Nada como um dia atrás do outro com uma noite bem no meio.
Há poucos dias, Antonio Carlos Zago desfilava garbosamente pelo Palestra Itália após enfiar 4 x 1 com o São Caetano no Palmeiras, de Muricy Ramalho.
Foi a pior noite de Muricy como técnico palmeirense e ele caiu no dia seguinte.
Ontem Zago teve uma noite de Muricy. Viu seu time se atrapalhar todo em campo e perder para o Santo André, 3 x 1.
Só hoje, o dia seguinte, será diferente de Muricy.
Hoje Zago não corre o risco de ver Sérgio Soares, o Serjão, técnico do time que o derrotou ontem, assumir seu lugar no Palmeiras.
Mas bem que se lembraram que o Palmeiras não consegue conviver bem com o pessoal do ABC.
O problema do Palmeiras começa no ABC, passa pelo M de Muricy e termina no Z Zago.
O time precisa de um abecedário inteiro para se resolver.
Muricy tinha muitos problemas para armar o time e dizem até problemas de relacionamento, ou falta de, mas ficou provado que não era o único e nem o grande culpado.
O elenco do Palmeiras é fraco. Muricy disse isso quando saiu e Zago também já percebeu.
Mesmo tentando colocar as peças nos devidos lugares, os erros continuam gritantes.
Pior é que os poucos que podem ajudar não estão ajudando.
Cleiton Xavier deixou o campo muito cedo por contusão. O Palmeiras perdeu alguém que podia fazer a bola chegar com qualidade no ataque.
Robert não é nenhuma sumidade como atacante, mas já provou que sabe fazer gols. Ontem fez de novo. Se a bola chegar pode resolver.
Até o grande Marcos falhou. Ele bobeou no segundo gol andreense e numa rebatida que não é do seu feitio jogou a bola nos pés do artilheiro Rodriguinho, que voltaria a marcar no segundo tempo num belo gol de letra.
No intervalo entre sussurros e dizendo que não queria falar mais nada, Marcos soltou uma frase preocupante contra a torcida do Palmeiras que pegava até no seu pé.
“A torcida do Palmeiras pode ficar tranquila porque o sofrimento comigo em campo só vai até o fim do ano”, antecipando o fim da sua carreira.
Não é a primeira vez que Marcos anuncia o fim próximo e depois com a cabeça mais fria repensa a vida e toca em frente.
Pareceu ser mais um desabafo de quem queria dar mais e viu tudo se perder também por um erro seu.
A diretoria do Palmeiras e nem Antonio Carlos Zago levaram ao pé da letra a frase de Marcos.
Todos compreenderam como um desabafo e não como um aviso de fim de carreira.
Mas o fato mais destoante da noite foi Diego Souza.
O jogador provocou sua expulsão no segundo tempo e deixou o time na mão.
Foi vaiado e xingado de tudo o que foi nome pelo revoltado torcedor, aliás poucos que se aventuraram a pagar o ingresso no Palestra Itália.
Diego saiu sem falar com ninguém, não deu explicação e o técnico Zago apressadamente o defendeu dizendo que ele não foi o único culpado pela derrota.
Não foi mesmo. Os outros também foram, inclusive Zago que já começa a ser questionado pela torcida.
Zago, no entanto, admitiu que tinha pedido no intervalo para os jogadores tomarem cuidado para não serem expulsos. O time já perdia e o clima estava quente.
Diego Souza pode ser punido pela diretoria do Palmeiras que quer conversar com ele, mas uma possível multa também passará pelo crivo do treinador.
Eu se fosse a diretoria palmeirense o multaria. Ele não pode se esconder o tempo todo, não assumir o jogo e ainda pedir para ir embora mais cedo.
Com a derrota de ontem, fica difícil a classificação para o G-4.
O negócio seria mesmo pensar no jogo com o Paysandu, dia 17, pela Copa do Brasil, em Belém do Pará.
É um torneio que leva direto à Libertadores do ano que vem e que no frigir dos ovos seria até mais importante que o Paulista.
É o que parece que vai sobrar para o Palmeiras. Ele que aproveite bem. Há tempo ainda para se arrumar.
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