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segunda-feira, 29 de março de 2010

As Revelações de Belluzzo. E a morte do Grande Mestre.

Converso, finalmente, por telefone, com o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Beluzzo. Era um pouco mais das duas da tarde desta segunda- feira e interrompo o seu almoço para trocar idéias e, principalmente perguntar a ele:

- "Você pensa em renunciar?"

- "De jeito nenhum, fico até o fim do meu mandato” respondeu Beluzzo, com total segurança. Depois, bem depois, não sei... Farei o que for melhor para o clube, se preciso nem me candidatar à reeleição..."

(Nos bastidores do Parque Antártica, sabe-se que duas candidaturas estariam sendo articuladas para a eventual sucessão de Beluzzo: Paulo Nobre, pela situação, e Arnaldo Tirone Filho, pela oposição).

Beluzzo sabe disso, não criticou nenhum dos dois, mas preferiu falar de seus planos atuais: a viabilização da Arena Multi-Uso e cuidar das finanças dos clubes. Isso, é claro, como apaixonado torcedor que sempre foi, sem esquecer sua outra grande ambição que é a de dotar o Palmeiras com time capaz de disputar - ou até ganhar - as competições. Confessa que até agora não está nada satisfeito com os resultados, detestou o fim do Campeonato Brasileiro do ano passado e muito mais ainda a vexatória colocação neste Campeonato Paulista: “Estaria mentindo se dissesse que foi bom ou que está tudo bem. Como poderia?”

E o que fazer para tornar competitiva essa equipe de maus resultados? Pelo que conversamos, eis as providências que ele pretende tomar:

1. A Contratação de Reforços

Primeiro para a Copa do Brasil, sendo que uma novidade pode surgir nesta terça-feira: Ernesto Farias, centroavante argentino recusado por Muricy e aprovado por Zago. Farias está no Porto - é aquele centroavante que, pelo River Plate marcou um gol de bicicleta contra o Corinthians, no Pacaembu, na noite em que o Timão foi eliminado da Libertadores da América, mesmo tendo Tevez e Nilmar. Ele está no Porto que foi eliminado da Liga dos Campeões e que anda atrás do Benfica e do Braga no Campeonato Português.

A outra opção e, isso eu soube por outra fonte, seria um outro argentino, Ariel, do Coritiba. Observa-se a necessidade de um zagueiro isso Beluzzo não me disse, mas sei que via Traffic, Manoel, do Atlético Paranaense, é o mais cotado) e observa-se também a lateral-esquerda e se Gabriel Silva já está pronto para enfrentar a pressão.

Quanto aos meias e segundo atacante, há grande esperança no futebol de Lincoln, principalmente, e em Bruno Paulo, jovem de 20 anos, apelidado Ronaldinho. Apresentado nesta segunda-feira, ao lado de Vítor, lateral direito: “Esse jogador era um sonho nosso há muito tempo” - reconhece Belluzzo.

2. A vinda de César Sampaio

Será para gerente de futebol mas, amigo de Antonio Carlos, recém- iniciado na carreira de técnico, poderá trocar idéias sobre futebol com ele.

3. Psicóloga para o elenco

A Concretização da vinda de uma Psicóloga (como antecipei neste espaço), em tempo integral, à disposição do elenco.

4. Melhorias no CT

A Construção, isso não sei se entendi bem, de um Refeitório no CT, facilitando treinamentos em dois períodos. E, com certeza, o que pode parecer bobagem, mas não é (tanto que vários clubes a usam) a tal piscina de 28 graus centígrados para a recuperação dos jogadores.

Enfim, foi-se o vexatório papel no Campeonato Paulista e a vida segue...

Na minha opinião sincera, Beluzzo, renomado economista, é homem do bem e, com um pouco mais de malícia, pode ser o presidente que se esperava.

Sabe o amigo que se recusou a chefiar a delegação da Seleção que foi ao amistoso contra a Irlanda?

- "Pedi desculpas, não podia ir. Tinha de cuidar do Palmeiras...”

Este é o resumo do que disse o homem alvo de cartas ameaçadoras, que continham balas de revólver.

E isso, creio, não é justo. É loucura!

A MORTE DO GRANDE MESTRE

E lá se foi a grande pena, o Grande Mestre do Texto. Deixou-nos Armando Nogueira, autor de textos e frases inigualáveis (você encontra, várias delas, aqui no Esporte do UOL), sendo que numa delas, embora não literalmente como escrevo, ele dizia que:

"Era preciso Pelé marcar o seu milésimo gol de pênalti. Para que tudo parasse para ver, com calma e em silêncio, a obra-prima".

Estive com Mestre Armando poucas vezes, nessas Copas do Mundo da vida. Soube, porém, que era um predestinado, além de super-craque do texto: testemunhou, quase que sem querer, o atentado a Carlos Lacerda, na Rua Toneleiros (Rio de Janeiro), o que no fundo, no fundo, respingou, mais tarde em Gregório, o "Anjo Negro" e, por consequência, no fim de Getúlio Vargas, o presidente do Brasil. Na época (1954), Armando era um jovem repórter do Diário Carioca.

O que eu sei é o seguinte: ninguém escreveu tão bem sobre futebol como ele. Seria inútil tentar.

Adeus, Grande Mestre!



28/03/2010
Em duelo emocionante, deu Corinthians! E o Tricolor está virando freguês...

Foi de arrepiar, tantas as alternativas deste clássico. Acabou 4 a 3 para o Corinthians, depois de o Timão estar vencendo por 2 a 0, 3 a 1, permitindo o empate em 3 a 3 (em duas falhas do goleiro Rafael, com dois gols de Rodrigo Souto), para, no finzinho, em cruzamento de Iarley, Alex Silva cabecear para as próprias redes consagrando a vitória corinthiana. Meu Deus, quanta emoção!

Com vários golaços, o triunfo foi justo. O Corinthians jogou com cara de Corinthians. Com uma raça digna de final de Copa do Mundo.

O São Paulo, embora começasse um pouquinho melhor, mostrou-se mais lento e frio em grande parte do tempo. Depois de levar o gol de Elias, o primeiro golaço, após receber a bola rolando de Ronaldo - em sua única ação como Fenômeno - o São Paulo se assustou. E o Corinthians parecia um furacão.

E depois, outro belo gol corinthiano, o de Danilo, num chutaço no canto esquerdo de Rogério Ceni. Parecia fácil.

Mas em grande jogada pela esquerda, Dagoberto correu, driblou, e centrou para Jean marcar, devolvendo o Tricolor ao jogo.

A esta altura do campeonato, Dentinho e Washington, tinham sido justamente expulsos - o que deixaria o jogo mais aberto.

A emoção pura estaria reservada para o segundo tempo. Vejam só, Roberto Carlos, em cobrança de falta, acertou um chute rasteiro com efeito, mas, cá entre nós, com falha de Rogério Ceni que chegou a tocar na bola.

Fatura liquidada?

Qual o quê?

O São Paulo fez o segundo gol com Rodrigo Souto, fez o terceiro com Rodrigo Souto, ambos em falha do goleiro Rafael. Detalhe: Mano Menezes tinha cometido o seu pecado: tirou de campo Elias (na minha opinião o melhor em campo) e já sem Dentinho, perdeu o contra-ataque, pois Ronaldo, sem a mínima velocidade, era inútil à frente.

Acontece que foi um pecado venial de Mano Menezes, pois quando tirou Elias, o jogo estava 3 a 1 e Menezes errou no cálculo ao pensar que ao recuar o time estaria tudo acabado.

Depois, vendo que o São Paulo reagiu daquele jeito, Mano corrigiu o erro, colocando jogadores mais rápidos como Jorge Henrique e Iarley, este o autor da jogada que consagrou o Corinthians como vencedor. Está, pois, perdoado.

E o São Paulo, embora estivesse perto de acabar com a história, continua com seu tabu em não vencer o Corinthians nos últimos tempos: se não me falham as contas, já são oito jogos e mais de três anos, sem ter o gostinho de ganhar do arquiinimigo.

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