Acabamos de entrevistar o técnico Levir Culpi no Bandsports durante a transmissão do amistoso da seleção do Japão contra o time de estrelas da J-League, a liga de futebol do país asiático devastado pelo terremoto do último dia 11 de março.
Levir está morando em Osaka, cidade onde acontece o amistoso e que não sofreu com o abalo no solo japonês.
No bate-papo, o treinador do Cerezo Osaka disse que foi procurado por Santos e Fluminense para voltar ao Brasil. Depois de pensar, recusou o convite.
“Não é o momento de fazer isso. Achei que não seria correto deixar o país. Jogamos apenas uma partida da J-League e, mais do que isso, achei que deixaria uma péssima imagem se resolvesse deixar o Japão, pareceria um momento de fraqueza. E isso fecharia o mercado para mim e para outros treinadores brasileiros aqui no Japão”, disse Levir.
Uma aula de ética dada por ele. E, muitas vezes, é isso que falta ao futebol, especialmente no Brasil. Sermos mais éticos, entendermos que não é sozinho que se constrói as coisas.
Ah, Levir também contou que está escrevendo um livro com o título “Um burro com sorte”.
Uma brincadeira, claro, com a maneira como era “gentilmente” tratado pelos torcedores no Brasil. Mas o mais curioso foi quando ele relacionou a reconstrução japonesa após o desastre do início deste mês com a incompetência brasileira em gerenciar a Copa do Mundo.
“O Japão foi reconstruído após a guerra baseado na educação de seu povo. E aí fica a dúvida quanto à imagem que o Brasil está passando para o mundo com a Copa. Teríamos uma grande chance de mostrar que somos um país sério”.
Pois é, Levir. Infelizmente, ética é uma palavra que anda em falta por aqui.
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