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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

NBA em Londres é a síntese do esporte como negócio

A NBA anunciou recentemente que fará duas partidas de sua temporada regular na cidade de Londres, Inglaterra. É a primeira incursão fora dos EUA do maior campeonato de basquete do mundo sem ser em jogos amistosos. E é também a prova de como o americano sabe que, para que haja um grande evento esportivo, é preciso criar condições diferentes a seu público.

A realização dos jogos da NBA na Inglaterra é uma alternativa da liga para duas situações que estão no horizonte recente da competição.

Depois de fazer alguns jogos de pré-temporada na Inglaterra e ver as vendas de ingresso se esgotarem com quase seis meses de antecedência, a NBA percebeu que precisava não só sair dos EUA por meio da transmissão da temporada pela televisão. Nos últimos anos, com a crise financeira apertando o bolso do consumidor americano, os ginásios do basquete, quarto esporte na preferência da população, começaram a ter dificuldades para lotar. Já o torcedor inglês, carente de bons jogos de basquete, esgotou os bilhetes ansiosos pela grande liga em seu país.

Além da questão econômica, outro aspecto muito relevante e que explica a "fuga" da NBA para a Inglaterra é a operação comercial da liga com a Adidas. A partir desta próxima temporada, a fabricante alemã assumirá toda a operação de licenciamento de artigos de confecção da NBA para a Europa. Depois do sucesso desse tipo de operação na China, empresa e esporte decidiram reproduzir o modelo na Europa (a América do Sul está nos planos para os próximos anos). A ida para Londres significa, também, a ampliação dos negócios da liga em continente europeu.

Até hoje, apenas o americano entendeu que seu principal campeonato esportivo, independentemente de qual modalidade, não pode ficar restrito a seu país. Ele precisa cruzar fronteiras que vão além da transmissão internacional. A ida da NBA para Londres sintetiza esse pensamento. Quanto mais famosa a liga for no mercado europeu, maior serão as chances de os clubes da NBA se destacarem dos outros e maior a vantagem competitiva para que eles formem grandes times, com grandes atletas.

O esporte precisa entender que, tal qual no restante da economia, seu artigo também é para exportação. Ao longo do tempo nos acostumamos a ver empresas multinacionais. O futuro do esporte como negócio vai criar também a onda de matrizes e filiais no que diz respeito às instituições esportivas. E os americanos, para variar, já saíram na frente.

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