Desta vez, concordo com Pelé: Neymar teria lugar na Seleção Brasileira. Ainda que como reserva, fazendo parte do grupo, destinado talvez a ser a surpresa fatal para os inimigos em campos africanos na Copa do Mundo que se aproxima.
Nem sempre - ou quase nunca - as opiniões e previsões de Pelé se confirmam. Embora tenha sido o maior jogador que o mundo já conheceu, como profeta ou comentarista o Rei deixa a desejar, por entusiasmo ou pelo desejo secreto de ver em outro jogador aqueles sinais da genialidade que sempre teve nos gramados da vida.
No caso de Neymar, porém, estou com ele. Embora se saiba que será voto vencido: Dunga voltou a dizer, um dia antes de o Brasil vencer a Irlanda por 2 a 0, em Londres, que o grupo já está fechado, definido. E neste grupo, podem tirar o cavalinho da chuva, como dizia minha santa avó, não teremos Neymar - e muito menos os Ronaldos, Pato ou qualquer outra novidade.
E Luís Fabiano? Ah, claro, este volta. Tem ido muito bem na Seleção, goleador de respeito, e só não jogou contra a Irlanda por estar machucado, sendo mal substituído por Adriano - que também deve ir à Copa, no entanto como reserva.
Aliás, nesse último amistoso do Brasil antes da Copa, na bela e fria Londres, o nome do jogo foi Robinho, autor de um gol e mais um pouco, pois que se marcou o segundo depois de grande triangulação com Kaká e Grafite, ele praticamente também abriu o placar ao centrar a bola que o afobado Andrews jogou para o fundo das redes. Além disso, no segundo tempo, exibindo a antiga alegria, resgatada desde que voltou para o Santos, Robinho caiu mais pela esquerda, ensaiou pedaladas, infernizou os zagueiros das bochechas vermelhas e das cinturas duras.
(Diga-se, porém, a bem da verdade, que Robinho estava impedido no lance em que centrou para o desvio fatal do irlandês).
Se a Irlanda foi presa fácil na segunda etapa, aconteceu ao contrário no primeiro tempo quando levou perigo ao gol brasileiro e, sei não, teve ignorado um pênalti de Juan. A Seleção Brasileira, com todas e válidas desculpas da falta de treinos, estava muito aquém do esperado e tinha em Kaká um astro nada inspirado - e muito longe do ídolo do Milan que fez o Real Madrid gastar aquela fortuna para tê-lo ao lado de Cristiano Ronaldo.
De qualquer maneira, a equipe de Dunga segue vencendo. E entra com moral nesta Copa tão próxima, decidida a apagar o vexame de 2006, na Alemanha.
Mas bem que podia ter essa surpresa, que se dá tão bem com Robinho e atende pelo nome de Neymar. Não podia?
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