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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Novo Meia-Esquerda do Palmeiras

Se o critério for baseado em talento e aplicação, o Palmeiras já não precisa lamentar a perda de Douglas, para o Grêmio, e nem continuar sua corrida em busca de um meia, que seja hábil e canhoto, como pediu o treinador Muricy Ramalho. Não precisa mesmo, pois ele já está no clube: trata-se de Ramos, 18 anos, bom driblador, combativo e dono de rara virtude nos dias de hoje no futebol tupiniquim - a de fazer golaços com a canhota, de um pouco antes da entrada da área, com chutes altos e bem colocados, sem chances para o goleiro inimigo.

Foi assim que vi esse menino nos jogos do Palmeiras na Copinha dos juniores, quando ele um gol desse tipo contra o Fluminense e outro, igualzinho diante do forte time da Portuguesa, cujo goleiro, o ágil Tom, pareceu-me beirar os dois metros de altura.

Não me impressiono facilmente com jovens talentos, pois, muitas vezes, eles enganam e insinuam ser o que jamais serão. Muitas vezes, por uma questão de personalidade ou orientação, pois o mundo mudou, a cidade cresceu e sempre há uma tentação aqui, outra ali, quem sabe uma Maria Chuteira na esquina. Tudo bem. O perigo é não saber dosar.

Bem, voltando a este Ramos, a quem não conheço pessoalmente e nem sei ao certo a sua altura, digo que foi o jogador que mais me impressionou nesta Copinha. Falam-me muito bem do time do São Paulo, com alguns jogadores mais do que interessantes (o volante Casemiro, o meia Marcelinho, o goleador Lucas Gaúcho, assim como é enaltecido o santista Alan Patrck).

A vantagem de Ramos, porém, é que há lugar de imediato - ou quase - no time do Palmeiras, já cansado de procurar pelo tal meia, canhoto, desde que Muricy assumiu. E como o dinheiro palestrino não é farto e, por não oferecer o mercado opções atraentes, creio que a solução é aproveitar este menino de muito talento. Falta-lhe apenas aprimorar a parte física (andou machucado antes de começar a Copinha) e ter, no elenco principal, a mesma autoconfiança revelada entre os juniores.

O caso não seria o mesmo se a ele, Ramos, coubesse o papel de 'Salvador da Pátria'. O buraco seria mais embaixo. Não, no Palmeiras ele terá o suporte de um Diego Souza, de um Clayton Xavier, de um Pierre, bastando-lhe jogar o futebol que, me informaram, durou quatro anos no Noroeste, de Bauru, e um certo tempo no São Paulo, onde teria sido negado a ele um reajuste salarial, que giraria em torno dos sete mil reais.

Enfim, maiores detalhes, só tempo dirá. Por enquanto, se eu fosse o técnico, já lhe daria a camisa dos titulares. E sem hesitar.

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