Como já previa minha velha bola de cristal, que melhorou da miopia, Ronaldo iria se redimir. Talvez nem precisasse da bola, de cristal, evidentemente: bastava reparar na cara fechada do Fenômeno, no seu jeito de poucos amigos, para saber que ele estava pronto para dar o bote, o troco. Que já não suportava as críticas e o jejum de gols.
Ele não foi nem sombra do Fenômeno de outros tempos diante do Cerro Porteño, na quarta-feira, em Assunção. Bastou uma chance - uma única chance -, depois do escanteio cobrado por Dentinho para Ronaldo deslocar-se, com astúcia, para a esquerda da área, a três metros do gol. E dali, desferiu uma verdadeira bomba, pois o goleiro paraguaio nem sabia onde estava a bola.
Foi um gol de raiva! (E o Corinthians, graças a esse gol, aproxima-se muito da próxima fase da Libertadores). Por falar em raiva, quem não deve estar muito satisfeito é o Flamengo, que também pela Libertadores, foi a Santiago e perdeu: 2 a 1 para a Universidad do Chile.
NO PALMEIRAS, LINCOLN: UM CRAQUE
A vitória foi suada, sofrida, o Palmeiras errou muito nos passes, na saída de bola. E o Paysandu, animado pelo estádio quase cheio, tomou o primeiro gol, empatou, passou a gostar do jogo e apenas sucumbiu no segundo tempo, com o gol de Ewherton.
Dificuldades à parte brilhou o futebol de Lincoln. Joga muito! Há quase um ano sem jogar, de tanto tempo que estava atuando fora do Brasil, pouca gente se lembrava de seu estilo. Pois ele é habilidoso, ótimo driblador e guerreiro, uma surpresa para quem desconfiava de sua contratação.
Meno male, diria minha Tia Dora. Mas a classificação ainda não está consolidada e haverá outro jogo, agora em São Paulo.
A NOVIDADE NO SHOW DO BARÇA
Messi deu show, ao marcar dois gols e fazer jogadas espetaculares. Mas isso não é novidade.
O Barcelona encantou, vencendo o alemão Stuttgart, 4 a 0, com facilidade. Mas isso também não é novidade.
E então, com que diabos, estou a citar uma novidade na classificação do Barcelona para a próxima fase da Liga dos Campeões?
Bem, ela estava no banco de reservas, com a humildade de principiante, fazendo longo aquecimento antes de entrar na partida, por sinal já decidida, pois estava 3 a 0 - fora o baile - para o Barça.
E, no meio do segundo tempo, atendendo a ordem e ao sinal de Guardiola, jovem técnico, mas já super-vitorioso e de muita coragem, lá foi ele, o grande Ibrahimovic, centroavante extraordinário (que não anda em fase das melhores) a cumprir sua missão dentro de campo.
Não havia tempo para grandes façanhas. Houve tempo, porém para algo significativo: Ibra, com seu nome gritado pela torcida catalã, entrou em campo sem cara feia e sem biquinho, nada de se considerar insultado ou vítima de injustiça. E de
quebra, ainda marcou um gol anulado pelo árbitro (discutível impedimento marcado), além de oferecer, com um passe genial, as honras do quarto gol. Os outros foram marcados por Messi, dois, repito, e por Pedro, o substituto de Ibrahimovic.
Creio que, além do futebol maravilhoso do Barcelona, a humildade de Ibra foi um exemplo para alguns de nossos jogadores que reclamam até de sair antes de o jogo acabar. Logo, para mim, a grande novidade do show ficou por conta de Ibrahimovic. O magnífico Ibra.
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