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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Cicinho, exemplo contra "os cansaços"

Agora virou moda atribuir ao cansaço, imagine, o mau desempenho. E vejam que estamos em fevereiro, às vésperas do carnaval, estrelas tratadas com pão de ló, hotel cinco estrelas, faltando, talvez, reconheço, como em outros séculos, eunucos a abanarem os meninos para que o calor do verão não seja tão cruel.

Pois Cicinho, em sua reestréia pelo São Paulo, ainda que por pouco mais de 15 minutos, desafiou os mimos modernos: chegou de manhã da Itália, dez horas de viagem, fez básico exame médico e, à noite, entrou em campo, saindo do banco de reservas para jogar bola. Tal qual um de nossos nobres trabalhadores normais, que acordam ao raiar do dia, enfrentam o metrô e suas baldeações e “pegam no batente”, sem queixas, firulas ou mistérios.

Não teve, entenda-se, nenhuma participação na vitória do São Paulo sobre um Monterrey recheado de reservas, na estréia do tricolor na Libertadores, vitória simples por 2 a 0 (dois gols de Washington). Enquanto corre, nos bastidores, para formalizar a contratação de Fernandão - mais um belo reforço - o São Paulo fez o dever de casa.

Cicinho, porém, repito, fez mais do que isso, chutando para escanteio esta lenda moderna de que futebol, hoje, só pode ser jogado com excesso de zelo, o cabelo penteado e devidamente tratado com gel, pois não? Ainda outro dia, recém-chegado da Inglaterra, dois quilinhos a mais, sem um treino coletivo sequer, Robinho fez do Santos o vencedor de um clássico importante, marcando gol de letra em Rogério Ceni. Precisou de tantos mistérios?

Cicinho, voltando ao tema central, insinuou que ainda se pode “jogar bola” sim, num trabalho reconhecido, mas um trabalho especial, onde o prazer de jogar o torna uma atividade especial. Talvez tenha chegado a hora de voltarmos a produzir jogadores e não mais tantos músculos gladiadores que se cansam, com facilidade, já em fevereiro.

DE TRIVELA

Quem acompanhou o jogo do Palmeiras diante do Flamengo do Piauí, há de concordar que, de tão fraca, nem é partida para ser comentada. Perdão, com exceção do gol de Diego Souza, sempre ele, que marcou o belo gol que deu a suada vitória ao time.

Escrito por Roberto Avallone

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