Tempo Real

domingo, 25 de abril de 2010

A "incrível" repercussão das figurinhas da Copa

Sim, estou com certa defasagem nos comentários aqui no blog. Correria pré-Copa, mas ainda dá tempo de falar de algo curioso que aconteceu com relação ao estrondoso sucesso do álbum de figurinhas da Copa do Mundo. O reflexo mais evidente disso esteve na tarde desta quinta-feira na capa do UOL. Uma matéria sobre o roubo de um carregamento de pacotes de figurinhas do Mundial!!!

Pode parecer o cúmulo da inutilidade roubar figurinhas. Só que isso revela uma realidade ainda mais evidente de como existe mercado para o futebol no Brasil.

Antes do roubo dos pacotes, as notícias eram sobre a escassez tanto do álbum quanto dos pacotinhos para serem comercializados em bancas e livrarias. Falta de planejamento da Panini em relação às vendas ou, de fato, uma outra realidade no consumo de futebol no país?

Cada vez mais é evidente que o público brasileiro tem se acostumado a consumir futebol. O torcedor entende, a cada dia, que ele é parte importante da indústria. E, mais do que isso, a indústria percebe que é possível ganhar dinheiro com a venda de produtos ligados ao esporte número 1 na preferência do público.

Um dos reflexos disso é o crescimento do mercado de produtos licenciados. Antes, eles se resumiam a "chaveiros, bolas, bonés". Hoje, até arroz licenciado do clube existe. E vende!

Com a Copa do Mundo de 2014 no horizonte, é possível que tenhamos um aumento substancial na criação de produtos com a temática do futebol. O movimento será gigantesco em torno do esporte. Muitos vão quebrar a cara e, provavelmente, a empresa. Só que muitos outros conseguirão receitas consideráveis ao custo de muito trabalho e, principalmente, de uma estratégia eficiente de lançamento de produtos.

Essa foi a falha, se é assim que podemos dizer, da Panini. Ela se baseou nas Copas anteriores para fazer o lançamento do álbum de 2010. Até o Mundial da Alemanha, a economia nacional estava num patamar abaixo do atual e, mais do que isso, o histórico de venda de produtos ligados ao futebol era praticamente insignificante. Há décadas como produtora do álbum oficial de Copas do Mundo, a empresa se esqueceu de olhar mais para dentro.

Mas o sucesso absurdo do álbum é um belo sinal de luz verde para quem deseja trabalhar no mercado de licenciamento esportivo no Brasil. Só que toda euforia deve ser contida. Do contrário, será uma roubada investir em futebol no país.

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