Tempo Real

terça-feira, 29 de junho de 2010

O negócio da camisa 2

Brasil de azul e Chile de branco. Ao que tudo indica, será assim que os dois times entrarão em campo na segunda-feira para a disputa da vaga nas quartas-de-final da Copa do Mundo. Esqueça tradição e/ou superstição. O que motiva essa decisão é o negócio.

Nesta Copa do Mundo, nunca as seleções e a própria Fifa estiveram tão bem armadas para o marketing. Desde a restrição do uso de logomarcas das seleções durante os treinos até a colocação da Jabulani e de garrafas de Coca-Cola nas entrevistas coletivas oficiais dos treinadores pré e pós-jogo, tudo faz parte do negócio que se tornou a Copa do Mundo.

E isso se reflete, também, na venda de camisas. Para vender o uniforme de jogo, é preciso usá-lo dentro de campo. Essa lógica fez com que o México vestisse preto contra a amarela seleção da África do Sul, ou que Gana e Estados Unidos usassem seus uniformes "reservas" no jogo de ontem.

Quase nada mais na Copa do Mundo é puro. Há na maioria das vezes uma motivação comercial em torno de diversas ações aparentemente inofensivas de jogadores, árbitros e treinadores. Muitos podem reclamar dessa mercantilização da bola. Mas ela faz parte do show. Porque, convenhamos, hoje a Copa do Mundo é claramente um grande negócio. E os principais atores desse grande show refletem, dentro de campo, o negócio bilionário que ali acontece.

A parte boa dessa história é que o atleta fará de tudo para ganhar pelo seu país, independentemente da estratégia comercial ali envolvida. E, aí, é quando o negócio dá lugar à paixão. Salvando a identidade daquilo que alimenta o esporte.

E deu Brasil, Fácil. Mas a Holanda é um Perigo!

Como reza a tradição, a Seleção Brasileira não encontrou a menor dificuldade para vencer seu velho e desfalcado freguês, o Chile. E até que esse placar, 3 a 0, foi até modesto, pois muitas as chances por nós criadas, além dos gols de Juan (de cabeça, após escanteio cobrado por Maicon), Luís Fabiano (driblando até o goleiro, depois de belo passe de Kaká) e Robinho (um certeiro tapa na bola, completando brilhantes jogada de Ramires).



Por outro lado, não me lembro de uma defesa importante sequer de Júlio César, o grande goleiro do Brasil. O Chile de Marcelo “El Loco” Bielsa ciscou, ciscou, mas sem nenhuma objetividade. Aliás, só melhoraram um pouco os chilenos quando Bielsa colocou em campo o hábil Valdívia, nosso velho conhecido, que articulou as poucas jogadas mais agudas de sua equipe.



Até sair o gol de Juan, o Brasil teve certa dificuldade pela marcação individual que o Chile fez sobre Kaká e Robinho, alem de cuidar com muito empenho em evitar as arrancas de Maicon, pela direita. Mas com o nosso primeiro gol, o Chile teve de se abrir mais e começou a surgir a intensa movimentação de Kaká e a velocidade de Ramires- um segundo volante bem mais rápido e ofensivo do que Felipe Melo, que está machucado. Só que, pena, Ramires levou o segundo cartão amarelo e está suspenso.



Assim, os foram saindo os gols naturalmente. E como é que o Chile ia entrar mesmo em nossa defesa, ficando cara a cara com o Júlio César? Nem pensar. Ou só em sonho, pois temos a melhor dupla de zagueiros desta Copa, formada por Lúcio e Juan

Bem, lá estamos nas quartas de final, tendo a Holanda pela frente. O que, é claro, significa um duelo perigoso. Muito perigoso.





A HOLANDA EM NOSSO CAMINHO



Dona de futebol vistoso e eficiente, sem perder há quase dois anos, a Holanda venceu com toda a justiça a Eslováquia, 2 a 1. E os autores de seus gols, Robben (eleito o melhor em campo) e Sneidjer são também as maiores estrelas dessa equipe que ainda nem jogou o que sabe: Robben só agora está mesmo recuperado de sua contusão e começa a mostrar sua principal jogada, saindo da ponta-direita para o meio para arrematar, de esquerda, ele que é canhoto. Que Michel Bastos se cuide.



Foi dessa maneira que Robben marcou o primeiro gol da Holanda. E mais craque ainda é Sneijder, companheiro de Júlio César na Inter de Milão, onde foi pentacampeão italiano e campeão também da Champions League. É o chamado cérebro do time.



E sem essa que a Eslováquia era Seleção fácil de ser batida. Foi ela quem mandou de volta para a casa a Itália, com seu título de campeão do mundo e tudo, contando ainda com um dos artilheiros da Copa, Vittek com quatro gols. Nesta segunda-feira, Vittek marcou o gol da Eslováquia, de pênalti, aos 48 minutos do segundo tempo.



Com a Holanda pela frente, o Brasil pode até ganhar e cultivar o sonho do Hexa. Mas, creiam, acabou a moleza.

Santos recebe proposta milionária por Neymar e abre negociação

O Santos recebeu nesta terça-feira uma proposta oficial pelo atacante Neymar, de 18 anos. O West Ham, da Inglaterra, teria oferecido cerca de 20 milhões de euros pela jóia santista, segundo apurou o GLOBOESPORTE.COM. O clube londrino, no entanto, seria apenas uma ponte para o atleta se adaptar antes de se transferir para o Chelsea, no final do ano.

A multa rescisória de Neymar é de 35 milhões de euros, e a diretoria santista vem afirmando que não pretende vender os destaques da equipe por menos que os valores estabelecidos em contrato.

No entanto, a pressão por parte do atleta pode ser grande por se tratar de uma oferta muito boa financeiramente, além do Chelsea, para onde o jogador de 18 anos iria no final do ano, ser um dos maiores clubes da Europa.

O time da Vila Belmiro é dono de 60% dos direitos econômicos do jogador, enquanto o grupo DIS detém outros 40%. Os dirigentes do Santos não atenderam o telefone durante esta terça-feira, enquanto que o técnico Dorival Junior disse em entrevista coletiva que pretende contar com os jogadores ao menos até o final da temporada.

Com a proposta por Neymar, o Santos aumenta para três o número de jogadores que entraram de vez na mira do futebol estrangeiro, sem contar o atacante André, que já foi vendido para o Dínamo de Kiev, da Ucrânia.

O meia Paulo Henrique Ganso interessa ao Lyon, da França, que estaria disposto a pagar 10 milhões de euros pelo jogador. Já o volante Wesley deve receber nos próximos dias uma proposta maior do que a do Werder Bremen, da Alemanha, que bateu na casa dos cinco milhões de euros.

sábado, 26 de junho de 2010

E o Brasil enfrenta o Chile, freguês e desfalcado.

Depois do empate sem graça diante do Portugal, num zero a zero que deixou dúvidas quanto ao nosso futebol quando não jogam Kaká e Robinho, a Seleção Brasileira teve uma boa notícia depois dos últimos jogos: o Chile perdeu para a Espanha (uma das favoritas ao título), por 2 a 1, e será o nosso adversário no mata-mata, pelas oitavas de final que teremos pela frente.



E ainda pior para os chilenos: em partida em que até começou melhor do que a Espanha, seus jogadores ficaram nervosos depois do primeiro gol sofrido (David Villa, da intermediária) até pela falha de seu goleiro, Bravo, e passaram a tentar conter os espanhóis com jogadas mais violentas. O resultado disso foi péssimo para o Chile que, numa só partida, perderam quase toda a defesa para enfrentar o Brasil: Ponce e Medel (suspensos pelo segundo cartão amarelo) e Estrada.



Ora, pelo menos na teoria, um convite ao gol para o Brasil que, pelo menos ao que consta, terá a volta de Kaká e de Robinho, além do possível retorno de Elano. Robinho, por sinal, tem o hábito de infernizar a vida dos zagueiros chilenos, mesmo os titulares, quanto mais com os reservas... Creio que muita gente se lembra de uma goleada de 6 que o Brasil enfiou na Chile numa Copa América, já sob o comando de Dunga, quando Robinho marcou três gols. E pelas Eliminatórias, ele mesmo, Robinho, foi endiabrado em nossa vitória em Santiago do Chile.



Quanto aos chilenos, não entendia bem a saída de Valdívia, no intervalo, pois era ele quem tomava as melhores iniciativas de sua equipe. Mas o técnico Bielsa tinha mesmo de tentar alguma coisa, pois saiu de campo no primeiro tempo perdendo por 2 a 0 (Iniesta marcara o segundo gol espanhol) e a Suíça, muita gente esperava, a qualquer momento poderia fazer o gol que, se continuasse assim para espanhóis e chilenos, lhe daria a classificação.



Pois decidiram os Deuses do Olimpo que nada disso acontecesse, pois seria injusta a classificação de uma equipe incompetente para marcar- no caso, a Suíça- ou a precoce saída de quem já tinha vencido duas partidas, neste caso o Chile. Assim, mesmo com dez jogadores, os chilenos ainda fizeram um gol (marcado por Rodrigo Millar) e os suíços não tiveram a manha de fazer um golzinho sequer em Honduras, terminando no melancólico zero a zero.



Teremos, pois, uma tarefa nem tão dura pela frente; o Chile!





EM OUTRAS COPAS FOI ASSIM:



Sem recorrer às estatísticas, pelo que me vem à memória, Brasil e Chile se enfrentaram por duas vezes valendo pela Copa do Mundo. Na primeira vez, foi no Chile mesmo, em 1962, quando vencemos a seleção anfitriã daquela Copa, dois gols de Vavá e dois de Mané Garrincha. O jogo terminou 4 a 2 para o Brasil e Garrincha foi expulso- embora tenha jogado a final, contra a Thecoslováquia, na final que nos deu o bicampeonato.



E na segunda vez, outra vitória brasileira, 4 a 1, na Copa do Mundo da França, em 1998, em que saímos com o vice-campeonato, por aquela derrota para os franceses, por 3 a 0, em Zidane fez dois gols de cabeça.



Assim, que me perdoem os amigos chilenos, que me são tão simpáticos: o Chile é nosso velho freguês. Ou será que a História quer nos pregar uma surpresa?

Fifa arma esquema especial para clássico na Copa

A Fifa fará um esquema especial de segurança para o jogo de amanhã, entre Inglaterra e Alemanha, pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo. O confronto foi considerado de segurança máxima pela entidade, que revelou ter discutido novas medidas de segurança com o Comitê Organizador Local do Mundial.

"Anteontem fizemos uma reunião. Haverá um aumento no número de seguranças. Alguns vocês verão, outros vocês não conseguirão ver", disse Jérôme Valcke, secretário geral da Fifa.

O jogo foi enquadrado no mesmo nível do confronto entre Inglaterra e EUA, pela abertura do Grupo C do Mundial. Na ocasião, o receio era contra atentados terroristas na partida. Agora, como há uma histórica rivalidade entre ingleses e alemães, a Fifa considera ser importante evitar confrontos entre torcedores.

Em Rustenburgo, palco do jogo entre ingleses e alemães, ocorreu o maior esquema de segurança nos jogos deste Mundial. Por conta disso, a saída de torcedores do estádio foi caótica. Com todos os acessos fecahdos para aumentar a vigia sobre os torcedores, as pessoas demoravam cerca de 2h para conseguir deixar o estádio.

Jabulani torna-se líder de vendas mundial

Fale mal, mas fale de mim. A tese parece se aplicar, pelo menos até pouco mais da metade da Copa, para a Jabulani, a bola do Mundial. Todo o frenesi causado em torno da Jabulani, que até nome virou, fez com que a Adidas batesse recorde de vendas do objeto.

De acordo com Thomas Van Schaik, chefe global de relações públicas da fabricante alemã, já foram vendidas 13 milhões de unidades da Jabulani, das 20 milhões de bolas vendidas pela empresa neste ano. O número é visto com otimismo pela Adidas, que calcula poder ultrapassar ainda mais a marca até o final da Copa. Com isso, a Jabulani é a bola mais vendida do mundo, seguida pela bola da Liga dos Campeões da Europa, também da Adidas, que comercializou 3,5 milhões de unidades neste ano.

No final das contas, a polêmica em torno da bola da Copa até ajudou para que esses resultados fossem alcançados. Com a mídia em todo o mundo dando ainda mais bola para a bola, aguçou no consumidor o desejo de conhecer a famosa Jabulani. Seja para dizer que faz melhor que o cara na Copa, seja para justificar o mau desempenho na pelada de final de semana.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ciao, Adieu: Itália e França de Mãos dadas. E o Mercado da Bola.

Há quatro anos, a cena seria inimaginável: a campeã do mundo era a Itália, tendo a França como vice, em inesquecível decisão por pênaltis, num jogo que até a cabeçada de Zidane em Materazzi- o que custou a carreira do melhor jogador francês de todos os tempos, pois Zizou resolveu se aposentar.



E agora, repito, apenas quatro anos depois, Itália e França se despedem da Copa, desclassificadas na primeira fase, sem sequer chegarem às emoções do mata-mata.



Depois dos franceses (que nesta quinta-feira chegaram a Paris, sob forte proteção policial), foi a vez da Itália, a (ex?) grande Azzurra ser eliminada, batida pela Eslováquia, por 3 a 2. Um resultado justo.



E se a participação da França foi um escândalo, devido também ao comportamento de seus jogadores e do técnico Domenech, podemos chamar de melancólica a passagem da Itália por esta Copa da África do Sul: dois empates e uma derrota- a desta quinta-feira-, com um futebol fraco demais para quem já tem 4 títulos na História das Copas, perdendo em número de títulos apenas para o Brasil, que tem cinco.



E o pior é que, embora melancólico, o que aconteceu não chega a ser nenhuma grande surpresa: contando com jogadores envelhecidos e outros com deficiência técnica, os italianos não vencem uma partida oficial desde novembro do ano passado. Estão em baixa os jogadores italianos, tanto que a pentacampeã da Itália e campeã também da Champions League, a Inter de Milão, não tem nenhum italiano como titular. E nem o técnico, pois quem dirigiu a Inter nessas conquistas foi o português José Mourinho.



O fracasso talvez tenha como principal causa o hábito de a Itália importar jogadores demais, sem se importar com suas próprias revelações. O resultado é esse: times fortes, Seleção fraca.



Ou melhor: fraca e melancólica.





TINGA NO PALMEIRAS? DIDA NO CORINTHIANS?



O Mercado da Bola, por aqui, está se agitando. Talvez não como em tempos mais recentes, mas vai... No Corinthians, por exemplo, se o goleiro Felipe (que pediu para ser negociado) for realmente para o Genoa, o nome preferido de muitos corintianos é o do goleiro Dida, que já teve boa passagem pelo clube e não deve continuar no clube. A outra opção é o ex-palmeirense Diego Cavalieri, insatisfeito na reserva do Liverpool, onde ocupa a reserva do espanhol Reina. Reina, que, por ironia, é quase um sósia de Marcos. De quem Diego foi reserva por muito tempo.



E a novidade que está para estourar, ou melhor, se consumar, é a contratação do meio-campista Tinga, da Ponte Preta, pelo Palmeiras. Trata-se de um jogador de muitas virtudes, de rara habilidade, é jovem (20 anos) e que, em minha opinião, tem tudo para se tornar craque.



Enquanto isto, pelo Brasil, o Botafogo festeja a volta de Maicosuel, meia que encantou a torcida do Bota, no ano passado, ao mesmo tempo que o Inter de Porto Alegre já está contando com Leonardo, lateral esquerdo(ex- Portuguesa), que, dizem, estava quase acertado com o Palmeiras mas teria sido vetado Por Felipão- que deseja um jogador mais defensivo para a posição.





O ESTÁDIO DE PIRITUBA. OU : A CONFIRMAÇÃO



Batendo com o que foi publicado neste espaço há dois dias, a sempre bem-informada jornalista do Estadão, Sonia Racy, informa em seu “Direto da Fonte”, sob o título de Copa em Sampa que “ São Paulo volta a colocar o pé na Copa de 2014. Kassab acaba de avisar os membros da FIFA que fechou o projeto e a equação financeira- incluindo as garantias financeiras necessárias para construir novo estádio em Pirituba”



(A minha fonte, que até hoje não falhou, reitera que, além disso, o projeto deve ser dividido em cotas, o que interessaria diretamente ao Corinthians, que teria o maior número delas.)



E ainda, segundo a jornalista Sonia Racy, agora resumindo, o desenho original do Piritubão seria para 45 mil pessoas, podendo, porém, ser ampliado para 60 mil assentos, caso permaneça o sonho de São Paulo sediar a partida de abertura da Copa.



Esperemos, agora, pelos próximos capítulos. Sim, pois que se tudo der certo, a decisão será anunciada apenas após a Copa da África do Sul.



Por enquanto, a Prefeitura nega.

Na África, maior legado é "febre" americana

Ninguém entende tanto de negócios do esporte quanto os americanos. São eles, afinal, os inventores dos primeiros casos de promoção de marcas por meio das competições esportivas, desde o começo dos anos 1900. Mas, até então, o futebol vivia meio que à margem dessa realidade dos Estados Unidos.

A liga profissional do "soccer" só foi ser formada em 1995, meio que à força, depois de o país abrigar a Copa do Mundo um ano antes. E, desde então, a MLS sobrevive a duras penas, graças a ideias de marketing e lampejos de bom investimento de empresários que veem ali uma chance de se fazer dinheiro.

Mas parece que, agora, os EUA decidiram se render ao futebol. Graças a uma geração de atletas talentosos, que consegue levar seu time aos lugares mais altos do futebol mundial. A emocionante vitória sobre a Argélia dá a mostra de quanto o futebol começou a ser repercutido no país. Twitter com celebridades de outras modalidades e até relatos de festa na Casa Branca evidenciam que uma possível febre de bola pode tomar conta dos americanos nos próximos dias.

Se isso, de fato, acontecer, o maior beneficiado será o esporte.

O Mundial da África do Sul pode ter como grande legado o despertar do interesse americano pelo futebol. Vindo da nação que mais sabe fazer do esporte um show para o público, essa pode ser uma das melhores notícias para a globalização completa do esporte mais globalizado do mundo. E o impacto disso poderá ser sentido nos próximos anos, com um aumento do interesse de TVs, empresas e público americano pelo futebol.

Ainda é cedo para dizer, mas há uma tendência para que o futebol ganhe mais um mercado nessa Copa da África. E que mercado!

sábado, 19 de junho de 2010

Na Copa, Zebras. Por aqui, o Mercado da Bola.

Que Drogba, com o braço quebrado e gesso, não seja a Zebra a assustar o Brasil neste domingo, pois que ela anda à solta nesta Copa. Confesso que me surpreendi ao ver a Alemanha batida pela Sérvia (1 a 0), depois de ter estreado tão bem, enfiando logo quatro a zero na Austrália. Não era a melhor Seleção da Copa? E ainda, apesar da fama de fria e calculista, esta Alemanha que já disputou sete finais de Copa do Mundo ainda se dá ao luxo de desperdiçar um pênalti, não muito bem cobrado por Podolski. É de doer.



Também foi grande a Zebra que atormentou a Inglaterra, no empate de zero a zero diante da frágil Argélia. Os ingleses vinham de um empate contra os Estados Unidos, é verdade, mas possuem figuras caríssimas, desde o técnico (o italiano Capello) chegando até a um dos mais cobiçados e eficientes centroavantes do mundo (Wayne Rooney), passando ainda por celebridades como Lampard (do Chelsea) e Gerrard (do Liverpool), todos remunerados a peso de ouro.



Tudo isso para empatar com Argélia e Estados Unidos?



E por falar em Estados Unidos, foi empolgante a sua reação diante da Eslovênia, quando, perdendo por 2 a 0, teve forças para empatar o jogo. E só não ganhou graças a um erro grosseiro da arbitragem, que lhe tirou um gol, legítimo, logo muito mal anulado.



Pelo andar da carruagem, veremos outras vezes o fantasma, a Zebra, pois o futebol está nivelado por baixo. Sei que as coisas vão melhorar quando chegar o mata-mata. Só que, por enquanto apenas a Argentina de Maradona e Messi destoam da péssima qualidade desta Copa.



O amigo já viu Copa mais chata?





O MERCADO DA BOLA



Em função da qualidade técnica exibida em campos da África do Sul, já tem muita gente com saudades do Campeonato Brasileiro. E também esperam os torcedores, com ansiedade, notícias de transações dos jogadores. Pelo que consta, no Rio, o time da vez é o Flumiense, que consumou a vinda de Émerson “Sheik” (ex- Flamengo) para compor a dupla de área com Fred. Isto é: se Fred não for contratado pelo italiano Napoli.



Não se pode desprezar também o retorno de Tinga ao Inter de Porto Alegre, ele Tinga, volante que sabe marcar e atacar, veloz em suas arrancadas. Voltou também ao Colorado o goleiro Renan, belo reforço, pois acho o argentino Abondazzieri já deu o que tinha de dar para defender suas redes.



E em São Paulo? Bem, por aqui, o Santo corre atrás de um artilheiro (fala-se, de novo, em Keirrison) para ocupar o lugar de André, negociado com o Dinamo de Kiev por 8 milhões de euros. No Corinthians, há quem diga ser inevitável a saída de Elias e Dentinho, perdas importantes para o líder do Campeonato Brasileiro.



Já o São Paulo está quieto, briga mais por ter sido descartado o Morumbi da Copa de 2014, mas não duvido que, embora o jogador fale o contrário, esteja de olho em Ricardo Oliveiira- ele é um dos seus antigos sonhos. Como sonho para o Palmeiras é consumar a volta de Valdívia, El Mago, depois da Copa, para que se junte a Felipão, Kleber e outras novidades que podem surgir.

domingo, 13 de junho de 2010

Felipão e Palmeiras: Anúncio até Terça. E o Belo Futebol da Argentina.

Começo pela Argentina que, para o bem do futebol, exibiu algo diante da veloz Nigéria que não fora visto na rodada inaugural da Copa do Mundo: exibiu talento, pelo menos um pouco do que se chama de arte, pois que, ainda que imperfeita por suas falhas defensivas, a equipe de Dieguito Maradona tem um belo toque de bola do meio- campo para a frente.



A vitória foi apertada no placar (só 1 a 0, gol de Heinze), mas só não foi bem maior porque o goleiro da Nigéria, Vincent Enyeama, parecia uma verdadeira muralha a evitar que os arremates de Higuain- por três vezes- e de Messi se transformassem em outros gols. Messi por sinal aplicou alguns dribles preciosos e se souber dosar a energia (vem de uma longa temporada), poderá ser em sua Seleção o que é no Barcelona: uma máquina de jogar futebol.



Por sua vez, a Nigéria valorizou a vitória argentina, bem dirigida pelo sueco Lars Lagerback, mostrando-se bem rápida em seus contra-ataques, explorando bem o lado direito da defesa inimiga (a Argentina joga sem lateral-direito), embora pecasse nos arremates- um de seus velhos defeitos.



Mas ninguém pode se queixar, desta vez: foi um belo jogo, enfim um jogo atraente, digno de uma Copa do Mundo que começa a prometer emoções daqui para frente. Que a retranca seja expulsa. Da Copa e do campo.





FELIPÃO E O PALMEIRAS



Que já está tudo acertado entre as partes, não se tem mais dúvidas. Mas fica sempre aquela coisa no ar, que inquieta a torcida, na base de por que não se anuncia logo, de uma vez, que Felipão já é o técnico do Palmeiras? Pelo que fiquei sabendo, as coisas batem com que o que foi publicado pela Folha neste sábado e que nos próximos dias tudo será oficializado.



Quando? Ainda pelo que fiquei sabendo, por fonte segura, a intenção do Palmeiras era anunciar Felipão na sexta-feira, mas, por preferência do treinador, a fumacinha branca ficou para a próxima semana, mais precisamente na terça-feira. Só não sei se foi lembrado que na terça-feira estréia o Brasil na Copa, o que talvez torne menor o impacto. O que talvez seja um mero detalhe para a torcida do Palmeiras que, esperançosa desde a volta de Kleber, se importa mesmo é com a vinda de Felipão e de mais jogadores, não se prendendo aos efeitos do marketing.



E por falar em jogadores, também soube que, cada vez mais, parece muito estranha a relação entre Palmeiras e Traffic: depois de Diego Souza (com situação indefinida) e Bruno Paulo (dispensado) será a vez de Paulo Henrique ir embora, assim como Marquinhos- que não terá o contrato renovado. Quem sobrou da Traffic então no Palmeiras? Pelo que me consta, apenas Cleiton Xavier.

E até quando?



KEIRRISON NO SANTOS?

Creio que seria uma boa solução para este jovem centroavante que, depois de se insinuar como grande artilheiro foi para a Europa colher fracassos, no Benfica de Portugal, e na Fiorentina da Itália, que já anunciou não contar mais com seu futebol.



Agora, até o pai de Keirrison- que pertence ao Barcelona- já acha uma boa ver o filho no Santos, dirigido outra vez por Dorival Júnior. Na Vila, Keirrison poderia aproveitar o seu ponto forte, o arremate, aproveitando-se das jogadas de Neymar e Ganso. Isso porque é iminente a saída do centroavante André e praticamente certa a volta de Robinho para a Europa, no Manchester City ou outra equipe.

Cadê o souvenir da Coca-Cola?

A Copa do Mundo de 2006 marcou uma interessante ação da Coca-Cola. A empresa, patrocinadora do torneio há décadas, criou uma maneira de "eternizar" sua marca dentro das casas de torcedores que iam aos jogos do Mundial na Alemanha. Você comprava o refrigerante no estádio e, com mais 1 euro, levava de brinde um copo plástico estilizado com a taça do Mundial.

Agora, em território africano, a Coca continua patrocinadora da Fifa, mas não vende o copo plástico para o torcedor. Na Alemanha, você via os torcedores saindo de campo carregando o copo nas mãos. Até hoje tenho, em casa, pelo menos três deles guardados.

Um patrocínio à Copa do Mundo exige uma estratégia global de marketing. A Coca, por exemplo, é a empresa que faz o "Tour da Taça" por todo o mundo. Propriedade concedida pela Fifa e adotada mundialmente pela empresa.

Será que não foi feito um estudo da venda dos copos estilizados da Coca durante o Mundial da Alemanha? Ou será que a empresa não sabe que o torneio é um evento em que a maior parte do público é formada por turistas de todo canto do mundo?

De fato foi uma comida de bola da Coca. E, desse jeito, vou ter de ir atrás de outro souvenir da Copa para levar de volta ao Brasil...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Hexa vale 350 mil US$ para cada jogador

Se a seleção brasileira erguer a taça da FIFA, os atletas receberão um prêmio em dinheiro pelo objetivo alcançado. O valor foi acertado pela CBF.

A entidade não divulgou os números mas eu apurei aqui em Joanesburgo que cada jogador embolsará 350 mil dólares. Se comparada com outras equipes, a quantia fica atrás da Argentina por exemplo, que oferece aos hermanos 630 mil dólares.

As equipes européias fixaram a premiação em Euro para cada integrante: Espanha (600 mil), França (390 mil) e Alemanha (300 mil).

A FIFA repartirá 420 milhões de dólares entres as seleções. O campeão da Copa do mundo rebecerá a astronômica quantia de 31 milhões de dólares.

Fla e Palmeiras, o Duelo por Felipão.

Trata-se, agora, de missão para Sherlock Holmes, no mínimo: quem ficará com Felipão? Embora o Inter fique de olho, à espreita de uma desistência geral, o duelo fica mais entre Flamengo e Palmeiras, com notícias desencontradas sobre o desfecho da volta do treinador pentacampeão do mundo: enquanto no Palmeiras muitos já dão como certa a contratação de Scolari- e o assessor de imprensa do técnico confirmou nesta terça-feira que a prioridade é palestrina-, no Rio a presidente Patrícia Amorim admite negociação com o treinador, existindo também quem jure estar muito próximo Felipão da Gávea. E de Zico.



Quem, na verdade, irá levar vantagem? No Flamengo, Scolari teria o respaldo de Zico e encontraria um clube sem tanta sede de ganhar um título, pois é o atual campeão brasileiro. Está certo que já perdeu Adriano e que Vagner Love provavelmente voltará para os gelados campos da Rússia. Mas quem tem recursos para contratar Zico e Felipão, há de conseguir dinheiro também para as devidas reposições, pois não?



Por outro lado, no Palmeiras, Scolari tem um passado de glórias, vencedor da Libertadores de 1999 e uma torcida que o idolatra. Além disso, conta com a promessa da direção de que, além de Kleber, virão outros reforços para oferecer ao técnico um elenco capaz de sair do atual sufoco e voltar a ser, enfim, o gigante que foi em outros tempos.



A esta altura do Campeonato, já que não me chamo Sherlock, só me resta comparar as informações e arriscar um palpite: se não der zebra, Felipão será do Palmeiras. E a zebra não se chama necessariamente Flamengo, mas também a decisão de esticar a permanência na Europa.



O melhor é esperar pelo próximo capítulo dessa novela que pode ter um rápido final.





DANIEL ALVES



Outro palpite que me vem à cabeça é o seguinte: talvez não no primeiro jogo, digamos a seguir, Daniel Alves terá lugar entre os titulares da Seleção Brasileira. Daniel é atualmente, um caso típico desses jogadores que atuam bem em qualquer posição, desde a lateral-direita- que defende, com brilho, no Barcelona- até ala esquerda (onde estão, no momento, Michel Bastos e Gilberto), passando também pelo meio de campo: dribla bem, chuta com violência e tem vigor físico incomum.



Trata-se de um polivalente e duvido que Dunga o deixe de fora por muito tempo..

União em torno da África do Sul

Já se falou muito por aqui da importância que a mídia tem para o desenvolvimento do esporte. Hoje, aqui na África do Sul, tivemos uma clara mostra de como a promoção da mídia pode ajudar a mobilizar as pessoas. Uma extensa campanha para que o torcedor mostrasse, nesta quarta-feira, sua torcida pelos Bafanas Bafanas tomou conta da mídia nos últimos dias.

As notícias de agora dão conta de que cerca de 190 mil pessoas foram às ruas para manifestar apoio à seleção. As emissoras de TV ficaram a tarde inteira com as imagens ao vivo da festa dos torcedores pelas ruas de Joanesburgo. No final das contas, o barulho das vuvuzelas e o trânsito caótico na cidade deram o tom de como foi a euforia do torcedor sul-africano.

Curiosamente, agora há pouco a empresa alemã de consultoria em marketing esportivo Sport+Mkt divulgou um estudo feito em 12 países para medir o grau de comprometimento da população na torcida pelo país durante a Copa do Mundo. O Brasil foi o vencedor da enquete, com 74% dos mil entrevistados dizendo que vão torcer pela seleção na África. Em segundo lugar ficaram os argentinos, com 73% de aprovação ao time nacional. E, apenas em terceiro, ficaram os sul-africanos, com 69% da população torcendo pela equipe Bafana Bafana. Os Estados Unidos, obviamente, ficaram em último lugar no ranking, com apenas 17% da torcida de seu país na Copa.

Agora, porém, com o torcedor sul-africano empurrado pela imprensa local, que decidiu "abraçar" a causa da Copa, parece que, pelo menos na torcida, a África do Sul deverá ser a líder do Mundial. A junção da mídia com as personalidades locais apoiando o time parece ser fatal para isso.

África desperta Copa do social

Na Alemanha foi tudo pelo verde. Preocupação com o meio ambiente, reciclagem, neutralização da emissão de carbono. Num país altamente desenvolvido, com infraestrutura bem resolvida e população rica, a Copa do Mundo levantou a bandeira da preservação da natureza. Nunca se reciclou tanto quanto nos gramados alemães.

Agora, quatro anos depois, as principais empresas do meio e a Fifa decidiram apostar no social. Na primeira Copa do Mundo em continente africano, a solidariedade entra em campo nos projetos de "legado" do Mundial. A Adidas anunciou nesta terça-feira, aqui em Joanesburgo, que vai leiloar quadros de artistas sul-africanos com a temática do futebol. O montante arrecadado será doado para o Instituto Nelson Mandela. Antes, a Nike, sua maior concorrente, deu os braços a Bono Vox na megacampanha Red, com o objetivo de combater a Aids num dos países que mais sofre com a doença. Isso sem contar na ação que será feita no Soweto, bairro no subúrbio de Joanesburgo, com a construção de um centro de treinamento para os jovens da região. A Fifa também tem um projeto para levar o futebol a diversos pontos do continente africano.

Investir no social não é apenas marketing, e é uma forma interessante que as empresas encontraram para marcar sua passagem pela África. Copa do Mundo tem, geralmente, um efeito devastador. Um batalhão chega no país-sede durante cerca de um mês, muda a rotina das cidades e depois vai embora, diminuindo sensivelmente a onda de crescimento econômico que antecede o Mundial. Agora, na África, a banda parece mudar um pouco. Num país com poucos recursos e imenso abismo social, investir na melhoria de vida das pessoas é uma forma de dar a sua contribuição para a população local em algo que vai além dos 30 dias da Copa do Mundo.

E no Brasil, o que nos espera? Qual será a onda da Copa? Tudo leva a crer que levantaremos de novo a bandeira da preservação da natureza. Mas bem que poderíamos fazer um mix de Alemanha e África do Sul...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Quem segura esse Líder Corinthians? E um Certo Capitão Marcos...

Fase boa, boa mesmo, é assim: pênalti a favor do Corinthians, Roberto Carlos ajeita a bola e o goleiro do Inter, o grandalhão Lauro, já se prepara, esperando uma bomba. O chute, no entanto, sai fraco, Lauro vai para o canto escolhido por Roberto- o esquerdo-, chega a tocar na bola e mesmo assim ela entra mansa e suave. Corinthians, 1 a 0!



E lá se foi o time corintiano em busca da vitória, com calma e determinação, sem se impressionar com nomes como Sandro, Guiñazu, Walter, Kleber, etc. O Corinthians é mais líder do que nunca e, logo aos sete minutos do segundo tempo, Iarley- que substituiu Jorge Henrique na partida desta quinta-feira-, marcou o segundo gol corintiano. Corinthians, 2 a 0. Por onde andou o poderoso Inter?



Agora, com 16 pontos ganhos, seguido pelo surpreendente Ceará (14 pontos), o Corinthians dá fortes sinais de que pode salvar a saga de seu Centenário, transformando-se, pelo menos por enquanto, no principal favorito ao título de campeão brasileiro.



E driblando o que muitos esperavam, driblou a depressão que costuma incomodá-lo a cada Libertadores perdida, não sentindo, sequer, a ausência de sua principal estrela, Ronaldo.



Mérito de seu técnico, Mano Menezes.



AS BRAVATAS DO CAPITÃO MARCOS



Acho até que Marcos merece um busto no Parque Antártica, ao lado de Waldemar Fiume, Ademir da Guia e Junqueira. Nada mais justo. Afinal, ele está entre os maiores goleiros do Palmeiras ao longo da História e teve a decência de não abandonar o clube nem nos tempos de agruras da Série B.



Como capitão do time, no entanto, sua postura é discutível: jamais o vi contornar uma crise, vive dando declarações pessimistas depois dos jogos, já desobedeceu técnico para ir à área inimiga tentar a cabeçada que jamais consegue... Também já emocionou, ao falar para os companheiros, antes da final diante da Ponte Preta no Campeonato Paulista de 2008, que “se precisar quebrar o pescoço, hoje, para ser campeão, eu quebro e pronto”.



O saldo, porém, não é positivo. Como capitão, eu digo. E esse negócio de dizer que “o time é fraco” em nada entusiasma os companheiros, assim como creio, não pega bem, ele, vira-e-mexe, falar em aposentadoria. Quem sabe Marcos não tenha razão?



Bem que ele poderia, pelo menos, ir em busca da bola no chute, fraco, que Vagner Love desferiu quase da entrada da área para marcar o gol do Flamengo. Numa comparação, vejo Rogério Ceni, até um pouco mais velho do que Marcos, opinar e servir como espécie de cartola do São Paulo. As façanhas e os títulos conferem a Ceni este direito. E Rogério vai em todas as bolas, defensáveis ou não.



Assim, acredito- e digo com certa tristeza-, embora não seja fácil acostumar-se a ver o Palmeiras sem Marcos-, que é hora de repensar. Quanto à carreira e, principalmente, ao posto de capitão do time.





ITALIA, O TIME É ESTE?



Atual campeã do mundo, as vésperas da Copa da África do Sul, a Itália não convenceu nem um pouquinho em seu amistoso diante do México: perdeu por 2 a 1, foi envolvida pelo adversário e, se este for o seu verdadeiro futebol, não estará entre as candidatas aos título.



É claro que, começando a Copa, a história poderá ser outra e os italianos são verdadeiros mestres em crescer durante a competição. Aí eu me lembro da campeã da Itália, a Inter, que dirigida pelo português Mourinho, não tinha um único jogador italiano como titular da equipe.



E pergunto: estarão os atuais campeões do mundo em decadência mesmo?

Copa ensina marketing esportivo na marra a empresas

Um dos benefícios que a Copa do Mundo da África do Sul trará ao Brasil é o ensinamento às empresas brasileiras de aprenderem a trabalhar melhor as ferramentas do marketing esportivo. Por conta do veto da Fifa à exposição da marca de patrocinadores em todos os treinos das 32 seleções que disputam o Mundial (em 2006, o veto era apenas no treino de reconhecimento do estádio), as empresas terão de se acostumar a não ter o benefício da exposição de marca para ter retorno com o patrocínio.

O expediente não é novidade. Longe disso. Nos Jogos Olímpicos, desde sempre as marcas ficaram impedidas de aparecer nas arenas. Nos Estados Unidos, as grandes ligas também preferem reforçar a imagem do esporte impedindo que as marcas apareçam durante o jogo.

O negócio é usar a propriedade do patrocínio para fazer barulho com o cliente. É aí que entra a palavra-chave, que começa a virar regra no patrocínio esportivo dentro do Brasil: ativação da propriedade. Como só a exposição não basta (ou, no caso desta Copa, ela não está assegurada), a empresa tem de buscar os otutros benefícios do esporte. E é aí que entra o lado positivo que o esporte tem a oferecer. Apenas 11 empresas podem se dar ao luxo de dizer que são patrocinadoras oficiais da seleção brasileira. Só elas podem usar a camisa do time nacional, fazer ações com os atletas, levar torcedores a treinos da seleção, entre outras coisas.

Esse é o lado intangível do negócio e que, durante anos, não foi usado pelo esporte no Brasil, que sempre procurou assegurar exposição de marca em vez de outras propriedades inerentes ao esporte, mas que não estão aos olhos das pessoas.

Mas só poder fazer relacionamento com as pessoas não basta. É preciso comunicar o patrocínio. É aí que entra a ativação das marcas. Buscar a mídia para comunicar o patrocínio que existe. Nesse sentido, na seleção brasileira, Itaú, Ambev e Seara estão um pouco à frente dos outros patrocinadores. Vivo e Nike começaram agora a se mexer um pouco mais. Os outros, recém-chegados ao negócio, estão aprendendo como fazer.

É uma evolução. Que, em breve, deve se expandir para os clubes e outras modalidades. As camisas limpas e os esportes com menor apelo de mídia agradecem. É a profissionalização chegando às empresas para, então, exigir mais qualidade do esporte. Foi assim nos Estados Unidos nos anos 80 e na Europa nos anos 90...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Brasil, uma Goleada que não significa muito.

Não chegou a ser nenhuma façanha heróica: vencer a frágil Seleção de Zimbábue- a de número 110 no ranking do futebol-, ainda que por 3 a0, é o mínimo que espera de um Brasil sempre candidato a levantar o caneco da Copado Mundo.



Os gols até que foram belos- Michel Bastos, Robinho e Elano, os autores- e os sustos do inimigo, no começo, foram obra de quem estava disputando o jogo da vida. Nada mais sério. Susto mesmo foi a contusão de Júlio César, que saiu logo da partida e acusando contusão, vindo, depois, o alívio do diagnóstico do médico José Luís Runco, informando que a situação do goleiro não preocupa. Ainda bem: Júlio César, hoje

talvez seja o melhor goleiro do mundo em atividade, campeoníssimo pela Inter de Milão.



Quanto a Kaká, jogou meio tempo, revelando disposição, mas também visível ritmo de jogo. De qualquer maneira, pelo menos aparentemente, está inteiro quanto ao físico e o tal ritmo de jogo ele vai pegando aos poucos, pois faltam ainda o amistoso contra a Tanzânia e duas semanas de treinos antes da estréia diante da Coréia do Norte.



Enfim, prefiro encarar essa partida como um treino, sabendo, ainda, que Juan (que não jogou ou treinou) foi poupado apenas e que, em caso de necessidade, temos um reserva para toda obra: Daniel Alves, do Barcelona, hábil e polivalente jogador que, não sei não, é capaz de arrumar um lugarzinho para ele ainda nesta Copa.



Observação: Leia no post abaixo, o reencontro de Wagner Love como Palmeiras e o crescimento da Torcida do São Paulo.

A seleção a serviço do mal

Robert Mugabe tentou, de todas as formas, fazer ainda mais política em cima do amistoso da seleção brasileira contra o Zimbábue. O ditador do país africano só não conseguiu que Dunga e seus convocados se colocassem a serviço da ditadura local. Mas não foi por falta de conveniência da CBF que o negócio não saiu.

O insosso amistoso não serviu para nada além de colocar a seleção brasileira a serviço do mal às vésperas do início de mais uma Copa do Mundo. Seleção que, desde o início da era Ricardo Teixeira, em 1989, sempre tentou mostrar que futebol e política não se misturam.

Essa frase era constantemente usada por João Havelange para justificar injustificáveis decisões que tomava à frente da Fifa ao longo de décadas. Na lógica do mentor de Teixeira, o futebol estava acima de qualquer conflito local, não podendo se submeter aos caprichos de um país para não ser realizado. O discurso, nada mais é, do que se apropriar de uma situação para esconder o real benefício que o futebol traz para um governo ditatorial.

Ao colocar a seleção brasileira a serviço de um governo ditatorial, a CBF só ajuda a reforçar a tirania do político, conferindo-lhe notoriedade e, numa mensagem subliminar, legitimando as ações de um governo que sabidamente faz mal à população local.

Futebol e política não só se misturam como ajudam, um ao outro, a perpetuar tiranias. Mugabe iniciou seu governo em 1981. Teixeira preside a CBF desde 1989...

Palmeiras troca Samsung por sócio-torcedor

O Palmeiras joga amanhã contra o Flamengo com a marca do Avanti, programa de sócio-torcedor do clube, estampada em sua camisa. O clube oficializou o rompimento do contrato com a Samsung e, agora, espera a pausa da Copa do Mundo para estampar a marca da Fiat no uniforme por R$ 26 milhões até o final de 2011, como revelado pelo blog há algumas semanas. O Avanti estará no uniforme pelos próximos dois jogos do time no Brasileirão (leia a matéria na Máquina do Esporte)

O ajuste da multa rescisória continua, porém, a ser discutido na Justiça. Para o clube, o acordo representa mais grana que pode vir a entrar nos cofres (dependendo da decisão judicial sobre a multa rescisória, o Palmeiras vai receber menos do novo parceiro), mas é uma rusga desnecessária com um parceiro comercial.

Para a Samsung, é mais um duro golpe recebido de um patrocinado. Em 2008, o Corinthians forçou a empresa a aumentar seu acordo, mesmo tendo sido rebaixado para a Série B do Brasileirão. Sem um acordo, o clube assinou com a Medial Saúde. O problema é saber o que será de um dos maiores patrocinadores do esporte no nível mundial dentro do Brasil. É provável que a Samsung retome o time Medalha Azul, de atletas patrocinados tendo em vista os Jogos Olímpicos.

Mas é um baque para o mercado de futebol a saída da empresa. O fim do acordo Samsung-Palmeiras representa a saída de empresas do ramo de eletroeletrônico do futebol no Brasil. LG e Semp Toshiba já tinham deixado São Paulo e Santos recentemente. O movimento vai contra o que acontece mundialmente, em que as grandes empresas do ramo usam o esporte para promover suas marcas e, principalmente, ser reconhecida como símbolo de qualidade por apoiar equipes de massa com destacado desempenho dentro de campo.

No Brasil, os eletroeletrônicos deram lugar para a indústria da alimentação. Seara e Batavo são alguns exemplos dessa nova ordem. Resta saber até quando vai o fôlego de investimento dessas empresas dentro do futebol.