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domingo, 17 de janeiro de 2010

Racing, Corinthians e os diferentes meios de patrocinar

A Hypermarcas oficializou ontem o patrocínio de R$ 38 milhões para o Corinthians. O valor é o maior do país e das Américas no futebol. Um recorde digno de nota, mas que fará do uniforme corintiano, aproveitando-se da época do ano, uma espécie de abada carnavalesco.

Enquanto isso, na Argentina, o time do Racing fez ontem mais um jogo de início de temporada contra o River Plate, pelo Torneio de Verão de Salta. Nessa competição, o time tem jogado com uma camisa “limpa”, apenas com o logo do fornecedor de uniforme (por sinal, a brasileira Olympikus, que a exemplo da Penalty e da Topper expandiu os tentáculos para a terra vizinha).

O curioso, porém, é que o Racing tem um patrocinador principal, o Banco Hipotecario. Bem longe dos R$ 38 milhões alcançados pelo Timão, sem dúvida, mas o banco paga seu dinheiro para ser o “patrocinador oficial” do clube argentino. E não está na camisa por um simples motivo:

“Devolvemos a camisa ao torcedor”.

Esse é o lema adotado pelo Hipotecario em seu patrocínio ao Racing. O banco paga o clube para não mostrar a marca na camisa!!! Mas, em troca, faz toda uma campanha valorizando exatamente o que para o torcedor é fundamental: o clube.

Exatamente por causa dessa ação, o patrocínio tem ganhado espaço na mídia em todo o mundo, evidenciando que não existe apenas um meio de se ganhar visibilidade com o esporte.

Os casos de Racing e Corinthians ilustram bem (e de maneiras opostas) como é possível trabalhar o esporte de variadas maneiras. Sem dúvida que, como já dito aqui, os R$ 38 milhões pagos ao Corinthians pela Hypermarcas tem como maior objetivo a exposição de marca que a camisa alvinegra oferece. Mas será que é só por isso que é bom patrocinar um clube?

Não precisa ser radical como foram Racing e Corinthians. Mas bem que se poderia começar a pensar, no Brasil, em alternativas menos “poluentes” para o patrocínio no futebol. O torcedor agradece. E, pode ter certeza, vai apoiar a marca que for leal a ele, garantindo-lhe o reforço de uma paixão.

Retirado de: http://negociosdoesporte.blog.uol.com.br/arch2010-01-10_2010-01-16.html#2010_01-15_09_02_13-136381883-0

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