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quinta-feira, 4 de março de 2010

Zago teve a sua noite de Muricy

Nada como um dia atrás do outro com uma noite bem no meio.

Há poucos dias, Antonio Carlos Zago desfilava garbosamente pelo Palestra Itália após enfiar 4 x 1 com o São Caetano no Palmeiras, de Muricy Ramalho.

Foi a pior noite de Muricy como técnico palmeirense e ele caiu no dia seguinte.

Ontem Zago teve uma noite de Muricy. Viu seu time se atrapalhar todo em campo e perder para o Santo André, 3 x 1.

Só hoje, o dia seguinte, será diferente de Muricy.

Hoje Zago não corre o risco de ver Sérgio Soares, o Serjão, técnico do time que o derrotou ontem, assumir seu lugar no Palmeiras.

Mas bem que se lembraram que o Palmeiras não consegue conviver bem com o pessoal do ABC.

O problema do Palmeiras começa no ABC, passa pelo M de Muricy e termina no Z Zago.

O time precisa de um abecedário inteiro para se resolver.

Muricy tinha muitos problemas para armar o time e dizem até problemas de relacionamento, ou falta de, mas ficou provado que não era o único e nem o grande culpado.

O elenco do Palmeiras é fraco. Muricy disse isso quando saiu e Zago também já percebeu.

Mesmo tentando colocar as peças nos devidos lugares, os erros continuam gritantes.

Pior é que os poucos que podem ajudar não estão ajudando.

Cleiton Xavier deixou o campo muito cedo por contusão. O Palmeiras perdeu alguém que podia fazer a bola chegar com qualidade no ataque.

Robert não é nenhuma sumidade como atacante, mas já provou que sabe fazer gols. Ontem fez de novo. Se a bola chegar pode resolver.

Até o grande Marcos falhou. Ele bobeou no segundo gol andreense e numa rebatida que não é do seu feitio jogou a bola nos pés do artilheiro Rodriguinho, que voltaria a marcar no segundo tempo num belo gol de letra.

No intervalo entre sussurros e dizendo que não queria falar mais nada, Marcos soltou uma frase preocupante contra a torcida do Palmeiras que pegava até no seu pé.

“A torcida do Palmeiras pode ficar tranquila porque o sofrimento comigo em campo só vai até o fim do ano”, antecipando o fim da sua carreira.

Não é a primeira vez que Marcos anuncia o fim próximo e depois com a cabeça mais fria repensa a vida e toca em frente.

Pareceu ser mais um desabafo de quem queria dar mais e viu tudo se perder também por um erro seu.

A diretoria do Palmeiras e nem Antonio Carlos Zago levaram ao pé da letra a frase de Marcos.

Todos compreenderam como um desabafo e não como um aviso de fim de carreira.

Mas o fato mais destoante da noite foi Diego Souza.

O jogador provocou sua expulsão no segundo tempo e deixou o time na mão.

Foi vaiado e xingado de tudo o que foi nome pelo revoltado torcedor, aliás poucos que se aventuraram a pagar o ingresso no Palestra Itália.

Diego saiu sem falar com ninguém, não deu explicação e o técnico Zago apressadamente o defendeu dizendo que ele não foi o único culpado pela derrota.

Não foi mesmo. Os outros também foram, inclusive Zago que já começa a ser questionado pela torcida.

Zago, no entanto, admitiu que tinha pedido no intervalo para os jogadores tomarem cuidado para não serem expulsos. O time já perdia e o clima estava quente.

Diego Souza pode ser punido pela diretoria do Palmeiras que quer conversar com ele, mas uma possível multa também passará pelo crivo do treinador.

Eu se fosse a diretoria palmeirense o multaria. Ele não pode se esconder o tempo todo, não assumir o jogo e ainda pedir para ir embora mais cedo.

Com a derrota de ontem, fica difícil a classificação para o G-4.

O negócio seria mesmo pensar no jogo com o Paysandu, dia 17, pela Copa do Brasil, em Belém do Pará.

É um torneio que leva direto à Libertadores do ano que vem e que no frigir dos ovos seria até mais importante que o Paulista.

É o que parece que vai sobrar para o Palmeiras. Ele que aproveite bem. Há tempo ainda para se arrumar.

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