Tempo Real

segunda-feira, 29 de março de 2010

As Revelações de Belluzzo. E a morte do Grande Mestre.

Converso, finalmente, por telefone, com o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Beluzzo. Era um pouco mais das duas da tarde desta segunda- feira e interrompo o seu almoço para trocar idéias e, principalmente perguntar a ele:

- "Você pensa em renunciar?"

- "De jeito nenhum, fico até o fim do meu mandato” respondeu Beluzzo, com total segurança. Depois, bem depois, não sei... Farei o que for melhor para o clube, se preciso nem me candidatar à reeleição..."

(Nos bastidores do Parque Antártica, sabe-se que duas candidaturas estariam sendo articuladas para a eventual sucessão de Beluzzo: Paulo Nobre, pela situação, e Arnaldo Tirone Filho, pela oposição).

Beluzzo sabe disso, não criticou nenhum dos dois, mas preferiu falar de seus planos atuais: a viabilização da Arena Multi-Uso e cuidar das finanças dos clubes. Isso, é claro, como apaixonado torcedor que sempre foi, sem esquecer sua outra grande ambição que é a de dotar o Palmeiras com time capaz de disputar - ou até ganhar - as competições. Confessa que até agora não está nada satisfeito com os resultados, detestou o fim do Campeonato Brasileiro do ano passado e muito mais ainda a vexatória colocação neste Campeonato Paulista: “Estaria mentindo se dissesse que foi bom ou que está tudo bem. Como poderia?”

E o que fazer para tornar competitiva essa equipe de maus resultados? Pelo que conversamos, eis as providências que ele pretende tomar:

1. A Contratação de Reforços

Primeiro para a Copa do Brasil, sendo que uma novidade pode surgir nesta terça-feira: Ernesto Farias, centroavante argentino recusado por Muricy e aprovado por Zago. Farias está no Porto - é aquele centroavante que, pelo River Plate marcou um gol de bicicleta contra o Corinthians, no Pacaembu, na noite em que o Timão foi eliminado da Libertadores da América, mesmo tendo Tevez e Nilmar. Ele está no Porto que foi eliminado da Liga dos Campeões e que anda atrás do Benfica e do Braga no Campeonato Português.

A outra opção e, isso eu soube por outra fonte, seria um outro argentino, Ariel, do Coritiba. Observa-se a necessidade de um zagueiro isso Beluzzo não me disse, mas sei que via Traffic, Manoel, do Atlético Paranaense, é o mais cotado) e observa-se também a lateral-esquerda e se Gabriel Silva já está pronto para enfrentar a pressão.

Quanto aos meias e segundo atacante, há grande esperança no futebol de Lincoln, principalmente, e em Bruno Paulo, jovem de 20 anos, apelidado Ronaldinho. Apresentado nesta segunda-feira, ao lado de Vítor, lateral direito: “Esse jogador era um sonho nosso há muito tempo” - reconhece Belluzzo.

2. A vinda de César Sampaio

Será para gerente de futebol mas, amigo de Antonio Carlos, recém- iniciado na carreira de técnico, poderá trocar idéias sobre futebol com ele.

3. Psicóloga para o elenco

A Concretização da vinda de uma Psicóloga (como antecipei neste espaço), em tempo integral, à disposição do elenco.

4. Melhorias no CT

A Construção, isso não sei se entendi bem, de um Refeitório no CT, facilitando treinamentos em dois períodos. E, com certeza, o que pode parecer bobagem, mas não é (tanto que vários clubes a usam) a tal piscina de 28 graus centígrados para a recuperação dos jogadores.

Enfim, foi-se o vexatório papel no Campeonato Paulista e a vida segue...

Na minha opinião sincera, Beluzzo, renomado economista, é homem do bem e, com um pouco mais de malícia, pode ser o presidente que se esperava.

Sabe o amigo que se recusou a chefiar a delegação da Seleção que foi ao amistoso contra a Irlanda?

- "Pedi desculpas, não podia ir. Tinha de cuidar do Palmeiras...”

Este é o resumo do que disse o homem alvo de cartas ameaçadoras, que continham balas de revólver.

E isso, creio, não é justo. É loucura!

A MORTE DO GRANDE MESTRE

E lá se foi a grande pena, o Grande Mestre do Texto. Deixou-nos Armando Nogueira, autor de textos e frases inigualáveis (você encontra, várias delas, aqui no Esporte do UOL), sendo que numa delas, embora não literalmente como escrevo, ele dizia que:

"Era preciso Pelé marcar o seu milésimo gol de pênalti. Para que tudo parasse para ver, com calma e em silêncio, a obra-prima".

Estive com Mestre Armando poucas vezes, nessas Copas do Mundo da vida. Soube, porém, que era um predestinado, além de super-craque do texto: testemunhou, quase que sem querer, o atentado a Carlos Lacerda, na Rua Toneleiros (Rio de Janeiro), o que no fundo, no fundo, respingou, mais tarde em Gregório, o "Anjo Negro" e, por consequência, no fim de Getúlio Vargas, o presidente do Brasil. Na época (1954), Armando era um jovem repórter do Diário Carioca.

O que eu sei é o seguinte: ninguém escreveu tão bem sobre futebol como ele. Seria inútil tentar.

Adeus, Grande Mestre!



28/03/2010
Em duelo emocionante, deu Corinthians! E o Tricolor está virando freguês...

Foi de arrepiar, tantas as alternativas deste clássico. Acabou 4 a 3 para o Corinthians, depois de o Timão estar vencendo por 2 a 0, 3 a 1, permitindo o empate em 3 a 3 (em duas falhas do goleiro Rafael, com dois gols de Rodrigo Souto), para, no finzinho, em cruzamento de Iarley, Alex Silva cabecear para as próprias redes consagrando a vitória corinthiana. Meu Deus, quanta emoção!

Com vários golaços, o triunfo foi justo. O Corinthians jogou com cara de Corinthians. Com uma raça digna de final de Copa do Mundo.

O São Paulo, embora começasse um pouquinho melhor, mostrou-se mais lento e frio em grande parte do tempo. Depois de levar o gol de Elias, o primeiro golaço, após receber a bola rolando de Ronaldo - em sua única ação como Fenômeno - o São Paulo se assustou. E o Corinthians parecia um furacão.

E depois, outro belo gol corinthiano, o de Danilo, num chutaço no canto esquerdo de Rogério Ceni. Parecia fácil.

Mas em grande jogada pela esquerda, Dagoberto correu, driblou, e centrou para Jean marcar, devolvendo o Tricolor ao jogo.

A esta altura do campeonato, Dentinho e Washington, tinham sido justamente expulsos - o que deixaria o jogo mais aberto.

A emoção pura estaria reservada para o segundo tempo. Vejam só, Roberto Carlos, em cobrança de falta, acertou um chute rasteiro com efeito, mas, cá entre nós, com falha de Rogério Ceni que chegou a tocar na bola.

Fatura liquidada?

Qual o quê?

O São Paulo fez o segundo gol com Rodrigo Souto, fez o terceiro com Rodrigo Souto, ambos em falha do goleiro Rafael. Detalhe: Mano Menezes tinha cometido o seu pecado: tirou de campo Elias (na minha opinião o melhor em campo) e já sem Dentinho, perdeu o contra-ataque, pois Ronaldo, sem a mínima velocidade, era inútil à frente.

Acontece que foi um pecado venial de Mano Menezes, pois quando tirou Elias, o jogo estava 3 a 1 e Menezes errou no cálculo ao pensar que ao recuar o time estaria tudo acabado.

Depois, vendo que o São Paulo reagiu daquele jeito, Mano corrigiu o erro, colocando jogadores mais rápidos como Jorge Henrique e Iarley, este o autor da jogada que consagrou o Corinthians como vencedor. Está, pois, perdoado.

E o São Paulo, embora estivesse perto de acabar com a história, continua com seu tabu em não vencer o Corinthians nos últimos tempos: se não me falham as contas, já são oito jogos e mais de três anos, sem ter o gostinho de ganhar do arquiinimigo.

E a mídia social virou a mídia da vez

Aqui no blog já comentei, ainda em setembro do ano passado, que as mídias sociais seriam a grande vedete da Copa do Mundo. Nada de mesa-redonda pós-jogo, com a análise modorrenta de comentaristas. Tudo em tempo real, com a opinião e a participação do torcedor, alçado à condição de comentarista da vez, podendo ainda dar o recado para os atletas, serem de fato ouvidos, conectarem-se a eles.

E isso vale para o bem e para o mal! Neste domingão tivemos um exemplo claro de como isso acontece. Alex Glikas é diretor comercial da Locaweb. Não é uma figura pública. Mas representa a empresa que, neste domingo, estreou o patrocínio de dois jogos para o São Paulo. Corintiano (assim como são os donos da empresa), Glikas não se conteve e tirou sarro do Tricolor em sua página na internet. São pouco mais de 200 seguidores, provavelmente quase todos eles amigos e conhecidos de Glikas, passíveis de entenderem a brincadeira e darem risada dela.

Só que algum jornalista (tinha de ser!!!!) viu a gozação de Glikas ao rival. E a história se espalhou. Ganhou chamada de capa nos sites, revoltou a torcida tricolor. Glikas retirou seu comentário do ar e publicou um pedido de desculpas aos torcedores.

Em seu perfil no microblog, agora, diz ele: "Sinceras desculpas à torcida e ao SPFC. No calor do clássico, o torcedor tomou conta do profissional. Não acontecerá de novo".

Em 140 caracteres veio a frase que comprova o quanto o torcedor, hoje, está ligado nas redes sociais, interagindo, interferindo, palpitando, mudando o rumo das coisas. A Locaweb teve de publicamente dizer que não vai retirar o patrocínio ao São Paulo. E que a opinião foi dada por um funcionário, não representando o sentimento da empresa. É a mídia da vez, que reforça o quanto é importante, para as empresas, para o esporte e para as figuras públicas, se policiarem com essa exposição aparentemente inofensiva.

É claro que Glikas não queria ofender o Tricolor, muito menos relacionou seu ato com o patrocínio recém-acertado. Foi a opinião de um torcedor. Como se estivesse na mesa do bar, ou no estádio, ou em frente à televisão.

A força das mídias sociais é tão grande que outra empresa, a Vivo, decidiu basear sua campanha de mídia para a Copa do Mundo nas redes. Comunicação feita por meio de personalidades selecionadas do meio esportivo e também da arte e da cultura. Para a empresa, que patrocina a seleção brasileira, será na mesa-redonda virtual o grande retorno de comunicação desse patrocínio. Blogs, Twitter, Facebook e outras quetais entram no escopo de atuação. Mídia nada convencional, mas que tem como grande diferencial a força de mobilizar as pessoas.

Corinthians espanta crise; São Paulo aumenta pressão

O resultado do clássico muda os cenários das duas equipes.

Um belo chute no mau momento foi dado pelo Corinthians que segue na briga por um lugar na semi do Paulistão. O tricolor, se não tivesse perdido, estaria bem perto da vaga e também tiraria o timão da disputa.

O futebol é mesmo baseado nos resultados. O jogo foi bom, o tricolor reagiu mas o Corinthians se superou. Um ganhou, outro caiu. Quem vence vai respirar os ares da calmaria e quem tropeça sofrerá os danos. Pressão ou tranquilidade que acabam ou persistem até a próxima partida.

A semana será importante para ambos. O time de Ricardo Gomes tenta definir de vez a classificação para a segunda fase da Libertadores. Idem para a equipe de Mano Menezes.

No Paulistão, o São Paulo depende dele apenas para chegar à outra etapa. O Corinthians terá de vencer os dois jogos que restam e torcer por tropeços do Grêmio Prudente.

O mestre Armando Nogueira

Armando Nogueira se foi. Falar do seu maravilhoso texto, dos justos e equilibrados comentários, bem como da forma clarividente como analisava os fatos do cotidiano, ainda é pouco, muito pouco, para mostrar com exatidão o ser humano que mesmo ocupando importantes cargos mantinha os pés no chão e jamais deixou de ser amigo. Por isso e muito mais, Armando está agora num plano bem superior ao nosso e cercado de paz absoluta. Os anjos abriram as portas do céu e ele atendeu o chamado.

sábado, 27 de março de 2010

O que dá no Majestoso: Corinthians ou São Paulo?

Vai acabar sendo tenso esse clássico que, há pouco tempo valeria mais pela rivalidade e para apurar ambos, corintianos e tricolores, para o interesse maior da Libertadores. Só que, diante das últimas rodadas o ameaçadíssimo Corinthians, 26 pontos ganhos e atrás da Portuguesa e do Grêmio Prudente, vejam só, num tropeço pode ficar fora das semifinais do Paulistao; e o tricolor, mesmo com seus 30 pontos, também o risco inesperado de ser superado (Portuguesa e Grêmio Prudente também jogam neste domingo).

E assim, o que mais parecia jogo morno para uma tarde de domingo, torna-se dramático. Dramático porque, perigo à vista, não tem essa de que é partida do Paulistinha, que o que interessa mesmo é a Libertadores, coisa e tal. Se vale em parte a classficação, entrará em campo, com toda a forca, a rivalidade. Ainda mais que, nesta semana, em Brasília, os presidentes dos dois clubes, o corintiano Andrés Sanchez e o tricolor Juvenal Juvêncio, trocaram farpas.

Por sua vez, o Corinthians enfrenta pela primeira vez em algum tempo, um momento de turbulência: vem de duas derrotas seguidas - para Grêmio Prudente e Paulista de Jundiaí, sendo que na segunda derrota, em Barueri, Ronaldo foi hostilizado no estacionamento, após a partida e reagiu como já se sabe (ler os dois últimos posts abaixo). Ainda há o descontentamento do técnico Mano Menezes, que na sexta-feira cobrou atitude de seus jogadores - embora ele mesmo, Mano, tenha grande parcela de culpa no entrosamento que não aparece também por ele, Menezes, exagerar no tal rodízio de jogadores.

E o São Paulo? Também vem derrota (para o Bragantino) e ainda não apresentou o belo futebol que esperava depois de tantas e tantas contratações. Isso ao ponto do próprio presidente do clube, Juvêncio, declarar que "o time jogou muito mal", depois de uma vitória na Libertadores, engrossando para pagar o bicho da vitória.

Deixo para você, amigo, arriscar o seu palpite. Embora o Corinthians tenha levado a melhor nas últimas partidas e o jogo ser no Pacaembu, é clássico duro de arriscar

POR QUE MAJESTOSO?

Só para dar uma pitadinha histórica, foi o falecido jornalista Thomas Mazzoni, italiano de nascimento e brasileiro por adoção, que assim chamou este clássico, por sua importância, creio que nos 40 - e foi ficando, por um bom tempo. Foi nesta época, contra o Corinthians, que Leônidas da Silva fez sua estréia no ataque do São Paulo: 3 a 3, nenhum gol de Leônidas e a lenda de que o Pacaembu nunca esteve tão cheio como naquela vez.

Mazzoni também apelidou de Choque-Rei o clássico entre Palmeiras e São Paulo e de Derby o confronto entre Corinthians e Palmeiras. Só não sei se foi ele que batizou de San-São o duelo entre Santos e São Paulo mas para ser coerente, com a bola que o Santos esdtá jogando (e já jogou, e como jogou com Pelé!), seria bom que alguém inventasse nomes para todos os seus clássicos. Já que o bom Mazzoni já nos deixou.

Até tu, São Paulo?

O São Paulo sempre se vangloriou, e muitas vezes com razão, de ser um dos clubes mais avançados do Brasil na área gerencial. Mas, a partir deste final de semana, o Tricolor paulista mostrará que é um pouco "mais do mesmo".

O clube jogará com a marca da Locaweb na manga da camisa contra Corinthians (domingo) e Monterrey (quarta-feira). A Swift é outra que deve entrar no peito do uniforme. Leia a matéria completa na Máquina do Esporte.

O que pesou para o clube aceitar o patrocínio pontual foi a grana que vai entrar nos cofres. Muito dinheiro em pouco tempo. Uma tentação, mas que pode ser um tiro no pé na grande maioria dos casos. Tanto para o clube quanto para o patrocinador.

Nesse caso específico do São Paulo, o departamento financeiro falou mais alto que o de marketing. Entre a grana da vez ou o projeto de um patrocinador de longo prazo, comprometido não apenas com exposição de marca, mas com projeto de patrocínio, a presidência escolheu a primeira opção.

O São Paulo se vangloriava de não precisar colocar uma marca na camisa, garantindo-se com outras fontes de receita. Não é o caminho mais fácil, ainda mais com praticamente o mercado inteiro nadando contra a corrente. Mas é o caminho que, lá na frente, pode gerar os frutos que se espera.

Por isso fica um certo sentimento de derrota nessa história. O torcedor pode até aprovar, mas quem precisa vender um patrocínio permanente terá que ser melhor vendedor depois dessa solução pontual do Tricolor.

O fim de um ciclo no vôlei

Montanaro praticamente conheceu cada metro quadrado do Esporte Clube Banespa. Talvez não tenha entrado nos vestiários femininos de lá, mas provavelmente já esteve em cada canto do local que lhe serviu de base para uma das mais interessantes carreiras do vôlei nacional.

Desde a época em que vôlei era considerado um "sub-esporte", Monta defendeu o vermelho, branco e preto do Banespa. Primeiro como atleta, depois como dirigente. Um dos casos raros do esporte nacional de ex-atleta que vira gestor. E dos bons.

Durante duas décadas Monta dedicou-se ao principal projeto de formação de jogadores de vôlei do Brasil. Foi ele que deu projeção ao clube para funcionários do então banco Banespa. Foi ele que ajudou o Banespa a virar um sinônimo de referência no que diz respeito à formação de atletas. Foi ele que vibrou com um clube que revelou, entre outros, Maurício, Marcelo Negrão, Tande, Escadinha (Serginho), Giovane, Gustavo, Murilo e Ricardinho.

Uma escola que praticamente chegou ao fim nesta semana, com o anúncio da contratação de Montanaro pelo time do Sesi. Monta ainda tenta levantar a grana necessária para manter vivo o projeto do Banespa (que depois virou Santander e que agora é conhecido por Brasil Vôlei Clube). No Sesi, ele será responsável pela implementação das categorias de base do clube. É um alívio. Pelo menos o cara que mais entende disso estará à frente do projeto.

Afinal, para o esporte existir, é primordial que exista o atleta. Mas é difícil vislumbrar a continuidade do antigo Banespa sem a presença de Montanaro. Sinal dos tempos. E um alerta para os clubes de vôlei em geral.

Enquanto todos se basearem a sua existência no aporte de apenas um patrocinador, sem buscar fontes alternativas de receita, o clube vai acabar assim que mudar o pensamento de quem patrocina. Foi assim com o Banespa e com muitas outras bonitas histórias que construíram o vôlei brasileiro.

Mário Gobbi diz que os dirigentes não entendem de futebol

Conversei hoje com o diretor de futebol do Corinthians, Dr. Mário Gobbi.

Ele acha que é o momento de todos remarem para o mesmo lado no Parque São Jorge senão nada vai sair do lugar.

Se referia as pressões da torcida e uma visita anunciada das Organizadas neste sábado pela manhã no treino do Corinthians.

“Pelo que sei eles vão lá para apoiar e é isso que precisamos. Remar em maré mansa é fácil, o difícil é remar quando a maré está brava. O que é preciso entender é que o elenco é este, a Comissão Técnica é esta, a diretoria é esta e a torcida também é esta. Nada vai mudar agora. É preciso todo mundo remar para o mesmo lado”

Gobbi também defendeu Ronaldo pelo gesto obsceno contra o torcedor entendendo o seu lado humano e que não cabe ofensa pessoal contra o jogador por pior que ele tenha jogado.

O dirigente corintiano também gostou das palavras de Mano Menezes que assumiu sua parcela de culpa depois da derrota para o Paulista, quando admitiu que as coisas não estão dando certo: “Se a parte tática não está dando certo, se a parte técnica não vai bem, o responsável é o técnico”, disse Mano.

Gobbi disse que não interfere e não interferirá no trabalho do treinador.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O Palmeiras no Divã

O Palmeiras já tem definido um reforço para ter maiores chances neste ano. Quem? Segundo pedido do técnico Antonio Carlos Zago, com análise e concordância da cúpula do futebol, aí vem um psicólogo, na verdade uma psicóloga com experiência no esporte. "para ficar em tempo integral à disposição do elenco" - é o que me diz o também muito experiente Seraphin Del Grande, dirigente de grandes vitórias na era Parmalat.

Boa idéia. Sou a favor da terapia para ajudar as pessoas (minha filha, Carolina, é psicóloga com todo o meu apoio mas não trabalha com esporte...), ainda mais para lidar com jovens que vêm das mais variadas regiões do Brasil. E, por mais dinheiro que possam ganhar, sempre sujeitos às situações típicas da magalópole São Paulo: jovens, no caso os jogadores, é claro, que vêm também de traumas como a doída perda do Campeonato Brasileiro do ano passado, perda agravada com a não ida, sequer, para Libertadores.

Bola à parte, pois bato na tecla que o Palmeiras não sabe enfrentar retrancas e tem dificuldades contra times mais fracos ou com a responsabilidade de entrar em campo como favorito.

Perguntei a uma fonte confiável: "Diego Souza, muito bom em vários jogos, some em outros por pura acomodação?" . A resposta foi direta: “Não! Ao contrário, ele fica é abatido quando as coisas não dão tão certo". E então, é caso emocional.

Quanto aos outros reforços, os mais esperados pela torcida, garantiram-me que virão, sim: o centroavante (ainda não totalmente definido, mas que está mais para o paraguaio Velazquez, quando o Libertad cumprir seu ciclo na Libertadores), um zagueiro e, quem sabe, mais um atacante, rápido, que saiba jogar pelas pontas.

Estou postando antes do jogo de hoje contra o Rio Branco, em Araraquara, e também de toda a rodada. Nela estará, por exemplo, o Corinthians com Ronaldo Fenômeno tentando despachar o Paulista e a ameaça que surgiu depois de sua derrota contra o Grêmio Prudente.

Monópolio das transmissões não ajuda o futebol.

A discussão sobre o horário dos jogos de futebol já dura anos.

No último dia 10, os vereadores paulistanos aprovaram o projeto de lei que obriga as partidas a terminarem às 23h15.

Falta Gilberto Kassab sancioná-lo. O prefeito deve se manifestar até sexta-feira.

Se conheço bem como as coisas funcionam no Brasil, vetará.

De qualquer modo, cumprindo os trâmites necessários para o saudável exercício democrático, hoje, na Câmara Municipal de São Paulo, debateram o tema.

A limitação seria um avanço, todavia é preciso mais.

Monópolio de transmissões é ruim

Não sou economista. Aliás, apanho muito do tema.

Gosto de conversar com especialistas para opinar.

Encontrar defensores de monopólios em quaisquer atividades econômicas é tarefa duríssima.

Está provado que sem concorrência, o maior prejudicado sempre é o consumidor final.

Neste caso, você.

A TV Globo compra o direito de transmitir o campeonato, não de organizá-lo.

E como lida com forte expressão cultural brasileira, tem de preservá-la e valorizá-la.

Isso deveria fazer parte das obrigações de quem transmite, não importa qual empresa, tanto quanto o pagamento das cotas pelos direitos.

Cooperar com quem investe

Por outro lado, quem paga para transmitir os campeonatos precisa ser ajudado pelos organizadores dele.

Um Corinthians x Flamengo, no brasileirão, não pode ficar escondido, quinta-feira, no final da noite.

Quem investiu na competição precisa tirar proveito da força das marcas dos clubes.

Para as empresas, o assunto é negócio, não idealismos futebolísticos passionais.

O objetivo é lucrar.

Sem problemas! Nem poderia ser diferente.

O maior erro

O maior erro é ter o direito de encaixar os jogos na grade de programação como se fossem o seriado do Chaves ou o desenho do Pica Pau.

Apesar de funcionar por inércia, o produto futebol precisa de cuidado e planejamento inteligente para crescer e aumentar seu valor.

Sonho meu, sonho meu, vai….

Adoraria ver, por exemplo, “a quarta-feira do futebol”. Que tal um jogo às 18h45, o Jornal Nacional depois, e outra partida às 21h15?

Os EUA dão show quando o tema é entretenimento.

E ninguém me dirá que não sabem fazer grana la.

Globo e FPF pressionam vereador sãopaulino

Globo e FPF apareceram na Audiência Pública na Câmara Municipal de São Paulo na tarde desta terça-feira.

Compareceram com semanas de atraso. O projeto dos vereadores Agnaldo Timóteo e Antonio Goulart já foi discutido, inclusive em Audiência Pública, e foi aprovado em duas sessões e agora depende de sanção do prefeito Gilberto Kassab.

Se o prefeito vetar, a discussão volta para a Câmara onde o veto pode ser derrubado e o projeto vira lei.

Se os vereadores acatarem o veto, tudo fica como está e a discussão pode recomeçar.

É nisso que estão apostando a Globo e a FPF.

O projeto aprovado diz que os jogos de futebol na capital paulista tem que terminar até às 23h15, ou seja, devem começar no máximo até às 21h30 por motivo de conforto e segurança do torcedor.

A Globo, através do seu representante Marcelo Campos Pinto, justifica que apenas pouco mais de 6% dos jogos começam às 21h45 e alguns às 21h50 ou 22 horas.

Não é verdade. A grande maioria começa às 22 horas, principalmente em época de Big Brother, campanha eleitoral ou quando a novela está dando muita audiência.

Os vereadores dizem que se houver o veto do prefeito, não vão acatar e o projeto virará lei.

A Globo e FPF pressionam e já começaram o corpo a corpo esperando o veto do prefeito.

Um dos visados após a Audiência de ontem foi o vereador e dirigente do São Paulo F.C., Dr. Marco Aurélio Cunha.

A Globo tenta justificar os seus motivos e a FPF também.

Marco Aurélio votou a favor do projeto e permanece firme na posição de que os jogos não podem começar tão tarde na capital paulista: “É melhor para todos. Para os clubes, torcedores e até para a televisão. Já que são apenas 6% dos jogos que segundo o sr. Marcelo começam às 21h45, fica fácil de resolver. É só adaptar a grade e ajustar para quinze minutos antes. A diferença não é tão grande e os jogos começariam às 21h30″.

Marcelo Campos Pinto e Marco Polo Del Nero pressionaram o vereador sãopaulino após a Audiência. Tentaram convence-lo que sua posição está errada.

Ele é uma voz importante por representar também um dos grandes clubes do futebol brasileiro.

Marco Polo sempre usa a Conmebol nos seus argumentos.

Lembra dos horários impostos por causa da Libertadores e na sua fala na Tribuna soltou até uma perola.

“Houve um clube grande do Brasil que não queria jogar no horário da TV e a Conmebol mandou avisar que se não jogasse estaria fora das próximas Libertadores. É assim que funciona”, garantiu Del Nero.

Marco Aurélio ficou perplexo com o posicionamento do presidente da FPF: “Eu acho que uma entidade tem que pensar no clube e não no contrato da televisão. Devia defender o clube nessa questão e não repassar a ameaça da Conmebol”

Del Nero também soltou outra perola na tribuna: “Os senhores vereadores devem se lembrar que em 2014 teremos a Copa do Mundo aqui no Brasil. E teremos jogos às 22 horas. Como explicar essa lei para a Fifa”.

O presidente da FPF tentou usar a Fifa e a Copa como instrumentos de pressão, mas só falou bobagens.

Ele sabe, eu sei e você sabe que jamais teremos jogos às 22 horas na Copa do Mundo de 2014.

A Copa é um evento televisivo e preferencialmente para o espectador europeu.

Os jogos serão no período da tarde para pegar o início da noite, na Europa.

Jogos às 22 horas aqui não interessam para as Tvs européias. Os jogos da Copa 2014 serão entre 13 e 17 horas, no máximo.

Vai lembrar muito a Copa do México ou mesmo dos Estados Unidos, quando tivemos jogos ao meio dia, com calor escaldante e sol a pino, para cumprir a grade da TV Européia.

Sem essa, sr. Marco Polo Del Nero. Isso não existe e nem podia ter sido dito por um homem que comanda a principal federação de futebol do país.

A pressão existe e faz parte da democracia. Vamos ver se o prefeito Kassab resiste ou se devolve a bola para os vereadores.

Se devolver, será a vez dos nobres vereadores se mostrarem resistentes ou não. Estamos de olho.

A inócua lei que limita o horário dos jogos em SP

O debate tem ficado mais acalorado nos últimos dias sobre o projeto de lei que tenta obrigar os jogos na cidade de São Paulo a terminarem, no máximo, até 23h15. Ontem, na Câmara Municipal de São Paulo, vereadores estiveram numa audiência com Marcelo Campos Pinto, chefão de esportes da Globo, e Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol. Os discursos de ambos serviram para tentar demover os vereadores de aprovarem a lei (o projeto, atualmente, depende do aval do prefeito Gilberto Kassab).

Só que, mais uma vez, o debate está no foco errado. Por acaso o problema está na hora em que começa o jogo ou na condição que é dada ao torcedor que vai ao estádio?

Obviamente que o projeto de lei, além de interesse meramente político, tem como pretexto tentar criar barulho em cima da Globo, jogar mídia para o vereador que propõe a regra, tentar botar a culpa de um problema estrutural do país nas costas do maior grupo de mídia tupiniquim.

É estúpido pensar que, ao mudar o horário de início dos jogos em São Paulo (teoricamente as partidas teriam de começar, no máximo, até 21h), os problemas de baixa presença de público e de falta de segurança para o torcedor estariam sanados.

Por acaso os jogos que têm início às 20h30 sempre estão com o estádio lotado? Ou aqueles que começam às 19h? Nas partidas aos finais de semana há espera de cinco meses para conseguir um ingresso?

É claro que não! Não é porque o jogo se encerra por volta da meia-noite que o torcedor não vai ao estádio. Claro que isso pode diminuir um pouco o interesse do torcedor em ir à partida, mas ele vai continuar longe dos estádios enquanto eles não oferecerem conforto, enquanto o transporte público continuar sucateado como é hoje, enquanto as condições de segurança continuarem a simplesmente não existir para a população.

Além disso, o projeto é de uma estupidez imensa ao tentar atingir o horário colocado pela Globo, que paga a maior parte da conta do futebol no país hoje. Por ano, quantos jogos que ocorrem na capital no meio de semana são transmitidos ao vivo para a capital? No máximo as partidas da Copa Santander Libertadores e os jogos decisivos da Copa Kia do Brasil. Todas as outras partidas são, geralmente, disputadas fora da cidade. E, como bem lembrou Marcelo Campos Pinto ontem na Câmara paulistana, a cidade de Barueri é logo ali...

O problema da baixa presença de público nos estádios brasileiros não é o horário em que começa o jogo, mas a falta de condição que é dada ao torcedor para ir à partida.

Parece que é politicamente mais eficiente colocar a culpa sobre a Globo e tentar ganhar mais votos nas eleições do que trabalhar para melhorar a condição de vida da população.

sábado, 20 de março de 2010

No êxodo que vem aí, seria bom negócio vender Neymar agora?

Bem, na minha opinião - e já a expressei várias vezes por aqui - Neymar deveria ser convocado já para esta Copa de 2010. Sem essa que ele ainda é muito novo, sem experiência com seus 18 anos e coisa e tal. Nem precisaria ser titular, podia começar na reserva, tudo bem, mas pronto para ser o fator surpresa, a habilidade que desequilibra.

É muito novo? Para nem ter de recorrer a Pelé, campeão do mundo aos 17 anos, pois que este foi o maior fenômeno de todos os tempos, posso lembrar que Edu, na época ponta-esquerda do Santos, esteve na Copa da Inglaterra, em 1966. E tinha 16 anos, dois a menos que Neymar.

Entre outros casos, pode-se lembrar também de um garoto na época magrinho, apelidado de Baby Gol, que fez parte de nosso tetra-campeonato, em 1994, nos Estados Unidos. Pois ele, que depois seria o maior artilheiro de todas as Copas e conhecido como Ronaldo Fenômeno, fez parte do grupo vitorioso, mesmo sem jogar.

A discussão agora, que vem tomando conta do noticiário, é se Neymar deve ou não ser negociado agora. Como negócio, seria vantagem vendê-lo antes de chegar a Seleção, o que, creio, fatalmente acontecerá mesmo se (pena) não for nesta Copa? Acho que não.

E os ânimos se exaltam, o presidente do Santos, Luís Álvaro Ribeiro, diz que não vende. E garante que o jogador também não quer ir. E então, por que foram para a Europa o empresário e o pai do jogador? Apenas por lazer, declarou Vagner Ribeiro, o empresário (que não detém os direitos federativos de Neymar), situação que, no mínimo, suscita mistério.

Sabe-se, também, que por conta do empréstimo de Robinho, o Manchester City tem a preferência de compra até o começo de agosto. Desde que pague a multa - 35 milhões de euros - e que o jogador aceite ir. Acredito que Neymar não queira ir para lá e dou como verdadeira a informação que li, já faz um tempinho, no blog do meu amigo “Espadachim do Mundo”, o competente Leandro Quesada: a de que o Chelsea queria Neymar.

Chelsea, Londres, tudo o mais, aí seria talvez mais interessante para o menino-craque. Melhor mesmo seria vê-lo em ação no Brasil, o que me parece utópico. Já que é assim, ouvindo uma coisa aqui e outra ali, arriscaria dizer que, mais cedo ou mais tarde, Neymar vai acabar mesmo indo para a Espanha. E no Real Madrid.

O que você acha?

No Reino de Pelé

Uma das melhores recordações que tenho na carreira foi de quando fui contratado pelo Santos em 94. Sabia que usaria a camisa 10 do Peixe. E só imaginar a sensação de usar o manto do Pelé me deixava eufórico. Em contrapartida a pressão seria grande já que o clube estava há 10 anos na fila por títulos. No dia em que assinei o contrato o Serginho Chulapa, na ocasião técnico do time, me ligou para dar as boas vindas. Era confiança e motivação na veia.

Nos treinamentos vi que aquela equipe tinha potencial. E o mais legal é que poderia jogar solto, já que o Gallo e o Dinho fechariam a defesa. Aos poucos fomos nos entrosando e conseguindo as vitórias. Vencemos se não me engano umas quatro ou cinco partidas seguidas. Mas foi só começar a aparecer algumas derrotas para as pessoas começarem a perturbar o ambiente. Após uma derrota para o Bahia na Fonte Nova, jogo inclusive onde fiz um gol de falta, o próprio Pelé andou dando declarações infelizes. Disse que eu e o Guga éramos jogadores velhos para receber salários tão altos. Fiquei decepcionado com aquelas palavras, principalmente vindo de quem veio.

Ainda assim segui treinando forte com o preparador físico Vítor Del Vecchio. Se a comissão me dava moral aquilo me bastava. Nas rodadas seguintes alternamos altos e baixos. Particularmente fiz boas partidas, como contra Vasco e Corinthians. Fiz gols e dei algumas assistências. Mas meu martírio começou justamente naquele jogo contra o Timão no Pacaembu. O Serginho se irritou com o repórter Gilvan Ribeiro, deu uma cabeçada nele e foi demitido.

Dali o Joãozinho assumiu e foi no embalo do Pelé. Acabou me podando aos poucos. Até que ao ser substituído em uma partida em que estava bem, xinguei ele de burro e acabei afastado pela diretoria. Ali, infelizmente, encerrava meu ciclo na Vila. Poderia ter ficado se quisesse. Seria bacana integrar o grupo vice-campeão brasileiro de 95. Pra se ter uma idéia, na minha época o Narciso e o Giovanni ainda eram juvenis. Mal treinavam no profissional. Se pudesse voltar no tempo, hein?

Mesmo assim valeu muito a pena. Ser o 10 do Santos foi demais! Mas pude sentir na pele a diferença entre o Edson Arantes do Nascimento e o Rei Pelé.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Gol do Fenômeno, com fúria. E no Palmeiras, Lincoln...

Como já previa minha velha bola de cristal, que melhorou da miopia, Ronaldo iria se redimir. Talvez nem precisasse da bola, de cristal, evidentemente: bastava reparar na cara fechada do Fenômeno, no seu jeito de poucos amigos, para saber que ele estava pronto para dar o bote, o troco. Que já não suportava as críticas e o jejum de gols.

Ele não foi nem sombra do Fenômeno de outros tempos diante do Cerro Porteño, na quarta-feira, em Assunção. Bastou uma chance - uma única chance -, depois do escanteio cobrado por Dentinho para Ronaldo deslocar-se, com astúcia, para a esquerda da área, a três metros do gol. E dali, desferiu uma verdadeira bomba, pois o goleiro paraguaio nem sabia onde estava a bola.

Foi um gol de raiva! (E o Corinthians, graças a esse gol, aproxima-se muito da próxima fase da Libertadores). Por falar em raiva, quem não deve estar muito satisfeito é o Flamengo, que também pela Libertadores, foi a Santiago e perdeu: 2 a 1 para a Universidad do Chile.

NO PALMEIRAS, LINCOLN: UM CRAQUE

A vitória foi suada, sofrida, o Palmeiras errou muito nos passes, na saída de bola. E o Paysandu, animado pelo estádio quase cheio, tomou o primeiro gol, empatou, passou a gostar do jogo e apenas sucumbiu no segundo tempo, com o gol de Ewherton.

Dificuldades à parte brilhou o futebol de Lincoln. Joga muito! Há quase um ano sem jogar, de tanto tempo que estava atuando fora do Brasil, pouca gente se lembrava de seu estilo. Pois ele é habilidoso, ótimo driblador e guerreiro, uma surpresa para quem desconfiava de sua contratação.

Meno male, diria minha Tia Dora. Mas a classificação ainda não está consolidada e haverá outro jogo, agora em São Paulo.

A NOVIDADE NO SHOW DO BARÇA

Messi deu show, ao marcar dois gols e fazer jogadas espetaculares. Mas isso não é novidade.

O Barcelona encantou, vencendo o alemão Stuttgart, 4 a 0, com facilidade. Mas isso também não é novidade.

E então, com que diabos, estou a citar uma novidade na classificação do Barcelona para a próxima fase da Liga dos Campeões?

Bem, ela estava no banco de reservas, com a humildade de principiante, fazendo longo aquecimento antes de entrar na partida, por sinal já decidida, pois estava 3 a 0 - fora o baile - para o Barça.

E, no meio do segundo tempo, atendendo a ordem e ao sinal de Guardiola, jovem técnico, mas já super-vitorioso e de muita coragem, lá foi ele, o grande Ibrahimovic, centroavante extraordinário (que não anda em fase das melhores) a cumprir sua missão dentro de campo.

Não havia tempo para grandes façanhas. Houve tempo, porém para algo significativo: Ibra, com seu nome gritado pela torcida catalã, entrou em campo sem cara feia e sem biquinho, nada de se considerar insultado ou vítima de injustiça. E de

quebra, ainda marcou um gol anulado pelo árbitro (discutível impedimento marcado), além de oferecer, com um passe genial, as honras do quarto gol. Os outros foram marcados por Messi, dois, repito, e por Pedro, o substituto de Ibrahimovic.

Creio que, além do futebol maravilhoso do Barcelona, a humildade de Ibra foi um exemplo para alguns de nossos jogadores que reclamam até de sair antes de o jogo acabar. Logo, para mim, a grande novidade do show ficou por conta de Ibrahimovic. O magnífico Ibra.

O mercado do "país do esporte" começa a aquecer

Dois novos executivos na área de marketing esportivo, exclusivos para atender à CBAt. Da mesma forma, outros deverão ser contratados para gerenciar o acordo com a CBB. Nos últimos meses, essas foram as novidades na Nike, que desde o início do ano patrocina as confederações de atletismo e de basquete do país. Além de lá, outras empresas começam a se mobilizar e reforçar as equipes para trabalhar com esporte.

Quem já está em alguma modalidade projeta ampliar os investimentos até 2016. Isso acontece não só com a Nike, mas com grandes empresas como o Bradesco, que fechou recentemente com o judô e a natação. Aqueles que não estão no esporte, procuram estudar e entender melhor o mercado para, em breve, não deixar de fora a plataforma de comunicação que o esporte proporciona.

De uma forma indireta, esses são alguns benefícios que as vitórias do Brasil para 2014 e do Rio de Janeiro para 2016 trouxeram para a indústria do esporte no país. O evento em si não será propriamente para o brasileiro, mas a indústria já se movimenta pensando nas oportunidades que surgirão até o meio da década, pelo menos. Quem trabalha no meio sabe que o momento é um dos melhores que já houve para o esporte como negócio.

segunda-feira, 15 de março de 2010

E deu Palmeiras, numa virada de lavar a alma!

Antes de tudo, como eu esperava, um jogaço! Um placar digno dos velhos clássicos, 4 a 3 para o Palmeiras, tendo ainda, como ingrediente, as alternativas do jogo: O Santos começou arrasador, fez dois gols de bela feitura (ainda que, no primeiro deles, o lateral Pará, depois de entortar Eduardo, quis centrar e a bola entrou no alto do canto esquerdo de Marcos), com Neymar estabelecendo 2 a 0.



Pronto: estaria se confirmando a profecia da maioria, pois era quase unânime o favoritismo santista, candidato - pelos números - a obter fácil vitória, provavelmente de goleada. Pelo jogo, até que parecia, pois o goleiro Felipe, do Santos, nem defesa precisava fazer. Era a crônica do massacre anunciado?



Qual o quê! O Palmeiras não se initimidou, foi ao ataque surgiu, então, a figura de Robert, centroavante dos mais contestados, que parece predestinado a encontrar os gols nos clássicos: fizera dois diante do São Paulo e, na Vila Belmiro, até superou a façanha: fez o primeiro, de cabeça, o segundo, ao completar bela jogada de Diego Souza e Armero, deixando tudo igual no marcador.



Depois, veio a virada, com Diego Souza; veio também o empate do Santos (Madson), mas estaria reservada para Robert as graças de ser o herói do jogo eletrizante: pois ele, de longe da área, acertou uma bomba que encobriu o goleiro Felipe e decretou a vitória palmeirense. Acredite: 4 a 3, três gols de Robert!



O Palmeiras teve outras figuras de destaque, entre elas uma surpresa, a atuação de Armero, com boas jogadas também de Diego Souza e Cleiton Xavier e de uma outra intervenção de Marcos - como no último lance de perigo santista, na falta bem cobrada por Madson, que Marcos espalmou. Não se pode esquecer também a atuação do técnico Antonio Carlos, que acertou ao colocar Edinho ao lado de Pierre, foi feliz ao substituir Eduardo (já tinha cartão amarelo) por Márcio Araujo e lançou Ivo(mais um atacante) quando o Santos tinha um jogador a menos, com Neymar expulso com justiça.


E o Santos, a sensação? Pareceu-me bem até levar a virada, embora com Robinho em tarde apagada, mas se descontrolou, ficou assustado com a situação inesperada, tanto que, repito, Neymar foi expulso com justiça, pois levantou Pierre com fúria, pura irritação de quem não assim acostumado a ser desarmado. Também não sei se este Felipe é o goleiro ideal para o Santos (quando volta Fábio Costa?), não teve culpa no quarto gol tomado, na bomba de Robert, mas falhou no primeiro gol sofrido, ao perder a disputa pelo alto com Robert. E na pequena área.

"La Patada", "O Rei", Washington e o adeus a um amigo

Hoje, vamos conversar na base dos tópicos, com um "De Trivela" maior, o Trivelão;

1) "LA PATADA" ATÔMICA

Que eu me lembre, o primeiro jogador a levar a campo esse apelido foi Rivellino, Roberto Rivellino, um dos maiores craques do Corinthians em todos os tempos e fundamental na conquista do tricampeonato mundial pelo Brasil, em 1970. Depois, bem depois, a fama e o apelido passaram para Roberto Carlos, em especial quando jogava pelo Real Madrid, quando até um comercial de tevê mostrava um chinelo que, desferido contra uma parede, de tão violento despertou o suspiro de uma bela mocinha: "Roberto Carlos" - dizia ela, com sotaque espanhol.

Agora, vindo para o Corinthians já aos 36 anos, sob alguma desconfiança, Roberto Carlos nada tinha feito para justificar a antiga fama. Até que, neste domingo, meu Deus!, ele acertou um chute como aqueles dos velhos tempos, marcando o primeiro gol contra o Santo André. Foi, na verdade, "La Patada" Atômica.

2) O REI DO PÊNALTI

Pegar um pênalti num Flamengo e Vasco, já dá para levantar o moral de um goleiro. E imagine Bruno, o goleiro flamenguista, que pegou dois, assegurando ao Flamengo vitória de 1 a 0 diante do arquiiinimigo Vasco... E ele não defendeu chute de qualquer um não, pois ele, sem se mexer ou tentar advinhar o canto, venceu o duelo com Dodô, especialista na questão. E para os que possam pensar ter sido sorte, mera obra do Destino, leio sugestiva pesquisa: Bruno, com a camisa do Flamengo, já defendeu 15 pênaltis em poucos anos de clube, cultivando a fama de assustar o cobrador: é grandalhão, muito ágil e tem aquela frieza no olhar quer inibe o candidato a goleador.

3) WASHINGTON, O MAL-AMADO

Falo de pouco amor de certos torcedores - e até cartolas - do São Paulo que torcem no nariz quando se fala no centroavante tricolor. Neste domingo, ele nem jogou e o São Paulo teve de suar muito para vencer o modestíssimo Rio Branco, no Morumbi. Foi um placar apertado, 2 a 1, um gol de Jorge Wagner e outro, no finzinho do zagueiro André Luís, de cabeça. Gol de atacantes? Nenhum. Com Washington o gol é sempre uma possibilidade, muitas vez a realidade. Nesta Libertadores mesmo, ele fez diante do mexicano Monterrey, dois diante do Nacional, no Paraguai. O que querem mais de Washington? Jamais verão nele um estilista do toque bonito ou o Super-Herói que aproveita todas chances que aparece.

Mas naquilo que o grandalhão se propõe a fazer, é extremamente competente: está sempre visitando as redes, sempre entre os principais artilheiros do Brasil. Creio que Washington, profissional exemplar e que nos deu uma lição de vida ao superar um sério problema no coração, mereceria um pouco mais de compreensão. E de carinho.

4) ADEUS, AMIGO GILBERTO

E, infelizmente, nos deixou o amigo Gilberto Fagundes. Gente boa, que amava a vida, adorava futebol, assim como uma boa conversa e uma pizza. Fanático palmeirense, pelo que consta, sem pleitear cargo algum, comprou, de seu bolso, dois jogadores nos anos 90 para seu clube do coração: Jorginho (hoje técnico do Goiás) e Betinho, além de ajudar na permanência do goleador Mirandinha. Gostava de ficar no seu sítio, deu a volta por cima nas armadilhas da vida, nunca esqueceu os longos papos que tinha com Zito, o capitão do grande Santos.

Que mais poderia dizer? Creio que nada: apenas a vontade que fique bem e nos permita lembrar de seu sorriso, de seu eterno otimismo, do hábito de apreciar a vida com paixão.

Indy topa (quase) tudo pelo espetáculo

Apenas a Fórmula Indy toparia uma loucura como fazer uma prova num circuito novo, de rua, entregue no dia do evento aos pilotos e numa complexa cidade como a de São Paulo. Qualquer outra categoria de automobilismo possivelmente recusaria-se a fazer uma prova nas condições da São Paulo Indy 300.

Antes de os carros entrarem na pista montada em meio ao sambódromo do Anhembi, pilotos e organizadores apontavam a imprevisibilidade como mais um grande aperitivo para o que seria o grande espetáculo do final de semana. Com o cancelamento do treino de classificação e sua mudança para domingo, para alguns ajustes na pista, o discurso mudou. A lembrança constante dos poucos mais de 20 dias para colocar tudo em "ordem" para a prova, a reclamação de que os pilotos não participaram da confecção do traçado, o debate sobre a ausência de testes antes de os carros começarem a rodar.

A cultura americana que faz a Indy existir é a grande responsável pela "loucura" de se fazer a prova no Brasil. O americano entende que, no esporte, é preciso dar espetáculo para o público. Nas corridas, o grande atrativo para o torcedor é ter pela frente uma prova imprevisível, com ferrenhos pegas entre os pilotos, freadas bruscas, marca de pneu no chão, quem sabe até uma ou outra colisão.

A Indy traz a síntese desse conceito em seu formato. Os carros têm o mesmo chassi e são equipados com os mesmos motores. Tudo para assegurar que é o piloto, e não a máquina, o grande responsável pela diferença de desempenho do carro. Os pilotos não precisam necessariamente participar de todas as provas, o que leva algumas corridas a terem mais carro do que realmente seria o "aceitável" numa competição normal.

Só que a Indy teve de pensar melhor antes de aceitar as adversidades da pista no Anhembi. Afinal, no esporte, o espetáculo só consegue ser garantido se houver atleta. E um claro risco da SP Indy 300 era, exatamente, não ter nenhum piloto ao término da prova. Ou, pior ainda, a chance de um terrível acidente era cada vez mais nítida sem as mudanças na pista, especialmente no trecho de concreto do sambódromo.

O espetáculo é a essência da competição esportiva. Mas nem tudo se justifica.

O valor do patrocínio. E das boas ideias

Durante um bom tempo o banco Santander usou o slogan "o valor das ideias" para tentar se diferenciar da sua concorrência. E, a julgar pelo que o banco vem fazendo no campo do patrocínio esportivo, é de se dizer que talvez a instituição de origem espanhola seja a que mais bem sabe trabalhar as boas ideias que fazem um patrocínio ser ainda mais valioso.

O primeiro "gostinho" dado pelo Santander foi ao assumir o patrocínio da Copa Santander Libertadores. O banco fez tanto estardalhaço que "dominou" a competição. Acertou a compra de espaço na mídia (rádios Bandeirantes e Jovem Pan, entre outras) associada à preservação do naming right do torneio durante as transmissões dos jogos. Além disso, fez anúncio e criou ações para mostrar que era a patrocinadora oficial da competição.

Antes do banco espanhol, durante 11 anos a Toyota patrocinou a Libertadores e ajudou a tornar a competição atrativa financeiramente, mas pouco fez para comunicar que era o maior apoiador do futebol na América do Sul.

Agora, o Santander começa a mostrar, aqui no Brasil, que é o patrocinador da Ferrari na Fórmula 1. Depois de bancar uma volta de apresentação do Felipe Massa numa Ferrari em Interlagos, com portões abertos, agora o banco anuncia um novo produto para o consumidor.

Foi criado um fundo de investimentos com o nome "Grande Prêmio". Nele, além de o correntista colocar dinheiro para render, como qualquer outra carteira de investimentos, o bônus é o sorteio de felizardos para acompanharem um GP de Fórmula 1 com a equipe da Ferrari. As corridas serão as de Valência, Monza e São Paulo. A escolha é óbvia. Espanha e Brasil são os países dos dois atletas da Ferrari (Fernando Alonso e Felipe Massa), enquanto que a prova de Monza é uma das mais cobiçadas do circuito.

Com a ação, o banco não só cria um prêmio intangível para o seu cliente, mas cria um estímulo grande para que seja feito o investimento (inicialmente só serão aceitos aportes de R$ 5 mil, no mínimo). Os fundos de investimento em renda fixa são um dos grandes responsáveis pela boa lucratividade dos bancos no Brasil. E, nesse caso, podem gerar para o Santander muito mais do que o reconhecimento como patrocinador da Ferrari. É dinheiro que o banco ganha por patrocinar o esporte.

Neymar no Chelsea...

Os bons passos do garoto de ouro da Vila despertaram o interesse dos grandes clubes da Europa. Um emissário do time inglês acompanhou na Vila Belmiro o clássico e gostou do que viu.

O milionário Chelsea vai oferecer de 15 a 18 milhões de euros para ter o golden boy. A multa rescisória, no entanto, é mais do que o dobro: 35 milhões de euros.

O presidente santista Luis Álvaro já informou ter um plano audacioso para segurar o jovem craque com a ajuda financeira de empresas.

No ano passado o Chelsea já havia sondado o staff do jogador. Se o negócio sair agora, Neymar deixa o Santos depois da Copa da África do Sul.

O Chelsea de Roman Abramovitch tem a concorrência do Manchester City do xeque Mansour Bin Zayed Al Nahyan. Na vinda de Robinho para o Santos, ficou acertada a prioridade do City nas contratações de Neymar e PH Ganso enquanto durar o empréstimo.

Valeu Roberto Carlos!!!

Estava participando do Terceiro Tempo da Band quando o cabeção do Milton Neves me informou que o Roberto Carlos teria feito um gol em minha homenagem. Depois fui verificar e descobri que não foi bem assim. O lateral do Corinthians quis sim comemorar o primeiro gol dele com a camisa do clube e, coincidência ou não, usou a mesma forma como eu fazia nos tempos de jogador. Deslizando de joelhos no gramado. Fiquei feliz com a lembrança de boa parte da mídia e do próprio Roberto na coletiva desta segunda-feira.

Muita gente não gosta de mim, é verdade. Mas sei também que vários torcedores guardam com carinho na memória essas deslizadas. Fiquei um pouco com saudades daqueles tempos. Por querer ou sem querer, valeu Roberto Carlos!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Brinque de Nostradamus outra vez: dá Santos ou Palmeiras?

Essa questão provocou uma gargalhada do meu amigo Ricardo Mera, descendente de chilenos, pacato torcedor do São Paulo. Para ele, é tão óbvia a atual diferença entre os dois times que nem precisa brincar de Nostradamus coisa nenhuma: “Vai dar Santos, com certeza”.

Bem, que o Santos é o favorito está na cara: vem jogando o fino da bola, com dribles em direção ao gol, tem um trio de ouro formado por Robinho, Neymar e Ganso. E ganhou, agora, uma volúpia que era típica do maravilhoso time dos anos 60 (o melhor que vi jogar), a ganância de marcar quantos gols puder, na incessante busca das redes.

O Palmeiras, no contraponto do clássico, vive fase difícil. Tão difícil que, mesmo vencendo a partida, terá remotas chances de classificação para as semifinais do Paulistão (a menos que não pare de vencer e os outros concorrentes tropecem, inesperadamente), vindo, agora, de uma suada e sofrida vitória diante do lanterna do Campeonato, o Sertãozinho. Gol marcado no último segundo da partida por Cleiton Xavier.

Mesmo assim, sabe como é, em clássico tem favorito. Mas não significa que vá vencer. Afinal, mesmo nesta fase, o Pameiras tem Diego Souza, Cleiton Xavier, Pierre... E não acredito que vá jogar todo recuado, atraindo o adversário para suas redes. Também não acredito que jogue no mano a mano totalmente, sendo possível que surja, em campo, um terceiro zagueiro ou um volante mais defensivo. Sem abdicar, porém, do ataque: a defesa do Santos ainda não está a altura de seus jovens craques do meio para a frente.

Creio que será um jogaço! Imperdível! Cabe sim a brincadeira de Nostradamus. Só não sei se a minha tia Dora, apaixonada pela cidade de Santos (até hoje mantém um apartamento perto do Hotel Atlântico, no Gonzaga) terá seu sonho concretizado. Ela sonhou que o jogo terminara, empatado 1 a 1, gols de Robinho e Diego Souza.

Talvez seja um sonho suspeito: tia Dora é apaixonada pela cidade de Santos, lembra com ternura da banda da Dorotéia, no carnaval. Só que, cá entre nós, ela pode gostar muito da cidade, mas no futebol tem outra paixão: o Palmeiras.

A escolha de Cesar

Acabo de ler no UOL Esporte matéria sobre o quanto Cielo e Corinthians podem se beneficiar do acordo que está próximo de sair. Não, a questão aqui não é grana, mas potencial de crescimento das marcas, especialmente a do nadador recordista mundial dos 50 e 100m livre ao se juntar ao clube mais popular de São Paulo e segundo mais popular do país.

Alguns pontos tem de ser considerados.

O Corinthians não tem tradição na natação. Isso pode fazer com que Cielo sofra pela falta de interesse do clube em investir na modalidade. Só que, ao ter o melhor do mundo nadando em suas piscinas, mesmo que esporadicamente, o Corinthians provavelmente vai querer investir e revelar novos talentos.

Carregando a "bandeira" corintiana, por sua vez, Cielo deve ganhar muita popularidade. Mais do que já tem, o que lhe abre o caminho para novos patrocínios e, especialmente, para ser garoto-propaganda de marcas, um dos maiores "ganha-pão" de atletas de esportes individuais.

O maior entrave, porém, está na rentabilidade do negócio. Para Cielo, não há dúvidas, o acordo envolve dinheiro. Mais do que ele ganhava do Pinheiros, onde foi praticamente uma "prata da casa" e não teve o devido reconhecimento financeiro pós-conquistas. Para agravar a situação com o antigo clube, Cielo viu chegar, pouco após o ouro olímpico, dois grandes projetos milionários no Pinheiros, com a Sky, para o vôlei e o basquete. Faltou tato à diretoria pinheirense com o seu grande campeão.

Só que, para o Corinthians, é questionável até que ponto pode render esse acordo com Cielo além de uma exposição "poliesportiva" para o clube. Sem tradição no esporte, o Timão já deixou para trás projetos que não foram rentáveis e que demandavam investimentos. Foi assim, por exemplo, com seu time de futebol feminino, criado em 2008 e que, no ano passado, foi sufocado pelo Santos de Marta, a ponto de deixar Cristiane ir para o rival e fechar as portas.

Para que tenha lucro financeiro com Cielo, o Corinthians precisa de um projeto de longo prazo. Sem revelar atletas, o clube usa a grana que sobra do futebol para bancar esportistas com grandes chances de ouro olímpico (Poliana Okimoto, da maratona aquática, é outra que migrou do Pinheiros para o Corinthians). Se, em 2012, os resultados aparecerem, o Timão colhe os louros de uma fama "importada", a exemplo de países que contratam atletas de outras nacionalidades para lhes defender em Jogos Olímpicos.

A expectativa, porém, é de que não aconteça com o Corinthians o que houve com o Vasco em 2000, quando o grande "campeão" das Olimpíadas foi o grande vilão da maioria das modalidades ao fechar as torneiras e abandonar os atletas pós-conquista. O mercado já amadureceu o suficiente para que isso não aconteça. Mas é sempre um alerta quando um clube tradicionalmente do futebol decide expandir os seus tentáculos para outras modalidades...

Selesantos e sua fábrica de craques

Como mencionei a fábrica do Fluminense, em Xerém, vários amigos do blog lembraram o trabalho realizado há décadas pelo Santos.

De fato, um trabalho espetacular. O seu cartão de visitas foi Pelé. Como se não bastasse o Rei, vieram Pepe, Edu, Clodoaldo, Cláudio Adão, Juari, Pita entre outras grandes estrelas. E, mais recentemente Robinho, Diego, Neymar, André, Ganso.

Claro que a fábrica continua trabalhando a pleno vapor e dentro em breve surgirá um meia que tem tudo para ser admirado e cortejado em todo planeta: Chama-se Jean Chera, que está com 14 anos e existe a possibilidade de ser usado na próxima Copinha.

Quem me passou esta informação foi o fantástico "Santástico", um dos mais participantes comentaristas do Blogdomaria. Para provar a categoria do garoto, ele me enviou o endereço que repasso para vocês conferirem:

http://www.youtube.com/watch?v=DWf28vVoKN8&feature=related (na ocasião da filmagem, Jean tinha apenas 13 anos).

Xerém, a fábrica do Flu não pára

Maicon foi mesmo para não voltar. Alguma surpresa? Acho que não. O próximo será Wellington Silva, que no início de 2011 se apresentará ao Arsenal. O Fluminense forja o craque em Xerém e depois o vende para o exterior ou mesmo para clubes brasileiros. É uma política antiga e para o sustento do próprio clube.

A lista de jovens promessas negociadas é imensa. Apenas alguns nomes: Carlos Alberto, Marcelo, Rodolfo, Roger, Flavio, Maurício, Diego Souza, Fernando,Toró, Lenny, Marco Brito, Antonio Carlos e Junior César, entre outros.

Há ainda o caso dos gêmeos Fábio e Rafael, que acertaram com o Manchester United, ainda “moleques”.

Os fabricantes poderiam pensar um pouco mais no consumo interno, não acham?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Quando volta o Fenômeno?? E o Santos, 'o insaciável'...

Bem, para o Corinthians, o resultado não foi ruim: ao empatar com o Indepediente de Medellin, 1 a 1, na incômoda altitude de Bogotá ainda o faz líder do grupo, revela poder de reação e também um pouco da sorte necessária. Afinal, que eu me lembre, Felipe fez defesas bem mais importantes do que o arqueiro inimigo.

Para Dentinho, também, a noite beirou a consagração, ao marcar o gol de empate, num canudo de fora da área, cheio de efeito e veneno, despachando a bola no ângulo esquerdo do goleiro colombiano. Este, coitado, tentou, até saltou como se fora um acrobata. Em vão. Para mim, mais do que consagração, é confirmação, pois venho batendo na mesma tecla - Dentinho não pode sair do ataque corintiano.

O espanto ficou por conta de Ronaldo. Tratado como um Deus desde a sua chegada a Bogotá, ele, além de não ser o Fenômeno, não jogou nada. Assisti ao jogo no apartamento de um amigo corintiano, calmo, e a ele perguntei, depois da partida e de um café quente e forte:

- "Lico, você se lembra de alguma jogada do Ronaldo?"

- "Não, de nenhuma" - disse, discretamente, como se já se estivesse habituando ao que aconteceu.

Estou sempre aqui a repetir que é preciso ter paciência com Ronaldo, afinal Fenômeno é Fenômeno. Só que, por outro lado, indo nessa toada, torcedor é torcedor e Corinthians é Corinthians.

Quanto vale o show?

O Santos colocou à venda, a partir desta quinta-feira, os ingressos para o jogo contra o Palmeiras, no próximo domingo. Mais uma vez, fica aquela dúvida na cabeça do torcedor. Será que vale ir a esse jogo? Pelo badaladíssimo time do Peixe, sem dúvida que vale. Por se tratar de um clássico, também. E, por ser um jogo do líder do Campeonato Paulista, sem dúvidas.

Mas quanto vale esse show?

Para a diretoria santista, que ficará com 100% da receita de bilheteria da partida, o ingresso mais barato custa R$ 30. Mas ele só vale para estudante e/ou aposentados, que têm direito ao pagamento de metade do valor da entrada. O torcedor "comum", que representa a maior fatia do consumidor de um jogo de futebol, tem de desembolsar R$ 60 para ficar na arquibancada. O ingresso mais caro, para o camarote, sai por módicos R$ 300.

A tática de inflacionar o preço do ingresso, ainda mais depois de um 10 a 0 aplicado pelo time, pode num primeiro momento parecer a coisa mais lógica a se fazer. Mas a estratégia é absurda. E um tiro no pé no que diz respeito à tentativa de geração de receita com bilheteria.

Não é a qualidade do jogo que deve regular o valor do ingresso para uma partida, mas sim a qualidade do local onde o jogo acontece. Um estádio de difícil acesso, com nenhum conforto, nenhuma segurança e sem lugar marcado não pode ter em 30 reais o preço mínimo para acessá-lo.

O que parece estar cada vez mais claro na cabeça dos dirigentes brasileiros é que o torcedor não está preocupado com o conforto, mas com a qualidade do jogo que verá. Isso é parcialmente verdade. Obviamente que qualquer um entende que precisa pagar um pouco a mais para ver um "show" melhor. Um show da Madonna não pode ter o mesmo preço daquele de uma banda que está em início de carreira.

Só que de nada adianta aumentar o preço do ingresso se o desconforto continuar. Um ingresso mais caro pressupõe que o público que consumirá o espetáculo tenha um melhor poder aquisitivo. E esse tipo de público tem, também, um maior nível de exigência em relação a diversas coisas, entre elas a segurança e, especialmente, o conforto da ida a um jogo de futebol.

No Brasil, são dois ou três estádios que têm condições de oferecer um pouco mais de conforto para o seu torcedor. Segurança, quase nenhum.

Não teria sido mais lógico para a diretoria santista manter o preço do ingresso no valor que estava e levar a realização do jogo com o Palmeiras para o Pacaembu? Muito provavelmente o fato de o estádio paulistano ter o dobro da capacidade da Vila Belmiro já resultaria numa compensação da arrecadação de bilheteria.

Enquanto a leva de novos estádios não surge, essa parece ser a solução mais coerente para o público. O preço do show não varia só conforme a banda. Tem de oscilar, também, conforme a qualidade do serviço que é oferecido. De que adianta cobrar preço de primeira classe se o torcedor continua a ser tratado como animal de carga?

A prova do "crime" com foto e tudo

Quando escrevi sobre os problemas relacionados a Adriano fui acusado em muitos comentários de ser anti-flamenguista e que eu deveria deixar de ser rancoroso e por aí vai. Em várias respostas deixei claro que tinha grande afinidade com o Flamengo, clube que defendi como remador e fui duas vezes campeão brasileiro, o mesmo acontecendo com o Botafogo, que é o clube que torço.

Então, recebi muitos emails pedindo que eu colocasse a foto da época em que remei pelo Botafogo e Flamengo, senti-me na obrigação de procurá-las, para em seguida escaneá-las e depois postá-las. Saudades daqueles tempos, era uma galera da melhor qualidade.

Não recebíamos um centavo sequer e nem poderia pois modalidades olímpicas era amadoras naquele época. E todos levavam a sério o compromisso. Os treinos começavam às 5 da manhã pq depois íamos estudar ou trabalhar. À tardinha ainda voltávamos para completar a programação de treinos. Às 20h30m, hora de cair no berço dos alojamentos do clube e apagávamos em sono profundo. Cerveja? Nada disso, raramente bebíamos. .

O engraçado é que depois do treino na água a gente corria em volta da lagoa e como poucas pessoas faziam exercícios tinha sempre engraçadinhos que gritavam: "Pega ladrão, pega ladrão", mas ficava por isso mesmo. Dias de regata, o Estádio de Remo recebia de 10 a 12 mil pessoas. Era uma grande festa.

terça-feira, 9 de março de 2010

Dentinho não pode faltar. E Adriano, pode?

Bem, no caso de Dentinho - e venho batendo nessa tecla -, é o tipo de jogador que não pode faltar ao ataque do Corintians. Ele pela esquerda, Jorge Henrique mais pela direita (ajudando também na marcação) e Ronaldo Fenômeno. Qual é a dúvida?

Foi o que se viu neste domingo, em Barueri, diante do São Caetano, quando o Corinthians foi superior o tempo inteiro mas, sem Ronaldo, apenas chegou à justa vitória numa reedição de jogadas do ano passado, quando os triunfos foram constantes e decisivos: bola na direita, Jorge Henrique passando com o pé direito para o esquerdo, centro perfeito e Dentinho, artilheiro, como sempre, mandando a bola para o fundo das redes.

Engraçado, muita gente vê o Corinthians como indefinido para Libertadores. Não é a minha opinião, titularíssimo o trio atacante; e digo mais: queiram ou não, Theco- e não Danilo- deve ser o armador predileto, mais manhoso e caprichoso nas bolas aéreas do que Danilo.

ADRIANO, CASO SEM FIM?

Justificando o título, que indaga se Adriano pode faltar, são vários os pontos a serem abordados. Procuro resumir a alguns, apenas: ele pode faltar com o futebol, apresentando pífio rendimento diante da Irlanda, em Londres. A deixar em dúvida a justiça de seu aproveitamento, depois de 12 jogos na Era Dunga e apenas dois gols marcados?

Até aí, vá lá. Mas ele, Adriano, pode dar o cano no Flamengo no dia de sua reapresentação, gerando mistério, escândalo e repercussão internacional? Ele pode desfalcar o Flamengo em jogo da Libertadores, em função de tudo isso?

Parece que pode, E o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, concede uma entrevista, mais para exaltar que não se trata de problemas de droga- e que, ele, menino-quase- trintão Adriano, sofre mesmo é de alcoolismo. Como se não fosse quase nada.

Ah, se brigou com a noiva, briga feia, como dizem? Isso não me diz respeito. E nem ao Flamengo.

Palmeiras, que sufoco!

E sufoco não foi apenas a vitória diante do Sertãozinho, lanterna do Campeonato Paulista, gol do triunfo marcado no último segundo. Gol de Cleiton Xavier é claro. Sufoco, repito, em vários aspectos, desde a limitação revelada ao longo da partida (erros de passes primários, inclusive de Márcio Araujo, recém-chegado como esperança) passando pela má fase do grande Marcos e sua atual dificuldade em segurar as bolas chutadas contra ao seu gol, e indo em frente na correria, a bola queimando nos pés.

Não se pode esquecer e uma jogada bem emblemática de nervosismo e afobação: o jogo estava empatado em 2 a 2, a bola sobrou, limpa, como se pedisse para alguém chutá-la e Danilo preparou o chute de direita; eis que chegou Robert, desesperado, tirando o gol do zagueiro do Palmeiras, ao chutar alto demais, de pé esquerdo. Quase deu briga entre os dois.

Bem, como já disse, Cleiton Xavier fez o gol salvador, no último segundo, e o Palmeiras deixou- acredite!- de flertar com os últimos lugares do torneio, pulando para a ainda modesta, franciscana modéstia, oitava colocação. Classificação para as semifinais? Ah, só por um milagre de San Gennaro.

O Palmeiras deve pensar agora na Copa do Brasil e em se fortalecer para o Brasileirão, pois aí é que são elas: ainda há resquícios do gosto amargo de 2002, ano do rebaixamento. Por outro lado, deve estar chegando mesmo o lateral- direito (Vítor, do Goiás), pois o Palmeiras o queria para já, soube que chegou a pedir para que os goianos não o escalassem na Copa do Brasil. Nada feito: o Goiás inscreveu o jogador nessa competição e agora só admite a negociação para depois.

Além de Vítor, existem Lincoln e Ewerthon, que ainda não estrearam, além do tal centroavante prometido. Quem?

Nada disso vai adiantar muito, porém, se a torcida não fizer as pazes com o time, pois o que se vê, hoje, é um completo abandono, arquibancadas quase vazias, clima de hostilidade até nos 3 a 2 de ontem quando a equipe, pelo menos mostrou disposição. E mais: sabe-se que o Inter de Porto Alegre pretende chegar aos 100 mil sócios torcedores (belo feito), sabe-se também que quase todos os clubes têm sucesso nessas iniciativas... O Palmeiras mal passou de mil e poucos, sim, mil e poucos, na vã tentativa de repetir o êxito dos outros.

A torcida do Palmeiras perdeu de goleada.

E essa não é a sua tradição: sempre foi de chiar, exigente ao extremo. Mas sempre foi também de colaborar.

A nova História está sendo escrita pela metade. E aí é muito difícil!

E agora, Dunga? Você vai repetir os erros de 2006?

Estive em várias coletivas do técnico Dunga e quando perguntado sobre jogadores excluídos do grupo atual como Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e outros, a resposta foi sempre a mesma.

“Vocês não vão me induzir a cometer os mesmos erros de 2006, não é? Vocês se lembram o que aconteceu?

Numa das últimas vezes que respondeu assim foi no Museu do Futebol, no Pacaembu, em dezembro do ano passado e eu retruquei: “Mas o que aconteceu em 2006, Dunga?

“Ah, você sabe, você é bem informado, você sabe”, respondeu o treinador da Seleção.

Bem eu sei que o elenco estava dividido.

Sei que muita gente não estava comprometida e havia uma briga de egos entre os jogadores.

Havia o grupo dos Ronaldos e depois os outros. Em meio aos dois, Kaká tentando fazer a coisa certa.

Eu sei que Ronaldo Fenômeno se apresentou muito acima do peso e Parreira não teve coragem de tira-lo do time.

No primeiro jogo saiu no intervalo e fez os gols que faltavam para se tornar o maior artilheiro dos Mundiais contra um Japão já desclassificado.

Se o Japão motivado já é ruim, imaginem o Japão desmotivado.

Mas valeu para deixar o nome de Ronaldo na história das Copas. Foi uma homenagem pelo que fez antes, não em 2006.

Sei que Zé Roberto foi o melhor jogador do Brasil, na Alemanha, e sei também que quando Zé Roberto é o melhor é porque o Brasil não ganhou.

Se o melhor fosse Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho ou Kaká, o Brasil teria ganho a Copa. Zé Roberto é um bom jogador, mas não é desequilibrante.

Sei que a concentração em Weggis foi uma balburdia dentro e fora do campo.

Mas sei também que depois que a Seleção chegou a Alemanha houve tempo para melhorar o trabalho, mas não melhorou.

O Brasil parecia com pressa de ir embora da Copa. Afinal já chegou como campeão e não precisava jogar. Essa era a impressão que passava.

Sei também que no papel foi um dos melhores elencos que o nosso país já levou para uma Copa e foi uma das piores campanhas da história pelo que podia ter feito e não fez.

Sei também que faltou disciplina para o grupo e os comandantes não souberam se impor para colocar as coisas nos seus devidos lugares.

Tudo isso eu sei, viu Dunga, mas agora eu é que pergunto para você.

Você vai repetir os erros de 2006? Você vai convocar um jogador que está com 101 quilos de peso e que não consegue largar a maldita bebida?

Você vai levar um problema desses para a Copa?

Você mesmo chamou a atenção de Adriano no último jogo contra a fraca Irlanda porque ele estava sem mobilidade.

Eu sei, eu sei, você quer o Adriano do ano passado, comprometido, campeão brasileiro e sem a Joana no pé.

Mas e se ela for também, Dunga? A África é logo ali.

E se ele surtar no meio da Copa e resolver abandonar o futebol novamente e voltar para a comunidade?

Está certo que a África também deve ter suas Vilas Cruzeiros, suas Chatubas, mas as nossas são mais genuínas. É gente da gente, diria Adriano.

Já pensou em tudo isso, Dunga? Olha lá. Não vá repetir 2006.

Adriano fora da Copa???

Nunca fui exemplo de atleta de futebol. Fui um boleiro com meus momentos de brilhantismo. Por diversas vezes cheguei a jogar bola sem inspiração. Umas vezes deram certo, é verdade. Mas observo hoje em dia o quanto isso encurtou minha carreira. Estou dizendo tudo isso para falar do caso do Adriano. Não sou ninguém para julgá-lo. O rapaz está passando por sérias dificuldades com a bebida. Acho que é neste momento que a diretoria do Flamengo tem que ajudar. Até em retribuição por tudo o que o jogador fez recentemente pelo clube. Mas é claro que ele precisa querer ser ajudado. Senão não há nada a fazer.
Só que tem uma coisa: com todo o respeito pela história dele na Seleção, o Adriano não merece ir para a Copa. Não pela parte técnica, mas sim pelo alto desequilíbrio emocional. Se o Dunga levá-lo estará indo de encontro a toda ideologia que ele próprio implantou na Seleção. O Ronaldinho, por exemplo, não vai porque teve algumas chances e não correspondeu (se bem que pra mim ainda é ressentimento do chapéu no Grenal de 99). Já o ex-corintiano André Santos dançou depois do treinador ter ouvido algo que não gostou em uma concentração. É brincadeira???

Escutei o auxiliar Jorginho falando que o comprometimento com a Seleção era mais importante que qualquer outro fator. Inclusive o técnico. Portanto, seguindo a lógica da comissão técnica, Adriano estará fora do Mundial da África. Azar o nosso, né? Se bem que neste momento, mais do que qualquer pensamento egoísta e defensivista, o mais importante é recuperar o Imperador.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O que o não de Woods ensina ao esporte

Tiger Woods recusou US$ 75 milhões de um patrocinador. O contrato de 5 anos oferecido pela casa de apostas irlandesa Paddy Power de fato não deve fazer muita diferença para o patrimônio bilionário do maior golfista da história.

Mas o não de Woods à proposta ensina ao esporte muitas coisas. Nem mesmo com a abalada imagem após o envolvimento em escândalos sexuais Woods aceitou um novo patrocínio. Para o jogador o raciocínio é simples. Melhor do que aceitar um novo acordo de uma marca do controverso mercado de apostas esportivas é trabalhar para recuperar a boa forma, voltar vitorioso aos gramados e, lá na frente, quem sabe, pegar melhores patrocinadores. Seguem firmes os contratos com Nike e EA Sports e, em escala menor, com a Gillette. Mas Woods já perdeu os negócios com Rolex, Accenture, AT&T e Pepsico, sem contar outras oportunidades menores que poderiam existir.

Só que o maior legado desse "não" à Paddy Power é mostrar que é preciso ter uma meta muito clara para o esporte quando se quer um patrocínio. E, mais do que isso, é preciso saber o que se quer de um patrocinador. Para o maior golfista da história, só faz sentido ter um patrocínio se ele for de uma marca que vá trazer melhor reconhecimento de sua capacidade como atleta, melhor percepção de sua força como atleta, melhor posicionamento de sua imagem frente a um determinado tipo de público.

O negócio de Tiger Woods é jogar golfe. O resto vem na esteira do sucesso do desempenho esportivo. Muitas vezes o esporte não compreende que esse é o caminho lógico para obter sucesso esportivo e financeiro. Aceitar o dinheiro que lá na frente pode vir a lhe causar incômodos e arranhar a imagem (mesmo ela estando desgastada) não parece um bom negócio para o golfista.

Ronaldo e Robinho, momentos tão diferentes...

Li que Ronaldo Fenômeno será atração neste sábado no Big Brother Brasil. Será jurado de anjo ou anjo, sei lá, pois, perdão, desconheço o mecanismo do quadro desse programa em questão. Sei, porém, que Ronaldo não será juiz e nem anjo em São Caetano, quando diante do Azulão, tentará o Corinthians manter-se perto do pelotão de frente do Paulistão. Bem, até aí, nem quer dizer muita coisa, pois é evidente que, neste ano de Centenário, o que o Corinthians quer mesmo é o título da Libertadores. O que vier, além disso, é lucro. Já disse também que é preciso ter paciência com Ronaldo, menos por bondade e mais por estratégia, pois o Fenômeno é bem capaz de, em forma ou não, ser fundamental nos jogos decisivos. E decisão é o que não faltaria nessa Libertadores, depois, nos jogos de mata-mata. Entenda-se: Ronaldo já ganhou tudo - ou quase tudo - em sua brilhante carreira, desde os títulos, com direito a ser o artilheiro de todas as Copas, até muitos e muitos milhões, sendo igualmente útil a este Corinthians que, creio, jamais sonhou ter tantos patrocinadores.

Só que, apesar da estratégia e da razão, nem deveria custar muito para ele, Ronaldo, estar mais vezes no papel de Fenômeno, em melhor forma e mais artilheiro, pois já estamos em março e ele, em cinco partidas, fez só um golzinho.

AO CONTRÁRIO, ROBINHO...

Longe de ostentar a fama e os títulos do ex-companheiro de Seleção, Robinho vem sendo, no entanto, surpresa muito mais agradável. Nesta semana, logo depois de ser o melhor em campo contra a Irlanda, em Londres, Robinho pegou o avião, viajou por mais de dez horas, deu um até logo aos companheiros de Seleção. Não descansou. Na quinta-feira a noite, sentou-se no banco de reservas do Santos, gritou com os companheiros que estavam dentro de campo - para onde se dirigiu, já no segundo tempo, para o gol da vitória santista (e que golaço!), em Jundiaí, contra o valente Paulista, por 3 a 2.

Ronaldo e Robinho, momentos e histórias diferentes. Tudo bem. Só que um deles, Robinho, vai estar na Seleção na Copa do Mundo da África. O outro, o Fenômeno, creio, ficará sentado diante de uma grande e bela tevê colorida.

Escrito por Roberto Avallone às 18h43
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Mano e Marcos, sábias decisões

A primeira decisão é trivial, lógica e nem é de causar impacto. Trata-se da decisão de Mano Menezes em manter o trio atacante que foi campeão no ano passado: Jorge Henrique, Ronaldo Fenômeno e Dentinho. Refiro-me, em especial a Dentinho, que no opaco empate diante do Botafogo de Ribeirão Preto (1 a 1 no Pacaembu), voltou a balançar as redes inimigas.

Assim como fizera contra o Santos, na Vila, quando fez um gol e quase outro, este de bicleta, que talvez desse em placa. Ora, perguntarão aos amigos - mas o Corinthians perdeu um jogo e empatou o outro, não foi? Sim, foi. Mas é preciso ter paciência com Ronaldo, que pode ser fundamental em jogos decisivos, embora esteja custando o longo jejum de gols (neste ano, ele só fez um, contra o Mirassol) e a incessante busca da silhueta ideal. Que talvez jamais volte.

Jorge Henrique, creio é uma só questão de tempo, logo ele, pequenino guerreiro, perigoso no ataque e incansável na marcação, sentindo falta, talvez, de um volante tipo Christian.

Enfim, apesar dos tropeços, acredito que Mano Menezes esteja a usar sábias medidas.

MARCOS, A DRAMÁTICA DECISÃO

Dramática, sim, embora sábia. Duvido que exista um palmeirense sequer que dê de ombros, que ignore a decisão de Marcos em se aposentar no fim do ano. Marcos há, ainda, de virar busto nos jardins do Parque Antárctica, ao lado de três ilustres companhias - Waldemar Fiume, Junqueira e Ademir da Guia.

E, por que, então sabia a decisão? É visível que ele já não é o mesmo São Marcos, goleiro de defesas milagrosas e decisivas (Marcelinho que o diga), dono de impressionante elasticidade, de reflexos mais do que apurados. Sempre foi nervoso dentro de campo, de cometer falhas inesperadas (aquela contra o Manchester, a outra contra o Vitória - goleada dos baianos, 7 a 2, no Parque Antarctica, etc), vindas, na minha opinião, dos nervos à flor da pele.

De uns tempos pra cá, porém, o vejo impaciente, sem a menor manha em liderar o grupo (eis a vantagem de Rogério Ceni), sempre com declarações pessimistas e, para culminar, depois de erro grosseiro no segundo gol do Santo André, disse que "a torcida do Palmeiras só vai sofrer comigo até o fim do ano".

Se for assim, paciência. Creio que seja coisa de capitão do time dizer no intervalo, quando o Palmeiras ainda poderia buscar algo melhor. O capitão não ajudou em nada o Palmeiras que já anda deprimido e agora - só faltava essa - começa um inicio de flerte. Flerte com a zona de rebaixamento do Paulistão.

Com mais humildade, Robinho volta a jogar futebol.

Robinho voltou mais humilde e menos deslumbrado, e com isso voltou a jogar futebol. O cara quando foi para a Europa estava deslumbrado, e fracassou no Real Madrid e tambem na Inglaterra. Tomara que continue com os pés no chão, e deixe de lado de vez o salto alto. Que ele sabe jogar, ninguem duvida. Esta distante dos grandes gênios da história do futebol do Brasil, mas é sem dúvida um grande jogador, e com simplicidade e muita dedicação podera ser muito util ao Santos e tambem para a seleção brasileira. Se achar que é o melhor do mundo, voltara a fracassar com certeza.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Marcos, um novo caso estranho

No post abaixo falo do estranho caso do menino Walter. E neste aqui não posso ignorar um novo fato estranho - mas não muito compreensível -, pois ouvi (ou tive impressão de que o goleiro do Palmeiras, Marcos, disse que "a torcida do Palmeiras pode ficar tranqüila, pois só vai sofrer comigo até o final do ano".

Em campo, em pleno Parque Antártica, o Palmeiras foi amplamente dominado e vencido pelo bom Santo André, por 3 a 1. Novo vexame e a sensação de que o Santo André era um time, o Palmeiras só um amontoado de jogadores. Marcos, 37 anos, estava irritado. Estaria, desde já, anunciando a sua aposentadoria?

Um Estranho Caso do Futebol

Nas poucas vezes em que vi em ação este menino de 20 anos, fiquei impressionado. Com a camisa da Seleção Brasileira, sub-20 é bom dizer,seria capaz de jurar que nascia ali um futuro grande astro. Goleador, de estilo próprio, não exatamente clássico e muito menos trombador - ele, simplesmente, recebia a bola na entrada da área, limpava o marcador e desferia verdadeira bomba. Que chute, Meu Deus!

Tratava-se de Walter, do Inter de Porto Alegre. No futuro próximo, seria dele a camisa 9 colorada. Agora, já faz quase uma semana, Walter freqüenta diariamente as páginas de esporte dos jornais e dos sites especializados. Às vezes até manchete. Só que, desta vez, não pelos gols ou pelos chutes portentosos. É que, em caso cercado de mistérios, Walter está trancafiado em seu apartamento, sem querer conversa com diretor do Inter, só permitindo a visita da namorada, exceção feita a presença de Sandro e mais um outro companheiro da Seleção de base. Mais nada.

O Inter desistiu de puxar conversa, ameaça punição pesada e o técnico Fossati já disse que "se ele voltar será para o time B". Como um desertor do Velho Oeste, que tinham arrancandas as suas insígnias, Walter terá riscado o seu nome da Libertadores (e foi ele quem deu a Alecsandro o passe para o gol da vitória contra o Emelec) e terá de treinar sozinho durante 15 dias. O que, convenhamos, não é nada agradável.

O que terá acontecido? Como Walter decidiu não falar, surgem muitas versões. Lembrando, porém, que este pernambucano de família muito pobre, foi logo cedo para Porto Alegre tentar a vida melhor, aos dribes secos e chutes de raiva. Investigativa, a imprensa já ouviu no Recife a mãe de Walter, dizendo que o dinheiro acabou, que a sua luz foi cortada e que, com um filho desempregado e outro a ganhar salário mínimo, nem sabe como sobreviver.

É, depende de Walter, este agora objeto de especulações e até de análise de gente ligada a psicologia no esporte. Terá Walter pirado? Logo ele, definido como dono de um comportamento exemplar nas categorias de base?

Um de seus companheiros, que prefere não se identificar, diz que Walter está magoado, muito magoado. Por não ser titular (o Inter, além de Alecsandro, acaba de contratar o famoso Kleber Pereira) e também por não receber o salário que esperava.

Se for isso, é mais fácil de entender: o que poderia parecer estranho nada mais seria, então, de um caso comum: o de pretender mudar de ares. Para ser titular e ganhar mais dinheiro.

A bola fora do ídolo Marcos

O Palmeiras perdeu para o Santo André e o goleiro Marcos foi muito mal nas declarações no intervalo. Ele disse que a torcida alviverde vai ficar aliviada com sua aposentadoria no final do ano. Grande besteira, né? Soa até como ingratidão! Que o Marcão é um baita ídolo, um excelente sujeito, bom pai e amigo, todo mundo sabe. Mas o que ele tem de diferente de outros jogadores no quesito técnico? Nada! Porque a torcida pode vaiar o Diego Souza e não o Marcos? Se ele erra os palmeirenses tem todo o direito de vaiar. Isso faz parte do esporte. Quer dizer, quando vence tudo está muito bem. Quando perde apela e diz que vai pendurar as luvas. O que é isso, pô? Pra mim o Marcão pisou feio na bola... quer dizer, nas palavras.

Não querendo comparar (até porque comparação com esse goleiro campeão mundial não existe), mas só para exemplificar, quando decidi parar peguei minha chuteira e joguei longe. Não queria mais saber de futebol. Esse talvez seja o grande problema do jogador brasileiro. Dificilmente o cara entende a hora de encerrar a carreira.

Futebol pobre no interior: Em Araraquara participei da transmissão da partida entre Oeste e São Paulo pela Band e o time da capital jogou mal demais. Minha mãe do céu! A equipe de Itápolis atuou com um homem a menos desde os 30 minutos do primeiro tempo e mesmo assim o Tricolor não fez nada. Esse meio-campo novo segue embolado e ainda não disse a que veio. O Rodrigo Souto parece que não estreou, o Léo Lima entrou sonolento e o Cléber Santana além de perder um gol na cara, conseguiu ser expulso. Só se salvaram ao meu ver o Miranda, um monstro nos desarmes, e o Washington, que brigou sozinho lá na frente. O restante jogo para esquecer...

Zago teve a sua noite de Muricy

Nada como um dia atrás do outro com uma noite bem no meio.

Há poucos dias, Antonio Carlos Zago desfilava garbosamente pelo Palestra Itália após enfiar 4 x 1 com o São Caetano no Palmeiras, de Muricy Ramalho.

Foi a pior noite de Muricy como técnico palmeirense e ele caiu no dia seguinte.

Ontem Zago teve uma noite de Muricy. Viu seu time se atrapalhar todo em campo e perder para o Santo André, 3 x 1.

Só hoje, o dia seguinte, será diferente de Muricy.

Hoje Zago não corre o risco de ver Sérgio Soares, o Serjão, técnico do time que o derrotou ontem, assumir seu lugar no Palmeiras.

Mas bem que se lembraram que o Palmeiras não consegue conviver bem com o pessoal do ABC.

O problema do Palmeiras começa no ABC, passa pelo M de Muricy e termina no Z Zago.

O time precisa de um abecedário inteiro para se resolver.

Muricy tinha muitos problemas para armar o time e dizem até problemas de relacionamento, ou falta de, mas ficou provado que não era o único e nem o grande culpado.

O elenco do Palmeiras é fraco. Muricy disse isso quando saiu e Zago também já percebeu.

Mesmo tentando colocar as peças nos devidos lugares, os erros continuam gritantes.

Pior é que os poucos que podem ajudar não estão ajudando.

Cleiton Xavier deixou o campo muito cedo por contusão. O Palmeiras perdeu alguém que podia fazer a bola chegar com qualidade no ataque.

Robert não é nenhuma sumidade como atacante, mas já provou que sabe fazer gols. Ontem fez de novo. Se a bola chegar pode resolver.

Até o grande Marcos falhou. Ele bobeou no segundo gol andreense e numa rebatida que não é do seu feitio jogou a bola nos pés do artilheiro Rodriguinho, que voltaria a marcar no segundo tempo num belo gol de letra.

No intervalo entre sussurros e dizendo que não queria falar mais nada, Marcos soltou uma frase preocupante contra a torcida do Palmeiras que pegava até no seu pé.

“A torcida do Palmeiras pode ficar tranquila porque o sofrimento comigo em campo só vai até o fim do ano”, antecipando o fim da sua carreira.

Não é a primeira vez que Marcos anuncia o fim próximo e depois com a cabeça mais fria repensa a vida e toca em frente.

Pareceu ser mais um desabafo de quem queria dar mais e viu tudo se perder também por um erro seu.

A diretoria do Palmeiras e nem Antonio Carlos Zago levaram ao pé da letra a frase de Marcos.

Todos compreenderam como um desabafo e não como um aviso de fim de carreira.

Mas o fato mais destoante da noite foi Diego Souza.

O jogador provocou sua expulsão no segundo tempo e deixou o time na mão.

Foi vaiado e xingado de tudo o que foi nome pelo revoltado torcedor, aliás poucos que se aventuraram a pagar o ingresso no Palestra Itália.

Diego saiu sem falar com ninguém, não deu explicação e o técnico Zago apressadamente o defendeu dizendo que ele não foi o único culpado pela derrota.

Não foi mesmo. Os outros também foram, inclusive Zago que já começa a ser questionado pela torcida.

Zago, no entanto, admitiu que tinha pedido no intervalo para os jogadores tomarem cuidado para não serem expulsos. O time já perdia e o clima estava quente.

Diego Souza pode ser punido pela diretoria do Palmeiras que quer conversar com ele, mas uma possível multa também passará pelo crivo do treinador.

Eu se fosse a diretoria palmeirense o multaria. Ele não pode se esconder o tempo todo, não assumir o jogo e ainda pedir para ir embora mais cedo.

Com a derrota de ontem, fica difícil a classificação para o G-4.

O negócio seria mesmo pensar no jogo com o Paysandu, dia 17, pela Copa do Brasil, em Belém do Pará.

É um torneio que leva direto à Libertadores do ano que vem e que no frigir dos ovos seria até mais importante que o Paulista.

É o que parece que vai sobrar para o Palmeiras. Ele que aproveite bem. Há tempo ainda para se arrumar.

terça-feira, 2 de março de 2010

Seleção: Robinho voltou bem. E Neymar?

Desta vez, concordo com Pelé: Neymar teria lugar na Seleção Brasileira. Ainda que como reserva, fazendo parte do grupo, destinado talvez a ser a surpresa fatal para os inimigos em campos africanos na Copa do Mundo que se aproxima.

Nem sempre - ou quase nunca - as opiniões e previsões de Pelé se confirmam. Embora tenha sido o maior jogador que o mundo já conheceu, como profeta ou comentarista o Rei deixa a desejar, por entusiasmo ou pelo desejo secreto de ver em outro jogador aqueles sinais da genialidade que sempre teve nos gramados da vida.

No caso de Neymar, porém, estou com ele. Embora se saiba que será voto vencido: Dunga voltou a dizer, um dia antes de o Brasil vencer a Irlanda por 2 a 0, em Londres, que o grupo já está fechado, definido. E neste grupo, podem tirar o cavalinho da chuva, como dizia minha santa avó, não teremos Neymar - e muito menos os Ronaldos, Pato ou qualquer outra novidade.

E Luís Fabiano? Ah, claro, este volta. Tem ido muito bem na Seleção, goleador de respeito, e só não jogou contra a Irlanda por estar machucado, sendo mal substituído por Adriano - que também deve ir à Copa, no entanto como reserva.

Aliás, nesse último amistoso do Brasil antes da Copa, na bela e fria Londres, o nome do jogo foi Robinho, autor de um gol e mais um pouco, pois que se marcou o segundo depois de grande triangulação com Kaká e Grafite, ele praticamente também abriu o placar ao centrar a bola que o afobado Andrews jogou para o fundo das redes. Além disso, no segundo tempo, exibindo a antiga alegria, resgatada desde que voltou para o Santos, Robinho caiu mais pela esquerda, ensaiou pedaladas, infernizou os zagueiros das bochechas vermelhas e das cinturas duras.

(Diga-se, porém, a bem da verdade, que Robinho estava impedido no lance em que centrou para o desvio fatal do irlandês).

Se a Irlanda foi presa fácil na segunda etapa, aconteceu ao contrário no primeiro tempo quando levou perigo ao gol brasileiro e, sei não, teve ignorado um pênalti de Juan. A Seleção Brasileira, com todas e válidas desculpas da falta de treinos, estava muito aquém do esperado e tinha em Kaká um astro nada inspirado - e muito longe do ídolo do Milan que fez o Real Madrid gastar aquela fortuna para tê-lo ao lado de Cristiano Ronaldo.

De qualquer maneira, a equipe de Dunga segue vencendo. E entra com moral nesta Copa tão próxima, decidida a apagar o vexame de 2006, na Alemanha.

Mas bem que podia ter essa surpresa, que se dá tão bem com Robinho e atende pelo nome de Neymar. Não podia?

Tem coisa errada na base do Timão

Quando as coisas estão erradas também é minha obrigação criticar. E atitudes incoerentes estão sendo tomadas no departamento de base do Corinthians. Fiquei sabendo que o tal de Vitor Hugo, novo técnico da molecada do Timão, chegou mandando embora gente boa que lá estava para trazer o pessoal dele. E tinha muito garoto bom de bola no meio desses “demitidos”!


A quem será que interessava isso? Quem é Vítor Hugo para fazer isso? Vou vasculhar isso aí viu, porque alguma coisa tem. Não pode ficar se escondendo atrás de 7 títulos da Copa São Paulo. O grande objetivo da base é revelar jogador para o time profissional. Ou estou errado?

Cadê nesse momento os dirigentes das divisões inferiores? “Seu” Ladeira, o Afonso ou do Dr. Miguel? Pra fazer essas papagaiadas era melhor não existir o departamento. Sabe quanto o clube gasta por mês para manter toda essa estrutura? Cerca de R$ 2 milhões. Sabe quantos moleques da base estão no time titular do Corinthians? Só o Dentinho, que ainda entra de vez em quando. É brincadeira? Será que vale mesmo a pena investir toda essa grana?

Vitória do Brasil e mais um erro contra a Irlanda

Brasil jogou para o gasto e venceu a fraca Irlanda por 2 x 0, em Londres, na sua despedida para a Copa da África do Sul.

Foi o último amistoso antes da convocação final em maio próximo.

Dunga não deve surpreender ninguém na última chamada para a Copa.

Quem espera Ronaldinho Gaúcho, Pato, Ronaldo ou Neymar, como dizem lá no interior, pode tirar o cavalinho na chuva.

Eles não vão. O problema que resta na cabeça de Dunga é a lateral-esquerda.

Michel Bastos não basta para a posição e o veterano Gilberto nem foi testado hoje. Talvez porque Dunga já o conheça o suficiente.

André Santos caiu em desgraça com o treinador, mas na minha opinião, joga mais que Michel Bastos.

Dizem que Dunga não gostou de algumas frescuras, algumas firulas de André e juntou com isso a informação da orgia patrocinada na Turquia, fato este não confirmada pelo atleta que culpou a imprensa pela fofoca.

Mas André foi titular em vários jogos e foi campeão da Copa das Confederações. Dos laterais testados para mim foi o melhor.

Merecia uma nova chance. Ao invés disso, Dunga insiste com Michel Bastos e ressuscita o veterano Gilberto.

Kléber, hoje no Internacional, voltou a jogar bem, mas também está esquecido para a Seleção.

O Brasil não fez um grande primeiro tempo. Deu sono. Nao conseguia ultrapassar a forte marcação irlandesa que chegou a levar perigo para o gol de Júlio César.

O primeiro gol brasileiro foi de Andrews contra. Kaká fez boa jogada no meio-campo e tocou para Maicon, que fez um belo passe para Robinho.

Robinho estava impedido e cruzou para área, mas o zagueiro irlandês na ânsia de cortar a jogada acabou marcando contra suas próprias redes.

A Irlanda foi tirada da Copa por um gol irregular da França e hoje foi roubada de novo.

É um time ruim que na verdade nada acrescentaria tecnicamente à Copa do Mundo, mas é um time também amaldiçoado pela arbitragem. Tem muito erro contra ultimamente.

Robinho fez 2 x 0 no segundo tempo e liquidou a fatura. Também liquidou qualquer especulação quanto ao seu futuro no grupo da Copa do Mundo.

Robinho é selecionado desde que Dunga assumiu a Seleção. É o jogador do técnico e não sairá nunca.

Os companheiros de ataque para a Copa serão Adriano, Nilmar e Luís Fabiano que hoje não jogou porque estava contundido.

O grupo de Dunga, a família Dunga já está fechada e só vai mudar se houver contusão de última hora ou se o céu virar inferno.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Palmeiras, receita contra chuvas e trovoadas.

Antes de tudo, a informação: para quem ainda não sabe, na noite de domingo, durante o programa “No Pique”, que tenho o prazer de apresentar na CNT, o novo diretor de futebol do Palmeiras, Seraphim Del Grande tinha até boas notícias. Ele confirmou, ao vivo, sem firulas e sem mistérios, que pretende contratar mais três jogadores, ainda para a Copa do Brasil - um lateral-direito, um zagueiro e um centroavante. Sem revelar nomes, Del Grande apenas confirmava, oficialmente, o interesse. Contando ainda com Lincoln e Ewerthon, que ainda não estrearam, esses três reforços talvez fossem capazes de dar um pouco de ânimo à torcida que anda cada vez mais cabisbaixa - desde o baque do ano passado quando, de suposto campeão, nem na Libertadores ficou. E agora, de acordo com os números, depois da derrota para o modesto Rio Claro - mais uma vez debaixo de chuva - a situação do Palmeiras é inusitada: trata-se do oitavo colocado do Paulistão - ou Paulistinha - com remotas chances de classsificação para as semifinais. Um novo desastre à vista. Meu Deus!

E lá vêm as explicações: foi a chuva, mais uma vez a chuva. Ora, é evidente que, embora estivesse realmente difícil tocar a bola naquela gramado encharcado - a chuva aconteceu para os dois times. Sem essa de que o Palmeiras, por ser o timer mais técnico, encontraria maiores dificuldades pois a equipe que se vê hoje em dia nada tem a ver com a Academia de Ademir da Guia, onde a bola rolava de pé em pé, com classe, justificando o apelido.

Creio que desde que Charles Miller trouxe a primeira bola para o Brasil, vindo da Inglaterra, anunciando a prática de um novo esporte, deve ter trazido também um manual como se fora uma receita culinária, a ensinar como utilizar os ingredientes:

1. Quando o tempo estiver bom e o gramado seco, pegue dois atacantes leves e hábeis, junte-os a meio-campistas criativos e a pontas velozes. Depois, façam-se os gols.

2. Quando chover, o que é comum em São Paulo, evite-se o toque de bola, a preferência deve ser por jogadores altos e fortes, facilitando as cabeçadas nas jogadas aéreas.

Isso posto, com um pouco de sal e pimenta, o esporte torna-se até engraçado e continuará sendo delicioso. Facam-se, pois, os gols.

Só que para seguir a básica receita imaginária de Sir Miller é preciso ter ingredientes. Ou melhor repertório, ou, ainda mais, repertório.

Simplificando: elenco bom e versátil.

E isso, ao contrário de Djalma Santos e Julinho - que adoravam jogar na chuva - o Palmeiras não tem.

Ah, não tem mesmo.

Brasil vestirá vermelho em Londres

O último amistoso do Brasil antes da Copa do Mundo pode marcar uma novidade na história da seleção nacional. Pela primeira vez o time brasileiro pode entrar em campo vestindo vermelho para disputar um jogo de futebol.

Entre Nike e CBF já está acertado que os jogadores comandados por Dunga no jogo contra a Irlanda vão a campo vestindo o agasalho vermelho da campanha "Lace Up Save Lives". O projeto, ligado ao movimento "Red", do cantor Bono Vox, busca combater a Aids na África. O programa voltado para a Copa do Mundo foi lançado na semana passada pela companhia durante evento em Londres.

A seleção brasileira deverá usar o agasalho que está na foto abaixo durante a execução do hino nacional. Depois, o time vestirá o novo uniforme amarelo, apresentado na última quarta-feira pela companhia americana. Segundo o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, a realização da ação depende do crivo da comissão técnica brasileira. Por isso mesmo, Nike e entidade preferem não confirmar que, de fato, o Brasil entrará no campo de vermelho.