E sufoco não foi apenas a vitória diante do Sertãozinho, lanterna do Campeonato Paulista, gol do triunfo marcado no último segundo. Gol de Cleiton Xavier é claro. Sufoco, repito, em vários aspectos, desde a limitação revelada ao longo da partida (erros de passes primários, inclusive de Márcio Araujo, recém-chegado como esperança) passando pela má fase do grande Marcos e sua atual dificuldade em segurar as bolas chutadas contra ao seu gol, e indo em frente na correria, a bola queimando nos pés.
Não se pode esquecer e uma jogada bem emblemática de nervosismo e afobação: o jogo estava empatado em 2 a 2, a bola sobrou, limpa, como se pedisse para alguém chutá-la e Danilo preparou o chute de direita; eis que chegou Robert, desesperado, tirando o gol do zagueiro do Palmeiras, ao chutar alto demais, de pé esquerdo. Quase deu briga entre os dois.
Bem, como já disse, Cleiton Xavier fez o gol salvador, no último segundo, e o Palmeiras deixou- acredite!- de flertar com os últimos lugares do torneio, pulando para a ainda modesta, franciscana modéstia, oitava colocação. Classificação para as semifinais? Ah, só por um milagre de San Gennaro.
O Palmeiras deve pensar agora na Copa do Brasil e em se fortalecer para o Brasileirão, pois aí é que são elas: ainda há resquícios do gosto amargo de 2002, ano do rebaixamento. Por outro lado, deve estar chegando mesmo o lateral- direito (Vítor, do Goiás), pois o Palmeiras o queria para já, soube que chegou a pedir para que os goianos não o escalassem na Copa do Brasil. Nada feito: o Goiás inscreveu o jogador nessa competição e agora só admite a negociação para depois.
Além de Vítor, existem Lincoln e Ewerthon, que ainda não estrearam, além do tal centroavante prometido. Quem?
Nada disso vai adiantar muito, porém, se a torcida não fizer as pazes com o time, pois o que se vê, hoje, é um completo abandono, arquibancadas quase vazias, clima de hostilidade até nos 3 a 2 de ontem quando a equipe, pelo menos mostrou disposição. E mais: sabe-se que o Inter de Porto Alegre pretende chegar aos 100 mil sócios torcedores (belo feito), sabe-se também que quase todos os clubes têm sucesso nessas iniciativas... O Palmeiras mal passou de mil e poucos, sim, mil e poucos, na vã tentativa de repetir o êxito dos outros.
A torcida do Palmeiras perdeu de goleada.
E essa não é a sua tradição: sempre foi de chiar, exigente ao extremo. Mas sempre foi também de colaborar.
A nova História está sendo escrita pela metade. E aí é muito difícil!
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