Duas cenas, envolvendo estrelas, marcaram mais este dia no futebol. Logo pela manhã, acompanhado pelo Rei Pelé - este no acidental papel de coadjuvante -, Robinho desceu do helicóptero que o transportava a uma Vila Belmiro lotada. Robinho é uma estrela e tem lá os seus caprichos. Ter Pelé como acompanhante, não é para qualquer um.
“Estou na minha casa”- disse, para delírio de seus fãs, esquecidos, é claro, de o ídolo ter forçado a barra para se transferir para o Real Madrid, onde não teve mimos e nem afetos, assustando o menino da Vila ao tentar incluí-lo numa negociação, já à época, com Cristiano Ronaldo, a sensação portuguesa do Manchester United. E fez biquinho este nosso reizinho das pedaladas, ao ser colocado no banco de reservas do Manchester City pelo treinador italiano Mancini - que nele via menos empenho do que no argentino Tevez, nosso velho conhecido.
E o Santos passou a ser o seu refúgio, de novo a sua casa. Enganam-se os que pensam que estou a criticar Robinho, apenas relato os fatos e tento entender o que se passa na cabeça dos astros e das estrelas, em qualquer atividade. Quantos leitos em hotel foram pedidos - exigidos - por Madonna para exibir seu show no Brasil ou quantas toalhas brancas - apenas brancas - ordenou Bon Jovi, ídolo de adolescência do meu filho (e que nem sei que pito toca) para gritar suas músicas entre nós.
Elas, as estrelas, querem agrados, carinho. Pois não foi o que aconteceu, a tarde, com um dos ídolos do Flamengo, Petkovic, que foi ate a Gávea para ser informado pelo funcionário Isaias Tinoco (e nem mesmo pelo vice-presidente do clube) que estava afastado até segunda ordem”. É que Pet, um dos heróis do título de campeão brasileiro pelo Flamengo, não suportou ser substituído por Andrade, logo ele, sérvio bom de gol olímpico e de reclamar bichos maiores...
O curioso é que, sem Pet, o velho Fla virou um jogo em que perdia para o Flu por 3 a 1 em espetacular virada de 5 a3, com direito a três gols de Adriano e um de Vagner Love, com jogadas da dupla que a imensa torcida já batiza de “Império do Amor. Existirá aí já uma pontinha de ciúme do velho sérvio?
Sei lá. Estrelas são assim. Só que, convenhamos, em nome do espetáculo, é melhor saber conviver com elas.
Escrito por Roberto Avallone
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