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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Corinthians vale R$ 38 milhões?

A proposta foi entregue na semana pré-Reveillon à Batavo, atual patrocinadora do Corinthians: a Hypermarcas, dona da Bozzano, entre outras marcas, ofereceu R$ 38 milhões por ano para patrocinar a camisa alvinegra.

O documento representa um salto gigantesco no quanto o Timão ganhou de verba de patrocínio da camisa em 2009. No ano do centenário, o clube mais do que dobrará o quanto ganhou da Batavo na temporada que se foi.

Só que a pergunta é simples. Será que o Corinthians vale R$ 38 milhões? Ou, mas do que isso, algum clube no Brasil vale R$ 38 milhões de investimento?

Em valores desta segunda-feira, o Timão teria US$ 21,9 milhões do patrocinador principal da sua camisa. Nada mal. O clube conseguiu valores próximos aos de Real Madrid, Manchester United, Bayern de Munique e Liverpool, que têm os mais valiosos patrocínios do futebol.

Da maneira como funciona o mercado de patrocínio no Brasil de hoje, pode-se considerar que esses R$ 38 milhões são poucos. E a lógica é simples.

Patrocínio, especialmente no futebol, é confundido com exposição da marca. A empresa paga para ter sua marca visível na camisa do time, nada além disso. Pouco se faz de ativação, de ação com o torcedor, de aproveitamento da propriedade que é patrocinar um clube de futebol com os seus milhões de torcedores.

E, aí, seguindo essa linha de raciocínio, é pouco desembolsar R$ 38 milhões no Corinthians. Afinal, em 2010 o clube terá 12 meses de exposição ininterrupta na mídia, em todos os veículos, seja ele site, revista, jornal ou TV.

Fotos dos atletas com a marca do patrocinador estarão estampadas nas capas de sites, jornais e revistas. As TVs mostrarão por horas e horas os jogos, melhores momentos e gols do Timão.

Hoje, se um patrocinador quiser ter a maior exposição no futebol pela mídia, tem de patrocinar a transmissão da Globo. O pacote, sempre vendido com meses de antecedência para as mesmas empresas que estavam no ano anterior, custa por volta de R$ 100 milhões.

Ou seja, praticamente três vezes mais do que o maior patrocínio de camisa do país.

Claro que a criatividade do publicitário pode fazer a diferença numa campanha a ser exibida no intervalo de uma transmissão de um jogo. Mas poucas marcas ficam tão guardadas na lembrança do consumidor quanto a de um patrocinador do esporte. Ainda mais quando o esporte em questão é o futebol.

É, o Corinthians não vale R$ 38 milhões. Por essa lógica do patrocínio esportivo brasileiro hoje, pode ter certeza de que valeria, pelo menos, o dobro disso.

Por Erich Beting

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