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sábado, 27 de março de 2010

O fim de um ciclo no vôlei

Montanaro praticamente conheceu cada metro quadrado do Esporte Clube Banespa. Talvez não tenha entrado nos vestiários femininos de lá, mas provavelmente já esteve em cada canto do local que lhe serviu de base para uma das mais interessantes carreiras do vôlei nacional.

Desde a época em que vôlei era considerado um "sub-esporte", Monta defendeu o vermelho, branco e preto do Banespa. Primeiro como atleta, depois como dirigente. Um dos casos raros do esporte nacional de ex-atleta que vira gestor. E dos bons.

Durante duas décadas Monta dedicou-se ao principal projeto de formação de jogadores de vôlei do Brasil. Foi ele que deu projeção ao clube para funcionários do então banco Banespa. Foi ele que ajudou o Banespa a virar um sinônimo de referência no que diz respeito à formação de atletas. Foi ele que vibrou com um clube que revelou, entre outros, Maurício, Marcelo Negrão, Tande, Escadinha (Serginho), Giovane, Gustavo, Murilo e Ricardinho.

Uma escola que praticamente chegou ao fim nesta semana, com o anúncio da contratação de Montanaro pelo time do Sesi. Monta ainda tenta levantar a grana necessária para manter vivo o projeto do Banespa (que depois virou Santander e que agora é conhecido por Brasil Vôlei Clube). No Sesi, ele será responsável pela implementação das categorias de base do clube. É um alívio. Pelo menos o cara que mais entende disso estará à frente do projeto.

Afinal, para o esporte existir, é primordial que exista o atleta. Mas é difícil vislumbrar a continuidade do antigo Banespa sem a presença de Montanaro. Sinal dos tempos. E um alerta para os clubes de vôlei em geral.

Enquanto todos se basearem a sua existência no aporte de apenas um patrocinador, sem buscar fontes alternativas de receita, o clube vai acabar assim que mudar o pensamento de quem patrocina. Foi assim com o Banespa e com muitas outras bonitas histórias que construíram o vôlei brasileiro.

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