Tempo Real

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

BOM, BONITO E BARATO

O Barça é um clube riquíssimo. Visitar as dependências desse clube é uma viagem à Disneylândia do futebol. E sua sala de troféus, um museu.

E é tudo isso sem captar um tostão na venda dos espaços do seu uniforme. Ao contrário: paga para ostentar o logotipo da Unesco, organismo de apoio social.

Vive apenas da receita que lhe oferecem os torcedores (seja, como associados do clube; seja, lotando o Camp Nou a cada jogo, estando o time bem ou mal) e a cota da TV. Investe quase nada, comparando aos outros grandes da Europa – Real, Chelsea, Manchester, Bayern de Munique, Milan, Inter etc. – na contratação de jogadores, preferindo revelar seus próprios craques, como Puyol, Busquets, Iniesta, Xavi, Pedro Rodrigues, Bojan, inclusive Messi, eleito o melhor do mundo pela Fifa, argentino que lá desembarcou aos 13 anos de idade.

Sua última grande contratação foi Ibrahimovic, que, na verdade, veio na troca com Eto’o, artilheiro desprezado pelo Real, que o Barça recolheu num clube modesto da Espanha – o Getafe, se não me falha a memória – para transformá-lo numa estrela mundial.

Quando traz um Ronaldinho Gaúcho ou um Henry, é a preço de banana, no mercado europeu, ou porque o cara não está dando certo no clube anterior (caso de Ronaldinho no PSG) ou porque já cumpriu seu ciclo (caso de Henry no Arsenal).

É só uma questão de boa gestão, que começa pela ideia básica segundo a qual o time deve sempre praticar um futebol bonito (e, para tanto, os jogadores adequados são garimpados no mercado ou forjados nas bases com esse objetivo). O resto é consequência.

A FUGA DE OSCAR

No fundo, no fundo, seja por incitação de terceiros ou não, o menino Oscar, que o São Paulo tratava como joia rara de suas categorias de base, aprontou essa quizumba jurídica porque queria jogar bola, só isso.

Jogador quer jogar, essa é a lei básica do futebol. E jogador jovem, ainda por cima, é mais afoito. Sobretudo, quando percebe que sua bola está à altura do time, se não, acima.

Confesso que ainda não tenho uma ideia formada sobre o futebol de Oscar, pois o vi por alguns poucos minutos neste tempo todo desde que ele foi alçado à equipe titular.

Mas, o que vi me sugere que tem condições de jogar mais.

De qualquer jeito, mesmo que fique, o encanto foi quebrado.

O DESTINO DE LOVE

Para continuar no Palmeiras, Wagner Love quer garantias do Palmeiras de que ele e sua família serão devidamente protegidos da sanha desses marginais que vestem a camisa da torcida uniformizada e que já o agrediram no meio da rua.

Eis algo que o clube não pode assegurar por completo, e o craque sabe disso, assim como seu representante. Numa cidade em que não há segurança para o cidadão comum na avenida Paulista, ao meio-dia, como garantir a integridade de uma figura notória como ele?

Na verdade, por falta de um bode expiatório, o palestrino resolveu transformar Love, assim como Diego Souza, nessa figura tradicional da fábula humana.

Ora, como o Flamengo está atrás de um atacante desse nível para reforçar-se ainda mais com vistas à Copa Libertadores, caiu a sopa no mel.


Retirado de: http://colunistas.ig.com.br/albertohelenajr/

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