“A frase típica do brasileiro é aquela “no fim dá certo”. O Brasil é um país moderno, de grande crescimento econômico, com pessoas de grande talento, mas tem aquela coisa cultural de deixar as coisas para amanhã e no final dizer “vamos dar um jeito”. Para um espanhol é mais fácil de compreender isso do que para um americano”.
A declaração acima é de Ferran Soriano, entrevistado da próxima edição da Revista Máquina do Esporte que será publicada em breve. Soriano, presidente da Spain Air, foi também o CEO do Barcelona no período de recuperação financeira e adminsitrativa do clube espanhol na metade dos anos 2000. Além disso, morou durante alguns anos no Brasil, a trabalho.
Sua declaração sintetiza bem como costumamos pensar e agir no dia a dia. Mas, como ele mesmo diz na sequência do bate-papo, em se tratando de Copa do Mundo, é temerário acreditar que “no final dá certo”.
O Ipea demorou três anos para soltar o relatório sobre a questão aeroportuária brasileira. Não adianta nada vir agora e dizer que não haverá tempo hábil para as reformas. Esse estudo, e a cobrança pelas melhorias, precisariam ter acontecido em 2008, um ano após o Brasil ter sido eleito sede da Copa. Em novembro daquele ano, já se sabia que o país não só tinha ficado bem para trás da organização da Copa do Mundo da Alemanha, mas já começava a perder os prazos tal qual a África do Sul havia feito.
O aeroporto, no Brasil, não está preparado nem para atender à demanda atual. Não deveríamos precisar de uma Copa do Mundo para obrigar o país a se preparar para ser a “quinta maior economia do mundo”, como não se cansa de declarar o governo. Precisamos é parar de pensar como um país de quinta.
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