Tempo Real

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Uma Noite de Muita Emoção. E o Mercado Agitado.

O futebol brasileiro vai viver uma noite de muita emoção, noite para deixar os nervos à flor da pele. Pois que nesta- quarta-feira, simplesmente teremos o começo da decisão da Copa do Brasil (entre Santos e Vitória, na Vila Belmiro) e também o primeiro dos dois jogos para apontar o finalista brasileiro para o título da Libertadores da América, Inter ou São Paulo.



Começo pela Libertadores que, alías, teve na terça-feira o primeiro jogo da outra semifinal, com o mexicano Chivas não passando de um empate (1 a 1) diante do Universidad de Chile. O que dá vantagem aos chilenos que, que decidirão a vaga em casa.



Bem, por aqui, a tensão aumenta a cada minuto. Inter ou São Paulo?- eis a questão. Por jogar em seu estádio, ao lado de sua imensa torcida e por estar mostrando melhor futebol no momento, pode-se dizer que o Inter leva ligeira vantagem. Ligeira, eu diria, pois o tricolor tem time para que, nessas horas difíceis, o placar possa ser revertido. Por sinal, no ano passado, durante do Campeonato Brasileiro, o São Paulo vinha jogando mal, como agora, mas ao enfrentar o Inter, em Porto Alegre, começou uma reação que quase o levou ao tetracampeonato: começou perdendo, em poucos minutos, por 2 a 0, mas teve forças para reagir, empatar (2 a 2) e quase virar o jogo.



Em jogos desse tipo, o favoritismo, por um detalhe qualquer, fica só na teoria. Há quatro anos, por exemplo, quando era o campeão da Libertadores, o São Paulo enfrentou esse mesmo Inter no Morumbi, em busca do bicampeonato. E levava- como agora o faz o Inter- um ligeiro favoritismo. Ficou na teoria: o tricolor perdeu Josué (expulso) e os gaúchos ganharam o primeiro jogo (2 a 1), empatando depois em Porto Alegre (2 a 2), ficando com o título da Libertadores e no fim do ano, com o mundial..



Assim, em jogo desse tipo, quem ousa ser Nostradamus? Ou o polvo Paul?





NA VILA, OS ALEGRES MENINOS



A convocação para a Seleção Brasileira parece ter mudado o astral dos meninos da Vila. Na véspera do jogo, todos eles, em especial os convocados (Neymar. Robinho, Ganso e André) riam à toa, mesmo debaixo da forte chuva, pois que o sol já se abrira para eles na lista de Mano Menezes.



Em condições normais, com todo o respeito ao valente Vitória, o Santos é favorito. E muito favorito. E deve fazer força para confirmar essa tendência, pois que no jogo de volta, em Salvador, ah, nesse jogo tudo pode ser diferente, já que, no Barradão, o Vitória dificilmente é vencido.



E vale o título da Copa do Brasil. E uma vaga na Libertadores!





O MERCADO, MAIS AGITADO



Vamos entrar no mês derradeiro para compras e vendas de jogadores. Alguns bons negócios já saíram (Valdívia no Palmeiras, Ricardo Oliveira no São Paulo, André no Dínamo de Kiev, Diego Souza e Rever no Grêmio, Felipe no Vasco, etc.), mas vão saindo, mais, aos poucos: nesta terça-feira foi a vez de Washington sair do São Paulo para voltar ao Fluminense, enquanto o Flamengo a troca de um pentacampeão do mundo por outro, Kléberson por Gilberto Silva, além de anunciar Leandro Amaral.



Tenho a impressão de algum negócio de impacto está para ser anunciado, de compra ou venda, não por estes dias. Por agora, mais próxima está a contratação de Rivaldo- não aquele pentacampeão do Mundo-, o do Avaí, pelo Palmeiras. Felipão gostou de seu futebol.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Na Despedida de Mano, um Corinthians Líder. E a Novela Valdívia...

Não poderia ter sido diferente, após o belo trabalho por ele realizado, a despedida de Mano Menezes do Corinthians. Mano foi levantado nos braços pelos jogadores, num sinal claro de que era querido no grupo, depois da vitória sobre o Guarani, por 3 a 1, retomando o Corinthians a condição de líder do Campeonato Brasileiro (o Flu, de Muricy Ramalho, perdeu a liderança ao empatar com o Botafogo, 1 a 1 neste domingo).



Seria injusto Mano Menezes ir para a Seleção sem que visse o Corinthians no topo da tabela, como a coroar o tempo de glórias que viveu, levando o time de volta à elite do futebol brasileiro e, ainda por cima, sagrando-se, no ano passado, campeão paulista (invicto) e campeão da Copa do Brasil.



Antes de Mano não tinham tanta fama e nem custaram muito dinheiro jogadores como Chicão, André Santos, Cristian, Jorge Henrique, Elias e outros, numa prova de que evoluíram- muito- nas mãos de criterioso técnico. Treinador que também soube lidar, sim, com o astro maior Ronaldo que, embora fizesse biquinho, jamais deixou de ficar 10, 15 dias em regime da mais pura concentração.



Como num ato de justiça maior, quem decidiu esse jogo para o Corinthians contra o Guarani? Outra descoberta de mano Menezes, que estava lá no Santo André, esse jovem canhoto Bruno César, autor de um belo gol de falta e outro, de cabeça, para completar o marcador.



Mano Menezes foi estrategista e garimpeiro de novos talentos. Que assim seja na Seleção!





VALDÍVIA, ÚLTIMO CAPÍTULO?



São tantas as nuances dessa novela que nem ouso cravar o desfecho. Apenas mato a informação no peito e chuto, de primeira, assim como a recebi: neste domingo, às oito e meia da noite, ouvi de fonte confiável que, embora as negociações estivessem difíceis e as longas conversas mudado de rumo, Valdívia será do Palmeiras.



Mas não mais pela metade de seus direitos federativos, e sim por cem por cento, o que torna cara a sua contratação.



Já disse que a fonte é confiável, mas nem assim ouso cravar a informação como definitiva. Aliás, pelo que se tem visto, inclusive no empate deste domingo contra o Ceará (zero a zero), o Palmeiras precisa bem mais do que Valdívia, pois, pelo menos, é urgente a vinda de um centroavante e de um zagueiro.



E então, suponhamos que dê zebra nessa volta de Valdívia. Não seria mais aconselhável investir o dinheiro em um zagueiro, um meia-canhoto (Vagner, ex- Cruzeiro, por exemplo) e num goleador de respeito?



Talvez fosse mais negócio.

O sim de Mano e o novo dilema de Ricardo Teixeira

Mano Menezes disse sim. E a decisão atropelada da CBF sobre o novo técnico da seleção brasileira finalmente teve um final. Agora, é hora de focar o outro problema. A Copa do Mundo de 2014.

Problema que não existiria para a CBF se o seu presidente tivesse seguido o discurso que adota na hora de escolher um treinador. Para Ricardo Teixeira, o técnico do time nacional tem de ser exclusivamente da seleção. Não pode acumular cargos.

Curiosamente, a decisão vem de uma pessoa que é presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa de 2014. E que, por conta disso, tem deixado de lado uma e outra decisão importante a ser tomada. A seleção era a bola da vez até a definição do treinador. Agora, teoricamente as atenções se voltam para a organização do Mundial.

Desde 2008 o Brasil já poderia ter definido o seu comitê e estaria trabalhando para fazer uma Copa organizada e próxima da perfeição. Agora, finalmente, os cargos e contratados começam a sair. Com dois anos e meio de atraso.

O novo dilema de Ricardo Teixeira é a Copa de 14, como ele gosta de dizer. Só que esse pepino já está nas mãos dele, por vontade própria, desde novembro de 2007...

A Ferrari está vermelha de vergonha

Que saudade da disputa verdadeira da F1 quando o resultado não era definido por uma ordem vinda dos boxes, pelo rádio.

Que saudade da época em que havia uma briga pelas melhores volta, estratégia e piloto, pela troca mais rápida de pneus. Disputa de verdade de uma escuderia contra outra e mais, dentro da própria equipe. Lembram de Senna vs Prost, Piquet x Mansell ?

Senna trabalhava para ele, Prost queria sempre vencer, idem para o grande Nelson e o inglês Nigel.

Alguém pode explicar que tipo de esporte é este em que um tem a obrigação de deixar o outro ultrapassar ou ganhar ? Que tipo de piloto é aquele que aceita tal submissão ? Que graça tem tudo isso ? Sinceramente, uma vergonha!

O episódio Massa-Alonso mancha o histórico nome da Ferrari, arranha o glamour criado pela marca ao longo dos anos, sem falar no respeito pela competitividade esportiva que coloca em dúvida se a F1 deve ser chamada de esporte ou apenas mesmo de ¨circo¨, onde tudo é encenação. A construtura italiana já havia se envolvido na preferência pelo queridinho Schumacher, preterindo Barrichello durante anos e insiste no modelo.

Que a Ferrari fique um pouco mais vermelha, de vergonha, e admita fazer um esporte de verdade.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

E a Seleção Voltou para Mano Menezes.

Depois de um dia inteiro de idas e vindas, com o convite da CBF a Muricy Ramalho e a recusa do Fluminense em liberar seu treinador, a Seleção Brasileira voltou a ficar nas mãos de Mano Menezes. Aliás, como estava claro no meio da semana, com Mano assumindo a Seleção e muito provavelmente sendo contratado Adílson Batista para ocupar o seu lugar no Corinthians.



E o que era a tendência- e que deixou de ser pela convocação feita a Muricy- voltou a figurar como a mais provável, com quase certeza de ser consumada, pois a CBF oficializou na noite desta sexta-feira o convite a Mano. Está prevista para a manhã deste sábado a resposta do técnico corintiano, que acredito, será positiva, inclusive pelo que foi revelado, não existe multa em seu contrato se for para a Seleção Brasileira.



Diante dos últimos acontecimentos, porém, sempre é bom ter um pouco de cautela em dar como certa qualquer contratação. Muricy foi um bom exemplo disso.



Se consumada- como escrevo também em outro espaço do UOL- creio ser uma ótima escolha. Quem pode contestar o trabalho de Mano Menezes? Além de ter ido muito bem no Grêmio, onde foi vice-campeão da Libertadores da América e o comandante do time em sua volta à elite do futebol brasileiro, foi muito grande o seu sucesso à frente do Corinthians: além de levar o Timão em sua volta à Primeira Divisão, ganhou o título de campeão paulista (invicto) e também a Copa do Brasil de 2009.



Mano é firme, seguro e sem perder a calma diante da imprensa e de pressões de torcida, sabendo mesclar jogadores consagrados (como Ronaldo Fenômeno) a talentos emergentes.



Enfim, uma ótima escolha! Se consumada, é claro...

Reviravolta na Seleção: CBF Paga Multa de Muricy mas isto é Suficiente?

A confusão está estabelecida: o Fluminense não liberou Muricy Ramalho, pois o tem sob contrato, e agora voltam as especulações sobre quem será o novo senhor da Seleção Brasileira. Pode- e deve- ser o próprio Muricy, embora ele tenha a fama de cumprir, sempre, os seus acordos.



Se não fosse ele, quem seria o técnico a comandara Seleção?



Quem?



Para começar, soa estranha essa teimosia de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, em exigir que o novo técnico assuma imediatamente uma Seleção que neste ano nada tem de importante. Apenas alguns amistosos. Ou a CBF pagaria a multa ao Flu, para não ter que voltar atrás no caso Muricy? Parece que não é essa a intenção.



E então, por que essa exigência? Ou pensa Teixeira que um simples aceno da CBF é capaz de fazer um técnico ignorar seu contrato, seu compromisso com o time que dirige, com a torcida que nele confia? Não vejo motivo para desfalcar um clube, em pleno Campeonato Brasileiro, pois que só no ano que vem é que teremos algo de útil pela frente. A Copa do Mundo, então, só em 2014.



Há quem diga ter sido jogo de cena esse encontro no elegante clube de golfe, o Itanhangá. Na pior das hipóteses, que antes de convidar o técnico, o presidente da CBF, com toda a sua experiência, deveria pelo menos, sondar o clube de Muricy para saber se aconteceria a liberação. Sabe-se, por exemplo, que não é das melhores as relações entre o presidente da CBF e o presidente do Flu, Roberto Horcades, por este ter votado em Fábio Koff e não em Kleber Leite, o candidato de Teixeira, nas eleições do Clube dos 13.





IMBROGLIO À VISTA



Segundo uma fonte, Teixeira já teria sondado o Corinthians- antes do convite feito a Muricy- tentando saber se o presidente Andrés Sanchez, seu aliado, não se incomodaria de liberar Mano Menezes para a Seleção. Teria de ser já, imediatamente. A idéia não teria sido simpática a Andrés, com o Corinthians na ponta da tabela, mas em janeiro, quem sabe?



Teixeira, porém inflexível, passou a ter outros nomes na cabeça. E agora, que já tinha escolhido outro técnico, desejaria um treinador de ponta ser lembrado para agora - abandonando contrato e clube- ser a segunda opção entre os eleitos oficiais do presidente da CBF?



Sei lá. Estamos todos atentos. Mas ou presidente da CBF deixa a teimosia de lado e confere a um técnico- tampão os poderes sobre esses amistosos desse ano, ou teremos, repito, novo imbróglio à vista.



Mais um.

Copa no Brasil ou em São Paulo?

O noticiário que toma conta da Copa do Mundo é o mesmo. São Paulo, a cidade, ainda não tem seu estádio para o Mundial definido. A grande mídia relata o encontro de Ricardo Teixeira com Alberto Goldman e Gilberto Kassab, respectivamente governador paulista e prefeito paulistano.

Mas e a Copa no Brasil?

A questão da Copa, até agora, virou uma estúpida discussão por São Paulo ter ou não um estádio. Não nos preocupamos em lembrar que o país que quer ser a quinta maior economia do mundo até 2016 não tem sequer uma infraestrutura urbana suficiente para dar vazão à demanda interna, o que dirá a um estouro da boiada que é uma Copa do Mundo...

Não é só São Paulo que não tem condições, seja de estádio ou de infraestrutura. Qualquer cidade no Brasil não pode abrigar uma Copa.

Isso é se conformar em ser medíocre, algo que não condiz com uma nação que almeja ser a quinta maior do mundo, que se orgulha de ter, cada vez mais, empresas multinacionais, que se orgulha de ter sido uma das únicas a não sofrer abalo com crise financeira e tudo o mais que politicamente é bem explorado para mostrar um Brasil, felizmente, nunca antes tão bom na sua história.

Esse é o país que acha tudo isso lindo mas que, na hora de sediar um grande evento esportivo, mira sua atenção para a África do Sul, e não para a Alemanha. País que tenta maquiar seu problema de infraestrutura de transporte propondo uma "maravilhosa" solução de setorizar o evento, desperdiçando um imenso potencial turístico. País que discute recurso público ou privado na construção de estádio quando o buraco está lá embaixo ainda, na questão de como fazer para dar boa condição de vida para a população.

Conseguiu-se desviar o foco do problema.

Não se questiona por que as obras de infraestrutura das cidades ainda não começaram, mas sim se a cidade de São Paulo tem ou não um estádio. O Brasil vai sediar uma Copa do Mundo e ela será boa, talvez muito boa. Mas não será excelente. Estará longe de ser "a melhor".

Isso acontece simplesmente porque não sabemos a demanda de uma Copa do Mundo, não estudamos para buscar capacitação, não elevamos o debate sobre como fazer a Copa do Mundo para um padrão nacional.

Preferimos ser o Brasil que sempre resolve as questões na canetada. Só que o país que quer ser a quinta maior potência econômica do mundo não pode se dar ao luxo de pensar que, na base do "no final dá certo", conseguirá fazer uma Copa do Mundo decente. Infelizmente o nosso parâmetro será a África do Sul, país comparativamente muito mais pobre, muito menos alfabetizado, muito menos seguro, com infraestrutura muito mais precária, etc.

E isso mostrará para o mundo que o Brasil continua a ser a eterna promessa de um país do futuro. Quando era a hora de ser a bola da vez, para ser o país da liderança mundial. A Copa, assim como os Jogos Olímpicos, serviriam para pensarmos o Brasil como, de fato, um país e usar a "desculpa" desses eventos para transformar a nossa realidade.

O Brasil está, em cada uma das 12 cidades, com diferentes problemas, deixando a oportunidade escapar entre seus dedos. Estádio é uma das dificuldades, mas reforma de malha viária, melhoria no transporte público e mais um monte de obras de infraestrutura demandam investimentos muito maiores e mais necessários para o país.

sábado, 10 de julho de 2010

Na Copa, a Grande Final. Por Aqui, Adeus e Novidades.

E chegamos, enfim ao ponto final desta Copa do Mundo, na África do Sul; neste domingo, Espanha e Holanda decidem o título e a honra de ser campeã do mundo pela primeira vez. E no sábado, alemães e uruguaios lutam pelo consolo do terceiro lugar.



Falando da final, não cravo a vitória espanhola como o polvo Paul- que não errou nenhuma profecia até agora- mas creio, sim, que a Espanha levará a campo um ligeiro favoritismo, guiada por envolvente toque de bola, principalmente quando a bola está nos pés de Iniesta e Xavi, e por estar revigorada após bater os temidos alemães.



No entanto, quem há de desprezar a Holanda? Sem perder há quase dois anos, com cem por cento de aproveitamento nesta Copa, a Holanda pode não ter o talento de outras épocas (quando contava com Cruiff e Neskeens, depois Gullit e Van Basten) mas é equipe de qualidade, sim, inflamada por seus dois principais astros, Sneijder (em minha opinião, o melhor da Copa até agora) e o carequinha Robben.



De qualquer maneira, teremos um verdadeiro campeão. Será uma final justa.





NO ADEUS AO PALESTRA, FESTA E UM GOSTINHO AMARGO



A torcida do Palmeiras fez a sua parte, comparecendo em bom número ao Parque Antártica- que levava o nome de Palestra Itália-, enfrentando preços nada convidativos.



É preciso reconhecer, também, que o marketing palestrino preparou uma bela festa. O que faltou, então? Só para variar, faltou o time corresponder dentro de campo, perdendo para um diferente Boca Juniores (sem Riquelme, sem Palermo,vindo de uma péssima colocação no Campeonato Argentino), por 2 a 0, gols quer tiveram origem em bola parada. Gols que valem do mesmo jeito.



E daí, despedida com derrota dá nisso mesmo:um gostinho tão amargo...



KEIRRISON, GAÚCHO...



O Mercado da Bola tem muitas tentativas e pelo menos uma confirmação: Keirrison, ao que tudo indica, conseguiu sua liberação da Fiorentina, do Barcelona e de tudo que tem direito para acertar mesmo com o Santos. Acredito que ele, na Vila Belmiro, seja de novo o goleador de quem tanto se esperava.



E no Rio, se dá como muito provável mesmo a contratação de Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo. Por aqui, tive a informação de boa fonte, que a volta de Ronaldinho está efetivamente próxima de acontecer.



Enfim, uma boa notícia para este Fla que vem sofrendo tanto com agruras de fora do campo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Profecias, o Baile da Espanha e o Mercado da Bola...

Ah, não ouso mais brincar com as profecias desse polvo, o Paul, que não errou nenhuma previsão nesta Copa do Mundo. Meio como brincadeira, vá lá, embora o futebol sempre carrega suas superstições, mas digamos que era preciso ter muitos tentáculos para cravar, na lata, a vitória da Espanha sobre a Alemanha.



Tratava-se de um clássico do futebol, é verdade, e como já disse o filósofo da bola, Dadá Maravilha, “clássico é clássico e vice- versa”. Nem é o caso de classificar a vitória espanhola como zebra, longe disso. Afinal, a atual campeã da Europa é a Espanha e ganhou esse título por derrotar na final a mesma Alemanha que acabou de vencer, agora pela Copa do Mundo, por 1 a 0. Gol de Puyol.



O que surpreendeu foi o baile que a Espanha deu na Alemanha. Irreconhecível (terão tremido os seus jovens talentos?), a equipe alemã foi totalmente dominada pelo refinado toque de bola de Iniesta, Xabi Alonso e Xavi, parecendo totalmente imobilizada. O primeiro chute da Alemanha aconteceu aos 30 minutos de jogo- muito pouco, quase nada, para um time que impressionou o mundo como que já se chamava de “futebol total”.



E, curioso, gol que levou a Espanha à finalíssima diante da Holanda, nasceu da forma que não se esperava: de cabeça, escorando com fúria a bola que veio de um escanteio, através de Puyol: este jogador, já com 32 anos, tem apenas l metro e 78 de altura- o que parecia pouco para subir mais do que os jovens e grandalhões zagueiros alemães.



Nada mais justo para quem soube procurar o ataque e jogar melhor.





A TAÇA DA EUROPA E O PRIMEIRO TÍTULO



Na verdade, teremos no domingo dois acontecimentos inéditos. Um deles é o de que, seja quem for campeã, Holanda ou Espanha, é a primeira vez na História das Copas que uma seleção européia se consagra campeã em disputa fora de seu continente.



E o outro é que será a primeira vez- para a Espanha ou Holanda- que uma dessas seleções vai levantar o caneco, eles, espanhóis e holandeses, que jamais foram campeões do mundo.



Inédito, pois não?!



O NOSSO MERCADO DA BOLA



Enquanto a bola rola na Copa, os clubes brasileiros se agitam em negociações, pois o Campeonato estará de volta já, já. Nenhuma contratação bombástica foi efetuada (Felipão foi a mais badalada), mas, nos últimos dias, alguns movimentos chamaram a atenção:



1- O almoço de Ronaldinho Gaúcho com a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim; creio que seria melhor o Fla para Ronaldinho (se o Milan liberar) do que para o futebol paulista. O Palmeiras já teve interesse nele, é verdade, mas ouço de torcedores que a preferência entre ele e Valdívia (que deve chegar) é muito maior para o chileno.



2- Felipe: não sei qual será o futuro do goleiro que sairia do Corinthians e que agora, frustrada a ida para o Genoa, volta a treinar no Parque São Jorge. É que o Corinthians já contratou outro goleiro, o paraguaio Bobadilla, e não parece muito interessado em manter Felipe- que, por sua vez, já disputou sete partidas pelo Brasileirão e não poderá jogar por outra equipe da Série A. É a chamada sinuca de bico.



3- O pacote do Cruzeiro: alguns jogadores foram contratados e, entre eles, destaco o habilidoso meia argentino (que joga no Universidad do Chile), Montillo, e o veloz atacante que está chegando do Atlético Paranaense, Walisson.



4- Ilsinho de volta ao São Paulo? Bom jogador. Que se saiba, porém, que há algum tempo não é lateral-direito.



5- Tinga, enfim do Palmeiras: depois de longa novela, esse jogador de 19 anos e muita habilidade, foi contratado. Tem um belo potencial.

6- Keirrison, quase no Santos: uma bela notícia para a torcida santista, pois finalizar esse centroavante sabe. E muito bem. Ao lado de Neymar e Ganso, é provável que Keirrison recupere o prestígio perdido.



E agora, fim de Copa, o Mercado deve se agitar bem mais!

Brasil cogita a estupidez de setorizar Copa

A Copa do Mundo de 2014 deverá dividir o Brasil em quatro. O presidente Ricardo Teixeira acaba de revelar que se estuda a chance de "fatiar" o país em diferentes regiões para melhor atender à demanda de transporte e evitar grandes deslocamentos dos torcedores durante o Mundial.

Se a proposta de fato vingar, o Brasil cometerá um dos maiores erros no que diz respeito a saber fazer dinheiro e faturar com uma Copa do Mundo.

Até 1994, o Mundial era "setorizado". Cada grupo ficava numa única sede. Até então, a Copa acontecia em países relativamente pequenos, com facilidade e agilidade de deslocamento entre as diferentes cidades-sedes. Quando o Mundial foi para os Estados Unidos, país de dimensão continental tal qual o Brasil, acabou-se esse história de que um time ficava numa única sede.

E o raciocínio americano foi simples, lógico e claro. Deixar um torcedor cerca de duas semanas num mesmo lugar é estúpido do ponto de vista turístico. Se ele vai para o país da Copa, não pode ficar "confinado" a um único lugar. Tem de viajar, conhecer diferentes regiões, pagar pela passagem, hospedagem, consumo...

Desde então, até mesmo a Copa de 2002, dividida entre Japão e Coreia do Sul, contou com deslocamento entre países de torcedores.

Ao fatiar o país em quatro, o Brasil assume sua incompetência no que diz respeito à infraestrutura de transporte. Sem estradas decentes, sem malha ferroviária e com aeroportos sucateados, o país não conseguirá atender à demanda de uma Copa do Mundo.

Durante quase dois anos, as cidades, com a conveniência do Comitê Organizador Local, preferiram fazer balão de ensaio político em vez de trabalhar para organizar, decentemente, o Mundial.

Fatiar o país, além de atestado de incompetência, é de uma burrice tremenda no que diz respeito a aumentar a receita com o turismo. Além de perder uma grande oportunidade de mostrar o quão diverso, e rico, é o Brasil.

A Copa é dos pelados. E, cada vez mais, do Mundo

Primeiro veio a promessa de Diego Armando Maradona. Depois, o par de atrizes de Larissa Riquelme chamou a atenção para a torcida cada vez mais crescente da equipe paraguaia, que para muitos foi a derrota mais sentida da Copa. E, agora, a cidade de Johanesburgo vai receber um grande "peladaço" amanhã, quinta-feira, período de folga de jogos pré-decisão do Mundial, num protesto contra o uso de pele animal em roupas. Candice Brink, modelo, estará pintada com a cor da bandeira da África do Sul e nada mais.

Nos últimos três dias, ativistas contra abusos aos animais estiveram em frente ao centro de imprensa de Johanesburgo entregando panfletos para o "grande dia". Jornalistas de mais de 150 países passaram pelos jovens que entregavam o "media alert".

A transformação da Copa do Mundo da África do Sul no Mundial dos Pelados tem toda a razão de ser. Larrisa Riquelme, por exemplo, até conseguiu patrocínio para seu generoso decote. Isso só foi possível graças à repercussão mundial que passou a existir por conta de suas nada discretas aparições durante os jogos paraguaios na Copa. Da mesma forma, a mídia dava, a cada espirro de Maradona, cobertura digna de pandemia de gripe para o caso.

Ao lado dos Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo é um evento feito para a mídia. E isso tem as suas consequências. Em 2010 foi a hora de os pelados aparecerem. Antes, em Pequim, os ativistas pelos direitos humanos souberam usar a presença mundial da mídia para chamarem a atenção. O que esperar para 2014?

domingo, 4 de julho de 2010

O Chocolate Alemão . E o Tango de Maradona! E deu Espanha.

Os alemães varreram os sonhos argentinos, mais parecia um vendaval. Foi um tal de não dar espaços e conter o atual melhor do mundo, Messi, e ainda encontrar buracos na defesa argentina com uma facilidade de impressionar: 4 a 0.



E foi justo. Ou até pouco.



A máquina alemã nem tomou conhecimento da fama da Argentina e impressionou o mundo, tanto pela rapidez ao marcar seu primeiro gol (Mueller, aos 3 minutos, no mais rápido gol desta Copa até agora), como pela habilidade em construir os outros três, aos dribles e na velocidade, quase sempre pelo lado direito da defesa inimiga, dando a Klose a rara oportunidade de marcar mais dois gols, tendo apenas o trabalho de empurrar a bola para as redes (o outro gol foi marcado por Friederich).



Fácil demais. E agora, Klose, às vezes contestado pelos próprios alemães por não ser exatamente um craque, já superou Pelé na arte de fazer gols em Copas (14 a 12) e está a um passo de se igualar a Ronaldo Fenômeno (15 gols) no topo dos maiores artilheiros em todos os tempos.



Confesso que não esperava tamanha superioridade alemã. Poderia ganhar, é claro, mas desse jeito? Pois aconteceu. E inspirou Dieguito Maradona que, desta vez, na obrigatória entrevista coletiva, interpretou o papel do argentino triste e desiludido.



Como a se exercitar a compor um tango, Dieguito resumiu a questão:



“Já não tenho forças para mais nada”.



E daqui a pouco lá virá ele, junto os comandados, nos fazer companhia na triste viagem da volta. E sem ter mais nada o que falar.



MAIS UMA VEZ, VILLA. E DEU ESPANHA...





Foi um jogo mais duro do que se esperava. Muito mais! A Espanha, atual campeã da Europa, teve muito mais tempo a bola nos pés, mas esbarrou quase até o final na valente (e competente) marcação paraguaia, deixando no ar suspense e emoção: iríamos, para uma inesperada, prorrogação?



Podia até ser já que acontecera de tudo. Depois de um primeiro tempo sem graça, no segundo, de repente, o jogo pegou fogo: o grandalhão Cardoso, que joga no português Benfica, perdeu pênalti, numa bela defesa de Casillas; na jogada seguinte, em pênalti sofrido por David Villa, foi a vez do goleiro paraguaio Villar defender. Emoção pura.



Mas, enfim, o talento prevaleceu. Em grande jogada de Iniesta, Pedro chutou na trave direita paraguaia e, no rebote, o iluminado David Villa (que já tem 5 gols marcados nesta Copa), não perdoou e decretou a vitória espanhola.



Ao Paraguai, restou consolo de ter sido valente, com a emoção tomando conta de Cardozo, o artilheiro que chorou o pênalti perdido; para a Espanha, sobrou a alegria, é claro, mas também o alerta para descobrir a causa do que a tem feito jogar menos do que se espera.



Afinal, quem a aguarda, agora, é a Alemanha. E aí amigo, é Seleção para assustar qualquer outra!

E Estamos de Volta para Casa. Mas Qual Casa?

O pior é perder assim, do jeito que o Brasil perdeu para a Holanda: cometendo a crônica dos erros anunciados (não era o que se temia de Felipe Melo, por exemplo?), deixando-se dominar pelos nervos, pelo adversário e pelas próprias deficiências- estas, já conhecidas, antes de a Copa começar, pois não tínhamos nenhum jogador tipo cerebral no meio do campo e nem jogo pelas pontas, quase num insulto às nossas tradições de sempre contar com figura do meia-armador que já não há e com o jogo com pontas que que não existem.



É duro perder assim. Sendo inferior ao adversário. É duro perder vendo na Holanda, virtudes que já tivemos, pois Sneider (autor de um gol e meio) é mais ou menos esse armador que o Brasil já teve, assim como Robben, embora drible apenas com a perna esquerda, é também o ponta que sempre assusta ao ficar pela direita- como rezava-e até melhor- a cartilha do nosso futebol.



Também é difícil, eu sei, saber que o Brasil, apesar de tudo isso, poderia ter liquidado o jogo no primeiro tempo. Não demorou muito para que Robinho, lançado em profundidade por Felipe Melo (na única boa jogada deste meio-campista), apanhasse a bola na corrida, acertando belo chute, direto para as redes holandesas. Depois, parecia até jogo fácil: a Seleção Brasileira destruía com facilidade a iniciativa da Holanda e, ainda mais, conseguia chances de gol, sem chances de contra-ataques para o inimigo.



Nosso goleiro, Júlio César, não teve o menor trabalho nesse primeiro tempo. Depois, ah, depois tudo mudou. Como num pesadelo. Feito um apagão. Foi só a Holanda conseguir o empate, num cruzamento em que Felipe Melo atrapalhou Júlio César e- afobado- desviou a bola contra suas próprias redes, que o mar virou sertão e o sertão virou mar: a Holanda passou a dominar o jogo, com tranqüilidade, enquanto o Brasil transformou-se e um bando de jogadores desesperados.



Tão desesperado era esse grupo que levou o segundo- e fatal- gol da Holanda, de bola parada. No escanteio que veio da direita, o desvio de cabeça de Van Persie para a cabeçada certeira de Sneidjer para as redes. Sem que nenhum brasileiro fosse para a jogada, como se todos os nossos estivessem paralisados pela situação.



O sonho da hexa já estava quase perdido. E acabou de ir embora na jogada desleal de Felipe Melo (como se temia, em função de seu temperamento), que, além de fazer a falta, pisou na perna do holandês que estava caído. Cartão vermelho, com justiça.



Dunga poderia ter tentado algo mais. E tentou. Mas de maneira errada, quando trocou Luís Fabiano por Nilmar, centroavante por centroavante, quando o que se recomendava, àquela altura, era tentar o tudo ou nada, jogando Robinho e Kaká para as pontas e ficando com pelo menos dois atacantes na área.



Perdido, por perdido...



Não deu mais nada certo.





OS ERROS DE DUNGA



Bem, foram vários. E antes de a Copa começar, pois se a Seleção é momento, tínhamos, no Brasil, alguns jogadores preciosos, que deveriam ter ido à África do Sul. Eles poderiam ser a surpresa que não tivemos : Neymar, Paulo Henrique Ganso (que poderia, creio, adiar a artroscopia para depois da Copa), o tricolor Hernanes- todos jogadores de técnica requintada, excluídos- em especial os dois santistas- por “ainda não estarem amadurecidos”.



Ah, sim... E Felipe Melo estava?



Não faltou luta para nossos jogadores. Isso não. Até que alguns deles, como por exemplo, Robinho, até surpreenderam pela determinação, pelo olhar enfurecido, pela vontade de ganhar. Não se pode ignorar esse fato.



O que faltou mesmo foi mais bola, foi mais futebol. Ou melhor: mais futebol brasileiro de verdade!





A VOLTA PARA QUAL CASA?



Tirando um ou dois- e ninguém sabe ao certo por quanto tempo- como Robinho (ainda emprestado ao Santos) e Gilberto, do Cruzeiro, qual será a casa de nossos jogadores eliminados da Copa?



Praticamente todos jogam fora do Brasil, daí a talvez a causa maior da “europeização” do nosso futebol antes tão rico em criatividade. Logo, não terão de suportar nenhum tipo de nariz torcido ou barra quente da torcida decepcionada.



Assim, é mais fácil. Como fácil também é saber que Dunga não mais será o técnico dessa Seleção. Nem é preciso ser profeta para saber disso, está mais do que na cara.



Que venha, então, alguém que faça o Brasil jogar como Brasil. Afinal, a próxima Copa será aqui.



O amigo concorda?

3D amplia controle de informação da Fifa

A Copa do Mundo tem um dono. E, cada vez mais, esse dono faz questão de deixar isso bem claro. A Fifa obriga, atualmente, seus parceiros comerciais respeitarem o "naming right" do evento. Qualquer parceiro dela tem de dizer que patrocina a Copa do Mundo Fifa. Aos poucos, a entidade também vai forçando essa regra para as emissoras de TV, a principal financiadora do Mundial.

Com a tecnologia da transmissão em três dimensões, o poder da Fifa sobre o controle da informação será ainda maior. O alto custo para fazer a captação de imagens e sua posterior exibição faz com que apenas o "dono" do evento tenha capacidade de exibir a Copa em 3D.

Tive a oportunidade de assistir hoje a vitória alemã sobre a Argentina num cinema 3D montado no centro de imprensa em Joanesburgo. Imagens espetaculares, que nos leva a ver de uma nova maneira uma partida de futebol. Em alguns instantes, de fato parecia que éramos atores do jogo, não apenas espectadores. A chuva de papel picado do torcedor argentino na hora do hino nacional, foi a senha para entrar num momento nunca antes visto pela maiora das pessoas em transmissão esportiva.

A próxima Copa será disputada no Brasil. Ela deve consolidar o sistema em três dimensões para exibição de jogo, tal qual o Mundial da África do Sul consagrou a alta definição. Só que, ao que tudo indica, só conseguiremos ver as imagens que a Fifa quiser. E isso, para o futuro dos eventos esportivos, é um grande sinal de alerta.

Aos poucos, voltamos à era do controle da informação. O poder da grana se sobrepõe a tudo. E, com isso, a informação é cada vez mais vigiada e controlada. Para o torcedor, é uma maravilha poder assistir a um jogo com a tecnologia de três dimensões. Mas, em troca disso, temos cada vez menos acesso a informações "livres", desprovidas de qualquer manipulação.

A briga das marcas foi para os pés dos jogadores

Desde os anos 90, o duelo entre marcas esportivas sempre teve um capítulo a parte em Copas do Mundo. Grandes financiadoras do esporte, as marcas usam os grandes eventos esportivos para uma espécie de tira-teima entre elas. Ter o atleta vencedor, o time campeão, a bola do jogo, o craque do evento ou qualquer outro elemento de destaque vale como um grande trunfo para uma marca. É só lembrar da revolução causada pela Adidas, em 70, quando criou a primeira bola branca da história, ou da Nike, em 98, quando fez da chuteira prateada de Ronaldo um novo estilo de vida. Ou, mais recentemente, do maiô tecnológico da natação, que alçou a Speedo aos patamares mais elevados do esporte.

Em 2010, na África do Sul, o duelo das marcas foi polarizado entre Nike e Adidas. A força econômica de ambas fez com que as outras marcas fossem "engolidas" nesta Copa do Mundo. E, em vez de brigar pelo time vencedor (a Adidas já garantiu uma seleção na final, enquanto Nike e Puma duelarão na semifinal em que pode estar o Brasil pelo outro posto), as duas maiores concorrentes do mercado levaram para o pé dos jogadores toda a estratégia de marketing na Copa do Mundo.

Inicialmente, a maior sacada da Nike para esta Copa foi criar chuteiras com o mesmo padrão de design para todos os seus atletas. Quem é patrocinado pela marca usa o modelo com as cores roxa e prata, ou algo nessa linha. A padronização da chuteira salta aos olhos na televisão. Não por acaso, segundo os designers da empresa, as cores escolhidas para a chuteira são as que mais aparecem no gramado. O objetivo é chamar a atenção para o pé do atleta, tirando o foco da camisa que ele usa (que pode ser ou não da mesma marca) e até da bola, que com certeza é da concorrente.

Pelo outro lado, a Adidas criou três modelos de chuteiras com cores distintas. E deu a Lionel Messi, seu maior astro antes do início da Copa, um modelo único de chuteira, numa cor roxa, quase preta. Só ele tem aquele modelo. O objetivo é fazer com que o craque, aquele que inspira as pessoas, inspire também as vendas. É a lógica de compra do consumidor. Ele quer a chuteira que seu ídolo usa. E, com isso, a Adidas tenta fazer com que seu maior astro nesta Copa tenha um modelo especial, que reflita a marca em campo e estimule a venda fora dele.

Tudo isso fez com que as duas empresas passassem a olhar os pés de jogadores como trunfos competitivos. E o resultado, curiosamente, é quase igual, pelo menos dentro de campo. Até antes de a bola rolar para Brasil x Holanda, a Adidas somava 52 dos 121 gols marcados na Copa (dois gols foram conta). A Nike tem 51 tentos. Se forem somados também os gols feitos pela Umbro, que foi comprada pela marca americana, as duas grandes rivais empatam com 52 gols. Empate técnico, com estratégias diferentes. Nas lojas, é bem provável que aconteça o mesmo.