Parece que foi ontem.
A Libertadores de 2006 foi interrompida no meio das quartas-de-final devido à disputa da Copa do Mundo da Alemanha. O Internacional foi a Quito no dia 10 de maio enfrentar a LDU. Perdeu de 2 x 1 e teve que esperar 40 dias para poder dar o troco, no dia 19 de julho, quando Renteria, aos 42 minutos do segundo tempo, fez o 2 x 0 que selou de vez a vaga do Colorado para a semifinal.
Incômodo semelhante passou o São Paulo, que ainda teve que encarar uma disputa de pênaltis com o Estudiantes, após os 40 dias da primeira partida. Rogério Ceni e Mineiro, inclusive, ficaram estes 40 dias fora, pois estavam disputando a Copa do Mundo.
Mas ainda tem a cereja do bolo. O mais mambembe e ridículo dos momentos de amadorismo da história do calendário sul-americano que se tem notícia. Ricardo Oliveira, o craque de última hora da equipe do Morumbi, então emprestado ao São Paulo, jogou a primeira partida da decisão e, pasmem, teve que retornar à Europa antes do segundo jogo da final. É como se Messi ou Cristiano Ronaldo fossem impedidos de jogar a última final da Champions League entre Barcelona e Manchester United depois de disputar o torneio todo.
Bom. Nem gosto de lembrar. Essas coisas me desanimam.
Corta para 2010. Devem ter aprendido, certo?
Fon fon fon. Errado. Não aprenderam.
A Libertadores vai parar de novo em maio. E vai ter a sua final no dia 18 de agosto. Desde que o mundo é mundo, a gente sabe que em junho, a cada quatro anos, tem ’só’ a Copa do Mundo. Não é coisa que precisa lembrar. E eu não estou aqui dando notícia exclusiva ao afirmar que já está marcado o mesmo evento para junho de 2014, 2018 e 2022. Tem gente que não marca férias, casamento, batizado e, se puder planejar, não deixa nascer filho em junho de Copa.
Em 2010, tem só gente grande, como se diz, na Libertadores do lado brasileiro. As três maiores torcidas do Brasil e mais os campeões Cruzeiro e Internacional. Com os argentinos fora, é barbada que vai ter Brasil nos jogos finais. Sem falar do Brasileirão, claro, que também não merecia parar por tanto tempo.
É tão esdrúxulo esfriar o ímpeto das torcidas no momento máximo de seus clubes (todo mundo sabe que se torce mais para clube do que seleção no Brasil) quanto seria humilhante para a Copa do Mundo, evento máximo, ter que dividir atenção com qualquer outra competição.
O ideal, claro, era fazer tudo a seu tempo. Acha difícil? É só ligar para a UEFA e perguntar como.
Nenhum comentário:
Postar um comentário