Tempo Real

sábado, 30 de janeiro de 2010

O Corinthians vai quebrar o tabu?

Sem o charme de outras épocas, quando o Campeonato Paulista era o mais importante dos torneios, mas sempre um grande clássico, o Corinthians enfrenta o Palmeiras neste domingo, no romântico Pacaembu. Sem Ronaldo Fenômeno, pena, na verdade o Corinthians terá pela frente mais do que o velho rival, pois ficará cara a cara com um tabu que já começa a incomodar: são, arredondando as contas, quatro anos sem vencer ou 7 jogos, com cinco vitórias do Palmeiras e dois empates.

Ao longo da História, dos 332 jogos disputados, uma curiosidade: no total, o Palmeiras leva vantagem (120 vitórias contra 113 do Corinthians, com 99 empates), mas em se tratando de Campeonato Paulista, especificamente, os corintianos venceram mais, 71 vitórias contra 69 dos rivais, com 56 empates. Jogo duro!

Ninguém quer ser chamado de freguês, o que vem acontecendo agora, segundo as línguas palestrinas. Ao contrário de uma certa época, nos anos 50, quando em jogos pelo Campeonato Paulista, o Corinthians ficou sete anos sem perder para o Palmeiras (de 1951 a 1958), o que na ocasião - quando o Derby tinha o poder de agitar a cidade e até dividia o histórico Brás das ruas Carneiro Leão (dos corintianos) e Caetano Pinto (dos palestrinos), em dois mundos diferentes - ah, isso era motivo de gozação.

Anos depois, o metrô passou por cima das duas ruas. E a rivalidade, sadia até, mais parecia um retrato na parede.

FLA-FLU E GRE-NAL

Emoção também é o que não vai faltar no Rio e em Porto Alegre. Adriano, Love e Petkovic formarão o trio atacante do Flamengo, diante de um Fluminense revigorado pelo não rebaixamento, que talvez tenha o goleador Fred e, com certeza, o craque Conca. O Fla-Flu é sempre uma festa.

Só que, em Porto Alegre, um Gre-Nal mais parece guerra do que festa. Curioso, nunca vi Grêmio e Inter se enfrentarem no local, sabendo mais pelo noticiário e por acompanhar pela tevê. Ainda quero ver, pois quem já assistiu garante que se trata da maior rivalidade do País.

E será parada dura, pois se o Grêmio montou time forte, o Inter ainda lhe é um pouco superior, apesar do desfalque de D’Alessandro. O que, em jogos assim, não garante nada.

Escrito por Roberto Avallone

O grande negócio da Batavo

Em 2009, a maior exposição do futebol brasileiro esteve com o Corinthians. Desde a contratação de Ronaldo até a conquista da Copa do Brasil, o canhão da mídia ficou voltado para o Timão. E, com isso, quem se deu muito bem nessa exposição toda da mídia foi a Batavo. No final das contas, os R$ 18 milhões investidos para estampar a marca na camisa corintiana foram bem retornados.

Agora, porém, a Batavo deixou o Corinthians.

Justamente no ano do centenário e da tão sonhada disputa do título da Copa Santander Libertadores. E, por mais estranho que possa parecer, a Batavo aparentemente parece ter feito um grande negócio.

Porque a saída do Corinthians não significou a saída do futebol. Pelo contrário. A marca está mantida no clube que disputa ao lado do Timão a exposição da mídia. No Flamengo, a Batavo terá uma abrangência tão grande ou até maior do que a que teve no ano passado. E isso se justifica. Nas transmissões da TV, sempre é dada preferência ao Flamengo, que tem a torcida mais "espalhada" pelo país. Sendo assim, a marca continuará a estar viva na mente das pessoas. Além disso, o uniforme rubro-negro não será uma "salada" de marcas, preservando e aumentando o reconhecimento da Batavo.

Por fim, e talvez o mais curioso nessa história toda, é o ambiente de um clube e de outro. O Flamengo não terá um ano tão desgastante pela frente. A pressão que se coloca sobre um título da Libertadores para o Corinthians é absurda. E isso pode, na ponta final do negócio, interferir até mesmo na relação do torcedor com os patrocinadores do clube.

Isso sem falar na questão financeira. Em vez de R$ 38 milhões para o Timão, a Batavo faz um investimento R$ 13 milhões mais "barato". De fato, não tem do que se arrepender...

Unimed e Palmeiras se acertam. E o futebol perde

Temos discutido muito por aqui, criando algumas rusgas entre os mais apaixonados, valores e resultados sobre os patrocínios no futebol brasileiro. Nesta sexta-feira, o Palmeiras confirmou um patrocínio com a Unimed para o uniforme de Muricy Ramalho (veja a matéria da Máquina do Esporte clicando aqui). Sim, a mesma Unimed que chegou a ser anunciada para o calção alviverde em 2009, mas cujo negócio não foi concluído porque o contrato do patrocínio principal com a Samsung, como revelado neste blog, não permitia o acréscimo de nenhuma marca no uniforme palmeirense.

O curioso é que o namoro entre Palmeiras e Unimed continuou até chegar a esse desfecho. Patrocínio no uniforme do treinador, uma brecha dentro do acordo que existia com a Samsung (que paga R$ 15 milhões ao ano pela exclusividade no uniforme do time, um valor excelente para o Palmeiras quando da sua assinatura, no início de 2009). E o que há de diferente nisso?

Absolutamente nada. No máximo, a certeza de que mais uma propriedade está prontinha para ser explorada pelos clubes, revelando não uma virtude, mas uma fraqueza da gestão do marketing no futebol brasileiro de hoje. No final das contas, o acerto entre os dois é uma perda para o futebol brasileiro.

Mais uma vez um clube só soube vender exposição de marca para um patrocinador. Poderia ser Palmeiras, XV de Piracicaba ou o Íbis. O nome do time é o de menos. O buraco é mais embaixo.

Desde que o Corinthians anunciou a contratação de Ronaldo, começou a lotear seu uniforme e conseguiu, com isso, aumentar os valores recebidos pelo patrocínio, que o mercado entrou numa espécie de exuberância pelo patrocínio no futebol. Só que esse patrocínio é visto, apenas, como uma exposição de marca na camisa. Nada além disso. O que joga lá para baixo o verdadeiro motivo que levaria uma empresa a investir no esporte.

Altos índices de audiência, grande exposição em toda a mídia, repercussão nacional quando da assinatura de um contrato. Tudo isso, sem dúvida, justifica muitas vezes uma empresa decidir aportar alguns milhões de reais no futebol. No Brasil, em que temos uma situação quase que única na TV aberta mundial (alta audiência concentrada numa única emissora, que detém os direitos de transmissão dos principais campeonatos do país), isso é um prato feito para que a camisa de um clube se transforme numa segura fonte de investimento, mesmo com valores na casa das duas dezenas de milhões ao ano!

Estar com a marca na camisa de um clube significa, pelo menos, 90 minutos de exposição durante as partidas, sem falar nas imagens de treinos, entrevistas e toda a overdose de cobertura do futebol na mídia brasileira. Sendo assim, investir na camisa de um clube é uma alternativa para a empresa que não quer comprar intervalos comerciais nos principais programas da Globo. Para quê anunciar no Jornal Nacional durante 30 segundos se, duas horas depois, ficarei com a minha marca estampada na cara de todo mundo por 90 minutos?

Essa é a lógica que permeia muitas das decisões de patrocínio no país.

Só que apostar nisso, que é o que os clubes de futebol no Brasil têm feito hoje (desde os queridinhos da mídia Corinthians e Flamengo até equipes em divisões inferiores), é subestimar demais a força que o futebol tem como produto. E pode-se dizer, ainda, que é também a alternativa mais simples de gerar receita para o clube sem grandes esforços, sem precisar lançar mão de um departamento de marketing de fato, que seja atuante, que conheça o clube e, mais ainda, o seu torcedor.

Não seria mais interessante para a Unimed e para o Palmeiras, em vez de fazer um acordo para estampar a marca no uniforme do Muricy, trabalhar um projeto que não envolva a exposição do logotipo da empresa? Já que se trata de uma companhia de seguros, por que não criar um plano exclusivo para o torcedor palmeirense, em que parte da receita obtida com o plano vá diretamente para os cofres do clube? Ou, então, porque não mudar o modelo e fazer a empresa pagar um valor anual ao clube e, em troca, tem o direito de contar com os jogadores em convenções da Unimed? Ter uma palestra sobre trabalho em equipe com o mesmo Muricy?

Tudo isso é possível de se fazer. Vai gerar receita ao clube, talvez mais ou menos do que os R$ 1,5 milhão que será pago - e do qual metade para o treinador. Sim, é isso mesmo. Mais ou menos. Não dá para se saber ao certo. E por que isso?

Exatamente porque os clubes, com raríssimas exceções, não trabalham o conceito básico de gestão de uma empresa, que é conhecer o máximo possível o seu cliente. No Brasil, ainda discute-se qual a maior torcida, mas não quem é o torcedor de cada clube. Essa é a chave para a resposta de quem pode, de fato, ganhar mais dinheiro com patrocínios e ações com empresas.

Dá muito mais trabalho ter dentro do clube um departamento de marketing que se esforce em saber quem é o torcedor, quais são os seus hábitos de ida ao estádio, de compra de produto oficial, de assinatura do pay-per-view do campeonato, etc. É muito mais fácil lotear a camisa e oferecer apenas exposição em mídia para uma empresa interessada em aparecer na TV.

Mas será que tudo isso traz retorno para o clube e para a empresa? A Hypermarcas tem um propósito interessante no Corinthians. Aparecer o maior número possível de vezes e como uma empresa que faz juz ao seu nome, com várias marcas. Para isso, o loteamento que se transformou o uniforme do Timão atende ao propósito. Mas diversas empresas "sofrem" com essa febre de exposição na qual se transformou o patrocínio no futebol brasileiro.

Com tanta marca na camisa, quem se lembra qual foi o último patrocinador do seu clube? Até hoje, as pesquisas indicam que as grandes lembranças de marcas ligadas ao futebol são aquelas mais duradouras. Parmalat, Petrobras, Kalunga, Unimed e LG sempre lideram o ranking de marcas mais lembradas no patrocínio esportivo. Em comum, o fato de que elas foram empresas que perduraram na camisa de clubes com grande exposição na mídia por pelo menos sete anos.

Só que, já desde os anos 90, pouco se faz no país para dar ao patrocinador mais do que essa exposição.

Durante 25 anos Flamengo e Petrobras estiveram juntos. Com tantos anos de parceria, nunca foi lançado um simples cartão de fidelidade para o torcedor abastecer nos postos da empresa. Ambos poderiam ganhar com isso. A cada real gasto num posto BR com o cartão do clube, cinco centavos seriam destinados para o Flamengo.

Falando assim, parece simples de se fazer. Mas para montar um projeto desse, é preciso um departamento de marketing que não se resuma a um gerente e dois estagiários, como acontece na maioria dos clubes (entre aqueles que tem um departamento de marketing).

Muitas vezes a imprensa adora dizer que o Barcelona se dá ao luxo de não ter patrocinador e bancar todo aquele clube maravilhoso e vencedor com o dinheiro dos seus sócios. Mentira. O Barcelona tem mais de 50 patrocinadores, que bancam as contas do clube. São empresas que têm diversos outros benefícios não ligados à exposição da marca. Só que são mais de 50 pessoas hoje trabalhando no departamento de marketing do clube para buscar essa receita, inclusive com um responsável para olhar apenas o mercado brasileiro!

Enquanto isso, por aqui, os clubes ainda acham que investir em marketing é perda de tempo. Mas acreditam que pagar R$ 20 mil por mês a um lateral-direito reserva é um bom negócio... Com esse dinheiro, hoje, seria possível montar o maior departamento de marketing de um clube de futebol no Brasil. E isso, sem dúvida, poderia trazer ainda mais receita para o clube. Mas, para isso, tem de ter trabalho. Jargão, inclusive, que é exaustivamente repetido no meio do futebol.

Por Erich Beting

Copa 2014: fiscalizar é preciso?

A determinação do Ministério Público Federal para que as Procuradorias da República fiscalizem os gastos com obras da Copa do Mundo de 2014 começa a sair do papel.

Desde o início de janeiro estão sendo instaladas comissões específicas de procuradores nas 12 capitais que receberão jogos pelo Mundial de Futebol.

Objetivo: “apurar a legalidade e a legitimidade das condutas dos gestores municipal e estadual e dos demais envolvidos na aplicação dos recursos públicos federais”.

E ainda há o TCU e a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados para garantir a tal "transparência".

Em resumo

Sobram órgãos e instrumentos para exigir o bom uso do dinheiro público.

Apesar, claro, do apelo do Presidente Lula para que a fiscalização “não seja tão rigorosa”, a fim de os cronogramas das obras não atrasarem.

Porém, que ninguém se iluda, pois a legislação permite uma série de recursos que protela a punição dos culpados, quando constatadas irregularidades.

Lembram do exemplo do Pan 2007? Pois é...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O pepino de R$ 100 milhões

Em 2003, quando Marcelo Portugal Gouvêa assumiu a presidência do São Paulo, causou polêmica com o lateral-direito Gabriel, que havia acabado de renovar contrato com a gestão anterior. Na época, Gouvêa disse que tinha no clube um "pepino de R$ 80 mil", referindo-se ao custo mensal de Gabriel, filho do ex-jogador Wladimir e que não vinha bem no clube.

Hoje, acredito que essa seja a sensação da diretoria do Manchester City. Não por falta de aviso, é verdade, mas ela tem em mãos um problema bem maior do que aquele vivido pelo São Paulo no começo da década. Um "pepino" de R$ 100 milhões, valor pago no ano passado pelo clube inglês para contar com os dribles de Robinho, então atacante do Real Madrid.

Sim, o mesmo Robinho que forçou a saída do Santos, em 2005, para a Espanha. E que depois forçou a saída de Madri para Manchester. E que, agora, força de novo a sua saída. Da Inglaterra para... o Santos!!!!! É, realmente, o mundo dá suas voltas.

E, pelo visto, Robinho tenta voltar ao ponto de partida de sua brilhante carreira para, quem sabe, retomar o sucesso esportivo que o fez ser apontado como possível "melhor do mundo" até desembarcar em terras espanholas.

Só que, pela terceira vez na carreira, Robinho decide romper com o clube em que está (e com o qual tem um contrato em vigência) para tentar assinar com um outro que, lhe parece, será melhor (seja do ponto de vista financeiro, como foi antes, seja do ponto de vista profissional, como é agora). Robinho que abriu mão de jogar num dos times mais famosos e respeitados do mundo pelo simples fato de não aceitar o banco de reservas daquele que, de fato, foi o melhor do mundo em 2008, o português Cristiano Ronaldo. Banco de reservas que já teve Beckham, Ronaldo, Raúl e outros tais que passaram pelo estrelado time de Madri. Robinho que preferiu ganhar mais no inexpressivo Manchester City do que ser um dos caras de confiança de Luiz Felipe Scolari no poderoso Chelsea, sempre nas cabeças das finais da Liga dos Campeões da Europa.

Na Alemanha, o francês Ribery tentou fazer a mesma estratégia de Robinho para deixar o Bayern de Munique e defender o Real Madrid. Ouviu um sonoro "não" da diretoria do Bayern e, mais do que isso, recebeu uma lição de moral de que, tendo contrato, ele era obrigado a entrar em campo e defender decentemente o clube que lhe paga salários milionários. É o que deveria ser feito agora em Manchester. É um pepinaço de R$ 100 milhões para se resolver.

Apostar na volta de Robinho ao Brasil para brilhar e chegar bem à Copa do Mundo parece, sob o ponto de vista da gestão do clube, o melhor dos mundos. Porque, caso Robinho de fato recupere um bom futebol e faça um bom Mundial, o Manchester tem dois caminhos a trilhar. Voltar a apostar na qualidade esportiva do atacante ou arrumar um outro clube para tentar recuperar o astronômico investimento feito em sua badalada contratação. Só que, mais uma vez, passará a mão na cabeça do jogador e fará a sua vontade.

É, mais ou menos, o que o Palmeiras aceitou com Vágner Love, o Santos com Rodrigo Souto, e tantos outros casos por aí.

Planejamento da carreira esportiva de atleta é uma necessidade no futebol brasileiro hoje. A cada transferência de Robinho, marcada sempre por polêmicas e longas discussões, isso fica ainda mais evidente. O que seria de Robinho se ele fosse o camisa 7 do Bayern de Munique?

Por Erich Beting

Lances do Mercado da Bola

1. Tem gente apostando que até o próximo final de semana, Hernanes já não será mais jogador do São Paulo. Já se sabe de três propostas enviadas ao tricolor e comenta-se um suposto duelo milanês, Milan e Inter, pelo hábil volante que, convenhamos, já viveu momentos melhores. Tenho a impressão que Hernanes se daria melhor no Milan, pois o técnico da Inter, o português José Mourinho (a quem considero o melhor do mundo, na atualidade), já disse que prefere Velloso, seu conterrâneo do Sporting.

2. Bela tacada a do Inter de Porto Alegre ao contratar Kleber Pereira, que cansou de fazer gols jogando pelo Santos. Curioso, de uns tempos para cá, Pereira tornou-se polêmico, com o prestígio abalado e ao carregar a fama de desperdiçar muitas oportunidades de gol. Ora, se marcasse sempre, não seria Kleber mas, talvez, Pelé Pereira. Dentro do que o mercado oferece, creio que o Inter acertou, pois, aos 34 anos, Kleber ainda tem muito o que fazer. E vejam que o Inter Inter já tinha Alecsandro, bom cabeceador, e a revelação de nome Walter, um centroavante que ainda vai dar muito o que falar.

3. Bem que a presidente do Flamengo, Patricia Amorim, ainda tenta. Só que, de acordo com o depoimento de seu filho, Zico não aceitará ser o diretor-executivo do clube que o consagrou e foi, também, por ele consagrado. Pena Galinho, pena, pois Zico e Flamengo, na cabeça do torcedor, são sinônimos. Deveriam andar, lado a lado, para sempre.

4. O DIA D DO PALMEIRAS: já disse que será nesta quinta-feira o dia final da aprovação - ou não - das contas da gestão Beluzzo. Tenho, porém, uma novidade: além da análise do Conselho Deliberativo, já aconteceu uma outra, na última terça-feira, no COF (Conselho de Orientação e Fiscalização). O resultado? Num placar apertado, 9 a 7. Belluzzo teve as contas aprovadas, o que, até segundo a avaliação de oposicionistas, é meio caminho andado...

Resta saber se depois disso, na verdade, o Palmeiras vai ao ataque no Mercado da Bola.

Andrés Sanchez: "Se compro Robinho, seria preso"

Ao responder a pergunta sobre o possível interesse do Corinthians por Robinho, o dirigente reagiu com ironia e lembrou de um antigo parceiro do timão.

Kia Joorabchiam teve participação na ida do atacante brasileiro do Real Madrid para o Manchester City, em 2008.

Bem antes, o iraniano foi o presidente da MSI, na parceria mais polêmica do futebol brasileiro, que virou caso de polícia, foi levada aos tribunais e ajudou a derrubar Alberto Dualibi do poder.

Kia, hoje, é um dos mais poderosos empresários do futebol. Na hora de fechar negócios, quase todos os clubes ingleses o consultam. E muitos outros clubes do planeta também. Ele cuida da carreira, por exemplo, dos argentinos Mascherano e Carlitos Tevez.

“Se compro o Robinho, sou preso. Logo irão dizer que tenho esquema com ele”, esbravejou Andrés.

O presidente corintiano não acredita que Kia Joorabchiam tenha participado da transferência do atacante para o Santos.

Andrés, ao contrário de uma maioria, pensa que o iraniano é honesto e tem escrúpulos, diferente do conceito deixado aqui no Brasil após o imbróglio corinthians-MSI.

Ao mesmo tempo, ele reconhece que associar o nome do corinthians ao do ex-presidente da MSI provocaria uma reação muito negativa no mercado e poderia trazer problemas para o clube do pq. São Jorge.

Por Leandro Quesada

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Haiti e os marqueteiros

A justa comoção que a penúria sobre o Haiti causou no mundo inteiro mobilizou, nos últimos dias, o esporte como um todo. Diversas partidas e ações para arrecadar fundos e com isso tentar ajudar a devastada Porto Príncipe passaram a ser meio que uma obrigação de uns tempos para cá. E, em muitos casos, o que se ouve de um lado e de outro é que nada passa de "marketing", de tentativa de aproveitar a onda e ser solidário diante de uma catástrofe como a do terremoto que acabou com o Haiti.

Mas, afinal, o que há de errado com o marketing? O que há de errado em ser marqueteiro?

O esporte, como muitos poucos meios, fez com que o marketing fosse visto como algo pavoroso, que devesse ser deixado de lado e riscado do mapa. Nesse sentido, marketing é uma espécie de feitiçaria, de algo que serve para iludir as pessoas e não entregar aquilo que se espera, ou que se vendeu. É uma espécie de político em campanha, que promete o que não pode cumprir.

Só que fazer marketing não é isso. Temos visto, no caso do Haiti, muitas ações legais, que de fato podem levar algo de útil para uma população que já era carente e agora está abandonada. A doação de parte da renda de jogos do Palmeiras para ajudar o país da América Central foi um exemplo. Agora, a parceria da Batavo com o Corinthians de doar um litro de leite para cada torcedor que for ao estádio nos jogos do Timão. Isso sem falar em diversas ações para reunir personalidades do esporte e mostrar que todos se preocupam com o próximo.

Sim, isso tudo é marketing. E dos bons. É usar a força que o esporte tem para convencer as pessoas em benefício do próximo.

O problema é precisarmos de uma tragédia mundial para levantar esse sentimento nas pessoas. Como já foi abordado aqui diversas vezes, o esporte tem a chance de mobilizar as pessoas num grau de comprometimento dificilmente alcançado.

Imagine começar a usar a força dos clubes, das torcidas e dos atletas para aumentar as doações de sangue, de órgãos, incrementar os projetos sociais...

É tudo uma questão de marketing. No melhor significado da palavra.

UMA COPA DO BRASIL MUITO QUENTE

Dizem que a Copa do Brasil é o caminho mais curto para a Libertadores. Em termos. Neste ano, por exemplo, pode ser até o mais complicado, tantos são os candidatos em potencial ao título. Para não ir muito longe, tirando os paulistas (entre eles, o Santos com Robinho), pinço um Vasco da Gama redivivo aqui, tendo em Dodô com seus gols espetaculares a marca da ambição, assim como Fluminense , perigoso, a esmiuçar o seu elenco, tendo até substituto de Fred.

E assim é por todo o Brasil, desde Luxemburgo dirigindo o Atlético Mineiro até, principalmente, sempre forte o Grêmio, o gaúcho que não suporta ser coadjuvante do Inter. Hoje, por exemplo, chegou Douglas, ex-Corintians, para se juntar aos ex-tricolores paulistas - Souza, Borges, Hugo e Leandro - com a sorte de recuperar o ótimo Jonas o seu belo futebol.

As coisas mudam muito, rapidamente, mas se o torneio começasse hoje, eu ousaria dizer que o Grêmio é o favorito para percorrer esse caminho mais curto - levando, nas costas, o título da Copa do Brasil

Palmeiras: Quinta é o Dia D

Vou passar a bola como recebi, de primeira, sem mesmo matá-la (checar) no peito: segundo teria confidenciado a um amigo, no domingo à noite, o presidente do Palmeiras, Luís Gonzaga de Melo Beluzzo, será outro a partir desta quinta-feira. Como e por que?

Bem, segundo a minha fonte, confiável, terminará na quinta-feira a expectativa de serem ou não aprovadas as contas da gestão Beluzzo que, colocadas em dúvida num primeiro momento, ficaram para ser rediscutidas no fim deste janeiro. E daí? Bem, e daí que, se reprovadas as contas, correria Beluzzo o risco até de pedido de impeachment (o que seria, na minha opinião, mais um lamentável tiro no pé), insaciáveis que parecem ser certos homens da oposição. Mesmo que nem chegasse a tal ponto, a rejeição das contas implicaria em falta de crédito, desconfiança e coisa e tal. Para que o caos não aconteça, teria Beluzzo sido obrigado a alguns conchavos políticos, deixando de lado até o seu lado torcedor. Como torcedor, ele quer, é claro, bons reforços.

E num arroubo, desde que livre da burocracia e das amarras política, Beluzzo teria prometido ir atrás novamente dos dois principais sonhos da torcida: Kleber e Valdívia, que, por sinal, fizeram parte do Palmeiras campeão paulista de 2008. Tarefa nada fácil, pois o Cruzeiro conta com Kleber para esta Libertadores ; Valdívia, ganha verdadeira fortuna nos Emirados Árabes, onde foi eleito o melhor jogador da temporada.

Sabe-se, no entanto, que ambos, Kleber e Valdívia, gostariam de voltar. O que já é um trunfo.

City terá prioridade na compra de Neymar e PH Ganso

O Santos quer usar as duas jovens revelações como mais um trunfo na transação para repatriar Robinho.

O Manchester City teria assim a preferência na hora em que o clube da Vila decidir negociá-los. Neymar e Paulo Henrique Ganso são apostas financeiras do clube da vila belmiro para rechear os cofres em um futuro próximo.

Na estratégia adotada, o presidente Luis Álvaro pretende convencer os dirigentes do clube da Inglaterra que o Santos também tem algo a oferecer. Uma espécie de reconhecimento aos ingleses, decididos a pagar mais da metade dos salários de Robinho, caso o negócio seja concretizado.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Alex Silva no São Paulo! Robinho no Santos?

Implacável conquistador de talentos, o São Paulo já garantiu a volta de Alex Silva, o Pirulito, pelo menos por um ano e meio. Com ele, o técnico Ricardo Gomes já disse que vai repensar o esquema tático voltando, como num passe de mágica, 'a la Spielberg', ao passado glorioso de três zagueiros. Mas que zagueiros! Com André Dias, Miranda e Alex Silva, até o 3-5-2, detestado por alguns, pode funcionar, pois o esquema ideal é aquele que corresponde às características de seus jogadores.

Enquanto isso, quietinho, quietinho, o Santos reduz os salários dos que não produzem mas se arma - com astúcia e ousadia - para tentar consumar o que parecia impossível: repatriar Robinho, sonho que já não é impossível, pois jornais ingleses dão como certa a saída do craque e, segundo as últimas notícias, representantes do Santos já estão em Manchester, à espera do "sim".

Dois belos gols no Mercado do Futebol, um do insaciável São Paulo e o outro, este de placa, do Santos - caso consiga mesmo Robinho, emblemático vencedor na Vila e dono das inesquecíveis pedaladas em decisão de Campeonato Brasileiro.

E POR FALAR EM TRICOLOR E PEIXE...

Ah, por falar neles, ainda de quebra, farão a final da Copinha de Futebol Junior, na manhã desta segunda-feira, no Pacaembu: São Paulo e Santos desfilarão seus jovens talentos, numa final que se espera empolgante. O tricolor vem sendo o time mais regular do torneio vencendo, até agora, a todos os seus oponentes, enquanto o Santos melhorou muito desde a chegada de Alan Patrick (que estava na Seleção), seu talento maior.

Aliás já foi empolgante a decisão da última vaga para a final, empate de 3 a 3 entre Santos e Palmeiras. Na decisão por pênaltis deram-se melhor os santistas, cabendo, por ironia a Ramos, o seu craque no torneio, desperdiçar o pênalti fatal para os sonhos palestrinos delevantar a Taça pela primeira vez na História.

O negocião que é a Copinha

Futebol é negócio. E dos bons! A expressão está cada vez mais popularizada, e tem começado a fazer parte do cotidiano da bola no Brasil. Mas talvez não tenha um torneio que mais expresse esse conceito do que a Copa São Paulo de Juniores, que se encerra nesta segunda-feira, dia 25 de janeiro.

Essa é a única tradição mantida pela Copinha no século 21. A decisão do campeonato continua a ser no dia do aniversário da cidade de São Paulo. Tirando isso, a competição é a essência do “negocião” em que se transformou o futebol no Brasil.

Segunda-feira, 10h da manhã, transmissão pela TV aberta, clássico decisivo inédito entre Santos e São Paulo. Até chegar a essa final, outros 90 clubes ficaram pelo caminho, numa maratona de jogos que começou no segundo dia do mês. E para por aí o interesse da mídia na Copinha.

Se, anteriormente, o foco de cobertura da imprensa era quase todo para a Copa, única competição do mês de janeiro no país, agora a mídia já dividiu suas atenções entre contratações, novos patrocinadores, reapresentações, pré-temporadas e velhas novelas de transferências. Se fosse só isso, tudo bem, até que ainda haveria espaço para a Copinha.

Mas, já há uma semana, o noticiário esportivo é ocupado pelas rodadas dos campeonatos estaduais dos times profissionais. Desde que o Brasileirão por pontos corridos foi instaurado, com mais 23 absurdas datas para os Estaduais, que o calendário do futebol nacional foi espremido. Para dar conta de tanta data, só terminando no início de dezembro o Nacional para, já na metade de janeiro, começar os Estaduais.

Foi a partir daí que teve início, na Copinha, o processo de transformação do campeonato numa imensa e interessante vitrine para a atuação de clubes e empresários do futebol. O maior negocião da bola, em que as maiores quantias e maiores rentabilidades de grana estão envolvidas.

A mídia não ter interesse na competição é um prato cheio para tirar o torcedor do estádio e levar o empresário para as pelejas, o olheiro, aquele cara que vai ficar ali, vendo mais de mil jogadores em ação para então começar a delinear um projeto para as suas carreiras.

A Copinha é hoje uma espécie de megaloja do futebol brasileiro. E o desinteresse da mídia pelo campeonato é a melhor mostra dessa mudança de comportamento.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Quem mais quer Robinho? Já Ronaldinho...

Virou moda, quase desespero, as vésperas da Copa: quem estiver encostado ou apagado em seu clube europeu, que tal vir passar um tempinho num clube brasileiro para aumentar a chance de ser observado por Dunga?

Este já foi o caso de Ronaldinho Gaúcho, agora não mais. Ele recuperou o ânimo, reencontrou-se com a magia e, como fazia nos tempos do Barcelona, dribla os zagueiros sorrindo, como se não fosse nada e ainda olha para um lado e joga a bola para o outro. Enfim, voltou a se divertir.

E neste final de semana seria bom estar em Milão e acompanhar o duelo da cidade, Inter e Milan, líder e vice do Campeonato Italiano, clássico que está a mexer com os nervos dos tiffosi e poderá ser decisivo nesta luta pelo título, tendo ainda, de quebra, o braço-de-ferro entre os técnicos Mourinho, português, e o nosso Leonardo. Leio o que disse Moratti, presidente-executivo da Inter que o “o grande temor é a grande fase de Ronaldinho”. Ingressos já esgotados, há dias, dá tempo, ainda, para quem garantiu o seu, de dar uma passadinha na Galeria D’Uomo, e ver de perto as novidades da moda. Nada mau.

Num contraste com o fervor de Milão, um outro italiano, Mancini, agora técnico do Manchester City, não anda vendo com bons olhos o brasileiro Robinho, que ainda não fez nenhum gol no Campeonato Inglês e amarga o banco de reservas. Na gangorra do futebol, Robinho trocou de posição com Ronaldinho, estando prestes a ficar em plano secundário na preferência do técnico Dunga.

E aí surgem as notícias: Robinho gostaria de voltar para o Santos, contando até com a ajuda de um deputado, seu amigo, embora tenham me contado que o São Paulo, na manha, também estaria no páreo. Afinal, contar com Robinho para a Libertadores (no caso do tricolor) não seria má idéia. Quanto ao Santos, ainda que por pouco tempo, significaria o reencontro com os tempos de glória,

Creio que estaremos diante de uma longa novela. Esperemos pelos próximos capítulos.

Destaque da nova safra, Dorival Jr. se vê como "boleiro" e descarta papel de "manager"

Treinador diz que já começou a se preparar para o cargo nos últimos seis ou sete anos da carreira como jogador, inspirado em Leão, Luxemburgo, Muricy e outros nomes

Expoente da nova safra de técnicos brasileiros, Dorival Júnior não esconde de onde vêm suas inspirações: Vanderlei Luxemburgo, Emerson Leão, Muricy Ramalho e Luis Carlos Ferreira, com quem trabalhou quando ainda jogava no Figueirense e que o motivou para virar treinador.
Mas, diferente de alguns dos “mestres”, o comandante santista jura não querer “superpoderes”. Definir sozinho as contratações e dispensas de jogadores, exigir comissão técnica própria, dar a palavra final até na escolha da grama e dos aparelhos de ginástica? Nada disso. Os caprichos que, por exemplo, Luxemburgo já teve na Vila Belmiro são dispensados. “O meu trabalho se restringe ao campo e vou me dedicar para isso”, afirma.
Um exemplo desse comportamento está na principal contratação do Peixe para a temporada. A volta de Giovanni, 37 anos, foi definida pelo presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro e pelo gerente de futebol Paulo Jamelli. “Depois de ele ser contratado, um dia, o Jamelli me colocou a situação. Num primeiro instante, eu fiquei preocupado, até porque eu não sabia como o Giovanni estava. Temi pela contratação”, admite.
Hoje, Dorival Júnior diz ter perdido o receio em relação ao meia-atacante. Segundo ele, os dados físicos e uma conversa com o jogador foram suficientes para acreditar que o retorno do ídolo dos anos 90 pode dar certo. Simples assim, como esse paulista de Araraquara, de fala mansa e pausada. Em mais de vinte minutos de conversa com a reportagem do iG, o tom de voz é sempre o mesmo. Seja para falar sobre o esquema tático preferido ou da solitária vida de técnico. “Não é fácil não. No final, a gente fica muito sozinho. Você se retrai, fica isolado, porque tem muito burburinho”, revela, ao melhor estilo Muricy Ramalho, na seguinte entrevista.

Muitos técnicos gostam de gerenciar áreas do clube que vão além do trabalho de treinador de campo. Você quer atuar dessa maneira também?
Eu não tenho esse objetivo. Eu entendo esse comportamento, acho até interessante. Mas hoje eu não quero. Pode um dia vir a acontecer na minha carreira. E também não vejo os clubes preparados para isso. Acho até que o Vanderlei Luxemburgo está sendo um inovador nessa questão. Todo mundo que começa algo... isso acaba criando fatos positivos e negativos. Entendo isso e respeito muito. Daqui a um tempo isso pode virar regra, mas antes quero me preparar para executar uma função como essa. Hoje o meu trabalho se restringe ao campo e vou me dedicar para isso.

Você chegou a ser consultado sobre a contratação do Giovanni?
Quando acertei a minha vinda isso ainda não tinha sido conversado. Depois, o Paulo Jamelli (gerente de futebol) me colocou a situação. Num primeiro instante, eu fiquei preocupado, até porque eu não sabia como o Giovanni estava. Temi pela contratação. Acho que ele não poderia se expor caso não sentisse que estivesse bem. Até por tudo aquilo que ele representa no clube. Me preocupei nesse sentido. Depois, o Jamelli me deu mais dados e, por último, conversei com o próprio jogador. Fiquei mais tranqüilo. Quando conversei com o Giovanni, senti que ele estava disposto, realmente consciente do que estava fazendo. A partir daí, não vi problema nenhum. Até porque é o resgate de um grande ídolo do clube. E eu não poderia jamais tolher uma possibilidade como essa.
Mas você ficou preocupado com a questão física? E que isso poderia influenciar até o esquema ou a formação do time?
Tive essa preocupação. Acho que nós teremos que ter paciência com ele. Não adianta o torcedor achar que ele já está preparado, que ele vai ser o que um dia já foi. Não, nós não podemos jogar uma responsabilidade desnecessária e acima do que hoje ele pode atender. Nós temos que ter a consciência de que ele terá alguns momentos brilhantes, mas não serão, é claro, tão constantes como em outros momentos. Teremos que saber usá-lo no momento certo.
Você ganhou os estaduais de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará. É só o Paulista que está faltando?
É verdade, mas aquele vice de 2007 (com o São Caetano), para mim, foi mais importante do que os outros títulos. Nós montamos uma equipe em três meses, tiramos o São Paulo, que foi campeão brasileiro no mesmo ano, e chegamos à final. Aquilo foi muito importante.
O Mano Menezes e o Ricardo Gomes já anunciaram que, pela Libertadores, vão poupar jogadores no Campeonato Paulista. Você pretende fazer o mesmo, priorizando a Copa do Brasil?
Não, não vou priorizar. Vamos brigar forte nas duas competições. Sei que ainda estamos aquém do que precisamos. Isso tem que ficar claro para o torcedor. E vamos trabalhar para equilibrar essa equipe.
Você colocou um prazo para que a equipe atue da maneira que você pretende?
Sinceramente, não tem como. Em nenhuma equipe você consegue ter essa medida.
Quais as semelhanças entre o Santos que você começa a trabalhar agora com o Vasco do ano passado?
Acho que tem algumas coisas parecidas. Lá, como aqui, era um ambiente de transição política, com a saída do Eurico e a chegada do Roberto Dinamite. Aqui, da mesma forma, com início do trabalho do presidente Luiz Álvaro. Toda a transição cria uma dificuldade para o trabalho. Mas são coisas que com o tempo são contornadas. Agora, em termos de equipe, eu peguei no Santos um time com mais opções. Lá a dificuldade foi maior para formar o elenco. Aqui temos problemas em contratações pontuais. Agora, tem o fato também de eu ter passado pelo que passei no Vasco. Isso me deu experiência na hora de administrar e contornar os problemas que acabam surgindo.

Você é um técnico da nova geração. Pegou um time grande na segunda divisão e conseguiu o acesso. Agora está no mercado de São Paulo. São algumas semelhanças com o Mano Menezes, não?
Sim, há coisas em comum. Eu conheço o Mano bem e admiro muito o trabalho dele. Ele é um dos grandes técnicos dessa geração. Eu o conheci quando ele estava no interior do Rio Grande do Sul e vi todo o seu crescimento. É um orgulho ter semelhanças com uma carreira vitoriosa como a dele.
E quem são os técnicos nos quais você se espelha?
São muitos. Acho que os últimos treinadores que eu tive, ainda quando jogava, foram muito importantes: Muricy, Nelsinho, Leão, Geninho. Tem também o Luis Carlos Ferreira que foi uma pessoa com quem eu comecei a trabalhar como auxiliar. E outros que eu não tive o prazer de trabalhar junto, mas que admiro. É o caso do Vanderlei Luxemburgo, do Parreira e do Zagallo. A nossa geração tem a obrigação de consolidar esse trabalho que foi iniciado por esses técnicos. Eles modificaram a concepção de treinador de futebol dentro do Brasil. Eles souberam valorizar a profissão.
E o que a sua geração traz de novidade? Por que você acha que houve aumento no espaço para os novos treinadores no último ano?
Eu acho que abriu um espaço no mercado. Os casos de sucesso também ajudaram. Quando você se prepara, você acaba ganhando campo de trabalho. O mais difícil é justamente depois disso, de ganhar um nome no mercado. O complicado é conseguir se manter. Para isso, você precisa se preparar bem, saber se corrigir com os erros e agregar coisas novas ao trabalho. Acho que é isso que estamos trazendo de novo.
Quando você começou a pensar em ser técnico?
Foi antes de parar de jogar. Alias, nos últimos seis, sete anos de carreira eu comecei a me preparar. Reparava como os meus treinadores trabalhavam, tentava observar os outros técnicos também. Eu pesquisava para tentar formatar o que eu queria ser como técnico.
Você tem um esquema tático preferido?
Eu procuro me adaptar ao grupo de jogadores que tenho. Mas a base no futebol brasileiro acaba sendo o 4-4-2. A partir daí, a gente muda alguma coisa dependendo dos jogadores. Eu procuro adaptar o esquema em relação ao meu grupo de trabalho.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

NA FALTA DA PRÉ-TEMPORADA…

Corinthians e São Paulo têm sofrido um bocado, neste início de campeonato, em função dos revezamentos adotados por seus respectivos treinadores: hoje, joga um time; amanhã, outro substancialmente alterado.

Ricardo Gomes chegou ao extremo de trocar, da estreia à segunda rodada do Paulistão, nove jogadores, por exemplo. Mano, menos, mas o suficiente para que o entrosamento ideal seja comprometido.

Claro que ambos estão utilizando o Paulistão como campo de provas para a Libertadores. Ainda mais que esses dois treinadores acabaram de receber uma batelada de novos jogadores, cada um, na virada do ano. É preciso, pois, afiá-los fisicamente e testá-los tecnicamente para que adquiram ritmo de jogo, essas coisas óbvias.

Tivéssemos um calendário civilizado, e este seria exatamente o período de pré-temporada, tão fundamental para a montagem da base (física, técnica, tática e psicológica) de um time para toda a temporada que se desdobrará em vários campeonatos ao longo da temporada.

Era para esses times, depois de trabalho físico forte, estarem soltando os músculos e ganhando harmonia coletiva em jogos-treinos, torneios de verão, amistosos e tal e cousa e lousa. Nunca, disputando um campeonato pra valer, por mais esdrúxula que seja sua fórmula.

Pois, o torcedor, movido pelo instinto, não quer saber de nada disso, embora saiba, mas não sinta. É jogo de campeonato? Então, tem que jogar no limite.

Caso contrário, é vaia no Tcheco, é a torcida tricolor pedindo raça para um time que mal se conheceu na véspera e cujos jogadores estão ainda com os músculos encolhidos pelo estágio atual da preparação-física etc.

Se bobear, queima-se este jogador-chave para o resto da campanha – o mais importante, diga-se – ou aquele outro treinador, se não chega a cair, pelo menos, terá seu trabalho solapado. E aí todo o planejamento vai pra a cucuia.
Calma nessa hora, minha gente.

O Novo Meia-Esquerda do Palmeiras

Se o critério for baseado em talento e aplicação, o Palmeiras já não precisa lamentar a perda de Douglas, para o Grêmio, e nem continuar sua corrida em busca de um meia, que seja hábil e canhoto, como pediu o treinador Muricy Ramalho. Não precisa mesmo, pois ele já está no clube: trata-se de Ramos, 18 anos, bom driblador, combativo e dono de rara virtude nos dias de hoje no futebol tupiniquim - a de fazer golaços com a canhota, de um pouco antes da entrada da área, com chutes altos e bem colocados, sem chances para o goleiro inimigo.

Foi assim que vi esse menino nos jogos do Palmeiras na Copinha dos juniores, quando ele um gol desse tipo contra o Fluminense e outro, igualzinho diante do forte time da Portuguesa, cujo goleiro, o ágil Tom, pareceu-me beirar os dois metros de altura.

Não me impressiono facilmente com jovens talentos, pois, muitas vezes, eles enganam e insinuam ser o que jamais serão. Muitas vezes, por uma questão de personalidade ou orientação, pois o mundo mudou, a cidade cresceu e sempre há uma tentação aqui, outra ali, quem sabe uma Maria Chuteira na esquina. Tudo bem. O perigo é não saber dosar.

Bem, voltando a este Ramos, a quem não conheço pessoalmente e nem sei ao certo a sua altura, digo que foi o jogador que mais me impressionou nesta Copinha. Falam-me muito bem do time do São Paulo, com alguns jogadores mais do que interessantes (o volante Casemiro, o meia Marcelinho, o goleador Lucas Gaúcho, assim como é enaltecido o santista Alan Patrck).

A vantagem de Ramos, porém, é que há lugar de imediato - ou quase - no time do Palmeiras, já cansado de procurar pelo tal meia, canhoto, desde que Muricy assumiu. E como o dinheiro palestrino não é farto e, por não oferecer o mercado opções atraentes, creio que a solução é aproveitar este menino de muito talento. Falta-lhe apenas aprimorar a parte física (andou machucado antes de começar a Copinha) e ter, no elenco principal, a mesma autoconfiança revelada entre os juniores.

O caso não seria o mesmo se a ele, Ramos, coubesse o papel de 'Salvador da Pátria'. O buraco seria mais embaixo. Não, no Palmeiras ele terá o suporte de um Diego Souza, de um Clayton Xavier, de um Pierre, bastando-lhe jogar o futebol que, me informaram, durou quatro anos no Noroeste, de Bauru, e um certo tempo no São Paulo, onde teria sido negado a ele um reajuste salarial, que giraria em torno dos sete mil reais.

Enfim, maiores detalhes, só tempo dirá. Por enquanto, se eu fosse o técnico, já lhe daria a camisa dos titulares. E sem hesitar.

Em um ano, Corinthians bate Manchester na história

A "hypermarcas" que se transformou o uniforme do Corinthians rendeu ao clube o patrocínio recorde de uma camisa no Brasil e, também, um outro dado interessante. Apenas no acordo com o grupo Hypermarcas, o clube paulista conseguiu ter mais patrocinadores estampados na camisa do que o Manchester United em toda a sua história.

O clube inglês, que a partir de agosto jogará com a marca AON na camisa, só teve até hoje três patrocinadores de camisa. Sim, você não leu errado. Entre 1982 e 2000, a empresa de eletrônicos japonesa Sharp estampou sua marca no uniforme vermelho. Depois, foi a vez de a Vodafone, de telefonia celular, patrocinar o clube, que nos últimos anos teve a instituição financeira AIG na camisa. Dela, o Manchester recebe cerca de 21 milhões de euros ao ano. Com a AON, o valor vai ficar ainda maior: 23,25 milhões anuais.

A distância econômica, cada vez menor, entre Europa e Brasil, justifica parte dessa diferença entre os aportes que os dois clubes conseguem. Só que há também uma explicação técnica para essa diferença. O Manchester vende, ao patrocinador, uma exposição limpa da marca. Não há disputa com outras empresas pelo reconhecimento e associação do logotipo da empresa. No caso do Corinthians, serão ao menos seis logotipos diferentes estampados apenas na camisa. Os quatro da Hypermarcas, o da Nike e o símbolo do clube.

É muito bom o Corinthians bater recorde de arrecadação com o patrocínio em sua camisa. Mas, para o futuro do patrocínio nos uniformes de futebol, esse modelo pode estar com os dias contados. Não só pela poluição visual que causa, mas por exigência dos próprios patrocinadores.

Por Erich Beting

Alerta para 2014! A manada da Euro-04 assola Portugal

Em tempos de pré-Copa do Mundo brasileira, seria interessante que o digníssimo ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., passasse a ler o noticiário de Portugal.

Cinco anos e meio após a Eurocopa que revolucionou alguns velhos estádios portugueses, dando aparentemente novo fôlego ao futebol na terrinha, a esfera pública está atolada em dívidas e com dificuldade para manter em dia o pagamento da construção dessas magníficas arenas que vivenciaram cerca de um mês de festa.

Por ano são mais de 13 milhões de euros que o governo gasta para manter de pé os elefantes coloridos, porque muitos deles já têm cadeiras multicores para dar a falsa impressão de que o estádio está cheio.

A situação menos pior é o estádio de Braga. O clube, que lidera o Campeonato Português, consegue encher cerca de 40% da arena por partida. O Beira-Mar, que joga as partidas da Segunda Divisão portuguesa no estádio de Aveiro, completa por volta de 5% dos 30 mil lugares do estádio municipal. Por isso mesmo, a prefeitura já cogita demolir o estádio e vender o terreno para a especulação imobiliária.

Seria interessante que o ministro, tão bem informado a ponto de afirmar que o investimento para receber uma Copa do Mundo já se justifica ter investimento em arena esportiva em locais onde não há um grande consumo do futebol, pensasse no que será dos nove estádios programados para o Mundial de 2014 e que não são da iniciativa privada.

Lá em 2019, aposto que Maracanã e Mineirão ainda estarão com as contas em dia, sendo exaltados como exemplos de como a Copa ajudou a melhorar ainda mais o país do futebol. As outras sete formidáveis arenas, se continuarem pensando apenas no Mundial tupiniquim, estarão desesperadas para que alguma empresa compre o espaço e o transforme num shopping.

E isso que nem estamos falando aqui do fato de que estamos a apenas quatro anos da Copa de 2014 e simplesmente nenhuma obra teve início. Não de estádios. Mas de infraestrutura, algo que é muito mais importante para a população e, aí sim, justifica os gastos.

Por Erich Beting

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Robinho, antes, precisa fazer o seu trabalho direito

Robinho vai a Copa. É tão fato quanto Julio César vai a Copa.

Mas ao contrário do goleiro, que segue a mesma boa fase de sempre, Robinho não joga bem na seleção desde a Copa das Confederações.

Mais grave. Enquanto Julio César faz valer o salário na Inter e a cada partida mostra que merece aumento no clube, Robinho segue, aos 26 anos que completará semana que vem, sendo um jogador que ainda vale mais do que joga.

Na Seleção, pelas duas Copas das Confederações e sobretudo pela sua magistral Copa América em 2007, não se pode acusá-lo de nada. A atual má fase e a apagada Copa do Mundo não são motivos suficientes para tirá-lo da lista de 23 que vão a Copa. No máximo, ser reserva, mas isso é problema do Dunga.

Mas Seleção não paga seu salário. E como ele tem jogado nos clubes?

Robinho, todos os anos, renova a ladainha de que seu objetivo é ser o melhor jogador do mundo. Quando fala isso, já começa mal, dando a impressão (que nunca passou na Seleção, diga-se) de que quer ser mais importante que o clube.

Volte um pouco no tempo e veja como foi a longa passagem de Robinho no Real Madrid. Quando chegou, era apenas a surpresa, o xodó, o reserva querido de monstros como Zidane, Ronaldo e Figo. Mas mesmo após a saída dos 3, demorou para se firmar. Quando finalmente tinha tudo para ser o craque do time (e, aí sim, potencial para ser melhor do mundo, indiretamente), saiu. Não se achava valorizado em Madri, como se ele fosse o maior artilheiro da história da Champions League, como Raul, ou dono da melhor média de gols do clube, como Ronaldo.

Na saída, fez uma lambança com o Chelsea, outro time grande onde, naturalmente, é possível ser o melhor do mundo. Acabou no Manchester City, clube em que poderia jogar com o pé nas costas, desde que mostrasse metade da vontade de Carlos Tevez, Kaká ou Rooney em campo.

Robinho, agora, está irritando os ingleses como já irritou os espanhois. Os bastidores dizem que ele não gosta da cidade, do time, do estilo de jogo, do clima, de jogar fora de casa e de nada do que tem lá. Ainda que tenha certo exagero da ávida imprensa inglesa, fato é que chamaram um técnico mais latino para ver se o problema era o polêmico Mark Hughes. Mas até Mancini está cansando do jogador.

Pediu em público para ele melhorar e jogar, independente se o jogo é em casa ou fora, de quanto ele custou (jogador mais caro da história da Inglaterra) ou de qualquer outra coisa, para voltar a ser titular. “Gramado é tudo igual, onde quer que esteja”, diz com toda a propriedade o treinador.

Recentemente, li o blog de um fã do City no site do Mirror, da Inglaterra, e me chamou a atenção a forma como o torcedor, que no final ainda dá crédito a Robinho, começa o texto (tradução livre).

“Ele não pode jogar quando está frio, não consegue quando está molhado, e não joga bem fora de casa, ele não joga quando o jogo fica violento e ao que parece ele não se sente bem jogando no escuro.

Dêem a ele o impecável gramado do estádio City of Manchester numa tarde de sol em setembro e talvez ele jogue. Se a vibe estiver boa. Se a lua estiver em urano…”

Engraçado um técnico italiano e um torcedor inglês pensarem que Robinho virou ‘um jogador fresco’. Duro um brasileiro humilde de São Vicente ter que ouvir algo assim. Um cara que dá tudo quando está com Dunga na seleção. Um verdadeiro operário que, quem acompanha sabe, treina e corre tanto quanto volante quando está na Seleção.

Que Robinho vai a Copa, eu tenho certeza. Que ele já jogou em campos piores do que os gramados da Premier League, eu posso apostar.

Mas está na hora dele parar de querer ser o melhor jogador do mundo para querer, primeiro, apenas fazer seu trabalho direito.

Carlitos Tevez

A fase de Carlitos Tevez é mesmo incrível.

Fez os dois gols no clássico contra o Manchester United, dando a vitória, de vitória, ao ’sofrido’ Manchester City.

O Man United é seu ex-clube, de onde ele saiu mesmo tendo feito ótimas apresentações.

Gary Neville apoiou a decisão de Alex Fergunson de não renovar com o argentino.

Na comemoração, Tevez provocou um pouco o adversário, como quem diz: ‘falaram demais.’

Eis que um cinegrafista flagra Neville, no banco, mostrando dedo do meio ao argentino. A Associação de Futebol Inglesa vai avaliar e não descarta punir o jogador, cheio de moral por lá, apesar de pouco jogar ultimamente.

Além disso, segundo o próprio Guardian, o jogo, sobretudo após a virada do City, tansmitido pela BBC1, foi o campeão de audiência no horário, com média de 7,3 milhões de espectadores, ou 29% de share. Nos 15 minutos finais, chegou a 32%. O número é maior do que a soma do segundo e terceiros colocados.

O Big Brother Celebrity, que começou após a partida, para se ter uma ideia, ficou apenas com 15%. Tevez é o grande hermano da vez na Inglaterra.

Autor: Mauricio Teixeira

Os problemas do Corinthians!

Outro dia eu ia escrever sobre isso, mas achei que iam me acusar de querer bagunçar o ambiente do Corinthians em um ano tão importante quanto este.

Centenário, Campeonato Paulista, Copa Libertadores, Campeonato Brasileiro, Mundial Inter-clubes.

Se ganhar tudo, supera o Barcelona, que ganhou quatro títulos o ano passado.

Mas não posso deixar de falar porque não vi nada a respeito.

No jogo contra o Monte Azul, tudo normal.

Um time considerado pequeno estreando pela primeira vez na primeira divisão do futebol paulista, era de se esperar que fosse engrossar um jogo, ainda mais contra um Corinthians que não consegue pensar em outra coisa que não seja a Libertadores.

Então, tudo no jogo era normal. Até nos gols. O de Iarley – que jogador é esse? Fantástico – ele fez falta no goleiro do Monte Azul e o de Monte Azul foi em impedimento.

Aí, o Mano Menezes resolve colocar Dentinho em campo logo no início do segundo tempo.

Não sei, já ouvi dizer que ele pode ser vendido para um clube europeu, por 3 milhões e meio de dólares.

Não sei, sinceramente ninguém me falou nada, mas achei o Dentinho, que é sempre tão vibrante, um tanto abatido, esquecido, quase escondido.

E quando terminou o jogou ele não deu entrevistas e estava com cara de pouco amigo, a mesma cara com a qual entrou em campo.

Sei que são apenas observações através de uma tela de TV. mas olha, acho que o Dentinho não está feliz!

Será que ele está se sentindo traído pela contratação de Iarley?

Só sei que ele é um dos xodós da Fiel!

Autor: Michel Laurence

A INDIGNAÇÃO DE ZICO

O outro drama, mais de ego, foi a demissão do técnico Zico, normal no meio do futebol mas que chateia, pelas circunstâncias: o Olympiacos, da Grécia, se desfez do nosso Galinho de Quintino por internet e pela ação de um oficial de Justiça, deixando ainda a intimação para deixar sua casa (que é do clube) em uma semana, no máximo.

Creio que Zico não merecia essa humilhação e talvez nem precisasse passar por ela, pois se o Galinho já deu muito ao futebol - e que pofissional ele foi!, também já deve ter recebido a recompensa com os títulos, as glórias e, supostamente, muito dinheiro. Creio que o erro de Zico, e isso já vem de há algum tempo, foi imaginar que no Fenerbace, no CSKA de Moscou ou na Grécia, os dirigentes fossem mais pacientes do que no Brasil.

Isso acontecia mesmo, em outros tempos. Agora, ah agora lá como cá, se perdeu, dançou. E, de surpresa, sem dó e nem piedade, còmo você sentiu, grande Zico!

Pequenos Dramas do Futebol

Hesitei em usar a palavra drama, pois que tudo parece muito pequeno diante do novo e forte tremor de terra no Haiti, já não bastasse o terremoto inicial. Quando o Haiti ainda conta os mortos, surge este novo golpe a expor ainda mais o desespero dos que agora, mais do que nunca, lutam contra o medo, a fome e a sede.

Em todo o caso, vida que segue, como se fala agora, vamos aos contratempos - pequenos dramas - que invadem a nossa paixão nacional. Começo por Jobson, hábil e promissor atacante, 21 anos, agora suspenso por dois anos. Saiu até barato para quem correu o risco de ser eliminado do futebol. Em nome do social e da confissão do menino, além do trabalho da defesa, que conseguiu reunir em apenas um os dois processos que tinham sido propostos, ficou a pena em 24 meses.

Jobson, no tribunal, admitiu que fumou crack, desde 2008, sem saber, ao certo, se era usuário ou não. Também não sei dizer se isso melhorava seu desempenho dentro de campo, conhecendo, porém, por ler e conversar com médicos que isso iria, aos poucos, destruir a sua saúde. Enfim, não sou juiz de nada e nem de ninguém e, apenas por opinião, digo que alguma punição deveria ter sido aplicada, pois em outros tempos freqüentador de um bar que vende pernil dos bons, bem em frente aonde hoje é o Diário de São Paulo, vi o que eram capazes de fazer os meninos de rua em busca dessa droga.

Se foi uma punição suficiente, só tempo dirá.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O PERIQUITO E O GANSO

O cenário que se previa para este início de temporada acabou se configurando, pelo menos, no Paulistão, onde Palmeiras e Santos, livres da sobrecarga da expectativa de disputarem a Libertadores, se saíram bem melhor do que São Paulo e Corinthians, empenhados até o pescoço na montagem de times capazes de competir pelo título continental, obsessão de ambos.

O Palmeiras herdou o conjunto da temporada passada e a ele acrescentou alguns reforços pontuais e preciosos, como o zagueiro Léo, ex-Grêmio, e o volante Márcio Araújo, ex-Galo, que conferiram maior segurança à defesa e mais fluência na passagem de bola da defesa ao ataque.

Já o Santos surpreendeu com seu novo time, pontilhado de jovens esperanças, como, por exemplo, o menino Wesley, veloz, hábil e extremamente solidário na marcação e nas deslocações. Jogou muita bola na goleada sobre o Rio Branco, na noite de domingo. Assim, como de resto todo o time.

Mas, embora a grande atração fosse Giovanni, ídolo eterno na Vila, o nome do jogo foi Ganso, um desses raros exemplos de meia cerebral, canhoto, sereno e lúcido. Isso, no raiar dos vinte anos de idade, o que o torna ainda mais raro.

Sim, porque, em geral, esse tipo de jogador vai ganhar tais atributos de armador emérito só lá pelos 37/28 anos de idade, quando a bola, de tanto roçar seus pés, sussurrou-lhe os segredos mais íntimos do jogo.

A propósito, mestre Armando Nogueira, naquele seu singular poder de concisão, há meio século definiu o craque com exata precisão: é aquele que antevê a jogada. Ou seja, quando a bola lhe cai aos pés já sabe o endereço para o qual a enviará de imediato, ou após o tempo certo em que o espaço se abrirá para a definição da jogada.

Pois, eis o que disse Giovanni, depois do jogo, sobre Ganso: “Quando recebe a bola, já sabe o que fará”. É a marca do craque, sem restrições semânticas.

E olhe que o menino só está dando seus primeiros passos.

ROBINHO OU JÚLIO BAPTISTA?

Então, ficamos assim: se Ronaldinho Gaúcho continuar nesse passo, inevitavelmente acabará na Copa. Entre outras coisas porque Dunga pertenceu áquela geração humilhada em 90 que deu a volta por cima em 94, e sabe, portanto, o quanto vale um craque da estirpe de Ronaldinho com ganas de levantar o caneco.

Mas, e aí, quem sai?

Há dois nomes que se sobrassaem entre críticos e público: Júlio Baptista, sempre muito contestado, e Robinho, que atravessa sua pior fase no Manchester City, a ponto de entrar no último jogo aos 9 minutos do primeiro tempo para ser sacado antes da metade do segundo.

Ambos são jogadores aos quais o técnico Dunga devota a maior estima, se não profunda gratidão pelo que fizeram por ele ao longo destes três anos e caquerada, sobretudo nas Copas América e das Confederações.

Pela posição que ocupa no Milan, como o fazia no Barça, onde levantou por duas vezes o título de melhor jogador do mundo – aberto no lado esquerdo do ataque -, Ronaldinho disputaria posição com Robinho e não com Júlio Baptista.

Mas, Robinho sabe jogar – isso é inegável -, e a exemplo do que vinha acontecendo com o próprio Ronaldinho ainda recentemente, passa por um período de baixa profunda.

Mas, ainda tendo Ronaldinho por exemplo, pode dar mais uma vez a volta por cima, e chegar à época da convocação nos trinques. Nesse caso, muito provavelmente, sobre para Júlio Baptista, dos três o único que não tem traços de craque, embora seja bom jogador.

Tudo é possível. Só depende de Robinho incorporar o espírito que se assenhoreou de Ronaldinho e partir para a grande virada.

FALEMOS DO SANTOS, É CLARO!

Já era para ter falado ontem, reconheço, considerando justas as inúmeras reclamações. Afinal, ninguém tem culpa se o texto foi postado logo assim que começou a partida e que este blogueiro ou colunista tinha compromisso com a tevê ou que não aprendeu ainda, pasmem, escrever por osmose, cometendo, ainda, o pecado de levar a sua bola de cristal para conserto.

Sem mais bla-bla-blá, vamos ao Santos. Para mim, não é surpresa o belo futebol de Neymar, assim como, principalmente, o talento desse craque, Paulo Henrique, o Ganso, os meninos, autores dos gols santistas. Emocionado, o novo presidente, Luís Álvaro Ribeiro, classificou o desempenho como similar ao “futebol moleque” de 2.002, de Robinho e Diego, assim como de 1955, primeiro título de campeão paulista por ele festejado. Na época, mesmo antes de Pelé, era gostoso ver o Santos jogar com os Meninos de Ouro, como Zito e Pepe, sempre tendo um maestro para dirigir - neste ano, o mais experiente era o meia argentino Negri. No ano seguinhte - o do bicampeonato o comando do meio-campo já passou a ser de Jair Rosa Pinto, um dos mais extraordinários meias que o futebol brasileiro já produziu.

Agora, pode ser, o tal mais experiente atenderá pelo nome de Giovanni, apelidado o Messias. Ah, só que neste caso, com o devido perdão aos mais fanáticos, peço tempo para ver mais. Ver para crer. Ou este tempo pode ser considerado pecado mortal pelos internautas-leitores mais radicais?

A estes, lembro, o Santos foi bem, sim. Só que o adversário estava longe de ser um Barcelona da vida...

Diego Maradona está tentando de tudo para acertar a seleção argentina.

O goleiro Nelson Ibañez, do Godoy Cruz. Os defensores Clemente Rodríguez, do Estudiantes; Carlos Matheu, do Independiente; Guille Burdisso, Rosario Central e Gastón Díaz, do Vélez. Os meios campistas Franco Razzotti, do Vélez; Walter Erviti, do Banfield. No ataque, Jonathan Cristaldo, do Vélez.

Essas são as oito surpresas da lista de convocados de Diego Maradona para o amistoso contra a Costa Rica, no próximo dia 26 de janeiro em San Juan.

Os corneteros de plantão já começaram a atacar El Diez – com essa lista, ele chegou ao impressionante número de 92 convocados em um ano de dois meses (ou 15 jogos) a frente da seleção argentina. Goleiros já foram 7 chamados.

Outra reclamação é a de que Maradona não convocou nenhum jogador do River. Por outro lado, quatro do Boca estão na lista – Monzón, Insúa, Palermo e Gaitán.

Todos os jogadores da lista atuam na Argentina, exceto por Mario Bollati, que acertou recentemente com a Fiorentina, mas que em 2009 atuou pelo Huracán.

Segue a lista completa de Maradona.

Goleiros: Cristian Campestrini (Arsenal), Nelson Ibáñez (Godoy Cruz).

Defensores: Carlos Matheu (Independiente), Gastón Díaz (Vélez Sarsfield), Clemente Rodríguez (Estudiantes LP), Guillermo Burdisso (Rosario Central), Luciano Monzón (Boca Juniors), Matías Caruzzo (Argentinos Juniors).

Meias: Enzo Pérez (Estudiantes), Federico Insúa (Boca Juniors), Nicolás Gaitán (Boca Juniors), Mario Bolatti (Fiorentina – ITA), Franco Razzotti (Vélez Sarsfield), Walter Erviti (Banfield).

Atacantes: Gabriel Hauche (Argentina), Martín Palermo (Boca Juniors), Mauro Boselli (Estudiantes) y Jonathan Cristaldo (Vélez Sarsfield).

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Roberto Carlos revela mágoa e desabafa contra Galvão Bueno

Roberto Carlos afirma e reafirma que a eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, já foi superada. No entanto, ainda há cicatrizes abertas. A imagem e a repercussão dele arrumando o meião no lance do gol da França, em jogo que eliminou a seleção, ainda o incomodam. Mas a verdadeira mágoa é dirigida a dois jornalistas, Galvão Bueno, citado nominalmente na entrevista coletiva, e Renato Maurício Prado, a quem o jogador já criticou anteriormente.

Nesta segunda-feira, o lateral-esquerdo deixou isso claro. Em tom de desabafo, não poupou críticas ao principal narrador da TV Globo. Foi além. Disse que sua decisão de deixar a seleção brasileira após a Copa de 2006 foi motivada justamente pela conduta dos dois jornalistas.

“Pessoas mal intencionadas acabam criando uma história, mas elas um dia terão um momento de sofrimento e vão precisar de alguém para ajudá-las. Na época da Copa do Mundo, essa pessoa que eu falei há pouco [Galvão Bueno] fez minha mãe chorar durante muito tempo”, recordou o lateral-esquerdo do Corinthians.

“Essa pessoa não foi profissional. Eu estou sendo profissional até hoje e sou respeitado no mundo todo. Nunca fui um protagonista de nada, sou apenas um jogador de futebol, mas algumas pessoas querem ser mais protagonistas que o jogador. Duas pessoas não foram profissionais e deixei a seleção por causa delas”, emendou o camisa 6.

Roberto Carlos concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira porque na quarta, contra o Bragantino, fará sua estreia pelo Corinthians em duelo que acontece no Pacaembu. Durante a conversa com os jornalistas, foi perguntado uma vez sobre seleção brasileira e não lembrou de 2006.

No fim da entrevista, porém, ele foi questionado, de forma bem humorada, se prestaria atenção no elástico do meião antes da partida contra o Bragantino. Quando a pergunta aconteceu, Roberto disparou: “está parecendo o Galvão Bueno, pô”. E deu as declarações descritas acima.

Assim que a entrevista terminou, ele mandou mais um recado para o narrador. Em alto e bom tom, usou termo nada amigável. Deu uma risada na sequência e mostrou que a mágoa de 2006 permanece, mas virou um problema pessoal.

Cresce participação das loterias no esporte

Com R$ 480 milhões recebidos em 2009, o esporte foi um dos principais beneficiados das loterias federais da Caixa Econômica.

O valor é 25% superior ao de 2008 – R$ 385 milhões.

De todos os repasses das loterias, o Ministério do Esporte foi o principal recebedor, com R$ 307,3 milhões, incremento de 21% sobre o último exercício.

No total das 10 loterias, a Caixa teve arrecadação recorde de R$ 7,3 bilhões, que corresponde a R$ 5,8 bi a mais que em 2008.

COB

Para o Comitê Olímpico Brasileiro foram destinados R$ 119,8 milhões, ou seja, teve “lucro”, pois a previsão inicial do próprio COB era receber os mesmos 93,8 milhões de 2008.

Os dados foram divulgados hoje pelo vice-presidente de Fundos e Loterias, Moreira Franco, no Rio de Janeiro.

Confira os repasses para o esporte (em milhões):

Destinação


2008


2009


Variação

Ministério dos Esportes


241.233


307.317


21%

Clubes de Futebol


33.141


31.706


4%

Comitê Olimpico Brasileiro


93.822


119.852


28%

Comitê Paraolimpico Brasileiro


16.839


21.295


26%

SUBTOTAL ESPORTES


385.035


480.170


25%

Além do esporte, outros setores do governo federal foram contemplados com os recursos das loterias.

A Educação recebeu R$ 649 milhões, 29% a mais que em 2008, e a Cultura R$ 207 milhões.

Seguridade Social, com R$ 1,2 bilhão, e a Receita Federal, R$ 717 milhões, foram os principais beneficiados na área governamental.

domingo, 17 de janeiro de 2010

DECISÃO INDISCUTÍVEL

A CBB oficializou ontem a contratação de Rubén Magnano. Excelente!

O selecionado brasileiro será dirigido por um dos melhores treinadores de basquete do planeta. Alguém duvida?

Magnano, se você não sabe, foi vice-campeão Mundial (2002) e campeão Olímpico (2004). Levou a sua Argentina para este patamar que a gente tanto quer chegar.

MAGNANOFoi exatamente a seleção de Magnano que ganhou pela primeira vez de um time profissional dos EUA, no Mundial referido, em Indianápolis. Na ocasião, chegou à decisão do título, mas foi dobrada pela ex-Iugoslávia por 84-77, na prorrogação.

Dois anos depois, atingiu o topo do mundo ao vencer uma competição muito mais importante: a Olimpíada de Atenas. Venceu na final a Itália por 84-69.

Antes disso, na semifinal, voltou a ganhar um jogo oficial dos profissionais dos EUA, ao bater o time dirigido pelo técnico Larry Brown por 89-81. Time que contava com Tim Duncan, LeBron James, Carmelo Anthony, Carlos Boozer, Allen Iverson, Carlos Boozer e Dwayne Wade.

Magnano, como se vê, de bobo não tem nada. Claro que ele teve em suas mãos uma geração de ouro, seguramente a melhor da história do basquete argentino.

Em Atenas estavam Manu Ginobili, Andres Nocioni, Carlos Delfino, Luis Scola, Fabricio Oberto, Pepe Sanchez, Ruben Wolkowski e Walter Hermann, todos jogadores que brilham ou brilharam na NBA.

O contrato do argentino com a CBB vai até o final do Pré-Olímpico de 2012. Terá a difícil missão de levar o time brasileiro a uma Olimpíada, o que não ocorre desde os Jogos de Atlanta, em 1996.

Se obtiver sucesso, renova com a CBB por mais quatro anos, visando os Jogos do Rio, em 2016.

Ao contrário de Moncho Monsalve, o espanhol que tirou o basquete brasileiro do marasmo e tornou-o competitivo novamente, Magnano vai ficar no Brasil praticamente o ano inteiro. Pelo menos é o que informa a CBB.

Por aqui vai estar e terá também a missão de ensinar a nossos jovens treinadores conceitos de basquete. Importante, pois não temos visto mais aparecer jogadores com qualidades a ponto de brigar com as feras internacionais.

Seguramente, fruto do mau ensinamento da base. Mesmo os que brilham no momento, como o trio que joga na NBA, mostram deficiências gritantes em fundamentos importantes.

Quando Nenê Hilário, Anderson Varejão e Leandrinho Barbosa arremessam é nítido o jeito desajeitado do trio. Barbosa já foi até motivo de brincadeiras e matérias especiais nos EUA.

Defensivamente, nossos jogadores não sabem se comportar em quadra. Quando o fazem é por puro instinto e força de vontade — exemplo: Varejão.

Por que isso ocorre? Porque quem os ensinou, quando garotos, na verdade não ensinou coisa nenhuma.

Magnano terá a missão de ajudar, portanto, na formação de técnicos nas categorias de base, pois eles participarão de clínicas ministradas pelo argentino. Muito bom.

Muito bom é pouco; diria ótimo, excelente!

Ontem, sábado, dia 16 de fevereiro, o basquete masculino brasileiro deu um passo importantíssimo. Tem tudo para dar certo.

A menos que o boicote, em todas as áreas (e aqui incluo jornalistas e gente que usa a mídia para se manifestar), seja grande demais e inviabilize o trabalho deste que é, repito, um dos maiores treinadores de basquete do planeta.

MONCHO

Como disse acima, Moncho Monsalve tirou o basquete brasileiro do marasmo. Muitos vão recriminar a atitude do presidente Carlos Nunes por isso.

De fato, o espanhol fez um grande trabalho. Mas não há como criticar a atual administração da CBB pela não renovação de contrato com Moncho.

Como já disse aqui neste botequim, é o mesmo que você ter sido dirigido por Mike Brown e, findado o contrato com o treinador, aparece a oportunidade de contratar Phil Jackson.

Por melhor que tenha sido o trabalho de Brown, P-Jax é o “the best”.

Rubén Magnano pode não ser o “the best”, mas está entre os melhores, como já disse.
Autor: Fábio Sormani

Racing, Corinthians e os diferentes meios de patrocinar

A Hypermarcas oficializou ontem o patrocínio de R$ 38 milhões para o Corinthians. O valor é o maior do país e das Américas no futebol. Um recorde digno de nota, mas que fará do uniforme corintiano, aproveitando-se da época do ano, uma espécie de abada carnavalesco.

Enquanto isso, na Argentina, o time do Racing fez ontem mais um jogo de início de temporada contra o River Plate, pelo Torneio de Verão de Salta. Nessa competição, o time tem jogado com uma camisa “limpa”, apenas com o logo do fornecedor de uniforme (por sinal, a brasileira Olympikus, que a exemplo da Penalty e da Topper expandiu os tentáculos para a terra vizinha).

O curioso, porém, é que o Racing tem um patrocinador principal, o Banco Hipotecario. Bem longe dos R$ 38 milhões alcançados pelo Timão, sem dúvida, mas o banco paga seu dinheiro para ser o “patrocinador oficial” do clube argentino. E não está na camisa por um simples motivo:

“Devolvemos a camisa ao torcedor”.

Esse é o lema adotado pelo Hipotecario em seu patrocínio ao Racing. O banco paga o clube para não mostrar a marca na camisa!!! Mas, em troca, faz toda uma campanha valorizando exatamente o que para o torcedor é fundamental: o clube.

Exatamente por causa dessa ação, o patrocínio tem ganhado espaço na mídia em todo o mundo, evidenciando que não existe apenas um meio de se ganhar visibilidade com o esporte.

Os casos de Racing e Corinthians ilustram bem (e de maneiras opostas) como é possível trabalhar o esporte de variadas maneiras. Sem dúvida que, como já dito aqui, os R$ 38 milhões pagos ao Corinthians pela Hypermarcas tem como maior objetivo a exposição de marca que a camisa alvinegra oferece. Mas será que é só por isso que é bom patrocinar um clube?

Não precisa ser radical como foram Racing e Corinthians. Mas bem que se poderia começar a pensar, no Brasil, em alternativas menos “poluentes” para o patrocínio no futebol. O torcedor agradece. E, pode ter certeza, vai apoiar a marca que for leal a ele, garantindo-lhe o reforço de uma paixão.

Retirado de: http://negociosdoesporte.blog.uol.com.br/arch2010-01-10_2010-01-16.html#2010_01-15_09_02_13-136381883-0

O Milionário Time do Povo

Do terrão ao Olimpo, mostra-se avassaladora a força do Corinthians neste começo de temporada, no ano de seu Centenário. Não bastasse o ótimo e numeroso elenco formado, com jogadores de todos os estilos e idade, mantendo animado o seu astro maior, Ronaldo, deslancha agora o Timão ao anunciar o maior patrocínio das Américas, da Hypermarcas, deixando ainda mais contente, é claro, o Fenômeno, com suas comissões nas estampas em determinadas partes do uniforme.

Mérito de Andrés Sanchez, um presidente do ramo, e especialmente de uma pessoa que me impressionou muito nas entre vistas ao vivo, pela tevê, que com ele fiz, no programa "No Pique", pela CNT: Luís Paulo Rosemberg, belíssima revelação do marketing, apaixonado por futebol e que ainda deu os seus decisivos pitacos nas contratações de Ronaldo, De Federico e quetais, mostrando sempre o entusiasmo por novos reforços, desde que de alto nível. Não queria Rosemberg ir até Buenos Aires para contratar Riquelme?

E todo esse sonho de grandeza, alimentado pelas duas conquistas do ano passado - o Paulistão, de forma invicta, e a Copa do Brasil que levou o Corinthians à Libertadores - ah, esse sonho se reflete nas arquibancadas, fazendo com que 20 mil fiéis fossem ao Pacaembu, numa tarde de quarta-feira, gritando o seu "aqui tem um bando de louco" em simples amistoso entre reservas corintianos e do argentino Huracán, tendo como pano de fundo a despedida de Marcelinho Carioca.

Ousado o Corinthians sempre foi, pois a História registra grandes contratações em época pré-patrocínios. O dinheiro gasto por Sócrates, Palhinha e outros, foi até modesto se comparado à façanha dos anos 40, quando, contando apenas com o que arrecadava na bilheteria, os cartolas corintianos trouxeram para São Paulo o mais renomado zagueiro-central de todos os tempos, Domingos da Guia, arrematado junto ao Flamengo. E estou falando apenas do Corinthians, sem recorrer ao conturbado período da MSI, que tinha Kia Jorabchian supostamente à sua frente.

Só que agora, pelo divulgado, além da ousadia, serão 41 milhões anuais (38 em dinheiro). Meu Deus! Não sei se será campeão da Libertadores mas, pelo andar da carruagem, quem há de segurar o milionário time do povo?

Retirado de: http://blogdoavallone.blog.uol.com.br/arch2010-01-10_2010-01-16.html#2010_01-16_13_16_37-141061477-0

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

FÓRMULAS E EUFORIASFÓRMULAS E EUFORIAS

Não há fórmula de disputa de campeonatos perfeitamente justa, como, aliás, nada é perfeito neste mundão dos homens. A menos injusta será sempre a de pontos corridos, lá e cá, que concede o título àquele time que somou mais pontos; portanto, o melhor de todos, na média, em geral.

Nesse sentido, o Campeonato Carioca obedece uma lógica perfeitamente aceitável: divididos em dois grupos, todos jogam contra todos,em dois turnos, denominados Taça Guanabara e Taça Rio. Os campeões dos turnos, ao cabo, se enfrentam numa grande final. Se um deles, por acaso, vence os dois turnos, leva a faixa. Fim de papo.

Mas, o Campeonato Carioca leva sobre o Paulistão a vantagem de contar com menos clubes participantes do torneio, o que lhe permite o encaixe de datas no prazo reservado pelo calendário brasileiro às competições estaduais.

O que não dá pra aceitar é essa fórmula híbrida e eivada de desequilíbrios – mistura de pontos corridos com mata-mata, na qual alguns times jogam mais fora do que outros em apenas um turno etc. –, aplicada no Paulistão que se inicia neste fim de semana.

Além do mais é a menos atraente de todas, pois passamos a maior parte do tempo à espera da classificação dos grandes (quase sempre, com esta ou aquela exceção) para a disputa das finais, o verdadeiro campeonato.

Mais atraente, sem dúvida, seria dividir os times em grupos jogando entre si para apurar o campeão de cada chave, que, em seguida, disputariam o título do turno entre si, em semifinal e final. Dependendo do número de datas disponíveis, pode-se jogar até quatro turnos, cujos campeões disputariam uma superdecisão.

Se um deles ganhasse, digamos, dois ou três turnos, ou ficaria à espera do vencedor da semifinal, ou entraria para o jogo decisivo com a vantagem do empate, por exemplo.

A sintonia fina, claro, seria feita na elaboração do regulamento, essas coisas. Mas, pelo menos, teríamos um torneio baseado numa lógica definida, com emoção do início ao fim, e apuração técnica do melhor mais compatível com a realidade do nosso futebol.

Mas, enfim…

Retirado de: http://colunistas.ig.com.br/albertohelenajr/

Palestra, mais um tiro no pé...

Que Vagner Love estava por um fio no Palmeiras, a espera de um simples sinal para encontrar o Flamengo e o Redentor de braços abertos, ah, isso já se sabia. Como um irônico texto de Eça de Queiroz, todos ficariam felizes: o Artilheiro do Amor, o Fla, a torcida organizada que decretou a sua saída e o próprio Palmeiras - que, afinal, iria economizar um dinheirinho.

O que não se tinha certeza é que o Palmeiras não iria ter ninguém, efetivamente, além de sonhos e fantasias por Marcelo Moreno e Kleber, para colocar em seu lugar. Nem mesmo um Kleber Pereira - veterano que ainda sabe fazer gols - ou similar, deixando a camisa 9, por ironia, talvez para Lovinho, no caso de Robert não ser inscrito a tempo para a estréia do Campeonato Paulista. Isso é planejamento?

Sim, é o Campeonato Paulista... Uma ova! Para o Palmeiras, eliminado até da Libertadores, Campeonato Paulista é Copa do Mundo! Ou uma Copa Rio, só para incomodar os saudosistas, dos tempos em que o clube não dependia da boa vontade alheia para ter seus astros – como Jair e Rodrigues, da Seleção - e nem tinha a enfurecida oposição em seus calcanhares. Muito menos um grupo que se diz torcida uniformizada e que grita o seu nome nos estádios, nome dela, deixando em plano secundário o do clube. E que ainda se acha no direito de ameaçar joigadores e determinar quem deve ou não permanecer no time, creditando-se a competência de dar palestras motivacionais ao chamado grupo de atletas.

Por tudo isso, pelo hábito adquirido de pipocar nas finais, sinto que as coisas mudaram - e muito. Outro dia, em conversa com alguns jovens, como o advogado Gustavo Dedivitis, o arquiteto Alexandre Stefani e com o publicitário Caio, meu filho, expus a sensação que tenho já há algum tempo - sem saber, exatamente quando: "O Palmeiras já não é mais o Palmeiras”

Talvez lhe falte aquele ar de palestrinismo, que tinha como base o imigrante italiano que lutava contra uma certa discriminação a qual julgava ser vítima na cidade que não parava de crescer. Talvez por ter perdido a escola de dirigentes (era uma espécie de São Paulo de hoje) com presidente de grande potencial, Beluzzo, tentando correr atrás do tempo perdido - embora ainda a ele faltem, creio, um pouco mais de malícia e até sorte para lidar com certas situações. Talvez lhe falte também melhor assessoria. Enfim, vejamos qual será o futuro desse ex-campeão, agora transformado em mero azarão.

Obs: Assim que acabei de escrever este texto, recebo um telefonema dizendo que a contratação de Kleber Pereira está próxima. Meno male.

Escrito por Roberto Avallone

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Melhor Timão da era Mano Menezes? 'Por enquanto, só no papel', diz treinador

Técnico reconhece que elenco está mais qualificado em comparação com 2008 e 2009, mas ainda quer que jogadores provem isso em campo.

Da Série B para a Libertadores, o Corinthians transformou seu elenco. De contratações duvidosas para disputar a Segundona à vinda de craques como Ronaldo e Roberto Carlos. Apesar de admitir que o atual grupo tem mais qualidade em comparação com os dois anos anteriores, o técnico Mano Menezes lembra que os atletas terão de mostrar em campo a superioridade.

- Eu também acho que nós acrescentamos mais qualidade em relação a 2008 e 2009, mas, por enquanto, só no papel. O time de 2008 foi campeão, o de 2009 também e o de 2010 vai ter de ganhar. É assim que se mede o que é pior e melhor na minha avaliação – afirmou.

Incógnita nas temporadas passadas, o Corinthians assumiu em 2010 o posto de grande favorito a conquistar as três competições que disputa (Paulistão, Libertadores e Brasileiro). Até o momento, o clube buscou nada mesmo que sete reforços para qualificar o elenco: Roberto Carlos, Ralf, Tcheco, Danilo, Iarley, Leandro Castán e Moacir.

- O elenco deste ano é bom, tem qualidade e jogadores com trajetória. Mas ele só vai ser melhor do que os outros dois se provar dentro de campo. O trabalho está sendo bem desenvolvido, mas é bom ir com calma – completou o comandante.

O Corinthians começa a medir seu potencial no próximo domingo, quando estreia no Campeonato Paulista, contra o Monte Azul, às 17h, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

De trivela. E mais novela...

Transmissão de pensamento, coincidência, sei lá. A verdade é que estava pensando nessas novelas sem fim do futebol quando vi, na primeira página do UOL, uma pesquisa sobre qual novela do futebol você não agüenta mais. Já dou o meu voto a de Vagner Love, que vai para o Flamengo, não vai mais, vai de novo, volta, treina em Atibaia com seus velhos - ou novos companheiros e agora já até admite estrear pelo Palmeiras no Campeonato Paulista. Em seguida, surge, insinuando ganhar força, a “VOLTA”, seriado que promete ser longo e que tem como protagonista, Cicinho, em seu suposto desejo de voltar ao São Paulo.

Creio que essas novelas envolvem os clubes que não podem - ou não querem - mais gastar, pois, na normalidade, quem já deveria ser contratrado já foi. Agora, são pobres ricos emergentes como, por exemplo, o Grêmio que conseguiiu encaixar Douglas Costa no futebol ucraniano. Com dinheiro no bolso, agora se candidata as próxi9mas novelas, envolvendo Douglas (ex- Corinthians), e Marcelo Moreno - ambos, por coincidência, pretendidos pelo Palmeiras - este, sem dinheiro suficiente e, já faz um tempinho, sem a ajuda da parceira (?) Traffic.

DE TRIVELA

1. Há algo de estranho no Reino dos Meninos do São Paulo: já são três os que entraram com processo liberatório, começando pelo mais famoso, Oscar, aquele tido, precocemente, como “a maior revelação tricolor desde Kaká”. Sabe como é, o tricolor já não lança mais tantos garotos e o bolso dos empresários dos meninos costuma ser inquieto, não pode esperar.

2. Era sábado a noite, no Guarujá, sem muito o que fazer. E eis que surge o gentil convite do Willian, diretor de eventos da Record, para o show da Ivete Sangalo. Ótimo. E, no camarote, em tom de brincadeira, alguém que era a cara do Jonas, do Grêmio, pedindo-me que não falasse mal do atacante. Era seu irmão. Nem precisava pedir, respondi, pois gosto muito do futebol desse jogador. E seu irmão, em troca, me confidenciou que há uma boa possibilidade de Jonas vir para o Palmeiras. Acho que seria interessante.

3. Engraçado, o Flamengo, legítimo campeão brasileiro. Sonha em contratar todo mundo, sem pagar. Só faltava exigir que o pretendente a astro, principalmente para jogar ao lado de Adriano, fosse sócio do clube e pagasse, em dia, sua mensalidade. Como já deve ter sido, creio, há um século.

Escrito por Roberto Avallone

Uh Marcelinho! Uh, o Maior?

Há controvérsias, é claro. Terá sido este Marcelinho Carioca que inicia seu adeus ao futebol o maior entre os maiores jogadores do Corinthians ao longo dos tempos a ponto de ser eleito o Embaixador corintiano no sagrado ano do Centenário?

Na minha opinião, entre os que estão vivos e vi jogar, foi sim! Nenhum outro ganhou tantos títulos quanto o Pé de Anjo, autor de tantos gols e jogadas inesquecíveis, como o gol diante do Santos, na Vila, em que até Pelé disse ser merecedor de placa, ou aquele outro contra o Palmeiras, do meio do campo, no ângulo esquerdo de Velloso.

Sim, cometeu também os seus pecados. A Fiel demorou a perdoá-lo ao perder um pênalti, o último da série, que canonizou o goleiro do Palmeiras, de lá para cá chamado de São Marcos, e eliminou o Corinthians da Taça Libertadores da América. Logo a Libertadores, sonho antigo da conquista inédita que agora. Sob o pretexto do Centenário, ressurge com força total.

Nem acho que tenha sido Marcelinho o mais completo jogador corintiano que vi em ação, perdendo em genialidade para o Doutor Sócrates (pena que não tenha sido tão bom atleta) e para Roberto Rivellino, La Patada Atômica- este nem um pouco abençoado pela arte de ganhar títulos para o Corinthians, tanto que o mais expressivo, se não me falha a memória, foi um tal Torneio do Povo, em 1973. Também tenho minhas dúvidas se Marcelinho foi sempre sincero ou grande parceiro ou se aprendeu usar palavras politicamente corretas ou que agradam- como, por exemplo, a tal “segunda pele”, ele, que já teve outras, como as camisas do Flamengo, do Vasco, do Valencia, do Japão (nem sei qual), do Santo André, etc.

Não importa: pelas faltas magistralmente cobradas, pelos escanteios venenosos, pelo conjunto da obra, deu Marcelinho como embaixador corintiano! E com toda a justiça!

Ah, já ia esquecendo: foi por causa de Marcelinho, que acompanhei boa parte do amistoso em que os reservas do Corinthians bateram os reservas do Huracán, por 3 a 0, com gols de Souza, Moraes e Dentinho, tendo por trilha sonora os gritos que quase 20 mil fiéis e enlouquecidos corintianos.

É, neste ano o bicho vai pegar na Libertadores. Como diria o inesquecível e autêntico corintiano, Chico Mendes, charuto sempre no canto da boca, “ou vai ou racha”.

Retirado de: http://blogdoavallone.blog.uol.com.br/arch2010-01-10_2010-01-16.html#2010_01-12_20_33_44-141061477-0

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Corinthians vale R$ 38 milhões?

A proposta foi entregue na semana pré-Reveillon à Batavo, atual patrocinadora do Corinthians: a Hypermarcas, dona da Bozzano, entre outras marcas, ofereceu R$ 38 milhões por ano para patrocinar a camisa alvinegra.

O documento representa um salto gigantesco no quanto o Timão ganhou de verba de patrocínio da camisa em 2009. No ano do centenário, o clube mais do que dobrará o quanto ganhou da Batavo na temporada que se foi.

Só que a pergunta é simples. Será que o Corinthians vale R$ 38 milhões? Ou, mas do que isso, algum clube no Brasil vale R$ 38 milhões de investimento?

Em valores desta segunda-feira, o Timão teria US$ 21,9 milhões do patrocinador principal da sua camisa. Nada mal. O clube conseguiu valores próximos aos de Real Madrid, Manchester United, Bayern de Munique e Liverpool, que têm os mais valiosos patrocínios do futebol.

Da maneira como funciona o mercado de patrocínio no Brasil de hoje, pode-se considerar que esses R$ 38 milhões são poucos. E a lógica é simples.

Patrocínio, especialmente no futebol, é confundido com exposição da marca. A empresa paga para ter sua marca visível na camisa do time, nada além disso. Pouco se faz de ativação, de ação com o torcedor, de aproveitamento da propriedade que é patrocinar um clube de futebol com os seus milhões de torcedores.

E, aí, seguindo essa linha de raciocínio, é pouco desembolsar R$ 38 milhões no Corinthians. Afinal, em 2010 o clube terá 12 meses de exposição ininterrupta na mídia, em todos os veículos, seja ele site, revista, jornal ou TV.

Fotos dos atletas com a marca do patrocinador estarão estampadas nas capas de sites, jornais e revistas. As TVs mostrarão por horas e horas os jogos, melhores momentos e gols do Timão.

Hoje, se um patrocinador quiser ter a maior exposição no futebol pela mídia, tem de patrocinar a transmissão da Globo. O pacote, sempre vendido com meses de antecedência para as mesmas empresas que estavam no ano anterior, custa por volta de R$ 100 milhões.

Ou seja, praticamente três vezes mais do que o maior patrocínio de camisa do país.

Claro que a criatividade do publicitário pode fazer a diferença numa campanha a ser exibida no intervalo de uma transmissão de um jogo. Mas poucas marcas ficam tão guardadas na lembrança do consumidor quanto a de um patrocinador do esporte. Ainda mais quando o esporte em questão é o futebol.

É, o Corinthians não vale R$ 38 milhões. Por essa lógica do patrocínio esportivo brasileiro hoje, pode ter certeza de que valeria, pelo menos, o dobro disso.

Por Erich Beting

Casillas é eleito melhor goleiro do mundo pela IFFHS; J. César fica em 3º

De acordo com a IFFHS (Federação Internacional de História e Estatística do Futebol), Iker Casillas, do Real Madrid, foi o melhor goleiro do mundo em 2009. Júlio César, da Internazionale e da seleção brasileiro, ficou com o terceiro lugar na lista, divulgada pelo órgão nesta terça-feira.
MELHORES GOLEIROS DO MUNDO
JOGADOR/CLUBE PONTOS
Iker Casillas - Real Madrid 230
Gianluigi Buffon - Juventus 150
Júlio César - Internazionale 124
Edwin van der Sar - Manchester United 87
Petr Cech - Chelsea 75
Victor Valdés - Barcelona 53
Pepe Reina - Liverpool 19
Igor Akinfeev - CSKA Moscow 17
Tim Howard - Everton 7
René Adler - Bayer Leverkusen 6

* DUNGA: 3º MELHOR TÉCNICO DE SELEÇÕES EM 2009
* HIGUAÍN DESFALCA R. MADRID POR TRÊS SEMANAS
* KAKÁ: "NUNCA FUI A FESTAS DE RONALDO"
* LEIA MAIS NOTÍCIAS SOBRE FUTEBOL NO UOL

Casillas também havia levado o prêmio em 2008. “Com praticamente a mesma vantagem do ano passado, ele ganhou de maneira soberana. Por isso, Casillas se tornou o legítimo sucessor do lendário Ricrdo Zamora, que foi o melhor goleiro do mundo na primeira metade do século XX”, afirmou a IFFHS em comunicado oficial.

Goleiro do Real Madrid e da seleção espanhola, Casillas, de 28 anos, comentou o feito. “Fico feliz e contente, apesar de a temporada passada não ter sido boa com relação a êxitos coletivos”, disse. Um júri com membros de 84 países definiu a relação dos melhores goleiros do mundo.

Gianluigi Buffon, da Juventus e da seleção italiana repetiu a mesma posição em 2009. Com 150 pontos, ele ficou a 80 de Casillas. Júlio César obteve o terceiro lugar com 124 pontos. Edwin Van der Sar (Manchester United) e Petr Cech (Chelsea) completaram os primeiros colocados. Entre os sete primeiros colocados, a Espanha conta com três representantes: Casillas, Victor Valdés (Barcelona) e Pepe Reina (Liverpool).

Casillas receberá o troféu em 1º de fevereiro, em cerimônia em Londres.

Diretor do Comitê Organizador da Copa reclama de preconceito contra a África

Danny Jordaan lembra dos ataques terroristas na Europa e diz que seu país não pode ser responsabilizado por algo que aconteceu em Angola

Desde a última sexta-feira, quando a seleção do Togo sofreu um atentado em Angola, organizadora da Copa Africana de Nações, o diretor-executivo do Comitê Organizador da Copa do Mundo, Danny Jordaan, tem se ocupado em repetir que nada parecido acontecerá na África do Sul. Nesta terça-feira, em entrevista coletiva em Joanesburgo, Jordaan foi duro com os que temem o primeiro Mundial do continente e reclamou de preconceito.

Rafael Pirrho/GLOBOESPORTE.COM
Danny Jordaan afirma que há dois pesos e duas medidas quando o assunto é a África

- Em 2005 houve um ataque terrorista em Londres e ninguém foi perguntar ao Beckenbauer (presidente do Comitê Organizador da Copa da Alemanha, em 2006) se haveria torneio no ano seguinte. E por que agora fazem isso conosco? Há dois pesos e duas medidas com a África, temos que parar com isso - esbravejou.



Jordaan reclamou que a África do Sul não pode ser responsabilizada por algo que aconteceu em um outro país e voltou a usar a Europa como exemplo.



- A África do Sul está a três horas e meia de voo de Angola. É como se acontecesse um problema em Moscou e você fosse cobrar de Londres - comparou, lembrando ainda do atentado terrorista das Olimpíadas de Munique, Alemanha, em 1972.



O diretor-executivo também fez questão de ressaltar as diferenças entre os dois países africanos e destacou que não há grupos terroristas na África do Sul.


- Não vou dar opinião sobre o esquema de segurança de Angola, nem dizer o que deveria ou não ter sido feito, porque esta é uma questão interna deles. Só o que posso dizer é que o ataque partiu de um grupo separatista e terrorista, algo que não há aqui na África do Sul. Portanto, mais uma vez, não há nenhuma relação entre o que aconteceu na Copa Africana, em Angola, com a Copa do Mundo na África do Sul - enfatizou Jordaan, que esteve em Angola para a abertura da Copa Africana, no último domingo.

Além de Jordaan, o General Ramlakan, das Forças Armadas sul-africanas, também participou da entrevista coletiva e prometeu que o esquema de segurança da Copa do Mundo de 2010 será superior ao das edições anteriores do torneio.

- Estamos preparando a segurança da Copa do Mundo há dois anos e posso dizer que estamos prontos para qualquer eventualidade. Temos tudo o que um evento desta grandeza exige. No meu ponto de vista, a segurança aqui na África do Sul será ainda melhor do que foi na Alemanha, no Japão e na Coréia do Sul - afirmou.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Ano de Copa – ano de desastre no calendário

Parece que foi ontem.

A Libertadores de 2006 foi interrompida no meio das quartas-de-final devido à disputa da Copa do Mundo da Alemanha. O Internacional foi a Quito no dia 10 de maio enfrentar a LDU. Perdeu de 2 x 1 e teve que esperar 40 dias para poder dar o troco, no dia 19 de julho, quando Renteria, aos 42 minutos do segundo tempo, fez o 2 x 0 que selou de vez a vaga do Colorado para a semifinal.

Incômodo semelhante passou o São Paulo, que ainda teve que encarar uma disputa de pênaltis com o Estudiantes, após os 40 dias da primeira partida. Rogério Ceni e Mineiro, inclusive, ficaram estes 40 dias fora, pois estavam disputando a Copa do Mundo.

Mas ainda tem a cereja do bolo. O mais mambembe e ridículo dos momentos de amadorismo da história do calendário sul-americano que se tem notícia. Ricardo Oliveira, o craque de última hora da equipe do Morumbi, então emprestado ao São Paulo, jogou a primeira partida da decisão e, pasmem, teve que retornar à Europa antes do segundo jogo da final. É como se Messi ou Cristiano Ronaldo fossem impedidos de jogar a última final da Champions League entre Barcelona e Manchester United depois de disputar o torneio todo.

Bom. Nem gosto de lembrar. Essas coisas me desanimam.

Corta para 2010. Devem ter aprendido, certo?

Fon fon fon. Errado. Não aprenderam.

A Libertadores vai parar de novo em maio. E vai ter a sua final no dia 18 de agosto. Desde que o mundo é mundo, a gente sabe que em junho, a cada quatro anos, tem ’só’ a Copa do Mundo. Não é coisa que precisa lembrar. E eu não estou aqui dando notícia exclusiva ao afirmar que já está marcado o mesmo evento para junho de 2014, 2018 e 2022. Tem gente que não marca férias, casamento, batizado e, se puder planejar, não deixa nascer filho em junho de Copa.

Em 2010, tem só gente grande, como se diz, na Libertadores do lado brasileiro. As três maiores torcidas do Brasil e mais os campeões Cruzeiro e Internacional. Com os argentinos fora, é barbada que vai ter Brasil nos jogos finais. Sem falar do Brasileirão, claro, que também não merecia parar por tanto tempo.

É tão esdrúxulo esfriar o ímpeto das torcidas no momento máximo de seus clubes (todo mundo sabe que se torce mais para clube do que seleção no Brasil) quanto seria humilhante para a Copa do Mundo, evento máximo, ter que dividir atenção com qualquer outra competição.

O ideal, claro, era fazer tudo a seu tempo. Acha difícil? É só ligar para a UEFA e perguntar como.

Jornalista brasileiro na África analisa atentado em Angola e suas consequências para Copa

Por Rafael Pirrho, em Joanesburgo

Antes que se coloque tudo no mesmo saco, é preciso dizer que o ataque à delegação de Togo, em Angola, não tem chance de se repetir na Copa do Mundo. A África do Sul possui um leque de problemas sérios, incluindo a violência urbana, mas entre eles não estão grupos terroristas ou separatistas. Além disso, aqui há mais estrutura e experiência em grandes eventos, ao contrário de Angola.

O problema é explicar isso àqueles que já se acostumaram a ver os 53 países africanos como um só. Se há crise em um deles, é comum que todos recebam o mesmo rótulo. Por isso, não há como negar que, embora esta seja uma análise equivocada, o que aconteceu em Angola respinga na Copa da África do Sul.

Mas a barbárie mancha, sobretudo, a imagem de crescimento que Angola tenta construir. O país é, ao lado da Nigéria, o maior exportador de petróleo da África, mas engatinha em questões básicas como segurança e infraestrutura. Tem grandes riquezas naturais, mas ainda sofre para controlar seu próprio território.

Cabinda, local do atentado contra a seleção togolesa, é uma reunião de todas essas características. De lá saem cerca de 80% da larga exportação de petróleo angolano, mas, por isso mesmo, esta é uma região instável, repleta de interesses econômicos. Ao colocar a cidade (homônima da província) como sede da Copa Africana, Angola queria mostrar que a situação por lá estava sob controle. Apostou alto e perdeu.

Perderam também os milhões de angolanos que esperavam com ansiedade por esta Copa Africana. Nas últimas semanas, uma enxurrada de propagandas na TV mostravam como o país já respirava o torneio. Angola convidou Pelé e Eusébio, festejou as presenças de Drogba e Eto’o, sonhou com um inédito título continental, mas acabou atingida em cheio pelos tiros em Cabinda. Os terroristas conseguiram acertar o alvo ao exporem ao mundo as fragilidades do país.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

PALMEIRAS? DEIXE-ME EXPLICAR

Os grandes de São Paulo passam estes dias de pré-temporada exibindo seus trunfos para o ano que mal começa.

No Parque, houve a festa, com toda pompa e circunstância, para seis mil fiéis, na apresentação de Roberto Carlos, seguida das de Tcheco, Danilo, Iarley etc., sem contar o becão Henrique, que está no gatilho. Ele, ou Alex Pirulito.

No Morumbi, todas as cartas foram postas sobre a mesa de uma vez: um naipe de respeito – Marcelinho e Carlinhos Paraíba, Léo Lima, Fernandinho, André Luiz (“Vamos pra varanda…”, como convida o velho samba de João da Bahiana), Xandão, quem mais? Ah, sim está faltando Cicinho, que parece estar na marca do pênalti, segundo as últimas informações.

O Santos vai de Marquinhos, Maranhão, bom lateral-direito do Guarani, e o eterno ídolo Giovanni, uma incógnita mas sempre uma esperança.

Por fim, o Palmeiras, que segundo seu presidente está fazendo contratações cirúrgicas, tipo Márcio Araújo, excelente volante do Galo, e Léo, zagueiro revelado pelo Grêmio. Mas, a pedido de Muricy, estica um olho também para Alex Pirulito, e outro para Rafael Sóbis para compensar a iminente perda de Wagner Love, de tão frustrante volta ao Palestra Itália.

Enfim, bons ventos sopram em direção ao Paulista deste ano, com suas principais equipes renovadas, embora esse sistema de disputa, híbrido e irracional, deixará toda e qualquer emoção resumida ao mata-mata final.

E, por mais incoerente que pareça, o Palmeiras, golpeado tragicamente pela maneira como perdeu o Brasileirão, e ainda imerso nas brumas da incerteza sobre a formação de seu ataque, é o que me parece em condições de melhor começar a competição doméstica.

Explico, antes que as pedras dos demais torcedores me atinjam: enquanto Corinthians e São Paulo, pelo volume de novas contratações, e Santos, sob nova direção, terão de usar o Paulistão como campo de prova na arquitetura de seus novos times, o Palmeiras já entrará em campo com o entrosamento herdado da temporada passada.

E, mais: reforçado por alguns jogadores que podem mais acrescentar do que fragmentar o seu jeito de jogar. Por exemplo: Márcio Araújo, pelo que vi de seu desempenho no Galo, é melhor do que Jumar ou Sandro, que frequentaram aquele setor com mais assiduidade no ano findo.

Mas, isso é apenas especulação, não ciência exata. Vai que Mano Menezes toque com sua varinha mágica esse nova Timão, ou que Ricardo Gomes acerte logo de cara esquema e formação da equipe, ou ainda que Dorival Júnior consiga conjugar sob o mesmo teto talentos como os de Rodrigo Souto, Marquinhos, Giovanni, Ganso, Madson e Neymar, já mais maduro, e aí os três desembestem a ganhar todas… É possível, embora improvável.

De qualquer forma, teremos um campeonato interessante, desde que nossos treinadores de plantão não se deixem atar pelo medo de perder e resolvam aproveitar na plenitude os poderes de seus novos reforços. É esperar pra ver.

Retirado de: http://colunistas.ig.com.br/albertohelenajr/