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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sonhos de Natal

Com a chegada das férias e a proximidade do Natal, inicia-se a temporada de caça aos sonhos, alguns realizáveis, outros, puro delírio. E a crônica esportiva, por falta do que fazer, passa a embalar esses sonhos em papel de presente brilhante, com laços e fitas, feito um daqueles doentes das oficinas de Papai Noel, no Polo Norte.

Bem, de certo o que temos hoje no cardápio de sonhos?

A renovação do contrato de Washington, por mais uma temporada, com o São Paulo, que inicia a remontagem de seu time para a Libertadores, passando pelo próximo Paulistão. Mas, isso será mesmo um sonho para o tricolino amigo, que tanto criticou o goleador ao longo do Brasileirão? Porém, torcedor, sacumé, transforma herói em vilão e vice-versa num piscar de olhos, como um sortilégio de Natal em filme americano.

O fato é que Washington nasceu – e no seu caso, literalmente, renasceu – pra fazer gols. É daquela linhagem de artilheiros que se planta ali na área, e bola que venha! Pimba! Rede. É de cabeça, com o pé, a canela, ombro, cangote, do jeito que der, não importa. Alto, forte e experiente domina aquele espaço fatal como poucos.

Não lhe rolem, contudo, a bola para que ele a arredonde num passe preciso, num drible exótico ou num lançamento mágico. Até pode, ocasionalmente, protagonizar um lance desses, mas, seguramente, isso tudo não faz parte de seu repertório.

O diabo é que esse tipo de goleador, quando em fase de estiagem, o que ocorre com qualquer um de nós, não tem como contribuir para a equipe de outra forma. Passa a ser um peso morto, atraindo sobre si toda a ira da torcida. Essa é uma história tão antiga como a invenção da bola.

Além do mais, esse tipo de jogador, para cumprir sua missão a contento, carece de um trabalho afinado de seus companheiros, a partir até da instalação do sistema de jogo adotado pelo técnico. Precisa ter um meia daqueles que sabem meter a bola a seu jeito, de maneira que ele não tenha que trabalhar a bichinha com muito esmero. É receber e bater, esse é seu negócio.

E mais: para que faça o devido uso de sua estatura e do cabeceio certeiro, é necessário que seu time tenha jogadas frequentes pelos lados do ataque, de preferência com aqueles pontinhas rápidos e hábeis no drible final e exatos nos cruzamentos.

Espie, pois, o amigo em torno de Washington no São Paulo e identifique alguém que faça parte dessa turminha. Não tem – nem aquele meia inteligente, nem os pontinhas espertos.

E é aqui que os sonhos tricolores começam a ser embalados em papel de seda, pois fala-se em Marcelinho Paraíba, em Fernandinho (Barueri), em Fernandão e outros tantos que podem suprir essas carências crônicas do São Paulo.
Que Noel desça pela chaminé do Morumbi com esse pacote embaixo do braço, este é o sonho tricolor para o Natal que se aproxima.

Autor: Alberto Helena jr.


Retirado de: http://colunistas.ig.com.br/albertohelenajr/

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