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sábado, 20 de agosto de 2011

A culpa é sempre do patrocinador…

Torben Grael, maior medalhista olímpico da história do país, abriu mão de tentar a vaga nos Jogos de Londres, no ano que vem, por falta de patrocínio. A notícia veio à tona na última semana, e levantou aquela velha discussão do “absurdo” que é um campeão olímpico não ter apoio para competir numa Olimpíada.

Mas será que a culpa é sempre do patrocinador?

Nesta quinta-feira, Torben Grael divulgou um comunicado à imprensa afirmando que não tem patrocinador para tentar o projeto olímpico, mas que continua a ser muito bem patrocinado pela Mitsubishi para competir na Vela Ocêanica.

“A esta altura, dificilmente vou tentar uma vaga para os jogos de Londres devido, principalmente, à falta de patrocínio exclusivo para uma campanha olímpica. Já na vela de Oceano, tenho o apoio e um excelente patrocínio da Mitsubishi Motors do Brasil, onde velejo na classe Soto 40, barco idealizado pelo empresário e velejador Eduardo de Souza Ramos”.

Essa foi a frase que Torben teve de colocar no comunicado, tentando reparar a crise causada com seu patrocinador, que já investe nele e, muito provavelmente, sentiu-se menosprezado ao ver tantas matérias falando que o grande campeão do país não tem apoio.

Invariavelmente a mídia crucifica a “falta de patrocínio”, considerada a grande mazela para que atletas vitoriosos como Torben não consigam galgar sonhos mais altos no esporte. Mas por que a culpa sempre é do patrocinador? Como costumo dizer por aqui, patrocínio não pode ser confundido com caridade. Para uma empresa dispender dinheiro num projeto, ele tem de trazer retorno.

Fica ainda pior quando o atleta reclama da falta de patrocínio e coloca esse fator como o maior responsável para ele não conseguir cumprir seus objetivos. Esse tipo de atitude só prejudica a imagem do esportista e faz com que o patrocinador, naturalmente, não veja nesse atleta ou nessa instituição um bom produto para colocar seu dinheiro.

Nem sempre o problema está na falta de visão do patrocinador. Diria que, na maioria das vezes, o problema está no próprio patrocinado, que não consegue mostrar para a empresa o retorno que ele pode trazer.

Ser o melhor não basta, é preciso representar também o melhor negócio para quem vai investir. Isso dá muito mais trabalho do que competir. No fim, é muito fácil colocar a culpa no patrocinador. Ou na ausência dele…

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