Tempo Real

segunda-feira, 29 de março de 2010

E a mídia social virou a mídia da vez

Aqui no blog já comentei, ainda em setembro do ano passado, que as mídias sociais seriam a grande vedete da Copa do Mundo. Nada de mesa-redonda pós-jogo, com a análise modorrenta de comentaristas. Tudo em tempo real, com a opinião e a participação do torcedor, alçado à condição de comentarista da vez, podendo ainda dar o recado para os atletas, serem de fato ouvidos, conectarem-se a eles.

E isso vale para o bem e para o mal! Neste domingão tivemos um exemplo claro de como isso acontece. Alex Glikas é diretor comercial da Locaweb. Não é uma figura pública. Mas representa a empresa que, neste domingo, estreou o patrocínio de dois jogos para o São Paulo. Corintiano (assim como são os donos da empresa), Glikas não se conteve e tirou sarro do Tricolor em sua página na internet. São pouco mais de 200 seguidores, provavelmente quase todos eles amigos e conhecidos de Glikas, passíveis de entenderem a brincadeira e darem risada dela.

Só que algum jornalista (tinha de ser!!!!) viu a gozação de Glikas ao rival. E a história se espalhou. Ganhou chamada de capa nos sites, revoltou a torcida tricolor. Glikas retirou seu comentário do ar e publicou um pedido de desculpas aos torcedores.

Em seu perfil no microblog, agora, diz ele: "Sinceras desculpas à torcida e ao SPFC. No calor do clássico, o torcedor tomou conta do profissional. Não acontecerá de novo".

Em 140 caracteres veio a frase que comprova o quanto o torcedor, hoje, está ligado nas redes sociais, interagindo, interferindo, palpitando, mudando o rumo das coisas. A Locaweb teve de publicamente dizer que não vai retirar o patrocínio ao São Paulo. E que a opinião foi dada por um funcionário, não representando o sentimento da empresa. É a mídia da vez, que reforça o quanto é importante, para as empresas, para o esporte e para as figuras públicas, se policiarem com essa exposição aparentemente inofensiva.

É claro que Glikas não queria ofender o Tricolor, muito menos relacionou seu ato com o patrocínio recém-acertado. Foi a opinião de um torcedor. Como se estivesse na mesa do bar, ou no estádio, ou em frente à televisão.

A força das mídias sociais é tão grande que outra empresa, a Vivo, decidiu basear sua campanha de mídia para a Copa do Mundo nas redes. Comunicação feita por meio de personalidades selecionadas do meio esportivo e também da arte e da cultura. Para a empresa, que patrocina a seleção brasileira, será na mesa-redonda virtual o grande retorno de comunicação desse patrocínio. Blogs, Twitter, Facebook e outras quetais entram no escopo de atuação. Mídia nada convencional, mas que tem como grande diferencial a força de mobilizar as pessoas.

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