foi sobre a ausência de um patrocinador máster para o Flamengo depois da badalada contratação de Ronaldinho Gaúcho.

Muitos não entendem onde está o problema. E a resposta não é tão simples assim. Temos tentado, na Máquina do Esporte, achar a resposta para algumas movimentações do mercado de patrocínio nos últimos tempos. A febre de marcas nas camisas é, afinal, um movimento bom ou ruim? Uma solução de curto ou longo prazo para o futebol?

A resposta passa, também, pelo caso do Flamengo. A presença de Ronaldinho Gaúcho, talvez o jogador que tenha marqueteiramente mais se aproximado de Ronaldo nos últimos anos, seria um atrativo mais do que suficiente para que as empresas decidissem colocar sua marca no uniforme do Fla.

Mas será que o valor cobrado está próximo do que ele vale?

Essa é um dos pontos-chaves de discussão hoje dentro das próprias empresas. O futebol no Brasil tem exigido valores altíssimos dos patrocinadores. Hoje, o patrocínio custa o dobro de cinco anos atrás. Só que a entrega dessa exposição foi reduzida com o festival de marcas que tomou conta dos uniformes (seja via patrocínios pontuais, seja pelas propriedades esdrúxulas criadas).

Com isso, patrocinadores fortes e tradicionais, que usam o patrocínio no futebol mundialmente (Samsung e LG são os dois melhores exemplos), pularam fora do barco. Para piorar, a lista de empresas dispostas a pagarem cerca de R$ 30 milhões por ano não é tão grande assim, ainda mais numa aposta arriscada (sim, Ronaldinho Gaúcho não representa unanimidade entre consumidores e investidores, nem mesmo com uma eventual conquista do Estadual do Rio pelo Flamengo).

Não é incompetência da diretoria Rubro-Negra, mas a junção de uma série de fatores que prejudica o Flamengo na luta para encontrar uma marca disposta a investir tanto dinheiro. As opções lógicas do mercado nos últimos anos, que se tornaram BMG e Hypermarcas, já não são alternativas (a BMG por estar na manga da camisa e a Hypermarcas por já ter estourado com o Corinthians seu orçamento).

O futebol é um grande negócio, mas os clubes precisam entender que todo bom negócio tem um valor. Parece que o futebol atingiu o seu limite.

Kalil diz que reunião com Sanchez e Koff serviu para detalhar fim de C13

Andrés Sanchez, um dos líderes dos clubes dissidentes do imbróglio político do futebol, dividiu mesa no restaurante Fasano, em São Paulo, com Fábio Koff, presidente do Clube dos 13 e Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG e último a resistir ao assédio da Globo. O encontro, revelado pelo blog do Juca Kfouri, aconteceu para tratar dos detalhes do fim do C13, que deve ser ratificado na assembleia geral da entidade, no próximo dia 3.

“O Clube dos 13 não continua. Se eles quisessem simplesmente tirar o Fábio Koff eles teriam pedido isso em assembleia. Mas não se fecha uma entidade assim do nada. Tem de pagar as contas, discutir algumas coisas”, disse Alexandre Kalil, em entrevista ao UOL Esporte.

Fábio Koff, também procurado pela reportagem, confirmou que as contas dos clubes foram tema do encontro, mas não foi tão taxativo a respeito do fim do Clube dos 13. “Eu não sei o que eles estão pensando. Eles vão decidir em assembleia. Eu sou um representante da vontade dos clubes, eles que decidem”, disse o dirigente.

Os dois negaram, no entanto, que Andrés Sanchez tenha pedido a cabeça de Ataíde Gil Guerreiro, diretor-executivo do Clube dos 13. Foi o cartola, ligado ao São Paulo, que comandou a licitação dos direitos de transmissão que deu origem a todo o imbróglio político atual.

Kalil também descartou a criação de uma liga independente de clubes, ideia já aventada por outros dirigentes. O presidente do Atlético-MG entende que a Globo está por trás dos dissidentes e que ela não tem interesse que os cartolas se organizem.

“A Globo quer é dominar. Eles não querem nenhum tipo de instituição. Isso não interessa a eles”, disse o dirigente atleticano, que reforçou a postura de não conversar sobre direitos de TV com a emissora. Segundo ele, é o Conselho do clube quem deve tratar de um possível contrato individual.

O possível fim do C13 pode ser o ponto final na briga. A Globo entregou, na última quarta-feira, os contratos assinados com 15 clubes para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avaliar a legalidade dos compromissos. Em audiência pública no Senado, Fernando Furlan, presidente do órgão federal, já deu indícios de que não vai interferir na manobra da Globo.

Pelo menos até antes do jantar, o C13 ainda tinha um fio de esperança. Acreditava ser possível um acordão. Por ele, a entidade seria mantida pelo menos até dezembro, com Koff na presidência. E a Globo cederia os jogos para a Rede TV!, como faz hoje com a Band. Nesse cenário, Sanchez estaria livre para se candidatar à presidência a partir de janeiro, quando já não será mais presidente do Corinthians.

Porém, a Globo demonstra ser contra o acordo. Parte dos clubes também. Eles avaliam que as feridas abertas na batalha com o C13 ainda não cicatrizaram. Os ressentimentos não permitiriam um pacto agora.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Copa 2014: silêncio dos poderosos

A agenda do ministro do Esporte, Orlando Silva, previa dois encontros importantes, ontem: com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e com a presidente Dilma Rousseff. Assunto: Copa do Mundo

Até agora, o site do Ministério não informa nada sobre as reuniões.

Ou o ministro não foi atendido -- o que é improvável -- ou seu relatório sobre a Copa 2014 foi reprovado pela Presidente da República.

Diante do silêncio ministerial fico na dúvida, mas vou ao Congresso Nacional, onde os políticos sempre têm informações de bastidores.

Mas se bem conheço Brasília, tem gato na tuba nesse diálogo de podersos.

Itaquera: o enredo da obra

Por Jorge Hori

Consultor empresarial e do Sinaenco

As obras da arena multiuso do Corinthians em Itaquera não começam porque não têm a necessária licença, mais conhecida como o “alvará de construção”.

São calculados os dias necessários para que a Prefeitura Municipal analise as plantas e emita a licença, passando – pelo menos – por três setores: o da aprovação da construção, o ambiental, pela análise dos impactos sobre a vizinhança, e o de trânsito, por se tratar de um Polo Gerador de Tráfego.

Presume-se que com a boa vontade do Prefeito e da burocracia municipal essa aprovação ocorra em menos de trinta dias.

O problema ainda está no ponto de partida que seria o projeto de engenharia. O projeto para 45 mil lugares teria sido bancado pela Odebrecht, interessada na construção, antes mesmo da designação da arena de Itaquera como a representante de São Paulo para a Copa 2014.
O projeto de Anibal Coutinho substituia o anterior elaborado por Eduardo Castro Mello e superava os dois outros projetos – um do Banif e outro de Quiroz – propostos para efetivar o tão sonhado estádio do Coringão.

Apresentado em agosto do ano passado, já decorreu tempo suficiente para que o projetista preparasse as plantas essenciais para pedir a licença de construção. O que ainda não teria sido feito.

E por que?

Porque não há ainda uma decisão definitiva sobre qual o projeto a ser apresentado: o original para 45 mil lugares ou o expandido para 65 mil (números aproximados).

E por que?
Porque até agora não foi fechado o contrato entre o clube e a Constutora Odebrecth. O caderno de economia do Estado de São Paulo de 21 de abril de 2011 traz a notícia de “Odebrecht registra lucro de R$ 1,5 bi e investirá até R$ 15 bi este ano”.

Ou seja, se ela estivesse a fim de bancar a construção da arena do Corinthians, conforme anunciado ano passado, teria recursos próprios suficientes para isso.

Teria assumido a responsabilidade pela construção, apresentando em seu nome o pedido de licença à Prefeitura Municipal.

Mas parece que ela não estaria disposta a bancar a construção com recursos próprios, tampouco tomar financiamentos, dando como garantia seu patrimônio.

Quer preliminarmente acertar as condições pelas quais o clube irá assumir o empreendimento e lhe pagar. A Odebrecht não está fazendo um favor, quer fazer um bom negócio.

Segundo informações difundidas pela mídia, a construtora teria assumido um compromisso com o então Presidente Lula de investir até R$ 350 milhões, levantando parte dos recursos com o BNDES. Pressupôs-se que para esse valor ela apresentaria garantias próprias, mas calçada na cessão pelo Corinthians de negociar o “naming right” da nova arena.
Na prática a solicitação ou exigência como contrapartida do seu investimento seria ter o direito do “naming right” que repassaria a terceiros. O que o Corinthians não teria aceito, pois quer ele negociar o “namimig right”.

Por outro lado, ampliando a capacidade do estádio para 65 mil lugares e aumentando o investimento necessário para pelo menos R$ 650 milhões, o clube ainda teria que levantar entre 250 a 300 milhões de reais adicionais. Sem a equação econômico-financeira fechada a construtora não assinaria as plantas, e não daria início às obras.

Portanto, para que as ações não fiquem em promessas é preciso fechar o contrato, com ampla divulgação pública e ingressar com o pedido na Prefeitura Municipal.

É o primeiro passo, mas ainda não suficiente. Há vários percalços ainda a serem vencidos: a liberação do terreno, sob pendência para o qual é preciso firmar um Termo de Ajuste de Conduta. Por que está demorando tanto se – segundo se informa – está tudo acertado?

Junto com as plantas é preciso apresentar o Relatório de Impacto sobre a Vizinhaça e o estudo do Polo Gerado de Tráfego, apresentando – no caso – as contrapartidas que o empreendedor ira realizar na infraestrutura do entorno. Terá que assumir parte dos investimentos anunciados pelo Governo do Estado. Ou seja, o valor do empreendimento será muito maior que os R$ 650 milhões. E a Prefeitura Municipal não poderá abrir mão dessas contrapartidas, a não ser com uma lei específica, excepcionando o clube. Fora disso terá que enfrentar contestações do Ministério Público Estadual.

O cronograma está ficando cada vez mais apertado.

Via Senado, Clube dos 13 tenta pressionar Cade a forçar nova concorrência

Esfacelado, o Clube dos 13 não tem mais esperanças de fazer valer o seu contrato com a Rede TV! para a transmissão do Brasileirão. Porém, a entidade quer marcar um gol de honra na sua briga com os clubes rebeldes.

O plano é pressionar o Cade para considerar que os times quebraram o acordo firmado com o órgão por não respeitarem a concorrência para a venda dos direitos de transmissão do Brasileiro. Nesse caso, eles teriam que anular o compromisso assinado com a Globo e realizar uma nova concorrência, ainda que sem o C13. Só assim evitariam uma multa.

Para alcançar esse objetivo, o Clube dos 13 espera contar com a ajuda dos senadores. Sugeriu que eles perguntem ao Cade se o acordo era para valer ou tratava-se apenas de uma sugestão do órgão sem maiores implicações. A ideia é deixar os representantes do Cade constrangidos na audiência pública do Senado nesta quarta.

Por sua vez, os dirigentes dos times rebeldes afirmam que o Cade não tem poder para anular o novo contrato com a Globo. E que não havia necessidade de concorrência formal, pois não foi feita uma negociação coletiva. Alegam também que deram o direito às concorrentes da emissora de fazerem propostas.

A derradeira homenagem ao Pacaembu

Não tem como o paulistano não gostar dele. Localizado numa região central, em meio a árvores, com uma grande área para circulação a pé em seu redor, uma distância ótima do gramado para a arquibancada, uma grande região para poder passear na parte inferior, um palco de decisões memoráveis do futebol…

Sempre achei que o Pacaembu é o estádio do tamanho perfeito. Nem tão grande para ser frio como o Morumbi, nem tão acanhado para ser palco só de jogos menores. Não há provavelmente um paulistano que goste de futebol que não tenha tido uma lembrança maravilhosa do estádio da capital.

A idade não me permitiu assistir aos grandes clássicos pré-Morumbi lá no Pacaembu, mas vivi boa parte dos grandes jogos da infância por lá. Inclusive o primeiro deles, ainda com sete anos, numa partida de masters entre Brasil e Itália, uma reedição da final da Copa de 1970. Foi o jeito de poder dizer que vi Pelé em campo, mesmo mais velho, com direito a programa para ir a família toda, da avó Itália Roma aos primos que torciam para outros times.

Depois, nos anos 90, a reforma do Morumbi carcomido pelo tempo permitiu que alguns grandes jogos fossem para o Pacaembu. O mais divertido deles, sem dúvida, a decisão do Campeonato Brasileiro de 1994, num show palmeirense sobre o Corinthians. Semanas antes, pude acompanhar um embate dos dois alviverdes, numa bela vitória do Palmeiras sobre o Guarani de Amoroso em partida que praticamente definiu o título nacional.

Consegui ver Casagrande do “outro lado” num Corinthians e Flamengo de arrepiar em 1993, também acompanhei Romário acabar com Amaral num outro encontro entre as duas maiores torcidas do país. Isso sem falar em diversas noites de casamento perfeito entre os times do Corinthians e sua torcida, talvez a melhor combinação para o Pacaembu em sua história.

Ou, ainda, como não lembrar do memorável Santos 5×2 Fluminense do Campeonato Brasileiro de 1995, quando time e torcida não pararam nem no intervalo de uma das mais vibrantes e lindas atuações do Peixe em sua história recente?

Nesta última semana, Santos, Palmeiras e Corinthians fizeram do Pacaembu a sua casa. Força das circunstâncias, mas que parece ser cada vez mais uma volta no tempo. Em quatro jogos (sendo dois do time alviverde), eles reuniram mais de 100 mil pessoas para torcer, cantar, sofrer e vibrar com suas paixões.

Foram jogos que lembraram o quanto o Pacaembu é importante para a história do futebol em São Paulo. O estádio do tamanho ideal para ficar sempre cheio, aquecido, vibrante, apaixonante. O charme de sua entrada com a praça simbolizando um “ponto de encontro” para os torcedores, o eco do grito da torcida sufocado pelos morros que o cercam, o torcedor que sobe a ladeira e se arruma onde é possível só para não perder um pouco da festa.

Parece que, sem querer, os times de São Paulo (o Santos incluído nessa conta, por tudo o que representou na época de ouro de sua história e do estádio com Pelé e cia. bela desfilando em seu gramado) decidiram prestar, nesses últimos tempos, sua homenagem ao Pacaembu.

O único estádio paulistano que é tombado pelo patrimônio histórico deverá ficar sem “dono” depois que a Copa do Mundo passar. Palmeiras e Corinthians teoricamente estarão com novas casas a partir do cada vez mais próximo 2014.

Uma pena. Não pela modernização e melhoria no serviço prestado ao torcedor, que só tem a ganhar com estádios mais modernos e com tudo o que eles apresentam de melhor. Mas por tudo o que representa o Pacaembu, seu destino deveria, sem dúvida, ser outro.

É inaceitável que um estádio para 40 mil pessoas, em ponto central da cidade, próximo de metrô, com fácil acesso via transporte público e também privado, seja simplesmente abandonado de uma hora para a outra.

O Pacaembu tem espaço e estrutura suficientes para ser modernizado para o torcedor conservando todo o charme de sua fachada dos anos 40/50. É o palco mais centralizado possível para aguentar o tranco de uma Copa do Mundo e, mais do que isso, para continuar a ser o estádio de tamanho perfeito para a cidade de São Paulo.

Que pelo menos a gente aproveite os próximos dois anos de muito futebol no Pacaembu. Porque o sentimento de vazio depois que a Copa chegar vai ser grande. Façamos, pois, uma linda e derradeira homenagem ao Pacaembu.

Sem zebra: dois grandes Clássicos nas semifinais.

São Paulo e Santos; Palmeiras e Corinthians. Eis os grandes clássicos para as semifinais do Campeonato Paulista, como rezava a lógica, com a vitória do tricolor sobre a Portuguesa (2 a 0) e o triunfo do Palmeiras (2 a 1) diante do Mirassol, ambas as partidas neste domingo.
A zebra não apareceu.


Quanto ao jogo do São Paulo, um resultado justo e sem maiores sustos, mesmo com a ausência de Lucas no tricolor. Aliás, seu substituto, Ilsinho, fez o primeiro gol- de cabeça-, cabendo a Dagoberto, que anda em boa fase, consolidar a vitória. Agora, o São Paulo enfrentará o Santos, jogando em casa, no Morumbi, e com um ponto vantajoso: o Santos está dividido entre o Campeonato Paulista e a Libertadores, pois terá longa viagem a fazer depois do jogo para enfrentar o América do México. A não ser que dê uma goleada nos mexicanos na primeira partida, jogará o Santos com seu time titular?

É uma pergunta que será respondida durante a semana.

Já no outro clássico, Palmeiras e Corinthians, os dois velhos rivais estarão voltados só para esse duelo. O Palmeiras teve em Valdívia e Márcio Araújo- por sinal os autores dos gols, ambos muito bonitos, em especial o golaço de El Mago, que driblou o marcador e acertou o ângulo direito com um chute cheio de veneno- os seus melhores jogadores. Enquanto o irreverente Valdívia parece voltar à sua forma ideal, Márcio Araújo corre o campo inteiro e o tempo todo com vigor físico incomum.

Favorito para esse clássico. Ah, não tem. E não é conversa de quem fica em cima do muro, pois a história do Derby mostra que já aconteceram muitas surpresas.
E para chegarem à semifinal, os dois passaram por sustos, pois tanto o Oeste, no sábado, chegou a empatar o jogo no finzinho do primeiro tempo, quanto o Mirassol, diante do Palmeiras. Depois, foram vencidos, é verdade, apenas na segunda etapa. Mas é sinal de que Corinthians e Palmeiras não estão sobrando e nem exibindo futebol de luxo.


O que torna o clássico ainda mais imprevisível.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ah, os pontuais…

Tinha prometido para mim mesmo que não escreveria mais nada por aqui sobre a decisão de as empresas investirem em patrocínio pontuais no futebol acreditando, realmente, que basta o relatório de retorno de exposição em mídia para que o investimento valesse a pena. Mas não deu para resistir.

Acabo de receber um comunicado à imprensa sobre o aporte que a fabricante de pisos esportivos Recoma fará no uniforme do Horizonte, do Ceará, nos dois jogos contra o Flamengo pela Copa Kia do Brasil. O título do material é o seguinte:

“Recoma acerta décimo patrocínio no futebol em seis meses”.

E aí, leitor, arrisca-se a dizer quais são as outras nove ações feitas pela empresa desde setembro de 2010? Onde você se lembra de ter visto a marca?

Adriano e as fatalidades do futebol

Por essa, ninguém esperava: em um simples treino físico, de saltos e arranques, Adriano rompeu o tendão de Aquiles (do pé esquerdo) e não poderá jogar futebol por cinco ou seis meses. E nem estreou ainda pelo Corinthians. Acredito nas declarações do médico Joaquim Grava, segundo as quais o peso do Imperador não teve influência na grave contusão: creio que se trata de mais uma fatalidade do futebol, o fantasma com quem o Imperador vem convivendo nos últimos tempos, tantas foram suas lesões na Roma.

Pior para Adriano, que lutava para recuperar a forma perdida depois da cirurgia realizada em um dos ombros. E pior para o Corinthians, que terá de esperar um bom tempo para ter em campo uma dupla sonhada- Adriano e Liedson- tendo agora que correr atrás de outro atacante que, com certeza, não terá o status do Imperador.

Talvez seja apenas uma fase de falta de sorte. Ou não. Já vi acontecerem muitas contusões improváveis. O amigo está lembrado de Émerson, às vésperas da estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002, brincou de goleiro num treino, machucou-se numa jogada à toa e deixou de fazer parte do elenco pentacampeão do mundo? Ou mesmo recentemente, a contusão de Paulo Henrique Ganso, numa jogada normal diante do Grêmio, que deixou o jovem craque tanto tempo fora dos gramados?

E são inúmeros outros casos que o genial Nélson Rodrigues talvez creditasse a um de seus personagens- o Sobrenatural de Almeida.

Assim, só me resta desejar boa sorte a Adriano.

Botafogo: Tragédia anunciada

O Botafogo foi digno de pena contra o Avaí.

As imagens que vimos no fim da partida mostram o total descontrole de um time perdido, mal escalado e completamente desequilibrado emocionalmente.

Caio Jr achou mesmo que venceria o Avaí com 3 volantes. Pura ilusão.

O Botafogo achou o gol numa bola perdida por Herrera na frente do goleiro. Loco Abreu não tinha como perder. O ‘ataque’ do Botafogo não ameaçou o gol do goleiro Renan e para um time que precisava vencer, fez muito pouco, ou quase nada.

A arbitragem pode ser discutida, mas jamais a responsável pela eliminação do time.

O clima é péssimo.

Fico imaginando como serão os próximos 30 dias do Botafogo até a estreia no brasileiro, onde se mantiver essa filosofia irá lutar contra o rebaixamento.

Marcelo Mattos foi claro na saída de campo e disse que a diretoria ‘só vê as coisas depois que elas acontecem’.

Caio Jr segue confuso, sem ter o time nas mãos, escalando muito mal o time e substituindo pior ainda. Foi justamente expulso e o exemplo que tinha que vir do lado de fora, foi seguido à risca quando o árbitro encerrou o jogo.

Se o treinador perde o controle e é expulso, os jogadores se sentem no mesmo direito.

E se não dá para ganhar na bola, que seja no braço. Mas nem assim o Botafogo ganhou. Loco Abre protagonizou um espetáculo vergonhoso ao lutar com Marquinhos e dar início a pancadaria.

Cenas de vandalismo, tristes e que refletem hoje exatamente o Botafogo. Um bando dentro de campo, sem armas para vencer o adversário.

O Botafogo apanhou dentro e fora de campo. Uma tragédia foi anunciada.

sábado, 16 de abril de 2011

O duelo dos Gigantes do futebol

Real Madrid ou Barcelona? Cristiano Ronaldo ou Messi? Mourinho ou Guardiola? Todas essas perguntas começarão a ser respondidas neste sábado quando Real e Barcelona jogarão, em Madri, pelo Campeonato Espanhol. Mas o duelo terá quatro rounds, pois os arquiimigos depois jogarão pela Copa do Rei e (duas vezes) pela Liga dos Campeões. É rivalidade para ninguém botar defeito.

É bom lembrar que no primeiro turno do Campeonato Espanhol esperava-se um jogo equilibrado e deu no que deu: 5 a 0 para o Barça que, jogando em casa, exibiu o futebol dos sonhos, massacrando o milionário Real. Mas de uns tempos para cá, o Real evoluiu, ganhou conjunto e não dá para cravar um favorito, mesmo sabendo que o Barcelona é o melhor time do mundo nos últimos anos.

Tudo bem. Só que momento é momento: se Messi continua a ser infernal, Cristiano Ronaldo cresceu e relembra o grande Cristiano Ronaldo do Manchester. E o banco de reservas do Real, creio, é superior ao do Barça: Kaká e Benzema, por exemplo, estarão no banco, Cristiano Ronaldo e Adebayor tentarão devolver a humilhação sofrida no primeiro turno.

Na verdade, estava aqui quase falando que, por jogar em casa e pela sede de vingança, o Real deveria levar uma certa vantagem para o primeiro dos quatro duelos. Mas aí, veio à memória que o outro time é simplesmente o Barcelona.

E então, desisti de qualquer palpite.

No final dá certo?

“A frase típica do brasileiro é aquela “no fim dá certo”. O Brasil é um país moderno, de grande crescimento econômico, com pessoas de grande talento, mas tem aquela coisa cultural de deixar as coisas para amanhã e no final dizer “vamos dar um jeito”. Para um espanhol é mais fácil de compreender isso do que para um americano”.

A declaração acima é de Ferran Soriano, entrevistado da próxima edição da Revista Máquina do Esporte que será publicada em breve. Soriano, presidente da Spain Air, foi também o CEO do Barcelona no período de recuperação financeira e adminsitrativa do clube espanhol na metade dos anos 2000. Além disso, morou durante alguns anos no Brasil, a trabalho.

Sua declaração sintetiza bem como costumamos pensar e agir no dia a dia. Mas, como ele mesmo diz na sequência do bate-papo, em se tratando de Copa do Mundo, é temerário acreditar que “no final dá certo”.

O Ipea demorou três anos para soltar o relatório sobre a questão aeroportuária brasileira. Não adianta nada vir agora e dizer que não haverá tempo hábil para as reformas. Esse estudo, e a cobrança pelas melhorias, precisariam ter acontecido em 2008, um ano após o Brasil ter sido eleito sede da Copa. Em novembro daquele ano, já se sabia que o país não só tinha ficado bem para trás da organização da Copa do Mundo da Alemanha, mas já começava a perder os prazos tal qual a África do Sul havia feito.

O aeroporto, no Brasil, não está preparado nem para atender à demanda atual. Não deveríamos precisar de uma Copa do Mundo para obrigar o país a se preparar para ser a “quinta maior economia do mundo”, como não se cansa de declarar o governo. Precisamos é parar de pensar como um país de quinta.

Vettel, para o alto e avante!

Em Xangai, adivinhem?

Pole de Vettel. A terceira em três GPs na temporada, a 18ª da carreira.

Com isso, ele empata com Hamilton e fica atrás apenas de Schumacher (68) e Alonso (20) entre os pilotos em atividade. Uma estatística que diz muito. E logo ele deixará o espanhol para trás...

Button sai em segundo. Na segunda fila, Hamilton e Rosberg.

No começo da sessão classificatória, lancei no Twitter: "E tudo isso pra ver um treino cujo resultado já conhecemos. Hj é melhor apostar quem vai ser o segundo colocado."

Brincadeira? Não mesmo. Pouco antes, Vettel havia sido o mais rápido no terceiro treino livre, com 0s208 sobre Button. Ou seja, o alemão dominou todas as sessões, sem dificuldades. Não foi brincadeira, muito menos um vaticínio arriscado.

Taí o resultado final que não me deixa mentir...

Mas o Q1 começou com uma grande surpresa. Uma coisa é a Red Bull segurar um pouco o ritmo. Outra é o que Webber (não) fez.

O australiano operou um milagre, digamos. Com aquele carro, conseguiu ficar entre os sete últimos. Em 18º. Sim, ficou fora do Q2.

Estava de pneus duros, mas não justifica. Foi reclamar de algo com a FIA, mas o que quer que tenha acontecido na pista, não justifica. É preciso muito esforço para não colocar um carro daquele no Q2.

Além dele, foram cortados Kovalainen, Trulli, D'Ambrosio, Glock, Liuzzi e Karthikeyan _todos, diga-se, dentro da margem dos 107%.

O mais rápido foi Rosberg, 1min35s272, seguido por Petrov, Alonso, Massa, Schumacher e Vettel.

No Q2, tudo corria normal até que, a 2s02 para o final, Petrov parou no meio da pista, sem marchas.

Na retomada do treino, quase uma mini-corrida para ver quem conseguia abrir volta e marcar um bom tempo.

Sutil, Pérez, Kobayashi, Schumacher, Barrichello, Heidfeld e Maldonado não conseguiram, dançaram.

"A gente está tendo um fim de semana cheio de aventuras. Andei com a versão nova do escapamento na sexta e no sábado de manhã, para ver se o carro ia pra frente. Não foi. Então fui pra pista com um carro desconhecido, sem balanço, e foi até bom", disse Barrichello à Globo.

O melhor foi Hamilton, com 1min34s486, 0s176 melhor que Button. Vettel ficou em terceiro a 0s290.

Mero jogo de cena do alemão.

Sem derramar uma gota de suor, na primeira volta lançada ele já fez 1min33s706, o melhor tempo de todo o fim de semana. Fim de papo.

O resto brigou pelo segundo lugar. E Button levou a melhor, com 1min34s421 _uma bela marca, diga-se, mas gigantesco 0s715 aquém do pole.

Hamilton ficou a 0s757. Rosberg, a 0s964.

A terceira fila é toda vermelha, Alonso e Massa. Na quarta, Alguersuari e o ótimo Di Resta. Buemi sai em nono, seguido por Petrov.

Dá para apostar em algo diferente do que uma vitória do Vettel? Não. Não mesmo.

domingo, 3 de abril de 2011

Kleber derruba o Santos na Vila. E o golaço de Lucas!

Não foi aquele clássico de muitos gols, como costuma acontecer no clássico Santos e Palmeiras. Mas foi um jogo agitado, corrido, suado, com duas bolas nas traves santistas de Marcos Assunção, dois gols anulados (bem- anulados, tanto o de Danilo, pelo Santos, quanto o de Thiago Heleno, pelo Palmeiras) e o belo gol de Kleber.

Palmeiras, 1 a 0. É o líder do Campeonato Paulista.

Na verdade, o gol de Kleber, de autêntico centroavante, aos 34 minutos do segundo tempo, teve de mais belo o lance construído por Patrik, jogador muitas vezes contestado: ele, perto da área santista, recebeu a bola, deu uma ginga perfeita e esticou um passe perfeito para a corrida de Kleber e o gol da vitória.

Ao final das contas, com Neymar e Ganso bem marcados por setor. Uma vitória justa.



ENFIM, UM CENTROAVANTE: WELLINGTON PAULISTA

Não é, evidentemente, o centroavante dos sonhos da torcida do Palmeiras e, dizem, nem vive um grande momento. Mas é um centroavante: Wellington Paulista já foi liberado pelo Cruzeiro para conversar com o Palmeiras e deve assinar contrato nas próximas horas, até o fim do ano.

Kleber fala muito bem de Wellington, já fez boa dupla de área com ele no Cruzeiro. Desde os tempos do Juventus, passando por Santos, Botafogo e Cruzeiro, já o vi jogar bem, já o vi jogar mal, enfim vi altos e baixos.

É uma incógnita, reconheço. Mas que pode dar certo.


O GOLAÇO DE LUCAS!

Foi uma jogada individual que há muito tempo não se via: aos 27 minutos do primeiro tempo, recebendo a bola no meio do campo, Lucas fez verdadeira fila, fintando um a um os defensores do Mirassol para marcar um gol de placa. Esse menino, além de grande habilidade, tem a determinação e a disciplina tática- virtudes raras para jogadores que, como ele, tem a magia do drible.

São Paulo 1, Mirassol 0. Ou, simplesmente, a obra de arte de Lucas.

Espetacular Djokovic. Melhor em todos os quesitos.

Agora não há mais dúvidas. Na parte técnica, física e mental, o sérvio Novak Djokovic é o melhor tenista em atividade e está definitivamente em condições de brigar pelo número 1 do ranking ao final da temporada europeia, que começa dentro de duas semanas e vai até o início de julho, incluindo saibro e grama.

Se alguém ainda poderia alegar, com razão, que o espanhol Rafael Nadal perdeu a decisão de Indian Wells, 14 dias atrás, por não estar no ritmo ideal após a contusão muscular, desta vez ficou claro que Nole não apenas está afiadíssimo no plano técnico-tático, como também está com um preparo físico inigualável - até mesmo se comparado ao espanhol.

Porém, o que mais se deve valorizar em sua atuação nesta domingo em Miami foi outra das grandes qualidades, senão a maior, de Nadal: o poder de reação, o equilíbrio emocional. Mesmo saindo de um péssimo início de partida, em que levou uma surra de 1/5, ele encontrou o caminho e conseguiu virar um jogo que parecia fadado a ser rápido e cruel. No terceiro set, disputado ponto a ponto, escapou de situações complicadas - Nadal teve um break-point que o levaria para 3/1 e, tenho certeza, à vitória - sem jamais deixar de lutar, de tentar winners, de se empenhar nas devoluções e forçar o saque.

Aliás, justiça seja feita, foi um jogaço e Nadal perdeu por detalhes. O espanhol jogou quase o tempo todo no seu maior nível, cometendo aqui ou ali erros, o que é absolutamente desculpável se considerarmos a dificuldade do vento, das bolas adversárias, das 3h21 de esforço. Trocou o ritmo muitas vezes, indo para winners e para saques inteligentes, e exigiu de Nole também o seu melhor. Não tivesse tão determinado e tão inteiro, o sérvio não teria talvez sequer chegado ao terceiro set. E nada mais correto e eletrizante do que ver a decisão num tiebreak tão apertado. Assisti aos pontos finais de pé, não dava mais para ficar sentado.

Djokovic encerra a primeira parte da temporada 2011, que é praticamente toda disputada sobre piso sintético, com soberania absoluta. São quatro títulos, entre eles um Grand Slam e dois Masters, em que derrotou todo mundo: Nadal, Roger Federer e Andy Murray. Os dois últimos, diga-se de passagem, com folga. Somou assim 4.500 pontos, recuperou o número 2 agora com margem de 1.150 pontos sobre o suíço e candidata-se a ser a principal barreira de Nadal sobre o saibro europeu.

O quanto as derrotas de Indian Wells e Miami poderão influenciar na confiança de Nadal a curto prazo? Sinceramente, acho que muito pouco. Porque Nadal já cansou de provar sua capacidade de deixar o passado para trás, marca dos grandes campeões, e voltará ao cenário em que é um rei indiscutível e temido por todos.

Claro que Nole se tornou de vez uma ameaça como raramente o espanhol teve no saibro dos últimos tempos e os céticos precisam prestar atenção numa estatística sintomática na final deste domingo: Nadal ganhou apenas 45% dos pontos em que jogou com o segundo saque, enquanto o sérvio venceu 71%. Ou seja, quando partiram para a troca efetiva de bolas, Nole foi bem melhor. E, visualmente, a imagem de um Nadal estafado e um Nole passeando em quadra no finzinho do tiebreak dão a dimensão perfeita de que desta vez teremos muito mais equilíbrio.

Se o espetáculo de Monte Carlo, Madri, Roma e Paris for parecido com o que vimos nesta final de Miami, só teremos a agradecer, qualquer que seja o vencedor.

Pato e Robinho acabaram com a Inter

O derby milanês de número 276 praticamente definiu seu vencedor logo aos 43 segundos. O gol de Pato ofereceu ao Milan a chave tática de que necessitava para por em dificuldade o adversário, isto é uma defesa atenta e reforçada e um contragolpe em velocidade que pôs constantemente em crise a defesa da Inter, sobretudo pela posição de Pato, na faixa esquerda, o que limitava as chances de apoio por parte de Maicon e, quando o defensor ia à frente, abria uma avenida a suas costas. Por alí Pato e Robinho fizeram o que quiseram e foi só a excelente atuação de Julio Cesar a impedir que o Milan tivesse uma vitória numericamente mais clamorosa.
Até a expulsão de Chivu a Inter ainda tentou reagir, teve algumas oportunidades (clamorosa uma perdida por Eto´o e milagrosa a defesa de Abbiati na cabeçada de Thiago Motta) mas depois, com Pato marcando seu segundo gol, não ficou mais nenhuma dúvida quanto ao vencedor. E, sempre do ponto de vista tático, foi, no fundo, a ausência de Ibrahimovic que permitiu ao Milan optar por uma velocidade que foi, em minha opinião, o fator determinante para seu triunfo.
Agora o único rival do Milan, nas 7 rodadas que faltam, tornou-se o Napoli, que assumiu a vice-liderança, distanciado de 3 pontos, exatamente os ganhos pelo Milan no choque direto de San Siro semanas atrás. Mas não faço muita fé num Napoli campeão, pois só o Milan, nesta altura, pode perder o título, mais ninguém parece ter chance de vence-lo.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O poder da TV sobre o esporte

Na manhã desta sexta-feira, a assessoria de imprensa do Vôlei Futuro, que disputa as semifinais da Superliga masculina de vôlei, enviou um comunicado informando que um técnico e um produtor da Rede Globo aprovaram o uso do ginásio Plácido Rocha para o segundo jogo do playoff contra o Sada/Cruzeiro. A decisão permitirá que o Vôlei Futuro jogue em sua cidade, Araçatuba (a cerca 500km da capital do estado, São Paulo), em vez de ter de mandar a partida para Barueri.

A história, porém, mais do que significar um ganho esportivo para o Vôlei Futuro, reflete uma realidade absolutamente comum ao esporte em todo o mundo, mas que muitas vezes recebe ferozes críticas dos torcedores.

A mídia e, especialmente, a televisão, tem um enorme poder de influência sobre o esporte. Desde que a TV passou a ser o principal meio de propagação e de financiamento das modalidades esportivas, ela naturalmente se transformou numa das maiores “tomadoras de decisão” nas competições.

Em 2008, os Jogos Olímpicos de Pequim mudaram o horário das finais da natação (geralmente realizadas no período da noite, elas passaram para o horário matutino) para atender às exigências das emissoras americanas que exibiam as Olimpíadas. O recorde de oito ouros de Michael Phelps, assim, foi visto sempre no horário nobre dos lares americanos.

No caso do vôlei brasileiro, a Superliga já havia conseguido uma grande vitória ao chegar a um acordo com a Globo para a transmissão, em TV aberta, das semifinais da competição masculina.

Para isso, porém, a emissora havia determinado que precisaria fazer os quatro jogos em São Paulo, pela praticidade de os ginásios da cidade e região metropolitana em abrigarem a estrutura de uma transmissão de TV. Com a exceção aberta ao Vôlei Futuro, a tendência é que a decisão do título seja exibida independentemente do local de partida.

No basquete, a liga de clubes também decidiu fazer apenas um jogo final para a decisão do título da NBB em troca da exposição na TV aberta. No futebol, o início dos jogos às 22h também atende aos interesses da Globo.

O que muitas vezes o torcedor não consegue entender é que a TV é, hoje, a fonte de maior repercussão de uma modalidade esportiva. Com o apoio da mídia, o clube muitas vezes consegue negociar melhores contratos de patrocínio por conta da exposição gerada nos jogos. O torcedor que vai ao evento esportivo é importante, sem dúvida, mas o gestor de um clube também tem de olhar outra parte fundamental hoje do esporte, que é a mídia.

O poder da TV sobre o esporte é realidade desde a primeira transmissão ao vivo. O esporte não pode simplesmente ignorar essa influência, mas também não pode ser plenamente obediente a ela. Para isso, porém, quanto menor a dependência da exposição e do dinheiro da TV, melhores condições existirão para que a força da mídia não signifique poder total sobre o evento. O caminho para isso, porém, ainda é longo e, principalmente, difícil para ser percorrido.

A ironia e a comparação sobre Adriano.

1- A ironia: esta veio por meio do “Olé”, maior jornal esportivo da Argentina, que tem como título ”Gordo por Gordo”, ao estampar o encontro entre Ronaldo Fenômeno e Adriano, na apresentação do Imperador ao Corinthians. Faz parte de um estilo irreverente, é claro, mas é preciso ressaltar que um já se aposentou (Ronaldo) e o outro está em recuperação de uma contusão grave, tendo mesmo que perder uns quilinhos. Nada demais.

Se formos levar em conta a ironia, é bem lembrar também, que o maior ídolo do futebol argentino em todos os tempos, jogou boa parte de sua carreira com peso exagerado. E não deixou de ser aclamado como “ El Diez”, ou seja: Dieguito Maradona.

Ou o que vale para um não vale para o outro?

2- Lincoln, jogador do Palmeiras, disparou: “Para mim, Kleber é melhor do que Luís Fabiano ou Adriano”.

Companheirismo à parte, creio que a comparação não cabe. Simplesmente porque jogam em posições diferentes. Enquanto Luís Fabiano e Adriano são centroavantes de ofício, mais jogadores de área, o palmeirense Kleber é muito bom jogador mas rende mais, em minha opinião, quando atua como segundo atacante, tendo um companheiro um pouco mais adiantado.

Um companheiro para brigar com a defesa inimiga- ou para repartir a briga com ele- tendo, de quebra, aquela manha, aquele cacoete de empurrar a bola para as redes.

Enfim, um centroavante.

Velocidade para todos os gostos

(SYDNEY) Desde que comecei a cobrir a Nascar, no início do ano, venho recebendo muitos comentários de pessoas que não só amam o ronco dos motores da Fórmula 1 como toda e qualquer categoria envolvendo velocidade; e olhem que essas categorias são muitas… e boas.
Esse interesse inclui a Stock Car, a Fórmula Indy, a própria Nascar, a Fórmula Truck, o Racing Festival, a motovelocidade e o Super Kart Brasil. Por isso, estou pensando em abrir um canal aqui neste blog para comentar e por em discussão os grandes eventos envolvendo o automobilismo e a motovelocidade em geral.

Sempre me senti mais confortável em falar de Fórmula 1 que é o que acompanha in-loco. Não acho certo emitir opiniões sobre eventos que não cubro 100%. Mas, quando não souber de alguns determinado assunto, terei humildade suficiente para admitir aqui. Opinião sobre evento em que não estou, dificilmente emitirei. Mas quero divulgar bons eventos, caso mereçam, claro.