A justa comoção que a penúria sobre o Haiti causou no mundo inteiro mobilizou, nos últimos dias, o esporte como um todo. Diversas partidas e ações para arrecadar fundos e com isso tentar ajudar a devastada Porto Príncipe passaram a ser meio que uma obrigação de uns tempos para cá. E, em muitos casos, o que se ouve de um lado e de outro é que nada passa de "marketing", de tentativa de aproveitar a onda e ser solidário diante de uma catástrofe como a do terremoto que acabou com o Haiti.
Mas, afinal, o que há de errado com o marketing? O que há de errado em ser marqueteiro?
O esporte, como muitos poucos meios, fez com que o marketing fosse visto como algo pavoroso, que devesse ser deixado de lado e riscado do mapa. Nesse sentido, marketing é uma espécie de feitiçaria, de algo que serve para iludir as pessoas e não entregar aquilo que se espera, ou que se vendeu. É uma espécie de político em campanha, que promete o que não pode cumprir.
Só que fazer marketing não é isso. Temos visto, no caso do Haiti, muitas ações legais, que de fato podem levar algo de útil para uma população que já era carente e agora está abandonada. A doação de parte da renda de jogos do Palmeiras para ajudar o país da América Central foi um exemplo. Agora, a parceria da Batavo com o Corinthians de doar um litro de leite para cada torcedor que for ao estádio nos jogos do Timão. Isso sem falar em diversas ações para reunir personalidades do esporte e mostrar que todos se preocupam com o próximo.
Sim, isso tudo é marketing. E dos bons. É usar a força que o esporte tem para convencer as pessoas em benefício do próximo.
O problema é precisarmos de uma tragédia mundial para levantar esse sentimento nas pessoas. Como já foi abordado aqui diversas vezes, o esporte tem a chance de mobilizar as pessoas num grau de comprometimento dificilmente alcançado.
Imagine começar a usar a força dos clubes, das torcidas e dos atletas para aumentar as doações de sangue, de órgãos, incrementar os projetos sociais...
É tudo uma questão de marketing. No melhor significado da palavra.
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