Tempo Real

sábado, 27 de fevereiro de 2010

SERIA ROBINHO CONTRA RONALDO. SERIA...

O Santos colocou lá em cima o preço dos ingressos para o grande clássico diante do Corinthians, na romântica Vila Belmiro. Acho até que exagerou. Afinal, 80 reais por um lugarzinho na arquibancada, mais de 40 dólares, é coisa pra gringo, para nem falar aqui das cadeiras especiais e outras localidades feitas para quem anda de bolso cheio.

E agora, a menos que uma espetacular reviravolta aconteça nas próximas horas, Robinho não fará parte do Cirque Du Soleil - como se referiu ao jogo o presidente do Santos, Luís Álvaro Ribeiro -, esvaziando um pouco o interesse. A Seleção de Dunga chamou o menino das pedaladas, sem direito a choradeira dos cartolas.

Por sua vez, priorizando o entrosamento e o ritmo de jogo, o técnico do Corinthians, Mano Menezes, já escalou Ronaldo. Impossível voltar a ser Fenômeno longe de sua forma, dos reflexos geniais que sempre teve. Em jogos decisivos, porém, sou mais um Ronaldo gordinho que outro esguio qualquer; em competição longa, porém, é diferente.

Mesmo sem o duelo esperado, embora a previsão é de que a Vila não estará lotada, esse jogo tem talento, história e tradição para ser muito legal. O líder Santos, de Neymar e Paulo Henrique, contra um Corinthians quase completo?
Imperdível.

DE TRIVELA

1- O PALMEIRAS JÁ TEM EWERTON. E PALERMO?
Sobre Martin Palermo, a notícia me foi passada há alguns dias por uma boa fonte, que pedia sigilo, alertando, porém que, se concretizada, a vinda do centroavante do Boca, já veterano, seria para depois da Copa do Mundo. Maradona sempre gostou do ímpeto de Palermo e a Copa está chegando. Precavido, embora confiando na fonte, classifico a notícia como especulação. Claro, depois do caso Ernesto Farias...
Quem já se apresentou e pode dar bom resultado é Ewerton, segundo atacante, autor de 28 gols pelo Zaragoza em 2008 e que garante ser tão veloz quanto em seus tempos de Corinthians. A conferir.

2- O IMPÉRIO DO AMOR
Leio que Adriano faltou ao treino do Flamengo, o que é normal, desde que o vice-presidente do clube, Marcos Braz, confirmou que o Imperador tem, sim, as suas regalias. O que preocupa mais a torcida do Fla nem é tanto essa rotineira ausência em um ou em outro treinamento. O pior é que, segundo consta, além de já admitir voltar para a Europa, o contrato do Imperador vai só até maio. E o de Vagner Love, seu parceiro no Império do Amor, tem contrato que termina antes do fim da Libertadores.

Ah, sem essa dupla seria difícil para o Flamengo. O jeito é rezar para que os contratos sejam devidamente prolongados e infinitos enquanto durem.

O Brasil ajuda a Nike a vender. A China, a faturar

O crescimento das marcas esportivas está calcado, como quase todo crescimento de empresas nos últimos anos, nos mercados emergentes. Brasil e China, geralmente, ocupam posição de destaque em meio a esse cenário, muitas vezes acompanhados da Índia.

Mas, em Londres, durante o seminário feito pela Nike para apresentar as camisas de suas nove seleções que estarão na Copa do Mundo da África do Sul, ficou claro que, para a multinacional, Brasil e China têm funções absolutamente distintas na estratégia de crescimento da companhia no mercado do futebol.

O Brasil é o carro-chefe da Nike. É o "abre alas" da companhia em tudo o que diz respeito à comunicação sobre futebol que a empresa faz pelo mundo todo. Basta lembrar o passado de desenvolvimento de campanhas publicitárias mundiais. Sempre um brasileiro esteve envolvido nela. Já a China é responsável pelo salto de vendas da empresa nos últimos anos.

E isso coloca os dois países no centro da estratégia global da Nike para faturar no ano de Copa do Mundo.

No seminário preparado para mais de 300 jornalistas em Londres, figuras importantes da companhia americana estiveram presentes. Entre elas o presidente Mark Parker (que não é figura fácil entre os veículos de imprensa) e a estrela Cristiano Ronaldo, talvez a maior bandeira da Nike neste ano de Copa. Ao mesmo tempo, entre as seleções patrocinadas, o Brasil foi quem norteou todas as apresentações nos dois dias de encontro com a mídia.

A camisa da seleção foi a primeira a ser apresentada. O uniforme que aparecia na apresentação contando sobre a história da confecção da camisa era o brasileiro. Até mesmo o brinde ao final do evento foi a camisa amarela do time nacional, produto que parece "enfeitiçar" o estrangeiro, especialmente aqueles vindos do Oriente.

Mas, se o Brasil é artigo para fazer da Nike um objeto de desejo, a China claramente é o objeto de desejo da cobiçada marca americana.

Com mais de 300 jornalistas de dezenas de países, Cristiano Ronaldo e Mark Parker deram mínimas entrevistas exclusivas. O único veículo que teve a possibilidade de entrevistar exclusivamente a ambos, numa sala reservada, foi a CCTV, emissora estatal chinesa. Tudo para que o público chinês tenha ainda mais contato com as grandes estrelas da Nike.

A distinção ficou clara. Enquanto o Brasil é um produto para ajudar a vender, a China é o país que vai ajudar a Nike a faturar cada vez mais. Não sem razão o Brasil, que desde 1996 conta com forte presença da empresa americana no país por meio dos patrocínios ao futebol, ainda não viu, de fato, a força comercial da Nike invadir sua praia. Com a Copa de 2014 a caminho e sem a crise dar tanto a sua cara por terras brasileiras, quem sabe em breve o Brasil será invadido de vez pela empresa.

Essa é cada vez mais a aposta desta nova década no mercado esportivo.

Milagre, pressões e mais um indicado

Depois da vitória no clássico e da goleada desta quinta na Copa do Brasil fico me perguntando se o problema do Palmeiras era mesmo o Muricy ou a falta de vontade proposital dos jogadores. Ficou estranha essa reviravolta repentina na postura dos atletas. Foi o técnico cair que os caras resolveram jogar bola. Seria mera coincidência ou será que o Antônio Carlos é tão bom assim para fazer milagre???

Já no São Paulo parecia que as coisas estavam se encaixando. Mas é só chegar algum duelo de maior pressão e tudo desanda. Falta alguma coisa. Essa derrota para o Once Caldas (o carrasco do Tricolor em 2004) pode colocar em xeque a seqüência do trabalho. Ainda mais com o afastamento do Ricardo Gomes por problemas de saúde. O que estaria acontecendo no Morumbi? Elenco bom tem. Comissão de qualidade também tem. Estrutura e salário em dia não preciso nem dizer. O que seria então?
Só para não perder o gancho, o Grafite está jogando demais, hein? Acompanhei aqui do Navio do Centenário uma partida do Wolfsburg contra o Villarreal e ele fez gol de novo. É todo jogo! Impressionante! Já que falam que quero convocar duzentos jogadores para a Seleção, aí vai mais um: Grafite. Certamente um dos melhores centroavantes brasileiros em atividade. E para o Dunga ele nem existe. Prefere o Afonso e o Hulk. Vai entender...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Corinthians: virada de Elias, mas...

Vá lá que a tensão da estréia ou que a obsessão pela conquista da Libertadores que jamais teve ou até responsabilidade pelo ano do Centenário, ah, vá lá que tudo isso prejudique o futebol esperado pela torcida que lotou o Pacaembu. Dá para entender.

Só que, mesmo assim, para uma equipe que se prepara há bom tempo para essa Libertadores, o Corinthians revelou muitas deficiências, diante de um Racing uruguaio que só fez se defender e, de vez em quando, arriscar uma bola alta na área inimiga.

E por que foi tão tosco o futebol exibido? Bem, alto lá: nada teve de pobre ou de tosco o herói da noite, Elias, que surgiu de trás, como fatal surpresinha, para primeiro empatar a partida (o Racing fizera seu gol antes do primeiro minuto de jogo) depois de um belíssimo toque de calcanhar de Tcheco; e, não satisfeito, no segundo tempo, quando o retranqueiro Racing já estava com dez jogadores, Elias surgiu em nova letal surpresa, marcou o segundo gol.

Vitória de Elias!

E Ronaldo, o Fenômeno. Pareceu-me fora de forma, acima do peso, embora tenha exibido lampejos do craque que sempre foi num deles aplicando duas canetas (bola embaixo das pernas adversárias) e uma arrancada, com direito a pedalada que quase dá em gol.

Ao sair de campo, porém. Ronaldo deu a letra, ao confessar que "Estou fora de ritmo. Mas o time também mudou a maneira de jogar".

Concordo com Ronaldo, discordo de Mano Menezes. Se o mais difícil é o tal de "encaixe", por que, diabos, mexer naquele trio atacante que se entrosou tão bem no ano passado? Tínhamos Jorge Henrique mais pela direita, Dentinho pela esquerda, Ronaldo no meio. Nenhum motivo para mudar.

FLA, CRUZEIRO...

A noite de quarta-feira marcou outras duas vitórias brasileiras na Libertadores. Sem fazer muita força, o Flamengo, com gols de Leonardo Moura - e de falta - bateu os chilenos da Universidad Catolica, dando-se ao luxo de disputar quase o jogo inteiro com um jogador a menos (Willians foi expulso por desferir desleal cotovelada) e ainda de desperdiçar um pênalti, pois Vagner Love chutou longe do gol, mais ou menos como fizera pelo Palmeiras contra esse mesmo Flamengo.

Bem mesmo foi o Cruzeiro. Jogo tumultuado, muitos cartões amarelos, duas expulsões lá pelas bandas do Colo- Colo, coisa e tal. O placar, porém, apontou ao final: 4 a 1 para o Cruzeiro, que vive a rondar essa Libertadores, com toque de bola e tudo o mais.

Sei não, é apenas o começo. Em todo o caso, é bom ficar de olho, pois não?

Cristiano Ronaldo, o marketing man

Cristiano Ronaldo foi, durante muito tempo, injustamente acusado de fazer mais marketing do que de fato jogar bola. Não que ser um marqueteiro seja ruim, como já expliquei aqui. Mas, sem dúvida, prometer algo que não é talvez fosse um problema do atacante português há alguns anos.

Na Copa do Mundo passada, Cristiano Ronaldo teve de aguentar a torcida alemã vaiando-o durante boa parte dos jogos. Brutalmente caçado nas oitavas-de-final contra a Holanda, jogou o restante da Copa baleado, e foi bem. Mas, mesmo assim, foi considerado "marqueteiro", "mascarado", um "falso craque".

Hoje, na Inglaterra, Ronaldo foi a estrela da apresentação do projeto da Nike para 2010, ano de Copa do Mundo. No dia em que a empresa anuncia ter se tornado a número 1 do futebol, batendo a até então soberana Adidas (leia como acabou o reinado de 60 anos da marca alemã aqui), Cristiano Ronaldo deu um show a parte de marketing em entrevista para cerca de 300 jornalistas na cidade de Londres.

"Graças a minha chuteira consigo ser tão rápido", brincou o jogador português em meio às perguntas sobre seu estilo de jogo, enfatizando o motivo para estar presente ao evento (entre outras coisas, a Nike reuniu a imprensa de todo o mundo para apresentar a Mercurial Vapor que será usada pelos atletas patrocinados na Copa da África do Sul).

Esquivando-se de perguntas mais "complexas", como o caso envolvendo Terry e Bridge, Ronaldo ainda soube não causar quaisquer rusgas com declarações polêmicas.

"O que acha de José Mourinho?", perguntou em português, um compatriota da imprensa, que não tinha sido selecionado para responder às poucas perguntas abertas à imprensa.

"É muito bom. É português, então é muito bom", respondeu o jogador, que em seguida justificou a chance de ser multado se não comparecesse ao treino do Real Madrid no dia seguinte para a pressa em ir embora.

E, por fim, a resposta mais emblemática, sobre seu estilo de jogo, feita pelo mestre de cerimônias do evento.

"Para mim, futebol é entretenimento. Eu jogo para proporcionar entretenimento às pessoas. Então eu sempre penso em fazer algo bonito".

De fato, Cristiano Ronaldo esteve em Londres presente num show. Mas a cada dia que passa, ele mostra saber dominar ainda mais o show que virou o futebol. Seja jogando para a torcida ou para a imprensa, o português demonstra estar afinado para sair sempre bem de uma dividida.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Nike cria “saga” para a camisa da seleção

A Nike decidiu criar uma saga para contar a história da camisa da seleção brasileira. Mais uma vez, a aposta da empresa é abusar do marketing viral para divulgar a nova camisa. É assim desde as famosas bolas na trave de Ronaldinho Gaúcho pré-Copa do Mundo de 2006.

E, agora, a novidade é que a empresa resolveu fazer uma sequência para lançar as camisas azul e amarela do time nacional. O modelo azul, apresentado durante o Carnaval, já conta com um vídeo protagonizado por Maicon, Robinho e Luís Fabiano (veja abaixo).

Já a camisa amarela também terá uma história, ainda guardada a sete chaves pela empresa, e que deverá ser apresentada esta semana em Londres, na Inglaterra. Sim, é isso aí. O lançamento da camisa do Brasil na Copa do Mundo acontecerá na cidade que tem abrigado os jogos amistosos da seleção nos últimos tempos.

Algumas razões para isso. Além do Brasil, os uniformes das demais seleções patrocinadas pela empresa serão mostrados para jornalistas de todo o mundo. A proximidade e centralidade da Europa, principal mercado para a Nike quando o tema é futebol, pesaram a favor disso.

O Brasil, também, é o principal “produto” da Nike. E, ao levar o time nacional para a Europa, aumenta a repercussão da empresa em todo o mundo para o uniforme amarelo.

Um convite e uma despedida

Na semana passada escrevi sobre o trouxedor, uma mistura de trouxa e torcedor. O trouxedor é o sujeito que, como eu, gosta de ir aos estádios mas é maltratado por flanelinhas, cambistas, bilheteiros, policiais e até pela falta de banheiros e comida.

O texto teve uma repercussão inesperada. Aqui na Folha já escrevi umas oitocentas colunas, e esta foi uma das dez que mais teve resposta dos leitores. Muitos deles disseram que o mais certo era abandonar os estádios como forma de protesto. Outros escreveram que é possível continuar indo aos jogos e, ao mesmo tempo, lutar para não ser um trouxedor. Como prefiro a batalha à retirada estratégica, estes últimos acabaram me convencendo.

E eles mostraram bons argumentos.

Quanto aos flanelinhas, há a sugestão de deixar o carro um pouco mais longe e andar até o estádio. O Pacaembu, por exemplo, possui um shopping próximo e vários estacionamentos na Paulista, numa distância perfeitamente percorrível em meia hora de caminhada tranqüila.

Em relação aos cambistas, a ideia é matá-los de inanição. Ou seja, jamais comprar um ingresso de suas mãos. Há que controlar o nosso vício. Se não deu para adquirir o ingresso antes e se no dia da partida não há como comprar na bilheteria, paciência... O jeito é não ver o jogo. Comprar de cambista, jamais! Quem faz isso quer bancar o esperto, quer pular na frente da fila pagando uma propina.

Contra os bilheteiros desonestos, o jeito é botar a boca no trombone. Desde já ofereço meu blog (http://blogdotorero.blog.uol.com.br/) como espaço de reclamação e conversa. Ali, nós, os trouxedores, podemos compartilhar problemas e soluções, e até decidir fazer algumas ações. De minha parte, posso usar este meu emprego de jornalista para entrevistar administradores, vereadores, cobrar informações, etc...

Na verdade, acho que nós, os trouxedores, devemos formar a nossa Torcida Desorganizada, uma torcida que não brigará com outras, mas com aqueles que nos querem transformar em trouxas. Uma torcida que abrigará torcedores de todos os times. Nossa proposta, nosso objetivo final, é apenas ver nosso joguinho em paz no estádio. É pouco e é muito.

Nossa Torcida Desorganizada não terá sede, reuniões chatas ou mensalidade. Mas pode ter um bom site. Podemos não conseguir mudar o mundo, mas talvez consigamos um banheiro decente para mulheres no Pacaembu, demitir algum bilheteiro corrupto ou até, quem sabe, um espaço para assistir aos jogos ao lado do nosso amigo do outro time.

Eu sei que é pouco, que é quase nada. Mas conquistar alguma dessas coisas já seria como um time pequeno vencer uma equipe poderosa.

Trouxedores do mundo, uni-vos. Ou melhor, unamo-nos.

Muricy Ramalho precisa mudar um pouco o seu estilo.

Continuo achando Muricy Ramalho o melhor treinador de futebol do país. Ele pertence a escola do velho mestre Telê Santana, e esta precisando na minha opinião mudar um pouco o seu estilo.Não sou ninguem para ensinar Muricy como ser técnico, mas relação com os comandados poderia ser mais próxima e afetuosa. Muricy é uma pessoa extraordinária, de um coração enorme, e talvez esteja um pouco mais distante do que o devido dos comandados, e isso talvez venha atrapalhando o seu trabalho. É só uma sugestão, mas repito e entendo que ele seja dentro de campo o melhor treinador do futebol brasileiro. Vamos aguardar o novo clube de Muricy Ramalho. Ele tem mercado no mundo todo.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O bom uso do atleta pelo patrocinador

Primeiro foi com Cacá Bueno, piloto da Stock Car. Agora, é com Giba e Gustavo, jogadores de vôlei. A Sky continua a ser a empresa que melhor trabalha a ativação do patrocínio que faz no esporte. A empresa patrocina equipes no vôlei, no automobilismo e no basquete. Só que usa os atletas que defendem essas equipes para ativar seu patrocínio.

Giba, Gustavo e Cacá Bueno são atletas mais facilmente reconhecidos pelo público. Por isso mesmo, foram escolhidos para protagonizarem campanhas publicitárias da Sky.

Além de fazer a propaganda do seu produto, a empresa consegue, com isso, reforçar sua presença no esporte. E, numa campanha bem planejada, o resultado fica ainda melhor. Quantos patrocinadores não têm a chance de fazer isso e, ao mesmo tempo, economizar milhões na contratação de garotos-propagandas?

Robinho: espaço para o Show

Ufa! Dando um saudável tempo para crises e polêmicas, que tal abrir espaço para o show, dentro do campo? E, antes tarde do que nunca, que bom ver em ação um novo Robinho, de repertório renovado e agora mais artilheiro do que malabarista?

Foi o que se viu - na goleada do Santos, diante do Bragantino, por 6 a 3 - quando Robinho fez dois gols, sendo que o segundo deles, o quinto do Santos, foi uma pintura e atitude de autêntico centroavante: surgiu correndo, da intermediária, entre dois zagueiros inimigos e agora, mais encorpado, não houve como derrubá-lo. E então, apavorado, o goleiro saiu em sua direção, sendo encoberto por um totozinho genial de Robinho.

Gol de centroavante! Mas de um centroavante craque e clássico, repetindo a façanha da vitória no clássico com o São Paulo quando, também como competente homem de área, fez o gol do triunfo diante de um Rogério Ceni surpreendido. Os ares praianos fizeram muito bem a Robinho, ao Santos e à Seleção Brasileira.

DE TRIVELA

Em contraste a boa fase de Robinho, Kaká, um dos intocáveis de Dunga, está a sofrer impiedosas críticas da imprensa espanhola. Entre os críticos existem os que creditam a uma suposta crônica lesão no púbis às discretas atuações, que andam longe de justificar a fortuna que o Real Madrid pagou por ele, junto ao Milan. Outros, porém, detectam uma certa timidez em Kaká de assumir, de vez, o papel de protagonista, ao lado de Cristiano Ronaldo.

Tudo isso estourou depois da derrota para o Lyon, no meio da semana. A má fase há de passar, pois logo agora, às vésperas da Copa, logo agora que Robinho se aprimora, é que Kaká vai passar a negar fogo? Espero que não.

Campos salva

Jose Maria Carbante, que já era sócio da Campos, assumiu o total controle e vai fazer uma reestruturação no time. Assim garante a participação em 2010. O novo dono disse que o time vai estar na prova de estréia da temporada e procura um piloto para fechar a dupla. Nos bastidores fala-se até no José Maria López, com contrato com a USF1. O time norte-americano ainda é duvida, vive na UTI.

Pelo menos a Campos vai correr, não sei como... as perspectivas não são das melhores. Para Bruno Senna é um alívio porque dentro da Fórmula 1 fica mais fácil buscar oportunidades melhores.

São Paulo e os pênaltis no Paulistão

“No Paulistão, jogo sim, jogo não tem pênalti para o Verdão”. Esta frase ficou famosa nas temporadas 2008 e 2009. Luxemburgo até comentou, mas não explicou. A media que chegou a 40 jogos / 20 pênaltis poderia entrar no Guiness Book. E o mais incrível é que no Brasileiro 2007, foram 38 jogos / 0 pênalti para o Palmeiras, com a mesma base utilizada no Estadual de 2008.

Agora, o São Paulo está quase chegando na escandalosa media de 50%.

Ontem, o bom árbitro Guilherme Cereta de Lima foi muito mal na partida. O pênalti foi ridículo. A bola bateu na mão do zagueiro. Em alguns lances é difícil mesmo responder se foi “bola na mão” ou “mão na bola”. Ontem, não cabia a dúvida. Foi o quarto pênalti em nove jogos. Hernanes (Rio Claro) e Marlos (Ituano) indiscutíveis. Lusa e Barueri inexistentes.

Disse aqui que só falaria após 10 rodadas, mas estamos quase lá.

Além do pênalti, Cereta deixou de amarelar Cleber Santana, cartão que o deixaria fora do clássico. No terceiro gol, a falta do Cleber, puxando a camisa do adversário, foi na cara do árbitro. O São Paulo mereceu ganhar, foi melhor, o Barueri é fraco, mas não dá para errar tanto a favor do grande. É incrível como nos regionais são dois pesos e duas medidas contra os pequenos. O Abade prejudicou o Bragantino contra o Palmeiras e nada aconteceu. Quando o PC errou a favor do Barueri foi suspenso.

Ora, coloca logo os quatro grandes no quadrangular.

Deixando a arbitragem de lado, ainda vi um São Paulo confuso e lento na saída de bola, mas o time está ganhando confiança e se adaptando ao rígido esquema europeu de RG.

Cicinho foi muito bem. Xandão ganhou a vaga. Miranda voltou a jogar muito. Richarlyson é sempre estabanado, mas guerreiro. Carlinhos Paraíba não dá. Marcelinho é habilidoso. Washington está marcando gols. Dagoberto faz falta na velocidade. Henrique fez seu primeiro gol. É bom de bola. Lembrei do Oscar que poderia estar crescendo no time.

Será que o São Paulo está jogando bem ou os adversários são fracos?

Domingo, será um bom teste. Contra o Santos, não passou.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Zago, um bom nome para o lugar de Muricy?

Antonio Carlos Zago é o novo técnico do Palmeiras. Muricy já se foi, e a ele sinceros votos de boa sorte e de reconhecimento pelo trabalhador que sempre foi.

No Palmeiras, porém, não deu certo. Vários foram os motivos. E duvido que, a esta altura do Campeonato, fosse capaz Muricy de dar a volta por cima, sem os reforços tão esperados - e o que é pior, sem o padrão tático que ele jamais soube impor à equipe. Diante do São Caetano, o mar virou sertão e o sertão virou mar: o Azulão atacava, com simplicidade, sem firulas e sem mistérios, com dois volantes, dois meias, dois atacantes - o que seria o trivial de um time grande. E o Palmeiras, qual pequeno desprotegido, a exemplo de outras ocasiões, com três volantes, sem saber se atacava ou defendia. Um horror!

E, por coincidência, ou não, à frente do São Caetano estava um técnico novo, esse mesmo Antonio Carlos Zago que o Palmeiras está para contratar. Eu o conheci em seus tempos de jogador, um dos melhores zagueiros que vi em ação, de boa técnica, muito vigor físico e dotado de personalidade fortíssima. Foi campeão várias vezes - pelo Palmeiras da era Parmalat, pelo São Paulo e pelo Corinthians -, jogou no Japão e na Europa, conviveu com os mais variados tipos de técnicos e de jogadores.

Deve estar beirando os 40 anos, a mesma idade de Guardiola, o jovem técnico que levou o Barcelona a todas as conquistas possíveis e imagináveis. Não estou dizendo que Zago seja o novo Guardiola, pois, entre outras coisas, no Parque Antarctica ele não encontrará nenhum Messi.

Sei lá se vai dar certo, apesar das qualidades. Mas, creio, não custa tentar algo novo, custa?

Muricy Ramalho fez mau negócio

Muricy Ramalho foi o cara certo no lugar errado.

Como em certos cargos públicos, Muricy Ramalho deveria ter cumprido um período de quarentena.

Sair do São Paulo diretamente para o Palmeiras, está claro agora, não poderia mesmo dar certo, como não daria no Corinthians.

Jamais o uniforme verde lhe caiu bem e ele caiu bem na hora que sua imagem tricolor começava a ficar mais longínqua.

Por mais dinheiro que tenha recebido, e vá receber de multa contratual, não foi um bom negócio para Muricy Ramalho.

Em menos de um ano, duas demissões.

Muricy Ramalho, tricampeão brasileiro, terá de começar tudo de novo.

E Antonio Carlos Zago, o novo técnico do Palmeiras?

Parece ser o cara errado no lugar certo.

NBA volta a investir mais no Brasil

Não, ainda não está próximo de termos um tão sonhado jogo da Liga Americana de Basquete aqui no Brasil. Mas, aos poucos, a NBA já começa a dar mais as caras em terras brasileiras. Desde que a liga passou a ter em Nenê, Varejão e Leandrinho jogadores mais populares, começaram os planos de olhar o mercado brasileiro com mais carinho.

E, agora, um passo mais audacioso foi dado pela liga. Em parceria com a Panini, a NBA vai lançar um álbum de figurinhas para o público em geral. Contando com a força de penetração da empresa no mercado editorial brasileiro, a ideia é fazer com que o álbum vire febre entre os jovens, sonho de consumo da liga em todo o mundo.

O objetivo, com o lançamento, é fazer com que o torcedor se acostume mais com a liga americana, conheça mais os jogadores e os times e, naturalmente, demonstre mais interesse em consumir tudo o que diz respeito à NBA.

Ainda é pouco, mas já é um processo para fazer da competição algo mais próximo da realidade de um país carente de basquete de primeira grandeza nas quadras tupiniquins. E, sem dúvida, é uma mostra de como o marketing traz ganho não diretamente na venda, mas também na fidelização do público com o esporte.

Por aqui, desde a cisão entre os clubes de futebol (alguns foram para a Abril, outros ficaram com a Panini), nem mesmo o álbum de figurinhas oficial do Campeonato Brasileiro tem à disposição do jovem. Das competições em solo nacional, apenas a Stock Car faz um álbum oficial para se aproximar do torcedor mais jovem. É muito pouco. E uma baita oportunidade de negócios para quem quiser se desbravar nessa aventura.

Por Erich Beting

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Palmeiras: o que acontece depois do vexame

Fossem outros os tempos e aconteceria de tudo: cairiam o técnico, o restante da Comissão Técnica, o diretor de futebol e o gerente. Ah, segundo dispositivo legal de outras épocas (não se ainda em vigor) também os jogadores, é claro, seriam punidos com multa em seus salários, coisa de dez a vinte por cento, por "deficiência técnica".

Só que os tempos mudaram, o Palmeiras já não é o mesmo, e, apesar do presidente do clube, Belluzzo ter concedido entrevista dizendo que “Amanhã vamos ter uma reunião geral e posso sacrificar pessoas, não o clube”, acredito que pouca coisa deva acontecer.

Pode ser, e isso soube por uma fonte que sempre me pareceu confiável, talvez sobre para a diretoria do futebol. Será? Para Muricy, extremamente calmo no início da madrugada desta quinta, o vexame diante do São Caetano em nada mudará a sua vida: como um gentleman ele elogiou o adversário pelos 4x1 conquistados em pleno Parque Antarctica (que teve por testemunhas 3.324 sofredores) e ainda disse "Já estou pensando no jogo contra o São Paulo. Tenho contrato com o Palmeiras e ainda vou ganhar muitas partidas aqui”.

Sensacional, pois não? É verdade que o São Caetano teve muitos méritos, desfilou em campo como se estivesse numa avenida a sambar, e poderia ter sido até maior a goleada. Mas é verdade também que, apesar da falta de reforços prometidos, o que se viu ontem parecia um replay das derrotas do ano passado no Campeonato Brasileiro, diante, por exemplo, de Náutico, Santo André, etc...

Nas mãos de Muricy, recordo com uma ponta de tristeza (é trabalhador, honesto, coisa e tal), o Palmeiras jogou bem mesmo apenas duas vezes - uma contra o Santos, na Vila (vitória de 3 a 1) e outra contra o Goiás, quando Obina esteve inspirado naqueles 4 a 0.

Sinto muito.

Noite estranha no futebol!!!

Tem coisas difíceis de explicar no futebol. Primeiro o Souza, aquele mesmo que venho criticando sistematicamente pela visível falta de capacidade técnica, fez dois gols na vitória do Corinthians sobre o Mogi Mirim por 3 a 0. Finalmente o centroavante resolveu jogar a bola de quando foi artilheiro do Brasileirão defendendo o Goiás em 2006.

Depois, em pleno Palestra Itália, o Palmeiras levou um sacode do São Caetano. Essa goleada de 4 a 1 em casa vai fazer o clima no clube e principalmente do Muricy ficar bem difícil. Os recentes maus resultados também são conseqüência da atuação desastrosa da diretoria fora de campo. Tem se mexido pouco.

Para completar o dia incomum o Botafogo surpreendeu o “galáctico” time do Flamengo. Dessa vez não teve Adriano e Love que desse jeito. O gol do jovem Caio fez brilhar a “estrela solitária”. E eu queimei a língua, hein??? Esse tal de Joel tem uma sorte do tamanho das tradições do clube. Vamos ver se ela persiste para a final contra o Vasco.

Para alegria de uns e tristeza de outros, meus palpites, mesmo que errados, certamente persistirão...

Botafogo vira e é finalista!

Foi um jogaço no Maracanã, com 40 mil torcedores, 32 mil pagantes.

Desde os primeiros minutos, quando o Botafogo criou duas chances de gol e o Flamengo uma, ainda mais clara.

Melhor em campo, o rubro-negro abriu o marcador com Vinícius Pacheco, mas viu Marcelo Cordeiro, 10 minutos depois, aos 34, empatar num golaço, depois de grande defesa de Bruno.

O Flamengo voltou ainda melhor no segundo tempo, mas o Império do Amor não estava numa noite feliz.

Adriano desperdiçou ótima chance, em passe de Petkovic, que entrou na metade do segundo tempo.

Vágner Love que tinha dado o primeiro gol, perdeu duas chances de ouro e, aos 39, viu Caio, numa rara pontada alvinegra, fazer 2 a 1, para acabar com uma série de 10 jogos sem vitória do Botafogo e para classíficá-lo para jogar a final da Taça Guanabara contra o Vasco, no domingo.

E perdeu, também, a chance do empate.

Não foi a primeira vez que o Botafogo passou por cima do favoritismo do Flamengo.

Joel Santana sorri, glorioso.

Vexame no Parque!

Na primeira "Tabelinha" deste ano, aqui no UOL, o blogueiro disse que o Palmeiras era, naquele momento, a quarta força de São Paulo.

O presidente do clube reagiu e retrucou ao dizer que uma afirmação como aquela era típica de quem não entende de futebol.

Ele tinha razão.

O Palmeiras, no Parque Antarctica, diante de mais de 3 mil torcedores, acaba de levar uma goleada do São Caetano: 4 a 1.

E está em oitavo lugar no Paulistinha.

Tudo azul na Quarta-feira de Cinzas alvinega

Cinza é cinza, mas, ontem, foi preta e branca no Maracanã.

Que viu o Botafogo superar o favoritismo do Flamengo e se classificar para a final da Taça Guanabara.

O Glorioso saiu perdendo, empatou, virou quando era inferior e vai enfrentar o Vasco no domingo.

Preta e branca no Rio, em São Paulo a Quarta-Feira de Cinzas foi azul.

Não é que o São Caetano. o Azulão, goleou impiedosa e humilhantemente o Palmeiras, no Palestra Itália, por 4 a 1?

E esteve com 4 a 0 a seu favor.

O Azulão completou a alegria também de outros alvinegros, os corintianos, que, ainda por cima, viram seu time fazer 3 a 0 no Mogi Mirim.

Ah, sim, azul é também, uma das cores da Unidos da Tijuca, a grande campeã do Carnaval carioca.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Corinthians, Emoção no Carnaval

Ligo a tevê já em altas horas, já madrugada de domingo. De controle em punho, viro para lá, mexo para cá e encontro, desfile já começado, algo que me chama a atenção, por sorte ou Destino: encontro amor, muito mais do que o samba no pé ou os encantos da Sabrina Sato, pois que mal sei distinguir o samba não atravessado apenas de um passista mais intrépido.

Encontro o Amor, repito. A história do Corinthians contada, bem contada, no desfile da Gaviões, desde a fundação, à luz do lampião, no Bom Retiro, até os dias de glória. A paixão transborda. Nem é preciso ser corintiano para ficar emocionado.

Antes do último carro, onde despontava as figura de Ronaldo Fenômeno, deu para relembrar belas conquistas dos tempos da Democracia. E via-se um Doutor Sócrates a cantar, mesmo sem a facilidade que vencia os inimigos, com toques de calcanhar. Que importa? E, vejam, lá está Biro- Birô, com seu cabelo encaracolado, com o mesmo jeito sapeca de quem, quando jogador, certa vez marcou gol de canela para liquidar o Palmeiras de Telê Santana do Campeonato: e que, em jogada mais célebre, na final do Paulistão de 82, diante do São Paulo (Corinthians, 3 a 1), ousou enfiar a bola entre as pernas de Valdir Perez, golaço! Corinthians, campeão...

E no último carro, repito, a figura de Ronaldo. Sem demagogia, sem lances de emoção forçada, até sorria. Fazia gestos de que alguém chorava (provavelmente o presidente do clube, Andrés Sanchez) e cumpria o seu papel com respeito.

Enquanto isso, os componentes e o púbico gritavam o nome do clube. Com todo o respeito, aniversariante de cem anos, sempre muito maior do que o da escola ou qualquer outra torcida.

Assim, creio ter visto, de madrugada uma prova de amor. Ele ainda existe.

DE TRIVELA

E já no domingo à tarde, depois de renhida e inesperada batalha diante do Rio Claro (supunha-se que fosse fácil a vitória do Santos), foi legal ver a alegria de Giovanni, 38 anos, ao marcar, de cabeça, o gol que deu a suada vitória (2 a 1) aos novos Meninos da Vila. Antes, Giovanni, o Messias, dera o passe para Neymar entortar dois adversários e chutar, de canhota, para rebote do goleiro e o gol de André.

Como partiu de Neymar. Outra jogada sensacional, também pela esquerda, também a entortar dois zagueiros, seguindo-se forte arremate para a cabeçada de Giovanni, devo concluir que: as 32 mil pessoas que lotaram o Pacaembu em domingo de Carnaval, ah, pelo menos muitas delas foram para ver Robinho e viram, de novo, Neymar. E, naturalmente, viram também, como prêmio, a alegria do Messias.

Ronaldo está quatro quilos mais magro

Não foi no desfile da Gaviões no carnaval paulistano ou na Sapucaí no Rio que o fenômeno perdeu peso.

Antes da folia na avenida, a “semana positiva” chamada assim pelo fisioterapeuta Bruno Mazziotti, foi fundamental para o atacante na recuperação da lesão na perna e na preparação física mais intensa. “Eventuais paradas são necessárias para quem passou por várias lesões”, avalia Mazziotti.

A comissão técnica corintiana acredita que Ronaldo atingirá o mesmo ponto alto do primeiro semestre do ano passado quando foi campeão Paulista e da Copa do Brasil.

O preparador físico Walmir Cruz explicou em entrevista ao programa Esporte em Debate da Rádio Bandeirantes que foi “utilizado o mesmo planejamento de 2009. E atualmente Ronaldo está um passo à frente na preparação”.

Cruz não revelou se o maior artilheiro das Copas atuará no sábado contra o Rio Branco para ganhar “ritmo de jogo” ou se volta na estréia do Corinthians na Copa Libertadores, dia 24.

E quanto pesa Ronaldo? A informação não é divulgada pelo clube. Walmir riu da minha brincadeira quando eu disse que o peso do fenômeno está entre “90 e 100 quilos”. E está mesmo.

Por Leandro Quesada

Esporte é cada vez mais artigo nobre na TV

“Não me conte o final daquele filme, que eu ainda vou ver!”. “Vou chegar em casa e então ver o capítulo final da novela que eu deixei gravando”. “Só estou esperando dar o horário para ver a reprise daquela série que eu não consegui ver hoje na hora em que ela sempre passa”.

Provavelmente você já se deparou com alguma dessas três situações. Com você mesmo, ou um parente próximo, um amigo. Tanto faz. Alguma vez na vida alguém já te falou uma dessas frases. Mas, sem dúvida, é quase certo que você nunca ouviu as expressões que vem a seguir.

“Não me fala quanto foi o jogo que eu ainda não vi!”. “Vou chegar em casa e ver aquele jogo que eu deixei gravando”. “Não vejo a hora de mostrarem de novo o jogo que eu não vi quando foi transmitido ao vivo”.

O que vale para a vida comum, não vale para o esporte. E, talvez em especial, para o futebol. Nunca soube de ninguém que não quisesse ver um jogo ao vivo. Claro, desde que o jogo tivesse, de fato, um significado especial para a vida daquela pessoa.

Só que quantos capítulos finais de novela, filmes que todos comentam (“Avatar”, por exemplo, ainda está na minha lista dos filmes a serem vistos) ou séries imperdíveis nós já deixamos para ver no outro dia, com mais calma, quando não tinha outro compromisso? Tenho certeza que várias vezes deixamos passar com a certeza de que dá para “deixar para depois”.

Algo que nem casamento consegue fazer para o esporte. Quantas vezes o radinho não foi o companheiro fiel para o torcedor desesperado no banco de uma igreja? E o pai do noivo, o noivo, o tio da noiva, o pai da noiva e, às vezes, a noiva não agradeceram a transgressão alheia?

Por esses motivos, aparentemente tão banais, que o esporte tem se tornado cada vez mais um produto altamente importante para os canais de televisão. Em tempos de revolução na forma como as pessoas consomem a TV, não haverá nada mais nobre do que a emissora ter o esporte dentro da sua grade de programação.

Com o desenvolvimento das ferramentas que permitem ao telespectador decidir qual programa vai assistir e, em qual momento, só o esporte manterá ainda a “ditadura” do canal de TV.

A grade fixa de programação, que foi uma das chaves para o sucesso da Globo como empresa de mídia, está com os dias contados. Se eu puder programar a minha TV para captar o sinal com aquele programa e só exibi-lo (sem intervalos comerciais) quando eu estiver em frente ao aparelho, tudo o que não for esporte está fadado a “ficar para depois”.

O capítulo final da novela, o filme que todos comentam, a série favorita. Não importa qual seja o programa, basta um clique no botão e ele ficará disponível para mim quando eu estiver disponível para eles.

Só que não dá para alguém querer ficar imune a um evento esportivo. Deixar “passar”. Esperar para ver mais tarde. Conhecer o resultado apenas quando eu estiver disponível para assistir àquela partida.

Não! Quando o tema é esporte, eu quero ver ao vivo. Não quero melhores momentos, apenas o gol, ou os cinco segundos finais de um jogo de basquete. Quero ver a história toda. E no momento em que ela acontece. Afinal, é só aí que é impossível prever qualquer resultado.

Quando, aqui no Brasil, o esporte perceber o grau cada vez maior de importância que ele tem para o futuro da televisão, provavelmente veremos dias melhores nas modalidades.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Momento da Dor

Deu pena ver a expressão de dor, estampada no rosto do menino Alan, do Fluminense. Olhos arregalados, como se o mundo tivesse caído sobre ele, Alan acabara de bater o pênalti (chute forte, no travessão) que eliminou o Flu e classificou o Vasco para a final da Taça Guanabara. Contra quem? Provavelmente, pela lógica, contra o Flamengo de Adriano e Vagner Love. O Bota até pode surpreender. Mas é difícil conter o Fla.

Voltando ao jogo do sábado de Carnaval e ao drama de Alan - contrastando com a Folia -, foi um zero a zero meio que sem graça durante o tempo regulamentar ficando, os gols (6 a 5, Vasco) para a decisão por pênaltis, que certamente nem teria acontecido se Fred estivesse em tarde de verdadeiro goleador, sem desperdiçar tantas chances.

Pior foi para o menino Alan, de quem todo o mundo vai lembrar como pequeno vilão. Bobagem. Levanta a cabeça, menino! São muitas as histórias do tipo que poderiam ser lembradas, mas decidi, antes de contar apenas uma, recordar a frase de Neném Prancha, folclórica figura das praias cariocas, onde os meninos também batiam a sua bolinha.

Ah, a história, emblemática, fica por conta também de clubes próximos da praia (que calor!) e nos remete aos meados de 1950, cuja distância no tempo apaga um pouco a memória. Foi-me contada por um ex-jogador do Santos que, em 1956, Santos e Jabaquara disputaram a final do campeonato juvenil da cidade. Decisão nos pênaltis.

E eis que, último pênalti a ser cobrado, a cobrança foi desperdiçada por um menino de canelas finas, do olhar expressivo, chamado pelos companheiros de Gasolina. E o menino, em quem os veteranos já detectavam futuro brilhante, com os olhos arregalados como os de Alan, ficou quieto, arrumou suas malas e foi para a estação de trem. Queria voltar para Bauru.

Foi dissuadido pelo técnico do time principal, o saudoso Lula, e voltou para a Vila. Não demorou muito para esquecer o pênalti perdido e para encantar o mundo, reverenciado, então como Pelé. Ou melhor, Rei Pelé.

DE TRIVELA

1. Corinthians foi superior no clássico paulista, diante da Portuguesa, no Canindé. Só que, ao desperdiçar várias oportunidades - em especial a do último minuto -, bola na trave direita do goleirão Fábio, depois de forte cabeçada de Jucilei e leve desvio do arqueiro - bem, ao chutar a sorte para fora, ficou apenas no empate diante da valente Portuguesa. A impressão que se tem é a de que, embora superior ao adversário, o Corinthians ainda não está totalmente pronto para encarar a sonhada Libertadores.

2. Botafogo de Ribeirão Preto, sensação do futebol paulista em outros carnavais (e revelando, de quebra, o fantástico Doutor Sócrates), está lá em cima neste torneio. Tem bom time e alguns jogadores que se destacam, como, por exemplo, o lateral-esquerdo Nenê e o centroavante Willian - este, o autor do seu gol.

O adversário do Botafogo, o Palmeiras, arrancou o empate de 1 a 1 recorrendo a mais um gol de zagueiro (Léo, de cabeça) e até que não se houve tão mal. Revelou de novo, porém, o que está a deixar cabisbaixa a sua torcida: a crônica falta de bons atacantes. Carência que a diretoria, cáspite! - como diria meu avô italiano - não consegue acabar.

Roberto Carlos: “não sou maldoso”

“Eu começo a dar risada quando ouço isso. Engraçado que em vinte anos de profissão, machuquei apenas um jogador do Valladolid. Em vinte anos, machucar um, tá bom!”, se defende. Roberto Carlos foi suspenso pelo TJD por dois jogos, depois de acertar o palmeirense Joãozinho no clássico. Um efeito suspensivo conquistado pelo Corinthians permite que ele atue contra a Lusa: “Não foi uma jogada tão violenta assim, para pegar dois jogos de gancho”.

O vigoroso lateral esquerdo nunca foi um jogador de “tirar o pé” das disputas de bola. Desde os primeiros passos no União de Araras e depois no Palmeiras, Inter e Real Madrid, Roberto sempre mostrou muita disposição. Na Seleção não foi diferente. Na equipe da CBF atuou em 132 jogos (Cafu fez 150).

A volta ao time comandado por Dunga, colega da Copa da França em 98, faz parte dos planos do pentacampeão.“Eu estou tranquilo. Fiquei surpreso apenas com as convocações de Gilberto e Michel Bastos que estão atuando no meio-campo”, questionou.

Ele tem comentado com Ronaldo as “coisas” da seleção. “A gente fala sempre de seleção, claro. Quem não quer estar lá. Mas Ronaldo tem de marcar gols e eu devo correr bastante, cruzar bastante. Não adianta ser conhecido. O que passou, passou. Temos de trabalhar bem no Corinthians e não pressionar o Dunga”, contou Roberto Carlos em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes.

Visão sobre os testes de Jerez

Lewis Hamilton fez a melhor marca de Jerez. Um teste onde quase todas equipes se preocuparam em sentir o equipamento em ritmo de corrida, principalmente no que se refere ao desgaste de pneus. Claro que em alguns momentos se buscou volta de classificação, mas não se sabe ao certo com que quantidade de combustível. Por isso ainda é cedo para uma avaliação definitiva, que só virá após as quatro primeiras provas.

Tenho na minha cabeça, como palpite, ouvindo as declarações oficiais e mesmo me informando pelos meus lados, que a Ferrari é a que está mais tranqüila, o carro nasceu muito bem, é rápido nas duas situações, o desgaste de pneus está dentro da normalidade, aceita vários tipos de regulagem, é fácil de conduzir e o consumo de gasolina ainda um pouco mais alto que McLaren, Mercedes e Renault tem melhorado.

A McLaren conseguiu evoluir com mudanças aerodinâmicas, mas o equilíbrio com o tanque mais cheio ainda está longe do esperado. A Red Bull tem de novo um bom carro, levanta dúvidas na durabilidade e a Mercedes precisa ganhar desempenho. O carro não chega a ser um problema, mas pelo que se comenta é o que precisa de mais desenvolvimento.

A Sauber tem um bom motor Ferrari, mas para mim joga para torcida, necessita de patrocinadores para fechar o orçamento.

A Williams evoluiu muito e espera a chegada de uma nova versão do motor Cosworth. Hoje luta para ser a quinta força, tem potencial de crescimento, mas precisa caminhar bastante para pensar em vitórias. É um trabalho duro e longo, o time pelo menos tem esta consciência e não está acomodado. É também uma nova fase, mas o pensamento é grande.

A Virgin começou se arrastando, depois melhorou. Mas confesso que ver um time parado por falta de bico, nem na Fórmula Ford brasileira vi. Vai lutar para não ser a última, deveremos ter umas quatro equipes nesta situação.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Calor forte, frango de goleiro e empate no Canindé

Um frango, um “peru de carnaval”, no Canindé, um empate e um calor escaldante. Assim foi o clássico Portuguesa x Corinthians, que terminou 1 x 1.

No primeiro tempo, o meia Marco Antonio bateu uma falta sem muita força, a bola quicou no terreno e Felipe falhou feio. 1 x 0, Portuguesa.

O goleiro pediu desculpas para os companheiros, para a torcida e no intervalo se desculpou diretamente com o técnico Mano Menezes.

Felipe tinha sido avisado pelo treinador de goleiros, Mauri, das saliências do gramado do estádio da Portuguesa, que também recebeu críticas dos jogadores.

Mas esse é um problema eterno do Canindé, que já ganhou há muito tempo o troféu de pior gramado do país.

No segundo tempo, Felipe se redimiu com duas defesas espantosas que impediram a Lusa de aumentar a contagem,

Uma num chute quase na linha de pequena área de Heverton foi cinematográfica. Foi um show.

Felipe saiu de campo aliviado porque o Corinthians empatou no segundo tempo numa jogada enrolada que acabou no pé de Elias, que tocou no canto do goleiro Fábio.

Fábio salvaria a Portuguesa da derrota no último lance da partida quando Jucilei subiu e cabeceou no canto. Ele foi buscar e evitou o gol da vitória corintiana.

Na saída do gramado, a torcida gritou o nome de Felipe reconhecendo o seu trabalho apesar da falha. Indiscutivelmente é um grande goleiro.

Desta vez ele falou com a imprensa e eu até cobrei: “Outro dia você fechou o gol contra o Palmeiras e saiu do Pacaembu sem falar com ninguém. Deveria ter ocupado o espaço e hoje que não é uma boa, quando tomou um gol defensável, um frango, você fala com a imprensa?”

A resposta foi até surpreendente: “Ah, eu prefiro falar na ruim. Na boa tudo é mais fácil, você fala à vontade, conta história, tudo é bonito. Hoje não, hoje tem que explicar e mostrar personalidade”

Então tá, Felipe. Tudo bem. Ponto para você.

Saara paulistano

Por causa da grade da televisão, o jogo do Canindé começou às 16 horas, o que significa 15 horas no horário normal, já que ainda estamos no horário de verão.

Não havia vento e o sol estava pelando. Os jogadores e técnicos reclamaram, mas ninguém toma providência.

Quem tem o interesse marca e não pergunta nada para ninguém. Os jogadores e torcedores que se esfolem num clima de deserto.

No fim do jogo, o goleiro Fábio, da Portuguesa, passou mal. Vomitou e teve tonturas. Ou seja, se o jogo dura mais alguns minutos ele teria problemas com a bola em movimento ainda.

Até quando vai a insensibilidade dos dirigentes não se sabe, mas já é hora de tomar uma providência disseram os jogadores Willian e Roberto Carlos, que sofreram também com a canícula, do Canindé.

O árbitro Flávio Guerra deveria dar uma paradinha no primeiro tempo, a parada hidráulica, para que os jogadores se reidratassem.

Talvez tenha recebido recomendação de não perder tempo com nada. Não podia atrasar a grade.

Outro detalhe foi a torcida da Portuguesa xingando o ex-luso, Edno, durante todo o primeiro tempo. Ele saiu no intervalo.

Os torcedores o chamavam de lixo e Edno respondeu: “Eu entendo os torcedores, mas não sou lixo, sou um ser humano”. Tá dito, Edno.

Basquete ainda depende das estatais

Um comunicado à imprensa na tarde desta sexta-feira, emitido pela Rede Globo, confirmou os dois principais patrocinadores para o Novo Basquete Brasil. E, no anúncio, a mesma história de sempre. O esporte continua a ser bancado pelas empresas estatais.

Caixa e Eletrobrás vão investir na transmissão da Globo e, também, no patrocínio ao principal torneio de basquete do país, que continua com a Spalding como fornecedora de material esportivo.

Era pedir demais que, com apenas um ano de sociedade com a Globo, o NBB já conseguisse buscar na iniciativa privada o seu sustento. Para que o investimento privado aconteça, é preciso que o torneio esteja estruturado, tenha continuidade e, acima disso, certeza de boa organização.

O caminho não é fácil, mas, até que novas vitórias sejam alcançadas, o basquete, como muitas outras modalidades, ainda dependerá do investimento de empresas estatais.

Por Erich Beting

Câmara altera Lei Pelé em prol dos clubes

Ao aprovar alterações na Lei Pelé, ontem, a Câmara dos Deputados criou benefícios extras a clubes de futebol e de esportes olímpicos. A proposta ainda pode ser modificada hoje, em nova votação no plenário, e, depois, segue para o Senado.

Os clubes formadores de atletas olímpicos garantiram 0,5% dos recursos das loterias federais, que será retirado do percentual de 4,5% que recebe o Ministério do Esporte.

A estimativa do relator do projeto, deputado José Rocha (PR-BA), é que a mudança destine cerca de R$ 20 milhões por ano para cerca de 20 clubes formadores de atletas no país. "Isso é muito importante para que tenhamos mais recursos para preparar os atletas para os Jogos de 2016", afirmou Rocha.

Assim, o COB manteve o direito a 2% das loterias, parte destinada ao esporte estudantil. A ideia inicial era tirar percentual do bolo do comitê, que resistiu. O Ministério do Esporte aceitou conceder fatia de sua arrecadação para os clubes. No futebol, houve ganhos para os clubes na relação com os jogadores. José Rocha é ligado à CBF, de quem já recebeu doações eleitorais.

Primeiro, a associação formadora do atleta passa a ter prioridade no primeiro contrato e na renovação deste com o jogador. Esse clube também terá direito a receber uma parcela, ainda a ser definida, de todas as negociações do jogador. A ideia é que seja 5%.

Segundo, o texto aprovado cria um vínculo entre a agremiação e jogadores entre 14 anos e 16 anos, que hoje não existe. Por meio de uma bolsa de "jovem aprendiz", os clubes passariam a ter direito a 1% das transferências por ano de formação. Esse é um dos pontos que podem ser modificados na sessão de hoje do plenário.

Terceiro, o projeto aprovado reduziu o "direito de arena" dos atletas. Hoje, 20% do que é recebido com as transmissões de jogos de futebol deve ser repassado para os atletas. Decisões judiciais já diminuíram esse percentual na prática. Com a mudança, os jogadores ficarão com apenas 5%, percentual que já recebem atualmente.

Quarto, os sócios dos clubes não mais responderão com seus bens por cobranças judiciais de dívidas, como ocorre pela regra atual. Agora, segundo o deputado José Rocha, apenas os dirigentes serão responsáveis, com seus bens ou com bens do clube, por atos ilícitos e gestões temerárias.

As regras para as TVs também passarão por modificações. Atualmente, a emissora que não comprar os direitos de transmissão de um jogo pode usar três minutos da disputa durante sua programação. Pela proposta, esse período é reduzido a um minuto e meio. Isso beneficia a TV Globo, detentora da maior parte dos direitos dos torneios de futebol no país.

Fonte Folha de S. Paulo - Esportes

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Cicinho, exemplo contra "os cansaços"

Agora virou moda atribuir ao cansaço, imagine, o mau desempenho. E vejam que estamos em fevereiro, às vésperas do carnaval, estrelas tratadas com pão de ló, hotel cinco estrelas, faltando, talvez, reconheço, como em outros séculos, eunucos a abanarem os meninos para que o calor do verão não seja tão cruel.

Pois Cicinho, em sua reestréia pelo São Paulo, ainda que por pouco mais de 15 minutos, desafiou os mimos modernos: chegou de manhã da Itália, dez horas de viagem, fez básico exame médico e, à noite, entrou em campo, saindo do banco de reservas para jogar bola. Tal qual um de nossos nobres trabalhadores normais, que acordam ao raiar do dia, enfrentam o metrô e suas baldeações e “pegam no batente”, sem queixas, firulas ou mistérios.

Não teve, entenda-se, nenhuma participação na vitória do São Paulo sobre um Monterrey recheado de reservas, na estréia do tricolor na Libertadores, vitória simples por 2 a 0 (dois gols de Washington). Enquanto corre, nos bastidores, para formalizar a contratação de Fernandão - mais um belo reforço - o São Paulo fez o dever de casa.

Cicinho, porém, repito, fez mais do que isso, chutando para escanteio esta lenda moderna de que futebol, hoje, só pode ser jogado com excesso de zelo, o cabelo penteado e devidamente tratado com gel, pois não? Ainda outro dia, recém-chegado da Inglaterra, dois quilinhos a mais, sem um treino coletivo sequer, Robinho fez do Santos o vencedor de um clássico importante, marcando gol de letra em Rogério Ceni. Precisou de tantos mistérios?

Cicinho, voltando ao tema central, insinuou que ainda se pode “jogar bola” sim, num trabalho reconhecido, mas um trabalho especial, onde o prazer de jogar o torna uma atividade especial. Talvez tenha chegado a hora de voltarmos a produzir jogadores e não mais tantos músculos gladiadores que se cansam, com facilidade, já em fevereiro.

DE TRIVELA

Quem acompanhou o jogo do Palmeiras diante do Flamengo do Piauí, há de concordar que, de tão fraca, nem é partida para ser comentada. Perdão, com exceção do gol de Diego Souza, sempre ele, que marcou o belo gol que deu a suada vitória ao time.

Escrito por Roberto Avallone

Dunga: faltam 4 na sua Seleção.

Pelas minhas contas, levando-se em conta a máxima, de que "futebol é momento", faltam pelo menos quatro jogadores nessa Selecao Brasileira de Dunga. Engana-se o amigo que pensa estar este colunista blogueiro a reclamar da ausência de Ronaldinho Gaúcho. Quanto a este também tenho minhas dúvidas e em suas dez últimas partidas pelo Milan, quatro foram ótimas, quatro ruins e duas discretas. Então, que garantia podemos ter? (curioso é que logo depois de supostamente voltar a forma mágica, surgiu a clamoroso noticiário na imprensa italiana , relatando que Ronaldinho tivera uma festinha de três noites que teriam valido por aquelas mil e uma, saborosíssimas. Mais curioso ainda é que teria sido antes do clássico diante da poderosa Inter. O Milan perdeu, Ronaldinho desperdiçou um pênalti e, depois disso, entrou novamente em má fase. Mera coincidência?)

Claro, repito, tenho dúvidas quanto a Ronaldinho. E quem acho que faltou? Bem, vamos aos 4 valentes:

1. André Santos, na lateral-esquerda. Joga muito mais do que Michel Bastos ou que Gilberto - este, agora meia no Cruzeiro, teve seu melhor momento na Copa de 2006. Há quatro anos.

2. Hernanes, do São Paulo: tem muito mais bola do que o pequenino e limitado Josué, que faz o que com a bola nos pés?

3. Diego Souza, do Palmeiras. Não vejo outro reservba mais capaz para Kaká do que Diego, bom de drible, de arremate, de cabeçada. Ou será que se queimou por aquele jogo lá nas alturas de La Paz, derrota frente a Bolívia, quando o time inteiro jogou mal e sem fôlego. Se for isso, é injusto.

4. E, finalmente, Neymar. É muito jovem, reconheço, mas seu futebol é de craque rodado e, na sua idade, para nem falar de Pelé, muitos outros já disputaram (ou foram convocados) a Copa do Mundo. Seria uma surpresinha para os inimigos.

Bem, esta é a minha opinião.

Escrito por Roberto Avallone

O que acontece com o tênis brasileiro?

Após quase uma década, o Brasil finalmente tem um jogador entre os 30 melhores do mundo. Além disso, neste início de 2010, o país já conquistou dois títulos expressivos. Um foi o primeiro Grand Slam para jogadores juvenis. O outro, mais uma vitória de ATP de Thomaz Bellucci.

Nesta semana, o país recebe seu mais graduado torneio do circuito masculino. Com quase meio milhão de dólares em premiação, transmissão nas TVs aberta e fechada, presença de nove dos 50 melhores tenistas do mundo e 15 patrocinadores.

Só que, na comemoração de seu décimo aniversário, o Aberto do Brasil de Tênis tem muito pouco a comemorar no que diz respeito à presença de público nos jogos.

Na última terça-feira, Thomaz Bellucci, o grande astro deste ano no Sauípe, encerrou praticamente à meia-noite seu confronto de estreia contra Thiago Alves. A arena, nitidamente, estava vazia. Após o confronto entre os dois brasileiros, João Souza e Victor Hanescu (ROM) entraram em quadra para encerrar os jogos do dia. A arena, que já estava vazia, ficou restrita a familiares e um ou outro cidadão que se aventurou a continuar por lá.

Por que, mesmo com dez anos de história e já tendo tido astros em quadra como Guga, Nadal, Guillermo Coria e outros, o Aberto do Brasil não decola?

Se, antes, o argumento era de que o torneio estava “deslocado” da temporada do saibro e, mais do que isso, do Carnaval da Bahia, agora a justificativa não serve.

A ideia é aproveitar tanto os torneios pela América do Sul nesta época do ano quanto o feriadão que se aproxima para atrair o público. Mas, arena lotada, pelo visto, só se Bellucci conseguir repetir a decisão de 2009.

A promoção foi feita, os ingressos estão a preços mais acessíveis, alguns bons nomes do tênis ajudariam a levar um público mais específico para assistir aos jogos.

Mas por que, então, simplesmente o torneio não vai para a frente?

A resposta é complexa. Mas a solução pode ser simples. Fico com a frase de Vicente Casado, diretor geral do Masters de Madri, que revolucionou os torneios de tênis ao criar as pegadoras de bola modelos e, agora, quer fazer com que o saibro da competição seja azul.

Em entrevista à edição 11 da Revista Máquina do Esporte, ele disse:

“A chave mesmo é que estamos dispostos a criar a e inovar. Isso é um dos segredos da sobrevivência e do posicionamento de um torneio. As pessoas precisam dizer que vão, por exemplo, à semifinal do Madrid Open pelo torneio, e não para ver o Rafael Nadal. Não dá para o torneio se apoiar tanto nos jogadores, porque o Nadal vai passar, e logo chegará outro. Temos que apoiar nosso planejamento no torneio. É preciso criar algo com personalidade, imagem e caráter próprios”.

Talvez o que falte hoje, para o Aberto do Brasil de tênis, é achar a sua personalidade.

Por Erich Beting

BEM E MAL NA LIBERTADORES

O São Paulo foi mal e bem no Morumbi, ao bater o Monterrey por 2 a 0, na estreia da Libertadores.

Mal, no primeiro tempo, quando foi dominado pelo adversário que veio do México sem sete de seus titulares, por opção (deu prioridade às disputas do campeonato nacional de lá).

Entregou a bola e os espaços para os mexicanos, que chegaram a ter 53 por cento de posse de bola, só no toque-toque, pois evidentemente não tinha força ofensiva.

Apesar disso, foi para os vestiários com a vantagem de 1 a 0, fruto de boa jogada pela esquerda, de onde partiu o centro rasteiro de Jorge Wagner para Washington. Cervantes, porém, incorporou um Sancho Pança e meteu de bico para as próprias redes, antes do artilheiro tricolor, que, no entanto, levou a fama.

Mas, bem, na volta dos vestiários, quando partiu para a marcação por pressão mais à frente e, recuperando a bola, acertou mais do que errou o passe, até que, lá pelos 30 minutos, na esteira dos aplausos para a entrada de Cicinho, em sua súbita reestreia no São Paulo, Washington, agora, sem dúvida, tocava para a meta corner cobrado da esquerda e desviado de cabeça por Jorge Wagner.

Valeu pela vitória, mas o São Paulo terá de melhorar muito se quiser impor-se como um dos favoritos mesmo da Libertadores.

RAPOSA, HUUMMM…

Não foi uma tragédia em Buenos Aires, mas quase. E a coisa toda começou com a expulsão-relâmpago de Gilberto, completada no segundo tempo com a do beque Gil.

Até aqui, o Cruzeiro conseguia conter o placar no 1 a 0 para o Velez, com ralas possibilidades de empatar ou até mesmo virar o jogo. Mas, depois… Tomou o segundo e esteve a pique de levar o terceiro por mais duas vezes.

Claro que, no Mineirão, no jogo da volta a história será bem outra.

Mas, vale aqui uma observação sobre a expulsão de Gilberto, fato que detonou tudo. Pois, reveja o amigo o tape e perceberá que houve excesso do juizinho, tão comedido com os argentinos, como naquela cotovelada sofrida por Thiago Ribeiro ou aquele chute em Kleber, depois que o avante brasileiro havia sido derrubado.

Observe que Gilberto está olhando a bola que cai às suas costas, gira levantando o pé para dominá-la quando atinge o adversário. Um amarelinho por imprudência ou força excessiva cabia bem ali. Já, o vermelho, foi demais.

COPA DO BRASIL

Dos grandes brasileiros, só Bahia e Grêmio cumpriram seus objetivos, eliminando o jogo da volta na abertura da Copa do Brasil.

O Grêmio, de virada, venceu o Araguaia por 3 a 1, com dois gols de Borges, que, com a camisa tricolor do Sul, dia sim, outro também, deixa sua marca nas redes inimigas. E o Bahia de todos os santos, no Espírito Santo, claro, não deixou barato: 2 a 0 no Vitória.

Quem pisou na bola, porém, foi o Botafogo de Joel Santana, que completinho, com El Loco e tudo, perdeu para o São Raimundo, em Santarém, por 1 a 0, e periga cair fora da Copa do Brasil antes mesmo de entrar pra valer.

Já Vasco e Palmeiras ficaram ali no meio do caminho – venceram, mas terão de confirmar a vaga nos jogos da volta.

O Palmeiras penou para bater o Flamengo, em Teresina, por 1 a 0, com belo gol de Diego Souza, e só o conseguiu porque faltou fôlego no fim ao time do Piauí. E o Vasco, que começou perdendo, só virou o jogo aos 46 do segundo tempo, com Elton.

Mas, isso é só o começo.

ADEUS A ORLANDO

Orlando Peçanha, que nos deixou ontem, era o quarto-zagueiro na sua expressão mais exata: forte no talhe físico e na marcação saía para o apoio com a técnica de um volante.

Foi importantíssimo na conquista da Suécia, o primeiro título da Seleção Brasileira, em 58. Projetou-se naquele timaço do Vasco dos anos 50, ao lado de Bellini, o capitão da Copa da Suécia, foi ídolo no Boca Juniors e integrou o Santos de todos os tempos, aquele de Pelé e Cia.

E aqui cabe uma historinha que me contou certa vez o saudoso e genial jornalista e radialista Raul Duarte, braço direito do dr. Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação brasileira à Copa de 58.

Às vésperas do embarque para a Suécia, criou-se em São Paulo um clima irrespirável para a Seleção Brasileira. O meu querido Geraldo Bretas, comentarista da Tupi de grande recepção popular, encetava uma campanha contra a Seleção, mais por desfeita ao dr. Paulo do que verdadeiramente pela Seleção em si.

O fato é que o clima azedou de tal maneira que o jogo de despedida do Brasil, contra o Corinthians, no Pacaembu, ganhou ares de batalha final. Entre outras coisas, porque a imensa Fiel clamava pela presença de Luisinho, o Pequeno Polegar, no time nacional, o que transformou o craque alvi-negro no grande protagonista do confronto.

Dr. Paulo coçava a careca em formato de melão, quando chamou Raul Duarte, antes do início da partida, e sussurrou-lhe: “Precisamos evitar que o Luisinho acabe com o jogo. Dê um jeito nisso, Raul”.

Raul, então, entrou no vestiário, e passou a mensagem para Orlando Peçanha, que balançou a cabeça em assentimento: “Deixa comigo”.

Luisinho, o pequeno demônio dos dribles humilhantes, não viu a cor da bola naquela noite eletrificada, depois do primeiro chega-pra-lá de Orlando. E quem acabou pagando o pato foi o menino Pelé, quase alijado da Copa por uma entrada criminosa do lateral corintiano Ari Clemente.

Adeus, Orlando de tantas memórias.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Corinthians, hoje, é mais que um clube

O termo "mais que um clube" até já foi usado por aqui para designar ações sociais envolvendo grandes clubes no Brasil. É o lema que o Barcelona adotou, na grande virada de marketing que fez no início da década. E, aos poucos, essa ideia começa a ser usada pelo Corinthians, em nível e propósitos diferentes daqueles que moveram o clube espanhol, mas que são igualmente eficientes para promover a marca do clube.

Muitas perguntas já foram feitas aqui sobre como o vôlei, o basquete e outras modalidades podem trabalhar para não depender de um patrocínio, da mudança de cidade, da grana da TV, etc. A saída, ao que tudo indica, é imitar os clubes de futebol. E, pelo que tem feito em algumas ações nos últimos anos, o próprio Corinthians serve de exemplo.

Os clubes precisam fortalecer suas marcas.

Para isso, têm de fazer iniciativas que mostrem que eles são "mais que um clube". O time de vôlei, por exemplo, não pode se contentar em ter um patrocinador ou a benevolência de uma cidade que deem o nome à equipe. Tem de ir atrás de outras fontes de receita para não depender desse apoio único. Mais ou menos como o futebol fez nos anos 30-40, buscando ir além da boa vontade do dirigente "amador" e captando dinheiro da bilheteria, por exemplo. E que, depois, ao longo do tempo, também soube buscar a receita, seja na venda de direitos de transmissão, nas cotas de patrocínio, venda de produtos oficiais, etc.

E o que o Corinthians tem a ver com isso?

Bom, mais uma vez, o clube mostrou que está à frente dos outros. Pelo menos nas iniciativas ousadas de marketing. O Timão anunciou ontem a parceria com Ricardo Zonta para ter um carro na Copa Caixa Stock Car em 2010. Carro que vai ter a marca do Corinthians e o número 100, referente ao centenário alvinegro.

Não é só o futebol que explica a força de um Corinthians. Ela transcende o gramado e assume qualquer espaço em que haja um torcedor do clube disposto a consumi-lo.

E, ao fechar um acordo para levar sua marca à Stock, o Corinthians prova essa capacidade de ir além do futebol e ser, de fato, uma "empresa", "uma grife", uma "marca". Não importa o termo a ser usado, mas o conceito que se transmite.

O maior mérito, nessa história toda, é que a diretoria de marketing alvinegra não atropela o planejamento financeiro em busca dessa "ostentação" de eventos para participar com a marca Corinthians. A política do clube é não investir dinheiro nesses projetos. Até agora, isso tem dado resultado. O risco é minimizado e, o marketing, valorizado.

Hoje, pode-se dizer que o Corinthians já começa a pensar como algo além de um clube de futebol. Entre erros e acertos, é verdade, mas sabendo que é mais do que um clube.

Por Erich Beting

Ronaldinho Gaúcho cada vez mais fora da Copa

Hoje saiu a última convocação da Seleção Brasileira antes da Copa do Mundo.

O técnico Dunga chamou 22 jogadores para a partida amistosa contra Irlanda, em Londres, no início de março.

Ronaldinho Gaúcho está fora mais uma vez. O técnico Dunga não se encantou com a sua sequência de jogos no Milan.

Esse é um claro sintoma que o Gaúcho não irá a Copa da África como aliás já era esperado.

Sobre o outro Ronaldo não dá nem para falar já que ele está contundido e várias vezes o técnico deixou claro que não conta com ele no elenco.

Dunga tem problema a resolver na lateral-esquerda.

Vai tentar novamente com Gilberto, do Cruzeiro, de Belo Horizonte.

Também chamou Michel Bastos, do Lyon, da França, que esteve nas duas últimas convocações.

Achei que podia tentar de novo Kléber, do Internacional, que terminou o Brasileiro do ano passado jogando um bom futebol.

Gilberto esteve no elenco da Copa da Alemanha, em 2006, e estava praticamente descartado.

Pode ganhar a vaga na reta de chegada.

André Santos, ex-Corinthians, vê suas possibilidades diminuirem depois da chamada de hoje.

Suas chances estão reduzidíssimas depois de ter feito alguns bons jogos e aparecer bem na Copa das Confederações.

Miranda, sempre presente nas últimas chamadas, ficou de fora dessa.

Nas demais posições nenhuma grande novidade na convocação de Dunga, que prefere chamar aqueles que ele já conhece e que deram certo no seu planejamento.

Talvez se questione a volta de Kleberson, que nunca mais foi o mesmo da Copa da Ásia, de 2002, e teve dificuldades para engrenar no Flamengo.

Eis a relação na íntegra:

Goleiros

Júlio César (Inter de Milão) e Doni (Roma)

Laterais

Maicon (Inter de Milão), Daniel Alves (Barcelona), Gilberto (Cruzeiro) e Michel Bastos (Lyon)

Zagueiros

Juan (Roma), Lúcio (Inter de Milão), Luisão (Benfica) e Thiago Silva (Milan)

Volantes

Gilberto Silva (Panathinaikos), Josué (Wolfsburg) e Felipe Melo (Juventus)

Meias

Kaká (Real Madrid), Ramires (Benfica), Elano (Galatasaray), Júlio Baptista (Roma) e Kleberson (Flamengo)

Atacantes

Robinho (Santos), Adriano (Flamengo), Nilmar (Villareal) e Luís Fabiano (Sevilla)

Fred aqui, Fernandão ali... mercado agitado.

Bem, por enquanto, Fred é do Fluminense e Fernandão, do Goiás. Até quando? Sabe-se lá. Na carência de centroavantes disponíveis no futebol brasileiro, a caça por aqueles que restam - ou que apresentam qualquer tipo de dúvida em seus atuais times - ah, é caça para valer, como mineiros em busca do ouro.

No caso de Fred, uma curiosidade: em pouco mais de 24 horas, ele passou de possível nova contratação do São Paulo para quase certo reforço do Palmeiras e... acreditem até do Corinthians de Ronaldo Fenômeno. Foi o que me disse, mais ou menos na hora do almoço, um empresário ligado ao mercado financeiro, mas com muitos conhecimentos no futebol onde ocupou vários postos, entre eles o de vice-presidente do Corinthians:

- "Fica atento, o Fred pode pintar no Corinthians".

- "Mesmo com o Ronaldo?"- perguntei.

- "A gente sabe que o Ronaldo não vai poder jogar sempre. Não sabe?"

Já à noitinha, porém, o presidente do Fluminense, Roberto Horcades, negava a saída do goleador do Flu, mais uma vez se recuperando de lesão. Horcades garante Fred, será que a Unimed também?

No outro caso, o de Fernandão, é sabido que ele flertou com o São Paulo há pouco tempo. E não é segredo para ninguém que sua nova passagem por Goiânia não exatamente aquela que ele sonhou. Dele se esperava um futebol de campeão e, coincidência ou não, o Goiás que vinha tão bem, de repente despencou.

O São Paulo, agora tenta, uma nova estratégia para dobrar o Goiás que reluta em liberar o antigo ídolo. O tricolor busca uma reaproximação com o clube de Fernandão, na manha, acena com alguns jogadores, coisa e tal. Numa dessas, Fernandão surge.

Pois não foi mais ou menos assim com Cicinho, que deverá ser anunciado nesta terça?

Escrito por Roberto Avallone

A Visa e o marketing de oportunidade

Num espaço de 11 meses, a Visa protagonizou provavelmente um recorde no marketing de oportunidade mundial. Em 8 de março de 2009, a empresa patrocinou a camisa do Corinthians para o clássico contra o Palmeiras. O jogo marcou mais uma das "voltas definitivas" do atacante aos gramados, com a realização do gol de empate aos 47 do segundo tempo, garantindo a invencibilidade e a arrancada alvinegra para o título estadual.

No dia 7 de fevereiro de 2010, eis que a Visa ressurge, patrocinando a camisa do Santos no clássico contra o São Paulo. O jogo marcou a reestreia de Robinho com o uniforme santista. E eis que, aos 41 do segundo tempo, o atacante faz o gol que dá a vitória ao time do litoral paulista.

Mais do que nenhuma outra marca, a Visa soube aproveitar o momento certo para fazer uma ação de patrocínio.

Sem estardalhaço, comprou o espaço da mídia que representa uma camisa de futebol, nada além disso. Ela não busca relacionamento com o torcedor, venda de ingressos ou produtos oficiais.

Está dentro da estratégia da marca. Ela não cria longos vínculos com clubes, mas com competições. É em busca disso que se tornou patrocinadora da Fifa em 2007 (pagando R$ 100 milhões ao ano pela cota), é por isso que já é há décadas parceira do Comitê Olímpico Internacional (com mais cerca de R$ 100 milhões de investimentos anuais).

O aporte ao Santos foi uma estratégia para ter exposição de marca, assim como já tinha sido com o Corinthians. Investimento relativamente baixo para o potencial de exposição que aquele jogo teria.

Para coroar a estratégia, o gol de Robinho, assim como tinha sido o de Ronaldo, rodou o mundo. E a marca Visa, multinacional, também percorreu o mundo junto com os atacantes.

Um gol de letra, tal qual o de Robinho. Mas que beneficia, exclusivamente, a empresa. Para o clube, não resolve a pendência financeira que vai perdurar até o final do ano. Para o torcedor, não cria um novo serviço que o faça se sentir especial.

Só que é por isso mesmo que o patrocínio é considerado de oportunidade. Ele não foi feito para gerar relacionamento com o torcedor, mas para expor o máximo possível a marca da Visa. Melhor resultado é difícil de se obter. Ainda mais em tão curto espaço de tempo.



Por Erich Beting

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

E Robinho voltou!!!

O futebol brasileiro tem coisas que ninguém sabe explicar.

Ainda está bem clara em minha memória a volta de Ronaldo Fenômeno!

Uma primeira participação assustadora, quando cheguei a pensar que ele não tinha condições ainda de jogar e a volta triunfante no segundo jogo com um, gol de cabeça que deu a vitória contra o Palmeiras com direito a quebrar alambrado e tudo.

Na Europa, onde todos o davam como acabado, foi um assombro!”

Agora foi Robinho, um pouco mais prematuro do que Ronaldo.

Logo no primeiro jogo, também sendo poupado, com quase todo mundo achando que sua escalação no banco de reservas tinha sido apenas mais uma jogada de marketing, ele entra e faz o gol da vitória sobre o São Paulo.

Ele tinha tentado duas vezes. As duas passando pertinho.

Na terceira ele conseguiu o gol e não foi um gol qualquer.

Um gol de calcanhar que provavelmente vai cair feito uma bomba na Inglaterra, onde o Manchester City vai se sentir frustrado.

A volta foi fantástica, provando que o futebol bem jogado também é eficiente e pode dar vitórias.

Mas quero ressaltar duas coisas:

1º – a substituição inteligentíssima que Ricardo Gomes fez tirando Washington, que não estava jogando mal, e fazendo entrar Cleber Santana. Assim ele devolveu a velocidade ao time que chegou a dar a impressão que ia vencer depois do gol de empate de Roger;

2º – a defesa do Santos, onde Edu Dracena fez uma partida impecável ao lado de Durval. Parece que depois de muito tempo o Santos finalmente montou uma defesa.

Foi bonito ver o time inteiro do Santos e todos os reservas abraçarem um a um o herói do dia.

E é bom também dizer que o time do São Paulo vem aí e vai chegar mais uma vez na Libertadores e em todas as competições que disputar.

Autor: Michel Laurence

De volta ao tempo das cavernas!

Eu moro na Vila Romana.

Um bairro como o nome indica, fundado por italianos.

Então as ruas têm os nomes de imperadores romanos: Júlio César; Marco Antonio, Cassio, Coriolano. etc..

O bairro é lindo, mas está meio abandonado (talvez não seja o único).

Ruas esburacadas, árvores que nunca são podadas, bocas de lobo entupidas, praças – as poucas que existem – mal tratadas.

Não tem estrutura.

Recentemente, o Sondas abriu um supermercado. Imediatamente, quase no mesmo dia, o Pão de Açúcar inaugurou um também.

Mas o bairro é lindo, casinhas dos dois lados das ruas, lembra a São Paulo do início do século…claro!

Em tudo, inclusive na sujeira.

Você já deve ter adivinhado, quando chove é uma desgraça.

Não tão grande quanto aquela sofrida pelos bairros ainda mais pobres e mais longínquos.

Mas mesmo assim desastrosa.

Anteontem choveu e faltou luz das 17:00 às 21:30.

Acho que só voltou porque o Corinthians ia jogar contra a Ponte Preta na tela da Globo.

Ontem choveu de novo!

A luz apagou e só voltou às 02:00 da madrugada.

Acho que era porque o Santos jogava. Não tem lá muita importância.

Luz de vela, sombras pelas paredes, gatos estranhando a falta de claridade. Um deles queimou o bigode.

A tela da TV apagada.

O computador silencioso.

O ventilador de enfeite na sala.

Eu não tenho rádio de pilha.

9 horas da noite.

O Santos devia estar entrando em campo.

Eu queria ver o jogo. Até pensei em ir no bar ao lado de casa, mas lá também estava faltando luz.

A idéia de sair por São Paulo procurando um bairro com luz e um restaurante com televisão não me seduziu.

Entrei dentro do carro da minha mulher e liguei o rádio.

O rádio estava horroroso.

- Eu te disse – gritou minha mulher – que tínhamos que trocar o rádio do carro.

O chiado me deixou louco.

Me senti um homem das cavernas.

Solitário, dentro das trevas, esperando ser atacado por um tigre dentes-de-sabre.

Horrível.

Pensei: “amanhã, os leitores do blog se o Santos perder, vão ficar pau da vida comigo, achando que só falo mal do Corinthians, do Palmeiras e vez por outra do São Paulo”.

Fui dormir.

Ainda bem que minha cama estava ali ao invés daquele chão duro e frio do tempo das cavernas.

Pelo menos isso.

Calculei amanhã vejo o jogo do Santos contra o Santo André e depois escrevo.

A NET só voltou as 11hs30.

Fiquei a manhã de hoje inteira sem computador e sem TV.

Aí uma boa alma – talvez tendo pena do meu sofrimento (como será que ele descobriu) – colocou no ar um compacto.

Rapaz, tomei um susto: que gol foi aquele do Neymar?

O que esse garoto sabe de bola é espantoso.

Sei que vão cair matando, mas o Robinho vai ter que jogar muito para ofuscar o brilho do garoto Neymar, que hoje completa 18 anos.

Garoto, feliz aniversário e que seu futuro seja mais feliz ainda.
Autor: Michel Laurence

Robinho: o Gol de Letra, exclamação!

Já se falava, em meio ao jogo contra o São Paulo, que a bola fugia de Robinho. Ele entrou no meio do segundo-tempo, sem nenhuma semana de treino e carregando no corpo franzino o seus 73 quilos atuais, 10 a mais do que o peso que ostentava ao dar as célebres pedaladas sobre o corintiano Rogério, aquela ginga incrtível que o celebrizou na inesquecível final do campeonato brasileiro de 2002. O Santos foi campeão brasileiro em cima do arquiinimigo Corinthians.

Vejam só como é o futebol: o Santos vencia o São Paulo por um a zero, gol de Neymar, de pênalti - com direito à paradinha que irritou Rogério Ceni - quando Robinho entrou em campo, o São Paulo empatou e já se começava a ouvir críticas. ''Xii, será que o Robinho não é mais o mesmo?''. E eis, que, de repente, um cruzamento da direita, surge Robinho e faz o gol da vitória. E de letra, exclamação!!

É preciso falar mais alguma sobre a estréia de Robinho, interrogação?

Escrito por Roberto Avallone

Futebol: Lei do Passe está pronta para voltar

Ao votar o projeto de lei que altera a Lei Pelé (9.615/98) a Câmara dos Deputados vai ressuscitar a “Lei do Passe”.

Trata-se do tema mais polêmico nas relações trabalhistas entre jogadores e clubes de futebol. O projeto, que seria votado hoje, foi adiado para a próxima semana para melhor debater a matéria.

O fim do passe, a partir de 2001, é, segundo a cartolagem, o principal motivo para o fracasso financeiro dos clubes, pois a transação dos jogadores, antes feita pelas agremiações, passou a ter a participação dos “agentes Fifa”, ou empresários. Os clubes se queixam, também, que gastam na formação dos atletas e, depois, não recuperam o dinheiro na transação.

Quando o assunto foi regulamentado – por influência do próprio Rei Pelé –, a idéia era de que a nova lei beneficiaria os jogadores. Eles teriam mais liberdade para negociar os seus contratos.

Foi então que surgiu o empresário, mais preocupado com as milionárias transações de craques, para o estrangeiro, de preferência, do que o fortalecimento dos clubes.

Reforma

A reforma da Lei Pelé está na Câmara dos Deputados há nove anos. Quando terminou a CPI da CBF Nike, o deputado Silvio Torres apresentou um projeto de atualização da lei, mas a CBF segurou a tramitação através da bancada da bola.

O tempo passou, e só em 2005 o governo federal encaminhou a sua proposta ao Legislativo, que deverá ir à votação na semana que vem.

Ocorre que na mesma proposta estão as mudanças nos repasses das loterias para o esporte, assunto que colocava em divergência o Comitê Olímpico e os Clubes Formadores de Atletas (Confao).

Mas, numa reunião, hoje, os deputados Afonso Hamm, Silvio Torres, José Rocha, Eugênio Rabelo, Deley, Otávio Leite e Marcelo Teixeira chegaram ao consenso e tudo ficou definido conforme os interesses olímpicos e clubísticos.

Hora extra

O problema, agora, é o futebol. Alguns parlamentares alegaram que o projeto de lei do Executivo não fixa que os jogadores devem receber horas extras durante as concentrações e jogos noturnos.

Como se trata de uma perda para o empregado, o Ministério do Trabalho sugeriu debater melhor a matéria, a fim de que não haja prejuízos.

McDonald's "tira" hamburger das Olimpíadas!!!

Agora é para encerrar de vez qualquer discussão sobre até onde o COI quer expandir os seus tentáculos para preservar os seus direitos sobre os Jogos Olímpicos e também preservar o negócio de seus parceiros comerciais.

Ontem, sábado, o restaurante oficial dos povos aborígenes das Olimpíadas de Inverno de Vancouver, o Four Host First Nations, anunciou que mudou o nome de seu mais tradicional sanduíche no cardápio. O Bison Burger foi retirado do menu. Em seu lugar, o genérico "Sliders" para designar a iguaria.

A mudança beira o irracional. O fim do nome no cardápio foi para atender a um pedido do Comitê Organizador dos Jogos, que recebeu uma solicitação do McDonald's, patrocinador das Olimpíadas, para que só ele pudesse, dentro dos restaurantes oficiais dos Jogos, usar o termo "hamburger" para designar seu sanduíche.

Sim, chegou-se a esse ponto. Nem mesmo o hamburger pode ser usado por "ferir" os direitos dos patrocinadores das Olimpíadas

Se o objetivo do McDonald's era "minar" o concorrente, provavelmente o tiro saiu pela culatra. Agora a curiosidade pelo tal hamburger de bisão aumentou. E os "Sliders" do primeiro restaurante destinado a um povo local de Jogos Olímpicos deverão começar a sair como um Big Mac do cardápio...

Como já dito por aqui desde a tentativa de proibir o uso do termo "olímpicos" num livro, o COI tem todo o direito de preservar os Jogos que ele organiza. Mas não dá para ser tão radical.

Por Erich Beting

sábado, 6 de fevereiro de 2010

SE SÃO PEDRO DEIXAR…

O Peixe desce a serra animadíssimo para enfrentar o São Paulo no clássico paulista deste domingo. E não é pra menos: líder isolado, praticando o melhor futebol deste início de temporada, celebra a fase esplêndida de seus dois meninos de ouro – Neymar e Ganso – e, ainda por cima, como a cereja no bolo, acalenta a expectativa de ter Robinho novamente em campo.

Claro, o lugar-comum diz que nada disso é definitivo em clássicos desse porte. Mesmo porque o São Paulo também anda animado com o fim da fase de rodízio e o primeiro tempo do chamado time titular na recente vitória sobre o São Caetano.

É verdade que o técnico Ricardo Gomes cultivava o desejo de poupar alguns dos seus titulares nessa partida, com vistas ao jogo do dia 10 pela Libertadores, que vale milhões de vezes mais do que esse Paulistão mal engendrado que está aí. Mas, com toda essa expectativa em torno do Santos, a diretoria convenceu o treinador de que melhor seria não arriscar um desastre de tal proporção capaz de estender os estragos para a estreia da Libertadores.

Por isso mesmo, o Tricolor vai tentar pescar o Peixe com rede de aço e até detonadores, se assim for preciso. Pelo menos é o que se depreende das instruções de Ricardo Gomes para seus jogadores: não dar espaço para o adversário em nenhum momento da partida.

Isso é possível, óbvio. Mas, será difícil, pois esses peixinhos, quando você acha que já estão na isca, escapam por aqui, por ali, por onde for. E é aquele perereco.

De qualquer forma, se São Pedro adiar o dilúvio diário sobre Barueri por algumas horas, poderemos ter o mais emocionante e belo espetáculo de futebol deste ano que mal se inicia.

O poder de veto do COI

O Comitê Olímpico Internacional divulgou na última sexta-feira um comunicado aos milhares de atletas que participarão das Olimpíadas de Inverno em Vancouver. Nele, apresenta um relatório de como as "pessoas credenciadas" para os Jogos poderão fazer uso de blogs e outras ferramentas de comunicação durante o evento.

Para quem achou que era uma censura apenas à professora Kátia Rubio proibir o uso da palavra "olímpicos" e derivados num livro didático, sugiro a leitura na íntegra do documento (o link para ele é esse daqui).

Na busca incessante do direito de sua marca e de seus patrocinadores, o COI faz uma absurda proteção a qualquer tipo de ofensa aos Jogos Olímpicos. Se algum atleta vier a publicar imagens da Vila Olímpica, por exemplo, ele pode ser retirado da competição.

Mais uma vez, aqui, não se discute a questão da censura. Tenta-se explicar a lógica usada pela entidade para exigir isso de quem participa de uma edição de Jogos Olímpicos. O proprietário do evento é o COI, que tenta de maneira extrema assegurar que nada saia de seu controle. Quem quiser seguir a regra dele, está dentro da brincadeira. Quem não quiser, sofre as consequências.

Infelizmente foi com essa mão pesada sobre tudo que o COI conseguiu assegurar credibilidade aos seus patrocinadores, lá nos anos 80. E isso fez com que as Olimpíadas passassem a ser sinônimo de um megaevento totalmente vigiado. Em tempos de Big Brother, a comparação é inevitável.

Por Erich Beting

COB leva maior delegação da história para Vancouver

O título desse post é irônico, mas também pode ser considerado trágico. No próximo dia 12 tem início os Jogos Olímpicos de Inverno, na cidade canadense de Vancouver. E o Brasil contará com a maior delegação da história de uma edição de Jogos de Inverno.

Não, infelizmente não me refiro aqui aos cinco atletas que lá estarão. Sim, isso mesmo. São apenas cinco competidores do país em solo canadense: Leandro Ribela (cross country), Jacqueline Mourão (cross country), Isabel Clark (sowboard), Jonathan Long (esqui alpino) e Maya Harrison (esqui alpino).

Já que por aqui só se pensa em futebol, teríamos no máximo um time de futsal para entrar em ação. Mas, se nossos atletas decidissem fazer uma partida contra a delegação de cartolas brasileiros presentes em Vancouver, tomariam de goleada.

O COB anunciou hoje que 39 pessoas estarão na cidade canadense para acompanhar a organização dos Jogos de Inverno. Não, você não leu errado. São 18 profissionais que trabalham no Rio 2016 e outros 21 (!!!!!!) representantes de município, estado e governo federal!

"O programa de Observadores é uma importante oportunidade de integração com outros comitês organizadores. A experiência de realizar os Jogos Olímpicos é única em todos os setores", disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB e do Comitê Organizador do Rio-2016, para justificar a ida dessa gentaiada toda para o Canadá.

Sem dúvida que "a experiência de realizar os Jogos Olímpicos é única". Mas existe uma brutal diferença entre Jogos Olímpicos de Inverno e Jogos Olímpicos de Verão. A começar pelas modalidades praticadas. Não será útil, em NENHUMA HIPÓTESE, saber como organizar uma etapa do cross country, ou de snowboard. Melhor seria mandar essa turma estudar gestão de eventos esportivos na Universidade que tem a chancela do Comitê Olímpico Internacional. Aprender com quem está gerenciando Londres-2012. Ou ficar em casa.

Sim, conhecimento sempre é bom. Mas o COB e seu presidente Nuzman são mestres em tentar justificar essa necessidade de conhecer para gastar dinheiro onde não precisa.

Enquanto o país não aprender que, sem atleta, não existe esporte e, sem esporte, não existe dirigente esportivo, estaremos fadados a acumular muitas milhas de viagem. E a assistir pela televisão a meia dúzia de abnegados que se tornam, por simples paixão, atletas de alto rendimento. No caso de Vancouver, nem meia dúzia.

A oportunidade para mudar é agora. Do contrário, continuaremos a depender da verba pública para bancar o esporte no país.

Por Erich Beting

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A nova e a novíssima camisa do Corinthians




Para quem não conhece, esta é a nova camisa do Corinthians:

Eu achei bonita, apesar do tom levemente fúnebre, talvez impróprio para um centenário.

Mas o Cleiton Félix não gostou e enviou uma justificativa e uma sugestão:

"Torero, você deve estar a par da polêmica sobre a nova camisa III do meu glorioso timão, certo? A primeira vez que eu vi achei que parecia um caixão... Fiquei pensando como a atual direção de marketing que está dando um show desde quando assumiu foi dar uma bola fora destas...

"Pois bem. Ontem eu vi uma entrevista do gerente de marketing do Corinthians e o mesmo estava explicando que a cruz faz referência à São Jorge. Já comecei a ver c/ outros olhos e achei a idéia bem bacana... ano do centenário... time de guerreiros, e tals... só que falharam em duas coisas: 1) não ficou bem claro a história do São Jorge e; 2) a bendita cor roxa que a torcida (na verdade a Gaviões) não gostou...

Desta forma, aproveitando a idéia da cruz e respeitando a tradição no ano do centenário, fiz uma pequena alteração e gostaria de saber sua opinião (arquivo anexo). Acredito que se a camisa ficasse parecida (e se fosse bem explicado) cairia na graça do torcedor. Sei que ficou meio tosca mas é por culpa da falta de ferramentas de edição de imagem (e tá bom, um pouquinho de falta de talento de quem vos fala tbém...)

Neymar é o nome do show

É pouco mais do que um menino: nesta sexta-feira, completa 18 anos e comemora, além da nova idade, o rótulo de ser, disparado, até agora, o melhor jogador do Campeonato Paulista. Neymar, quatro quilos a mais em um ano, ao invés de ganhar presente fez questão de oferecê-lo à torcida santista e a todos que gostam de ver belo futebol, marcando um golaço, participando do gol de Ganso e levando o Santos à liderança (vitória contra o Santo André, 2 a 1), mesmo antes da esperada estréia de Robinho.

Existe um momento na carreira do jogador, especialmente em seu começo, em que é possível notar a evolução do bem jogar para a condição de craque. Neymar, aos 18 anos que completa hoje, já não deixa a menor dúvida: dotado de físico mais adequado, já não sendo presa sequer da violência inimiga, dribla com a facilidade dos mágicos e, ainda por cima, tomou gosto pelo gol, de ser artilheiro.

É provável - ainda dependendo de uma confirmação oficial - que Robinho faça a sua estréia diante do São Paulo, num clássico que mereceria um estádio colossal, mas que será disputada na simpática porém pequena Arena Barueri. Resta saber quem será o astro, quem posará de coadjuvante. Robinho ou Neymar.

De qualquer maneira, seja qual for este futuro imediato, feliz aniversário Neymar! O futebol agradece.

O OUTRO SHOW

Não posso deixar de falar aqui também de Vagner Love, seis belos gols marcados desde que chegou ao Flamengo. Os últimos foram feitos diante do Olaria, é verdade, um de cabeça e o outro com desvio sutil de pé direito. Ao lado de Adriano, Love reencontrou o caminho das redes, a alegria de jogar e também a disposição de correr o tempo inteiro.

Agora sim, Artilheiro do Amor, Vagner Love prova que estava jogando em posição errada no Palmeiras. Prova também que aquela torcida uniformizado que tanto o incomodou, nas proximidades do Parque Antártica, merecia uma placa de agradecimento. Placa da torcida do Flamengo, ainda comovida pelo presente que caiu do céu, por linhas mais do que tortas...

Brincando de Nostradamus: quem leva a Libertadores?

Minha bola de cristal voltou do conserto e nunca é demais pedir ajuda a um amigo com certo conhecimento de Cabala. Pronto: podemos brincar de Nostradamus, contando com sua gentil colaboração, caro internauta - ou leitor, como ainda insisto em chamar o que acompanha o texto.

Bem, com tantos recursos disponíveis, lá me vem a profecia, a certeza, o palpite infalível. O campeão da Libertadores será...um timebrasileiro! Ah, é pouco? É, pode ser, pois desta vez não teremos nem Boca e nem River para incomodar, sequer teremos a LDU e altitude de Quito para surpreender. Restou quem? Sim, o Estudiantes de Verón, agora um ano mais velho, equipe com improvável perspectiva de repetir a façanha do ano passado quando, de virada, no Mineirão, derrotou o favorito Cruzeiro e beijou a taça de campeão.

Bem, descobrimos a pólvora, reinventamos a roda. Aleluia! O diabo - e isso talvez entre vocês, leitores, exista um Nostradamus mais em forma e bem-treinado, como exige o futebol moderno - é saber qual o time brasileiro predestinado a vencer. Qual, hein?

O que vejo, já deixando de lado a bola de cristal, é um equilíbrio como há muito tempo não exisitia. Talvez por estratégia ou mera dissimulação, o técnico do Corinthians, Mano Menezes, disse que "a nossa frente, ainda estão o São Paulo e o Inter”. Discordo, continuo achando disputa dura, pois embora o tricolor tenha tradição e belo time; embora o Inter exiba um melhor conjunto (e com Kleber Pereira os gols devam ser marcados em maior número), descontando tudo isso testemunho que não me lembro ter visto no Corinthians elenco mais farto do que este. Talvez nem tenha o brilho dos tempos de Tevez e Nilmar ou , antes, de Sócrates e Casagrande, tudo bem. Mas que elenco! E se o Fenômeno estiver em forma...

Também nem pensar em descartar a força do Flamengo, legítimo campeão brasileiro. Pena essa encrenca em que se meteu Petkovic, fenomenal nas bolas paradas. Com Pet ou sem Pet, porém, o Fla tem a melhor dupla de atacantes do futebol brasileiro, formada pelo redivivo Vagner Love e pelo implacável Adriano - este vivendo, talvez, a sua melhor fase técnica.

E ainda tem o Cruzeiro (nem levo em conta o fácil jogo diante do Potosi), que tem futebol vistoso, envolvente no meio-campo, contando ainda com avolta de Kleber, o Gladiador, ontem recebido como herói, em Belo Horizonte, ao retornar da mal-sucedida negociação com o Porto.

Assim, até agora foi fácil brincar. Por acaso os amigos terão um palpite mais ousado? Façam suas apostas, aprendizes de Nostradamus...

Itália põe multa para evitar doping

Para evitar o doping, nada como punir o bolso do atleta. Pelo menos essa foi a lógica que o Comitê Olímpico Italiano (Coni) decidiu adotar para os Jogos de Inverno, que começam no próximo dia 12 em Vancouver.

Se o atleta quiser participar da competição, terá de assinar um contrato com o comitê, concordando em pagar 100 mil euros de multa caso seja flagrado no exame antidoping. Se não aceitar as condições, não vai para o Canadá.

A grana é altíssima e, muito provavelmente, poucos atletas que atuam em modalidades de inverno, mesmo na Itália, conseguiriam pagar por essa multa.

Até hoje, é a alternativa mais interessante para evitar o doping, já que, no final das contas, o objetivo com ele é esse mesmo. Ganhar fama para gerar dinheiro.

Bradesco decide focar "olímpicos"

Em meio à disputa pelo espaço no patrocínio ao esporte, um embate em particular chama a atenção. Os bancos, talvez as empresas com maior fôlego de investimento no país na atualidade, tentam de todas as formas achar o seu espaço dentro das modalidades esportivas.

E, com o futebol dominado pelo Itaú (patrocínio à seleção brasileira e às transmissões da Globo na TV), o Bradesco, seu maior rival, encontrou um escape para não ficar por fora do esporte.

Os dois primeiros acordos já foram selados. O aporte, via Lei de Incentivo, à CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). E um contrato, ainda a ser anunciado, com a CBJ (Confederação Brasileira de Judô). O primeiro vai até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, enquanto que o apoio ao judô, a princípio, é até os Jogos de Londres-2012.

Graças à realização dos Jogos Olímpicos de 2016, o banco fundado por Amador Aguiar decidiu voltar seus investimentos para as modalidades que farão parte do evento no Rio de Janeiro. Apenas em 2011 que o COB deve anunciar seus parceiros comerciais até 2016.

Não será de se estranhar ver o Bradesco investindo milhões para assegurar o seu espaço no cada vez mais valioso mercado esportivo.