Antes de tudo, a informação: para quem ainda não sabe, na noite de domingo, durante o programa “No Pique”, que tenho o prazer de apresentar na CNT, o novo diretor de futebol do Palmeiras, Seraphim Del Grande tinha até boas notícias. Ele confirmou, ao vivo, sem firulas e sem mistérios, que pretende contratar mais três jogadores, ainda para a Copa do Brasil - um lateral-direito, um zagueiro e um centroavante. Sem revelar nomes, Del Grande apenas confirmava, oficialmente, o interesse. Contando ainda com Lincoln e Ewerthon, que ainda não estrearam, esses três reforços talvez fossem capazes de dar um pouco de ânimo à torcida que anda cada vez mais cabisbaixa - desde o baque do ano passado quando, de suposto campeão, nem na Libertadores ficou. E agora, de acordo com os números, depois da derrota para o modesto Rio Claro - mais uma vez debaixo de chuva - a situação do Palmeiras é inusitada: trata-se do oitavo colocado do Paulistão - ou Paulistinha - com remotas chances de classsificação para as semifinais. Um novo desastre à vista. Meu Deus!
E lá vêm as explicações: foi a chuva, mais uma vez a chuva. Ora, é evidente que, embora estivesse realmente difícil tocar a bola naquela gramado encharcado - a chuva aconteceu para os dois times. Sem essa de que o Palmeiras, por ser o timer mais técnico, encontraria maiores dificuldades pois a equipe que se vê hoje em dia nada tem a ver com a Academia de Ademir da Guia, onde a bola rolava de pé em pé, com classe, justificando o apelido.
Creio que desde que Charles Miller trouxe a primeira bola para o Brasil, vindo da Inglaterra, anunciando a prática de um novo esporte, deve ter trazido também um manual como se fora uma receita culinária, a ensinar como utilizar os ingredientes:
1. Quando o tempo estiver bom e o gramado seco, pegue dois atacantes leves e hábeis, junte-os a meio-campistas criativos e a pontas velozes. Depois, façam-se os gols.
2. Quando chover, o que é comum em São Paulo, evite-se o toque de bola, a preferência deve ser por jogadores altos e fortes, facilitando as cabeçadas nas jogadas aéreas.
Isso posto, com um pouco de sal e pimenta, o esporte torna-se até engraçado e continuará sendo delicioso. Facam-se, pois, os gols.
Só que para seguir a básica receita imaginária de Sir Miller é preciso ter ingredientes. Ou melhor repertório, ou, ainda mais, repertório.
Simplificando: elenco bom e versátil.
E isso, ao contrário de Djalma Santos e Julinho - que adoravam jogar na chuva - o Palmeiras não tem.
Ah, não tem mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário