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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Djokovic traz a agressividade de volta ao saibro

O que fez Gustavo Kuerten se tornar numa celebridade no mundo do tênis foi o fato de ele ter encerrado longos anos de domínio do estilo regular e paciente sobre o saibro, provando que era possível ganhar os maiores torneios do calendário com um jogo agressivo e ousado.

Isso é exatamente o que assombra e maravilha na nova fase do sérvio Novak Djokovic. O tênis que passou a mostrar no US Open do ano passado, com maior potência no saque e nos golpes de base, determinação de buscar os pontos em detrimento da eterna espera do erro adversário, se firmou até mesmo no piso lento.

Rafael Nadal, o mais perfeito tenista sobre o saibro que se viu desde Bjorn Borg, tinha todas as vantagens na decisão de hoje em Roma. Quadra pesada, clima chuvoso e um adversário teoricamente bem mais cansado, vindo de três horas de batalha física e mental da véspera.

E não ganhou set. De novo, tal qual diante de sua torcida em Madri, Nadal não venceu set de Djokovic em seu habitat natural. Não faltaram pernas, nem o tradicional coração ao sérvio, que foi obviamente mais cauteloso do que uma semana atrás frente a um piso que não permitiria o mesmo grau de risco que taticamente optou à perfeição no saibro espanhol.

Nadal fez seu jogo tão conhecido e não pode alegar que atuou mal. O que faltou acima de tudo foi uma tática diferente. Apostou na regularidade diante do saibro lento e num eventual desgaste do adversário, o que por vezes realmente aconteceu. Mas o espanhol não ousou. O saque funcionou pouco e ele se viu acuado no fundo de quadra, tentando sempre as trocas de bola e o contra-ataque. Correu como louco e lutou muito, mas ficou claro que isso não basta mais para enfrentar o Djokovic de hoje.

Com quatro vitórias consecutivas e em finais de nível Masters sobre Nadal, em duas quadras diferentes, não há mais qualquer discussão sobre quem é o melhor tenista em atividade. Resta o ranking reconhecer isso, o que parece inevitável acontecer em Roland Garros.

Conforme explica o texto de TenisBrasil, Nadal perderá o posto mesmo se for vice em Paris e Nole cair na primeira rodada, por uma questão matemática. Mera formalidade.

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